Um semestre depois do início da proibição por lei federal do uso de celulares nas escolas os reflexos já são sentidos pelas equipes pedagógicas, que passaram a adotar medidas educativas para substituir os equipamentos eletrônicos, especialmente nos horários dos intervalos.
“Aqui no colégio, a gente costumava lidar com, no mínimo, três crises de ansiedade em alunos por mês. Em 2025, com a proibição do celular, nem me lembro a última vez que algum aluno apresentou esse quadro”, conta Simone Regina Buzato, diretora do Colégio Estadual Professora Jaci Real Prado de Oliveira, de Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba.
O fortalecimento emocional dos estudantes foi apenas um entre os muitos fatores benéficos observados no dia a dia das instituições de ensino. “Visitei algumas escolas ao longo do semestre, conversei com as equipes e com alguns pais de alunos e a avaliação de todos é bem positiva”, diz o secretário de Estado da Educação, Roni Miranda. “Defendemos o uso do aparelho para fins pedagógicos, sempre sob a supervisão do professor, e percebendo o quanto a rotina das nossas escolas está mudando sem a utilização para fins recreativos. Estamos felizes com a medida”.
No Paraná, uma Instrução Normativa da Secretaria da Educação, publicada antes mesmo da legislação federal entrar em vigor, norteou as diretrizes da utilização da ferramenta, como as formas de recolhimento definidas por cada escola e também as sanções, se fossem necessárias.
“Pensamos que teríamos mais problemas, mas não temos tido reclamação pela falta do celular. Claro que sempre vai ter um ou outro aluno que quer burlar o sistema. Mas as coisas estão indo bem”, diz a chefe do Núcleo de Normatização Escolar da Seed, Telma Luzio. “Tudo é uma questão de tempo e adaptação”.
INTERVALOS DANÇANTES E COLORIDOS – As escolas não têm medido esforços para preencher a ausência das telas no dia a dia, principalmente no período do recreio. Em Astorga, no Norte do Estado, por exemplo, no Colégio Estadual Governador Adolpho Oliveira Franco, a direção adquiriu os populares “Bobbie Goods", os livros de colorir, e distribuiu para os estudantes do Ensino Fundamental.
Os intervalos dos alunos do Ensino Médio ficaram mais dançantes. O grêmio estudantil, que também ressurgiu na instituição neste ano, passou a montar coreografias em grupos com ritmos dos anos 1980 e 1990. “Distrai muito a cabeça e a gente ainda se movimenta. Está sendo muito bacana”, diz Pedro Henrique Meira Simões, de 12 anos, do 8º ano.
LIVROS, JOGOS E CROCHÊ – Outra novidade que está se espalhando por diversos colégios ao longo de 2025 são os cantinhos de leitura. “Já terminei um livro de 200 páginas e estou acabando outro de 500 páginas", celebra Juliana Linhares, 14 anos. “Se eu tivesse com o celular nas mãos, eu acho que não teria conseguido”, afirma a estudante do 9º ano. Somam-se aos livros, as mesas de pingue-pongue, as paredes de escalada, camas elásticas, os campeonatos de xadrez e de jogos de tabuleiro, os gibis, e até atividades mais inusitadas, como o crochê.
“Esse resgate dos ensinamentos que vêm das nossas avós é muito importante graças a esse movimento de preencher o tempo dos alunos que antes era ocupado pelas telas”, diz a diretora Rosana Elisa Hoffmann Rocha, do Colégio Estadual Algacyr Maeder, em Curitiba. Por lá, às terças e quintas-feiras alunos e alunas de todas as séries participam do projeto, de onde têm surgido principalmente pulseiras para enfeitar e presentear.
Mais analógicos que nunca, os jogos ganham cada dia mais espaço entre os alunos da rede estadual. Para isso, bastam tabuleiros, cartas de baralho, dados e outros tipos de peças. “Os que mais fazem sucesso com os menores são os de detetive, para descobrir a identidade secreta dos demais jogadores", conta Henrique Bueno Bresciani, professor de História e Projeto de Vida do Colégio Estadual José de Anchieta, em Londrina, no Norte do Paraná.
