No sítio Roda d’Água, localizado na região Noroeste do Paraná, o cultivo de grãos convive harmoniosamente com a apicultura.
Cerca de 80 colmeias são mantidas nas áreas de preservação da propriedade, no município de Floresta, e fazem parte de uma antiga tradição da família Jung. O que para muitos produtores parece impossível, manter as abelhas e cultivar soja ou milho, se transformou num diferencial. Hoje as abelhas se transformaram em aliadas dos produtores.
Além de produzirem mel, elas são responsáveis por um aumento considerável da produção de grãos. A prática mostra, e a pesquisa comprova, que o manejo adequado das lavouras traz benefícios tanto ambientais quanto econômicos para o produtor.
Até os anos 1970 o sítio Roda d’Àgua, pertencente a João Jung, era ocupado com o plantio de café, e os filhos, Antônio e João Filho, mantinham algumas colmeias na propriedade. Depois da grande geada negra, em 1975, que comprometeu o cafezal, os proprietários deram início ao plantio de soja e decidiram manter as abelhas. Para alimentar as colmeias eles contavam com dois alqueires de mata nativa preservada e 59 alqueires dedicados às lavouras.
O manejo era feito de forma intuitiva, evitando aplicar agrotóxico quando as abelhas estavam procurando pólen no campo ou retirando as colmeias de áreas expostas a produtos químicos. Na década de 1990 um extensionista da Emater, hoje IDR-Paraná, deu algumas orientações para que os produtores melhorassem o manejo das abelhas.
Na ordem natural de sucessão familiar, a propriedade passou a ser administrada pelos filhos do João, que levaram adiante o trabalho com as abelhas. Em seguida, seria a vez da terceira geração. Lígia e Paulo, filhos do Antônio, passaram a administrar a propriedade com o pai, já que o tio falecera. Neste tempo o consórcio abelhas-grãos foi aprimorado.
Lígia Jung, formada em Agronomia pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), lembra que a prática mostrava que havia algo acontecendo nas áreas próximas das colmeias. “Começamos a perceber que colhíamos bastante mel na época da florada da soja. Notamos que na beirada dos apiários a produção de soja era maior. A gente sentia que a colheitadeira ficava mais pesada”, afirma.
Segundo ela, a partir dessa observação eles perceberam que havia uma relação muito boa entre as abelhas e a soja. “Decidimos cuidar dessa parte técnica, porque estava um ajudando o outro. A gente estava colhendo mais soja e mais mel”, acrescenta a produtora. Não demorou para que Décio Gazzoni, pesquisador da Embrapa Soja, que desenvolvia um estudo sobre esse consórcio, viesse à propriedade para confirmar os dados a partir dos resultados obtidos pela observação dos produtores.
De acordo com Eduardo Mazzuchelli, coordenador regional de Lavouras do IDR-Paraná, de Maringá, já se sabia que a abelha aumentava a produtividade da soja, mas até pouco tempo atrás não havia uma avaliação oficial do impacto das colmeias nas lavouras.
“As pesquisas da Embrapa mostraram que, apesar de a soja ser uma planta com flores autofecundantes (quando as flores recebem seu próprio pólen ou o pólen de outras flores da mesma planta), as abelhas aumentam a produtividade. As vagens que normalmente produzem três grãos de soja, com as abelhas passam a ter 4 ou 5 grãos, e com isso há um incremento médio na produtividade em torno de 13%”, afirma.
Na propriedade da família Jung são mantidas colmeias com abelhas europa e espécies nativas, sem ferrão. Atualmente as colmeias produzem 2 mil quilos de mel que representam 20% da renda da propriedade. As abelhas garantem o pagamento das despesas da casa da família quando a soja não tem bom preço. Os produtores já têm uma marca, Mel Floresta, com registro no SIM (Sistema de Inspeção Municipal) e entregam mel para a clientela da região. O mel é tipificado como silvestre, já que as abelhas coletam pólen das flores da soja e de outras plantas nativas no restante do ano.