"E entre os alunos do Ensino Médio, a preferência é pelos jogos que estimulam a criatividade, o raciocínio lógico e a colaboração entre os jogadores, não apenas para vencer um ao outro, mas para ganhar do próprio tabuleiro, os chamados jogos colaborativos”, acrescenta o docente.
MAIS INTERAÇÃO – Mais do que jogar, dançar, brincar, ler ou fazer trabalhos manuais, a ausência do celular dentro das escolas trouxe alguns componentes que andavam fora de moda entre os alunos: as relações interpessoais, o olho no olho, a concentração e, como consequência, a melhor aprendizagem.
“Nossa percepção é que eles começaram a interagir mais durante o recreio, começaram a conversar mais com os colegas, e a prestar um pouco mais de atenção em sala de aula também. Tudo isso foi favorecendo a aprendizagem, mas eu destaco principalmente o fortalecimento das relações uns com os outros e com os professores e os outros funcionários”, resume a diretora do Colégio Governador Adolpho de Oliveira Franco, em Astorga, Marli de Marco.
“Nenhuma mudança é fácil e contamos também com a parceria das famílias”, reitera o secretário Roni Miranda. “É preciso alertar sempre que o celular pode e deve ser usado somente como ferramenta de estratégia pedagógica e que a interação com os colegas é fundamental no recreio, até como ponto de equilíbrio para resguardar a saúde mental dos estudantes”.
Por - AEN
O Paraná alcançou em junho de 2025 a marca de 3.313.368 pessoas com emprego formal, segundo o relatório mais recente do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
É a maior marca da história na nova formatação de controle do Ministério do Trabalho, implementada em 2020. Também é o maior resultado da região Sul, na frente de Rio Grande do Sul (2.910.184) e Santa Catarina (2.649.067), e o quarto maior do Brasil, atrás de São Paulo (14.667.290), Minas Gerais (5.059.493) e Rio de Janeiro (3.942.630).
O Paraná vem evoluindo nesse indicador do mercado formal de trabalho desde janeiro de 2020 e chegou a junho de 2025 com crescimento no estoque superior às outras grandes economias do Brasil. A evolução paranaense foi de 22,9% (de 2.694.877 para 3.313.368), acima de Minas Gerais - de 4.138.300 para 5.059.493 - 22,2%, São Paulo - de 12.305.991 para 14.667.290 - 19,1%, Rio de Janeiro - de 3.347.118 para 3.942.630 - 17,7% e Rio Grande do Sul - de 2.534.481 para 2.910.184 - 14,8%.
Dois marcos importantes desse período foram que a diferença para o Rio de Janeiro, terceiro colocado, diminuiu ao longo dos últimos cinco anos, ao mesmo tempo em que a diferença com o Rio Grande do Sul, quarto colocado, aumentou. Atualmente essa diferença é 629.262 para o Rio de Janeiro, 22.979 a menos do que o começo da série, e de 403.184 para o Rio Grande do Sul, 242.788 a mais, o que significa que o Paraná produziu uma Colombo a mais em novos empregos.
O governador Carlos Massa Ratinho Junior comemora os bons resultados. "Alcançamos o posto de quarta maior economia, com o PIB crescendo acima da média nacional, e pleno emprego no mercado de trabalho. Conseguimos atrair R$ 300 bilhões em investimentos privados nos últimos anos e isso teve impacto positivo sobre todas as cadeias, do campo à indústria", afirmou. "Conseguimos crescer de maneira organizada aliando grandes investimentos públicos em infraestrutura e apostando nas virtudes dos nossos municípios".
Em janeiro de 2020, pouco antes da chegada da pandemia de Covid-19, eram 2.694.877 empregos formais no Paraná no Caged, com uma diferença pequena para o Rio Grande do Sul (2.534.481), de 160.396. Em relação ao Rio de Janeiro, que tinha 3.347.118 naquele mesmo mês, a diferença era de 652.241.
O estoque de empregos do Paraná entrou num ritmo mais acelerado a partir da retomada da economia com a vacinação contra o coronavírus, em 2021. Em dezembro daquele ano o estoque de empregos do Paraná alcançou a marca de 2.885.879. Em dezembro de 2022, com a volta da normalidade econômica, já eram 3.004.274 – o Estado ultrapassou a marca de 3 milhões em agosto daquele ano.
Em dezembro de 2023 eram 3.091.401 empregos formais no Paraná e em dezembro de 2024, 3.219.149, com salto de 3% até junho deste ano e os atuais 3.313.368 postos. Os números atuais do Paraná no mercado de trabalho são maiores do que a soma de todos os estados da região Norte (2.447.994) ou 40% do total de todos o estoque atual da região Nordeste (8.107.703).
PERFIL DOS EMPREGOS – De acordo com o Caged, o Paraná tem 1.439.492 empregos formais ativos no setor de serviços, 811.162 na indústria, 759.993 no comércio, 182.339 na construção civil e 120.372 no agronegócio. Os segmentos que mais ganharam mão de obra nos últimos cinco anos foram serviços (293.689 a mais em relação aos 1.145.803 de 2020), indústria (131.915 a mais em relação aos 679.247 de 2020), comércio (120.987 a mais em relação aos 639.006 de 2020) e construção (55.084 a mais relação aos 127.255 de 2020).
Nos dados mais detalhados, os mercados que mais empregam são indústria de transformação (776.273), atividades ligadas a informação, comunicação, atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (647.650) e comércio varejista (497.625).
DADOS DE JUNHO DO CAGED – O Paraná encerrou o primeiro semestre de 2025 com 94.219 novas vagas de trabalho com carteira assinada, o que coloca o Estado como o terceiro maior gerador de empregos do Brasil no ano, até o momento. O saldo de empregos do Paraná é o resultado de 1.085.555 admissões e de 991.336 demissões. O desempenho foi o melhor da região Sul, à frente de Santa Catarina (80.381) e Rio Grande do Sul (76.368), ficando atrás apenas do saldo de São Paulo (349.904) e de Minas Gerais (149.282) no mesmo período.
Nos seis primeiros meses deste ano no Paraná, o setor de serviços foi o que mais contratou, com 50.434 novos postos de trabalho gerados. Com 21.610 vagas, a indústria teve o segundo melhor resultado, seguida pelo comércio (10.902 vagas), a construção civil (9.034) e a agropecuária (2.219).
INDICADORES DO IBGE – Esse resultado mensurado mensalmente no Caged ajuda o Paraná a alcançar bons indicadores em outras análises, entre elas a menor taxa de desemprego da história recente. O Paraná registrou o melhor 1º trimestre da série histórica na taxa de desocupação em 2024, com 4%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
É a 4º menor taxa de desempregados do Brasil no trimestre pesquisado, atrás apenas de Santa Catarina (3%), Rondônia (3,1%) e Mato Grosso (3,5%) e empatado com Espírito Santo (4%) e Mato Grosso do Sul (4%).
Até então, o melhor 1º trimestre paranaense era de 2024, com taxa de 4,8%, índice que já vinha reduzindo desde o 1º trimestre de 2021 (9,4%), durante o início da vacinação da pandemia. No ano seguinte, em 2022, o índice do 1º trimestre foi de 6,8% e, em 2023, de 5,4% no mesmo período.
O IBGE também aponta que o Paraná alcançou a maior taxa de pessoas com trabalho da série histórica da PNAD Contínua, com 6,156 milhões de pessoas ocupadas, seja como empregado, empregador, por conta própria ou trabalhador familiar auxiliar. São 20 mil pessoas ocupadas a mais em relação ao 4º trimestre de 2024, quando eram 6,136 milhões.
O Estado rompeu a barreira de mais de 6 milhões de pessoas ocupadas no 1º trimestre de 2024 e vem crescendo a cada trimestre desde então. O número de pessoas em atividade no Paraná é o 5º maior do País, atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia, todos estados mais populosos.