Manter colmeias em uma área com soja nem sempre é fácil. Em 2009 os proprietários perderam 50% das colmeias, em virtude da deriva de agrotóxicos de outras propriedades. Lígia afirmou que ela só insistiu com as colmeias porque já tinha uma marca regional de mel e não dava para perder esse patrimônio. “São anos brigando por isso, trabalhando com a apicultura. Falando que as abelhas não prejudicam a soja, só vêm agregar. Hoje a pesquisa já fala que essa parceria dá certo”, ressalta.
Toda a família Jung está envolvida nesse trabalho. Antônio e os filhos, Lígia e Paulo, cuidam da lavoura. A matriarca, Albertina Ambiel Jung, é responsável pela agroindústria que processa o mel e pelo manejo das colmeias, juntamente com Antônio e Lígia.
Eduardo Mazzuchelli observa que o papel do IDR-Paraná, atualmente, é fazer com que outros produtores adotem esse modelo, divulgando as vantagens do consórcio abelhas-grãos. No ano passado a propriedade ganhou o prêmio Orgulho da Terra. Para Lígia foi uma vitória.
“Foi um presente. A gente fala que dá para trabalhar as duas coisas, abelhas e soja, juntos. Não queremos que os outros produtores parem de fazer o que estão fazendo. A gente aqui escuta muito isso, que a abelha vai atrapalhar a lavoura. Quando chegou o prêmio mostramos que todo o trabalho de anos dá certo, existe uma pesquisa comprovando. E o pessoal em volta viu que dá resultado”, comemora.
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PESQUISA – De acordo com a Embrapa Soja, a flor de soja contém néctar de qualidade, com açúcares e outras substâncias que as abelhas precisam para o seu desenvolvimento. Uma planta de soja possui 50 ou mais flores, dependendo da cultivar, do solo e do clima. Isso significa mais de 12 milhões de flores por hectare. Ainda segundo os estudos da Embrapa, a produção de néctar pode passar de 6 litros por hectare, por dia. Com vinte dias de floração plena, são 120 litros de néctar que as abelhas podem levar para suas colmeias. Os apicultores que colocam seus apiários perto de lavouras colhem até 50 kg de mel por colmeia, durante a florada da soja. Isto é mais do que o dobro da média brasileira, que é de 19 kg de mel, por caixa, por ano.
As análises da Embrapa demonstram que os apicultores têm outros benefícios quando os apiários estão perto de lavouras de soja. O primeiro é que a floração da soja ocorre quando acaba a florada da primavera. Sendo assim, o apicultor produz mel num período com poucas flores nativas, mantendo as colmeias fortes e ativas, já que as abelhas forrageiam na soja. O segundo é que, quando há pouca oferta de flores, os apicultores necessitam fornecer alimentação artificial para as abelhas, custo que é desnecessário quando se tem a soja na área.
Para os agricultores as vantagens da criação de abelhas são comprovadas. Os estudos da Embrapa Soja demonstraram que ao coletarem o néctar das flores da soja, as abelhas agem como polinizadoras, aumentando a produtividade de soja em até 18%, ou 13% em média. Isso acontece porque aumenta o número de grãos por vagem. Praticamente não existe vagem chocha e são poucas com um grão quando as abelhas fazem a polinização.
Além disso, o peso do grão aumenta e os dois fatores combinados são os responsáveis pelo aumento da produtividade. Com isso, as abelhas ajudam a aumentar a renda líquida para o agricultor, sem qualquer mudança no sistema de produção, dispensando a aplicação de novos recursos. Os pesquisadores também dizem que o agricultor beneficia o ambiente, ao proteger as abelhas e ao reduzir as emissões de gases de efeito estufa, por produzir mais, na mesma área, sem necessitar de mais insumos.
Para integrar a criação de abelhas à soja, os agricultores e apicultores precisam seguir boas práticas agrícolas e apícolas. Devem ser observadas as orientações do Manejo Integrado de Pragas da Soja e as recomendações da tecnologia de aplicação, para evitar impacto negativo sobre as abelhas, criadas ou silvestres. Sempre que houver um apiário próximo às lavouras sujeitas a pulverização agrícola, deve-se estabelecer um amplo canal de comunicação entre as atividades a fim de evitar riscos para ambos, e garantir a produção de mel.