Crescimento percentual do estoque de empregos entre janeiro de 2020 e junho de 2025, segundo o Caged:
Paraná - de 2.694.877 para 3.313.368 - 22,9%
Minas Gerais - de 4.138.300 para 5.059.493 - 22,2%
São Paulo - de 12.305.991 para 14.667.290 - 19,1%
Rio de Janeiro - de 3.347.118 para 3.942.630 - 17,7%
Rio Grande do Sul - de 2.534.481 para 2.910.184 - 14,8%
Os dados do estoque de todos os estados pode ser consultado .
Por - AEN
O comércio paranaense teve a terceira maior receita bruta do Brasil em 2023, de acordo com os dados da Pesquisa Anual do Comércio (PAC), divulgados nesta quinta-feira (7) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Ao todo, o setor movimentou R$ 620 bilhões ao longo do ano, com crescimento de 7,5% em relação a 2022, aumento superior à média nacional, que foi de 7,3%.
O Paraná ficou atrás apenas de São Paulo (R$ 2,2 trilhões) e Minas Gerais (R$ 767 bilhões), que são os dois estados mais populosos do Brasil. Logo na sequência, atrás do Paraná, ficaram Rio Grande do Sul (R$ 499 bilhões), Santa Catarina (R$ 490 bilhões) e Rio de Janeiro (R$ 479 bilhões).
Com esta marca, a representatividade do Estado na receita bruta de revenda do País atingiu 8,1%. Na Região Sul, o Paraná lidera com folga, concentrando 38,5% de toda a movimentação comercial, enquanto o comércio do Rio Grande do Sul representou 31% da movimentação regional, e de Santa Catarina foi de 30,5%.
O comércio por atacado foi o principal motor da atividade econômica no Estado, respondendo por 55,2% da receita bruta, seguido pelo varejo (36,3%) e pelo segmento de veículos, peças e motocicletas (8,5%).
EMPREGOS – A pesquisa mostra que o setor comercial paranaense empregava, em 2023, mais de 809 mil pessoas com carteira assinada, o que representa um crescimento de 4,7% no número de trabalhadores em comparação com o ano anterior, quando 773 mil pessoas trabalhavam na área. O aumento paranaense é praticamente o dobro do crescimento registrado pelo Brasil, que foi de 2,6%. Em todo o País, 10,5 milhões de pessoas trabalham no comércio.
Em números absolutos, o Paraná é o quarto Estado com maior número de trabalhadores no comércio em todo o Brasil, atrás de São Paulo (3 milhões), Minas Gerais (1,1 milhão) e Rio de Janeiro (822 mil), e à frente de Rio Grande do Sul (728 mil), Santa Catarina (576 mil) e Bahia (500 mil).
Ao longo do ano, estes trabalhadores receberam um total de R$ 27 bilhões em salários, que é o terceiro maior volume do Brasil, atrás apenas de São Paulo (R$ 125 bilhões) e Minas Gerais (R$ 31 bilhões). Na sequência ficaram Rio Grande do Sul (R$ 25 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 25 bilhões) e Santa Catarina R$ 20 bilhões).
O comércio varejista paranaense concentrou a maior parte da mão de obra, com 554.181 postos (68,4%), seguido pelo atacado, com 169.307 (20,9%), e o comércio de veículos, peças e motocicletas, com 86.380 trabalhadores (10,7%).
EMPRESAS – A pesquisa também aponta que em 2023 o Paraná encerrou o ano com 141.581 unidades, um aumento de 2,1% em relação a 2022. É o maior número de estabelecimentos desde 2015, revertendo uma tendência de queda registrada ao longo da última década.
A maior parte das empresas do comércio local estava enquadrada no grupo varejista, que possuía 101.641 unidades, representando 71,8% do total. O comércio por atacado somou 23.508 unidades comerciais (16,6%), seguido pelo comércio de veículos, peças e motocicletas, com 16.432 empresas (11,6%).
BRASIL – O levantamento mostrou que em 2023 o Brasil contava com 1,7 milhão de unidades locais. A pesquisa também mostra uma tendência de transformação no perfil do setor, com destaque para o crescimento do comércio eletrônico – entre 2019 e 2023, o número de empresas que venderam pela internet praticamente dobrou, passando de 1,9 mil para 3,7 mil.
Realizada anualmente pelo IBGE desde 1996, a Pesquisa Anual de Comércio (PAC) é a principal fonte de estatísticas estruturais sobre o setor comercial brasileiro. Os dados completos podem ser acessados pelo SIDRA, banco de dados do IBGE.
Por - AEn
O Boletim de Conjuntura Agropecuária, publicado pelo Departamento de Economia Rural (Deral) nesta quinta-feira (07), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), tem uma análise sobre o mercado de perus. As informações têm base no Agrostat Brasil, plataforma do Ministério da Agricultura e Pecuária que acompanha o comércio exterior do setor agropecuário.
Entre os principais exportadores de peru, o Paraná teve um resultado positivo em receita no 1º semestre, com crescimento de 4%. O Paraná exportou 6.233 toneladas e arrecadou US$ 16,630 milhões, bom aumento em relação aos US$ 15,956 milhões anteriores.
Santa Catarina liderou a exportação com US$ 22,628 milhões e 9.239 toneladas. Mesmo assim, reduziu em 29,8% o volume e em 15,2% a receita em relação a igual período de 2024, quando exportou 13.164 toneladas, com faturamento de US$ 32,819 milhões. O segundo exportador foi o Rio Grande do Sul, com US$ 19,764 milhões e 8.296 toneladas, queda de 18% em volume (10.120 toneladas em 2024) e 22,3% (US$ 25,534 milhões) em receita.
No geral, as exportações brasileiras de carne de peru enfrentaram uma queda no primeiro semestre de 2025, com retração de 18,8% em volume e 20% em receita cambial. Os dados mostram que o País embarcou 24 mil toneladas do produto entre janeiro e junho, o que gerou uma receita de US$ 59,538 milhões. No mesmo período do ano anterior foram 29.571 toneladas, com a entrada de US$ 74,377 milhões.
Os principais mercados da carne de peru brasileira no primeiro semestre de 2025 foram: Chile (3.129 toneladas e US$ 10,534 milhões), África do Sul (2.734 toneladas e US$ 3,535 milhões), México (2.167 toneladas e US$ 5,738 milhões), Países Baixos (2.062 toneladas e US$ 8,944 milhões) e Guiné Equatorial (1.728 toneladas e US$ 2,823 milhões). “É notável que, apesar da retração geral, o Paraná conseguiu um resultado positivo em receita”, disse o analista do Deral, Roberto Carlos Andrade e Silva.
BOVINOS – O boletim do Deral registra ainda a expectativa que se criou de que a carne bovina estaria entre as exceções na aplicação de tarifa extra de 50% por parte do governo dos Estados Unidos, o que acabou não acontecendo no primeiro momento. A tarifa passou a valer na quarta-feira (06).
No entanto, pela demanda crescente da população norte-americana e o elevado preço da carne bovina ao consumidor naquele mercado, o segmento tem esperança que negociações amenizem a tarifa. No Brasil, o preço da arroba tem experimentado alta e no momento do fechamento do boletim se posicionava em R$ 301,00.
SUÍNOS – Em relação à suinocultura, o documento cita o porcentual de 98,88% da população suína paranaense com o rebanho atualizado na campanha organizada pela Adapar entre os meses de maio e junho. O resultado representou avanço em relação ao ano anterior, quando 98,71% tiveram os cadastros atualizados.
A espécie suína, que já tinha apresentado o melhor resultado em 2024, também liderou agora. A ela se seguem os bovinos, com 97,37% de atualizações, búfalos (95,23%), asininos (94,69%), equinos (92,33%), ovinos (92,13%) e caprinos (90,57%).