Por - AEN
A Grande Reserva da Mata Atlântica do Paraná, projeto que reúne Paraná, Santa Catarina e São Paulo, promove nos dias 27 e 28 atividades especiais voltadas ao turismo.
Os dois dias contemplam práticas que aliam o turismo à cultura indígena Guarani. São passeios que remontam a história da antiguidade, culinária, contemplação da natureza e também conhecimentos sobre ervas medicinais.
A imersão é com base no tema “Ancestralidade: Cultura Indígena no Ekôa com Ju Kerexu”, conduzida pela cacique da Aldeia Tekoa Takuaty. Ju Kerexu é nascida na terra indígena ilha da Cotinga, em Paranaguá (Litoral), professora da língua Mbya-Guarani, poetisa e ativista indígena.
As atividades acontecem no Ekôa Park, atrativo integrante da Grande Reserva da Mata Atlântica. O parque, considerado um paraíso ecológico voltado ao turismo de natureza, faz parte de uma série de atrativos que estão listados na Rede de Portais da Grande Reserva, um grupo composto atualmente por mais de 700 pessoas que apoiam a iniciativa.
A Grande Reserva Mata Atlântica é uma iniciativa voluntária que reúne diversos atores – públicos, privados, não governamentais e da academia – que, juntos, promovem ações de desenvolvimento regional com foco no turismo de natureza. São cerca de 3 milhões de hectares de ambientes naturais conservados, localizado entre os três estados. “Temos atrativos belíssimos e atividades para todas as idades e gostos nesse contínuo do Bioma Mata Atlântica. É o turismo aliado à sustentabilidade”, disse o secretário estadual do Turismo, Márcio Nunes.
“Ver o turismo crescente nessa região é de fato um grande ganho para o Paraná. Estamos, cada vez mais, vendo os paranaenses entendendo o turismo como negócio e geração de emprego e renda”, acrescenta o diretor-presidente do Viaje Paraná, Irapuan Cortes.
PROGRAMAÇÃO – No sábado (27), às 14h, acontece a oficina “Cultura Guarani e Artesanato Indígena”, na qual os participantes vão conhecer a rica história e origem do Guarani, explorando suas narrativas orais e seus mitos de criação. Uma das atividades é a imersão nas técnicas e tradições do artesanato indígena, em os participantes aprendem a criar cestos e fazer trabalho em madeira e adornos, utilizando materiais e métodos tradicionais.
Já às 16h haverá apresentação do coral indígena no restaurante do parque, com músicas tradicionais cantadas em línguas nativas, que transmitem histórias, rituais e conhecimentos ancestrais. Para os amantes da natureza noturna, entre às 19h e 22h, acontece a experiência “Leitura do Céu”, a partir de conhecimentos ancestrais. O objetivo é aprender a identificar constelações e estrelas importantes, entendendo seus significados culturais e a conexão com a natureza. As inscrições para essa atividade específica da Leitura do Céu podem ser feitas AQUI.
No domingo (28), às 10h30, acontece a oficina "Ervas Medicinais Indígenas" na Trilha do Peabiru, na qual os participantes aprendem a identificar ervas medicinais nativas, suas propriedades curativas e métodos de preparo sustentável. Às 14h, no restaurante do parque, haverá uma oficina culinária indígena.
O foco gastronômico é o Xipa, um pão frito não fermentado, de origem Guarani. Os participantes aprenderão a preparar duas versões da especialidade: uma com farinha de milho e outra com farinha de trigo. O alimento foi importante para os Guaranis na Guerra do Paraguai.
Encerrando a programação do final de semana, às 16h, o coral indígena se apresenta mais uma vez no Oka Gastronomia, restaurante do Ekôa Park.
O agendamento para participar das atividades e a compra dos ingressos podem ser feitos AQUI. As vagas são limitadas.
Serviço:
Turismo com imersão pela cultura indígena Guarani
Local: Ekôa Park - Estrada da Graciosa, Km 18,5 – São João da Graciosa/Morretes
Data: 27 (sábado)
Horário: 14h às 15h30
Atividade: Oficina “Cultura Guarani e Artesanato Indígena”
Horário: 16h às 16h45
Atividade: apresentação do coral indígena
Horário: 19h às 22h
Atividade: experiência “Leitura do Céu”
Data: 28 (domingo)
Horário: 10h30 às 12h
Atividade: oficina "Ervas Medicinais Indígenas"
Horário: 14h às 15h30
Atividade: oficina culinária indígena
Horário: 16h às 16h45
Atividade: apresentação do coral indígena
Por - AEN
Há 67 anos a Portos do Paraná, no Litoral, tem uma parceria com o Paraguai, destinando um espaço exclusivo ao país vizinho.
Localizada na primeira parte do Armazém 8, o local é exclusivo para movimentação de mercadorias destinadas ao Paraguai sem a tributação de cargas. Quem administra o espaço é a Administración Nacional de Navegación y Puertos (ANNP), que faz parte do governo daquele país. A cessão foi assinada em 1957 pelo então presidente Juscelino Kubitschek.
O entreposto de depósito franco permite a armazenagem de mercadoria estrangeira em recinto alfandegado para atender ao fluxo comercial de países limítrofes. A lei federal também garante um convênio com um estabelecimento, em Concepción, de um entreposto de depósito franco para mercadorias exportadas ou importadas do Brasil.
“Como o Paraguai não tem contato direto com o mar, este ambiente exclusivo é um caminho do Paraná para fortalecer os laços com o país vizinho, por meio de vantagens como alguns tributos suspensos, trazendo facilidades logísticas para as exportações paraguaias”, destacou o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
O convênio antecedeu outras parcerias que seriam feitas entre os dois países, como a Ponte da Amizade, em 1965, e a Itaipu, em 1984. Todas visavam estreitar os laços entre o Brasil e o Paraguai. O porto franco também buscou diminuir a influência argentina sobre o Paraguai, que até aquele momento era o principal canal para o comércio exterior, com crescimento econômico favorável ao leste paraguaio.
“A curta distância da fronteira entre os dois países é de apenas 730 km, com um tempo médio de 12 horas de viagem, facilitando muito a importação e exportação de diversos produtos. Tudo isso somado a excelente estrutura e apoio logístico que o porto oferece, juntamente com um eficiente operador portuário atendendo nossas cargas, torna seu desembaraço muito mais rápido e organizado dentro deste porto”, explicou o delegado da ANNP, Gerardo Vázquez.
Atualmente as cargas rolantes são as mais movimentadas no local, entre elas caminhões, tratores, carros e acessórios agrícolas – como colheitadeiras em grande maioria usadas. Além do armazém exclusivo, o Paraguai também faz movimentação por meio de contêineres.
HISTÓRIA – O primeiro espaço exclusivo para as cargas paraguaias foram alguns armazéns na Vila da Madeira, em Paranaguá. Com os anos o local foi transferido para outros ambientes, de acordo com a demanda da época. Atualmente o espaço exclusivo está localizado no Armazém 8, no cais do Porto de Paranaguá.
Utilizado historicamente como a principal rota de acesso para o comércio exterior paraguaio, o porto perdeu protagonismo em 2003. Na época, o Estado bloqueou a passagem de produtos transgênicos, estimulando assim um sistema de hidrovias nos rios Paraguai e Paraná, escoando boa parte dos produtos paraguaios por portos da Argentina e do Uruguai.
Com projetos como o novo programa de concessões rodoviárias, a Ponte de Integração Brasil-Paraguai e os investimentos no Porto de Paranaguá, o Estado pode se tornar novamente a principal porta de entrada e de saída do Paraguai ao mar.
Por - AEN
O técnico de boxe Adailton Gonçalves, bolsista do programa estadual Geração Olímpica e Paralímpica, treina a equipe de boxe que vai à Olimpíada de Paris neste ano.
Com 10 atletas, a delegação brasileira tem chance de medalhas, inclusive de ouro, no maior evento esportivo do mundo. É também a chance de manter a tradição conquistada a partir dos Jogos de Londres em 2012: o boxe leva medalhas em todas as edições.