MILHO – A colheita da segunda safra de milho 2024/25 no Paraná alcançou 74% dos 2,77 milhões de hectares plantados. Se o clima continuar colaborando, a previsão é que tudo seja colhido ainda em agosto. A estimativa é de cerca de 17 milhões de toneladas neste ciclo no Estado.
A produção paranaense deve contribuir para que o País consiga alcançar as 131,9 milhões de toneladas estimadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Mato Grosso, no Centro-Oeste, que concentra a maior parte da produção, estima colher mais de 51 milhões de toneladas.
MANDIOCA – A colheita da mandioca superou metade da área de 150,1 mil hectares. A expectativa é produzir 4,2 milhões de toneladas de raiz até o final do ano. Se confirmar, o número é 15% superior às 3,7 milhões de toneladas retiradas no ano passado, configurando-se em novo recorde produtivo no Paraná.
No entanto, desde dezembro de 2024 os preços estão recuando para os produtores. A média de julho ficou em R$ 527,23 a tonelada, enquanto neste início de agosto está em patamar inferior aos R$ 500,00. Os valores já se mostram insuficientes para cobrir os custos de produção total, estimados em aproximadamente R$ 560,00 a tonelada.
BATATA – O boletim do Deral registra ainda que a segunda safra de batatas está se encaminhando para a conclusão. Dos 10,6 mil hectares cultivados, 91% já foram colhidos, representando 9,7 mil hectares. Das áreas a colher, 97% apresentam boas condições e 3% são consideradas medianas.
O preço médio mensal no varejo paranaense para a batata lisa passou de R$ 3,11 o quilo em junho para R$ 4,07 em julho, o que representa 30,9% de reajuste. No entanto, comparativamente com os preços praticados em julho de 2024, há uma baixa de 53%, pois naquele período o quilo médio custava R$ 8,67 nas gôndolas.
Por - AEN
Após a formação de uma nova frente fria no oceano, chuvas atingem o Paraná entre quinta e sexta-feira (7 e 8) e uma massa de ar polar chega ao Estado trazendo temperaturas negativas no fim de semana. De acordo com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), serão pelo menos três dias gelados em praticamente todas as regiões paranaenses, com previsão de geada nas áreas que registrarem temperaturas abaixo de 5°C e pouca ocorrência de vento.
Esta quinta-feira amanheceu com maior concentração de nuvens baixas e também nevoeiros do Centro ao Leste do Estado. Há potencial para pancadas de chuva de fraca intensidade na faixa Leste. A menor temperatura foi em Jaguariaíva, que registrou 6,1°C. A maior temperatura mínima no amanhecer foi de 15,8°C em Paranaguá.
Ainda durante a manhã o sol volta a aparecer nos Campos Gerais e na Região Metropolitana de Curitiba. Durante a tarde, as temperaturas se elevam e no Noroeste e Norte do Paraná, próximo a cidades como Paranavaí, Loanda e Paraíso do Norte, as temperaturas máximas ficarão ao redor dos 28°C.
Ainda na tarde desta quinta-feira (7) podem ocorrer pancadas de chuva muito isoladas em todas as regiões paranaenses, com maior intensidade e possibilidade de temporais localizados acompanhados de trovoadas no Oeste, Sudoeste e Centro-Sul.
“O cenário composto pela atuação de um sistema de baixa pressão no Litoral do Rio Grande do Sul e a formação de uma nova frente fria sobre o oceano favorecerá o desenvolvimento das instabilidades nessas regiões paranaenses. Em outras áreas do Estado, a chuva ocorrerá de forma mais isolada, com maior intensidade na divisa com Santa Catarina”, detalha Leonardo Furlan, meteorologista do Simepar.
Na sexta-feira (08), as instabilidades se espalharão por outras regiões, com maior intensidade no Sudeste, nos Campos Gerais e na faixa Leste. Nestas regiões, especialmente na divisa com São Paulo e na faixa litorânea, são esperados temporais localizados, com trovoadas, entre a tarde e a noite.