Boxeador desde os 9 anos, Adailton disputou as carreiras olímpica, com 68 lutas e seis derrotas, e a profissional, com 10 lutas e duas derrotas. Já como técnico, em 1998, Adailton se consagrou como campeão baiano por equipe, repetindo o feito no ano seguinte.
Desde então sua carreira deu um salto, contribuindo para o auge do boxe brasileiro, como ele mesmo destaca o momento em que a modalidade se encontra hoje. As maiores equipes que vão para Paris são Austrália (13 atletas), Uzbequistão (12 atletas) e Brasil (10 atletas), à frente de países com maior tradição na modalidade, como Estados Unidos e Cuba.
“Eu não posso dizer nem que sim nem que não”, afirma sobre a sua influência nos resultados recentes do boxe brasileiro. “Somos uma equipe, então todo mundo trabalha. Quando estamos em alto rendimento, são pequenos ajustes que levam ao resultado melhor ou pior, mas eu não tiro meus méritos”, salientou. “Eu entrei em uma equipe que já vinha vencendo e desde então evoluímos mais, sem cair, superando metas que antes não eram superadas”.
SELEÇÃO BRASILEIRA – O caminho até ser convocado pela Seleção Brasileira de Boxe, em 2021, foi vitorioso. Adailton mudou-se da Bahia para o Espírito Santo (ES) em 2005, após um convite do diretor técnico da Federação de Boxe capixaba, e elevou a seleção local de 23º para 3º lugar no ranking nacional. Lá abriu a Dudhal Boxing Club, academia referência no boxe e o embrião para projetos sociais que ele viria a realizar na sua carreira.
No Espírito Santo ele conseguia suprir a demanda da equipe capixaba e colocar seus atletas em outras seleções, inclusive com uma segunda equipe pelo Paraná, uma vez que o Estado não tinha todos os atletas. Foi durante essas seletivas que ele teve a oportunidade de conhecer, gostar e mudar-se para Curitiba, em 2015, a convite da Federação Paranaense.
Logo no ano seguinte, Adailton ajudou Lucas Collado a ser campeão brasileiro na categoria 75 kg juvenil. “Em 2019, eu conquistei o título de melhor técnico do Brasil, levando o Paraná de 21ª para 1ª lugar do Brasil por equipe, à frente de Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro, estados que têm o esporte mais difundido”, conta.
CHANCE DE MEDALHA – O Brasil chega a Paris 2024 com um excelente histórico recente no boxe. Até Londres 2012, a única medalha conquistada em uma Olimpíada havia sido o bronze de Servílio de Oliveira, na Cidade do México, em 1968. Na capital inglesa, o Brasil quebrou o jejum de 44 anos e conquistou três medalhas (dois bronzes e uma prata). Em casa, no Rio 2016, veio o primeiro ouro e, em Tóquio 2020, a melhor campanha nacional entre todas as modalidades: um ouro, uma prata e um bronze, superando esportes mais tradicionais como o judô, por exemplo.
Mas é em Paris que o boxe brasileiro chega como um dos favoritos. Serão 10 atletas, sendo cinco no masculino (Abner Teixeira, Michael Douglas, Keno Machado, Luis de Oliveira e Wanderley Pereira) e cinco no feminino (Bárbara Santos, Beatriz Ferreira, Carol Santos, Jucieli Romeo e Tatiana Chagas). Todos eles passaram pelas mãos e treinos de Adailton.
Junto com seus atletas, Adailton conquistou medalhas nos campeonatos Sul-Americano, Pan-Americano, Continental e Europeu, principais conquistas possíveis dentro do boxe. Falta a medalha olímpica. “Eu praticamente zerei o game. O que se entende de boxe olímpico no mundo eu participei com méritos”, celebra. “Esse ciclo 2021/2024 será difícil de ser superado pela nova geração de atletas e técnicos”.
Com chance de medalha em praticamente todas as categorias, uma delas chama a atenção. Vice-campeão mundial em 2023, Wanderley Pereira, também bolsista do Geração Olímpica e Paralímpica (GOP), é baiano, mas representa o Paraná em competições e veio até Adailton para trabalhar em sua carreira nacional e internacional.