MASSA DE AR POLAR – Com o fim da chuva, virá o frio. “Na retaguarda da frente fria, teremos o avanço de uma nova massa de ar polar, que provocará uma queda acentuada nas temperaturas em todo o Paraná. As temperaturas mínimas serão registradas durante a noite de sexta-feira, fenômeno conhecido como inversão térmica, principalmente nas regiões Oeste, Sudoeste e Centro-Sul, e até mesmo em áreas do Noroeste. As temperaturas mínimas ocorrerão à noite, e não pela manhã, como é registrado normalmente”, ressalta Furlan.
FIM DE SEMANA – O amanhecer de sábado (9) será muito frio, com temperaturas negativas no Centro-Sul, Sudeste e em alguns municípios do Sudoeste e dos Campos Gerais. Em localidades como Palmas e General Carneiro, as temperaturas poderão atingir -2°C. Nestas regiões há possibilidade de geada moderada, que poderá ser forte em áreas de baixada e vales, onde a proteção contra o vento favorece ainda mais o fenômeno.
“Essa massa de ar polar avança rapidamente pelo sul do Brasil, resultando em um amanhecer gelado em todas as regiões do Paraná, diferente do que vem ocorrendo durante os últimos invernos, com frentes frias afetando mais intensamente a metade sul”, afirma Furlan.
Em cidades da região metropolitana de Curitiba, como por exemplo a Lapa, as temperaturas ficarão próximas de 0°C no amanhecer de sábado. Em diversas regiões paranaenses, as temperaturas mínimas ficarão abaixo de 5°C, incluindo áreas do Noroeste, como Umuarama e Cianorte, e do Norte Pioneiro, como Londrina. As máximas também vão cair. Em Maringá, por exemplo, que tem previsão de máxima de 27°C nesta quinta (7), deve fazer apenas 18°C da tarde de sábado (8).
No domingo (10), o amanhecer permanecerá frio, com temperaturas negativas no Centro-Sul, Sudeste e em alguns pontos dos Campos Gerais. As temperaturas poderão variar entre -2°C no Centro-Sul e Extremo Sul, e 0°C no Sudeste e nos Campos Gerais. Na Região Metropolitana de Curitiba, as temperaturas também podem ficar próximas de 0°C. No Norte Pioneiro, a temperatura poderá ser ainda mais baixa do que a de sábado (09).
PRÓXIMA SEMANA – Na segunda-feira (11), as temperaturas mínimas permanecerão abaixo de 10°C em grande parte do Paraná, com possibilidade de geada restrita ao Sudoeste e Centro-Sul. “Isso ocorre porque a circulação marítima transportará umidade para o continente na faixa Leste e nos Campos Gerais, dificultando a queda acentuada da temperatura e a formação de geada nessas áreas, onde as mínimas ficarão em torno de 7°C a 8°C”, explica Furlan.
No Interior, o frio perderá força, e a massa de ar polar começará a se afastar, resultando em temperaturas mais elevadas.
Por - AEN
O Paraná apresentou uma queda expressiva nos indicadores da dengue neste ano. Um levantamento da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) aponta que entre janeiro e julho de 2025 o número de casos confirmados da doença caiu 85,72% em relação ao mesmo período do ano passado, passando de 613.371 em 2024 para 87.598 neste ano.
A redução também foi observada nos óbitos, que passaram de 729 em 2024 para 129 em 2025, numa queda de 82,30%. Já o número de notificações da doença teve redução de 72,13%, caindo de 910.855 para 253.889.
Assim como no ano passado, os sorotipos circulantes da doença no Paraná são o DENV-1, 2 e 3. Os dados podem ser analisados nos boletins divulgados pela Secretaria da Saúde neste site. Atualmente, a divulgação do boletim é realizada quinzenalmente.
“A expressiva redução de casos e óbitos por dengue é resultado de um trabalho intenso que vem sendo realizado em parceria com os municípios. Estamos investindo em tecnologias mais eficazes para o monitoramento e controle do vetor, capacitando nossas equipes e fortalecendo a atuação na atenção básica e na vigilância em saúde”, disse o secretário estadual da Saúde, Beto Preto.
OVITRAMPAS – Alguns municípios já utilizavam as armadilhas ovitrampas como método de monitoramento do Aedes aegypti, e este ano, após a implementação da estratégia como política pelo Ministério da Saúde, o Paraná reforçou a ação. As ovitrampas funcionam como um criadouro para que a fêmea do mosquito deposite seus ovos.
Após a instalação dessas armadilhas, os municípios vistoriam essas unidades periodicamente, contando e identificando laboratorialmente a quantidade de ovos encontrados em cada ovitrampa. Esse dado representa a densidade do vetor nas áreas urbanas e permite que as ações de combate sejam direcionadas com maior precisão.
Atualmente, 170 municípios já iniciaram a implantação de armadilhas ovitrampas, representando 43% do território estadual. A nova metodologia tem permitido uma análise mais frequente da infestação e o redirecionamento das equipes para áreas com maior densidade do vetor.
A Sesa também oferece apoio técnico aos municípios para implantação de tecnologias como a borrifação residual intradomiciliar e o método Wolbachia, que já resultou na liberação de mais de 94 milhões de mosquitos em Londrina e Foz do Iguaçu. O método consiste na liberação de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, que quando presente no mosquito impede o desenvolvimento dos vírus da Dengue, Chikungunya e Zika Vírus, reduzindo a transmissão dessas doenças.
CAPACITAÇÃO – Outra estratégia são as capacitações contínuas promovidas pela Coordenação de Vigilância Ambiental da Sesa para o fortalecimento das ações de saúde. As Oficinas Macrorregionais sobre as novas diretrizes nacionais para o controle das arboviroses têm qualificado profissionais de todos os municípios, incluindo coordenadores, supervisores e agentes de combate a endemias.
Também estão em andamento treinamentos sobre manejo clínico em todo o Estado, além de ações voltadas à vigilância epidemiológica e à atenção primária, previstas para o segundo semestre.
WOLBITOS – O Paraná também ganhou recentemente a maior biofábrica do mundo de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, os chamados Wolbitos, no Parque Tecnológico da Saúde do Governo do Paraná, em Curitiba. Ela vai ampliar a produção em larga escala de mosquitos utilizados no controle biológico do vetor transmissor da Dengue, Chikungunya e Zika Vírus.
Desenvolvido e aplicado no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o método Wolbachia é uma estratégia para o controle de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Desde 2024, a técnica faz parte das estratégias nacionais de combate às arboviroses do Ministério da Saúde.
A implantação da unidade, com capacidade estimada de até 100 milhões de ovos de mosquitos por semana, foi viabilizada com uma parceria com o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), e priorizará municípios com alto risco de transmissão de arboviroses. Com mais de 3,5 mil metros quadrados de área construída, equipamentos de ponta para automação e criação dos mosquitos com a bactéria Wolbachia, e uma equipe com cerca de 70 funcionários, a nova fábrica da Wolbito do Brasil supre a crescente demanda nacional pelo Método Wolbachia.
PLANO DE AÇÃO E CONTINGÊNCIA – Paralelamente, o Estado está revisando seu Plano de Ação e Contingência e orienta que os municípios atualizem seus respectivos planos locais para que estejam preparados para o enfrentamento de possíveis surtos ou epidemias por dengue ou outra arbovirose. Os planos devem contemplar os cinco eixos do Programa Nacional de Controle de Dengue: controle vetorial, vigilância epidemiológica, atenção à saúde, gestão e comunicação.
Desde 2021, o Paraná realiza o repasse de incentivo financeiro aos 399 municípios como parte do Programa Estadual de Fortalecimento da Vigilância em Saúde (Provigia). O programa já destinou mais de R$ 227 milhões para reforçar as ações da Vigilância em Saúde no SUS, incluindo o enfrentamento das arboviroses.
Por - AEN





























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