“É um garoto jovem, de 22 anos, com uma promessa imensa”, comenta. “O Wanderley é peça-chave. Um garoto que não tinha o dinheiro da passagem para da academia ao Centro. Hoje ele tem um bom salário, com bolsas como a Pódio e o Geração Olímpica”, comentou. “O Geração tem grande parte nisso que ele está vivendo hoje, porque esse apoio na base é fundamental para que os atletas não deixem de treinar para ter que suprir as necessidades em casa”.
BASE FORTE – Apoiar o boxe desde a base, formando atletas de alto rendimento e colocar atletas paranaenses na Seleção Brasileira. Esse é o objetivo de Adailton assim que voltar de Paris. Envolvido com projetos sociais desde que começou a ser técnico, ele quer fazer do Paraná um celeiro do boxe nacional.
“O meu ideal de vida é formação de atletas. É formar campeões e tenho conseguido isso na minha longa trajetória. Nós captamos atletas aqui da região, junto com as academias. Também vamos fazer a formação de novos técnicos e árbitros em Curitiba e em outras cidades do Estado, como Londrina e Maringá”, explica.
O objetivo é, após a formação de novos técnicos e árbitros, iniciar o projeto com alunos, com visitas de atletas olímpicos em escolas e comunidades. O trabalho terá como base a planificação, com formação acadêmica planejada, modelos de treino diários e bases de treinamento em vários pontos pelo Brasil. Tudo com relatórios para posterior análise.
“A ideia é fazer do Paraná um polo grande como é a Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro, e existe esse material humano aqui. Curitiba já é um polo de muay thai e MMA, então a gente só precisa colocar o boxe em evidência”, acrescenta.
APOIO – Logo após chegar ao Paraná, Adailton conseguiu um apoio importante: a bolsa do Geração Olímpica e Paralímpica (GOP), do Governo do Paraná. Criado em 2011, o GOP é o maior programa estadual de incentivo ao esporte na modalidade bolsa-atleta, conforme pesquisa da Universidade Federal do Paraná (UFPR) divulgada na Revista Latino-Americana de Estudos Socioculturais do Esporte. Desde então, tem sido uma iniciativa de destaque no fomento e apoio aos talentos esportivos no Paraná. Em 2024 o programa está em sua 13ª edição e terá investimento da Copel de R$ 5,2 milhões.
“Quando eu cheguei em Curitiba eu nem sabia que existia a bolsa. Eu comecei a dar aula na Secretaria Municipal do Esporte, Lazer e Juventude como voluntário. Lá me falaram sobre o Geração e isso me manteve aqui por um bom tempo”, lembrou o técnico. “Eu conseguia não só dar aula de personal, mas também ter liberdade para trabalhar em projetos”, afirmou.
Ele também destaca que logo que seu projeto estiver a todo vapor, o GOP será um aliado importante. “Eu sei que quando a gente implantar esse projeto, o Geração vai ser uma base forte para continuar formando na base, que é o que estamos fazendo”, conclui.
COPEL – Até o final de 2024, o programa Geração Olímpica e Paralímpica terá investido mais de R$ 55 milhões em bolsas financeiras para atletas e técnicos vinculados a instituições paranaenses (federações e escolas), atendendo desde jovens promessas a estrelas de renome internacional. A iniciativa é patrocinada pela Copel desde o início - e de forma exclusiva desde 2013.
Para o presidente da Copel, Daniel Slaviero, o apoio busca tornar o Paraná referência de esporte olímpico e paralímpico no Brasil, ao valorizar os atuais talentos do estado. "Nós temos orgulho de apoiar, junto com o governo do Paraná, esses atletas e profissionais que por muito tempo vêm se preparando para um dos momentos mais significativos da história dos esportes. Estamos torcendo com toda energia”, comenta.
O programa abrange, além do pagamento mensal de bolsas financeiras a atletas e técnicos, recursos necessários para a execução e gestão das atividades previstas, confecção de uniformes, material de divulgação e promoção, infraestrutura de logística (hospedagem, alimentação e transporte), programas de treinamento e capacitação, bem como avaliações médicas e laboratoriais dos atletas.
Por - AEN
As Agências do Trabalhador do Paraná e postos avançados começam a semana com a
com carteira assinada no Estado. A maior parte é para alimentador de linha de produção, com 5.565 oportunidades. Na sequência, aparecem as de operador de caixa, com 937 vagas, repositor de mercadorias, com 868, e abatedor, com 766.A Grande Curitiba concentra o maior volume de postos de trabalho disponíveis (6.248). São 843 vagas para alimentador de linha de produção, 427 para faxineiro, 370 para operador de telemarketing ativo e receptivo e 260 para repositor de mercadorias.
Na Capital, a Agência do Trabalhador Central oferta 162 vagas para profissionais com ensino superior e técnico em diversas áreas, com destaque para as funções de técnico em instalação de sistemas óticos (curso técnico ou superior em Informática, Tecnologia da Informação ou Telecomunicações) com 50 vagas, cuidador de idosos (curso técnico de Enfermagem ou Cuidador de Idosos), com 20 vagas, técnico de enfermagem (curso técnico de Enfermagem), com 12 vagas, e supervisor administrativo (curso técnico ou superior em Informática, Tecnologia da Informação ou Telecomunicações), com 6 vagas.
A região de Cascavel aparece em segundo em volume de vagas (4.657), com 1.223 oportunidades para alimentador de linha de produção, 463 para abatedor, 280 para magarefe e 147 para servente de obras.
Outros destaques em ofertas no Interior são as regiões de Londrina (2.804), Campo Mourão (1.868), Pato Branco (1.677) e Maringá (1.207). Em Londrina, as funções que lideram as ofertas de vagas são alimentador de linha de produção, com 721 vagas, repositor de mercadorias, com 182, operador de caixa, com 147, e ajudante de motorista, com 141 oportunidades.
Em Campo Mourão, os destaques são para alimentador de linha de produção (664), magarefe (241), abatedor (78) e pedreiro (62).
Na região de Pato Branco, há oferta de emprego para as funções de alimentador de linha de produção, com 629 oportunidades, operador de caixa, com 115, magarefe, com 63, e trabalhador da avicultura de postura, com 57.
Na região de Maringá são ofertadas 356 vagas para alimentador de linha de produção, 120 para montador de equipamentos elétricos, 106 para operador de máquinas fixas em geral e 76 para trabalhador no cultivo de árvores frutíferas.
ATENDIMENTO – Os interessados devem buscar orientações entrando em contato com a unidade da Agência do Trabalhador de seu município. Para evitar aglomeração, a sugestão é que o atendimento seja feito com horário marcado. O agendamento deve ser feito AQUI.
Por - AEN
Uma ação policial promovida na tarde deste sábado (20) pelo Batalhão de Polícia de Rondas Ostensivas de Natureza Especial (BPRONE), através das equipes RONE do 3º Pelotão, resultou na localização de uma estufa clandestina de produção de maconha em uma chácara na cidade de Campina Grande do Sul.
Os policiais chegaram até o local após intenso trabalho das equipes de inteligência da Polícia Militar. Um homem foi detido.
Dentro da estrutura adaptada para o cultivo foram descobertos 519 pés de maconha em diferentes estágios de amadurecimento, além de 160g de capulho (droga ainda sem ser prensada), indicativo da atividade ilegal no local.
Além dos pés de maconha, os policiais apreenderam um celular e dois cadernos contendo anotações detalhadas sobre devedores, despesas relacionadas à operação do cultivo e registros precisos das datas e quantidades das plantas produzidas.
Apenas no primeiro semestre de 2024, as forças de segurança apreenderam 221,3 toneladas de maconha no Estado, 17,27% a mais em comparação com o mesmo período de 2023. É como se as forças de segurança retirassem de circulação mais de uma tonelada de droga por dia, em média.
Dados do Centro de Análise, Planejamento e Estatística, da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), indicam ainda crescimento no volume de apreensões de cocaína (60%) e crack (89%) no primeiro semestre de 2024.
Por -AEN