Pesquisadores do Centro de Referência em Toxoplasmose Humana e Animal da Universidade Estadual de Londrina (UEL) desenvolveram a primeira vacina contra toxoplasmose suína no mundo baseada em proteínas recombinantes, uma técnica revolucionária no campo da imunização, porque é mais eficaz e traz menos riscos.
A vacina é, de acordo com o professor João Luís Garcia (Departamento de Medicina Veterinária Preventiva/CCA), resultado de um longo processo de pesquisa e avanços graduais no conhecimento em todo o mundo. A vacina de DNA contra toxoplasmose suína da UEL está sendo testada em camundongos e a fase seguinte será a final, com o teste já em suínos.
A toxoplasmose é uma doença causada pelo protozoário Toxoplasma gondii e atinge várias espécies de animais, como aves e mamíferos (gatos, porcos, ovelhas, cabritos e cavalos), que podem servir de vetores (hospedeiros temporários) e transmitir ao ser humano.
“A consequência mais grave, tanto para os animais quanto para o ser humano doente, é o aborto. No caso do ser humano, a toxoplasmose pode deixar ainda uma série de sequelas no nascimento, como surdez, hidrocefalia e deficiência mental”, explica.
O Toxoplasma gondii foi isolado pela primeira vez em 1908, praticamente ao mesmo tempo por pesquisadores franceses na Tunísia e brasileiros, em São Paulo. Quando a pesquisa do professor João Luís começou, lá no início dos anos 80, ainda era sobre os quadros epidemiológicos da doença.
Na época, cerca de 4 em cada 10 porcos no Brasil estavam contaminados com os oocistos (ovos) da toxoplasmose e, como não havia vacina, investia-se na educação e outras formas de prevenção. Dicas sobre como cozinhar bem a carne antes de consumi-la foram bem popularizadas e valem até hoje.
Atualmente apenas 4 em cada 100 porcos carregam algum tipo de contaminação. Porém, considerando que um único indivíduo pode portar milhões de oocistos ao longo da vida, ainda há razão para alerta, afinal a carne suína é a mais consumida no mundo, e dados da Fundação Osvaldo Cruz afirmam que cerca de um terço da população mundial é acometida pela doença.
O Centro da UEL conta com sete docentes pesquisadores e mais de 20 estudantes de pós-graduação. Só o professor João Luís tem nove orientandos. Ele também destaca a colaboração do Laboratório de Parasitologia e Doenças Parasitárias, do mesmo Departamento.
PERCURSO ACADÊMICO – João Luís se graduou e fez seu Mestrado na UEL, Doutorado na Universidade de São Paulo (USP) e dois Pós-Doutorados, um na Unesp e outro na Escócia. Sua trajetória de pesquisa coincide com o avanço do conhecimento da área de imunização.
VACINAS – As primeiras vacinas desse campo eram chamadas de “vacinas vivas”, porque possuíam microrganismos vivos capazes de infectar. Eram chamadas de “atenuadas”, com a presença do microrganismo, mas incapaz de gerar a doença, apenas “provocar” a resposta imunológica.
Em 1999, a primeira de muitas publicações no periódico internacional Veterinary Parasitology iniciou uma série de avanços na investigação do pesquisador. Já havia sido criada e testada a toxovax, uma vacina contra a toxoplasmose ovina e caprina.
Conforme as pesquisas avançavam e eram publicadas, foi possível perceber os melhoramentos. De vacinas vivas, passaram a ser desenvolvidas vacinas baseadas em proteínas. Primeiro, apenas uma selecionada. Depois, as “proteínas recombinantes”, como a desenvolvida na UEL.
Em 2008 o Reino Unido estimulou novos estudos para uma vacina que não fosse de aplicação nasal. Em 2012, foi publicada uma pesquisa sobre uma vacina de aplicação retal em gatos. Em 2017, outra vacina para gatos, já com proteínas recombinantes. Houve também estudos com vacinas virais, sem o mesmo sucesso.
Agora, a pesquisa avança sobre o novo tipo de vacina: de DNA, com material genético. Essa é a da UEL. Ela é administrada pela pele, não usa agulhas e necessita de três doses, com intervalos de 4 semanas entre cada uma.
Por - AEN
Postos de combustíveis e comércio varejista de gás de cozinha do Estado já podem realizar seu cadastro na carteira digital oficial do Paraná Pay, que é fornecida pelo Banco Senff.
Nesta quinta-feira (20) entrou em vigor a alteração na regulamentação do programa vinculado ao Nota Paraná que possibilita a utilização do valor sorteado no programa para outros estabelecimentos além do setor turístico.
Para isso, a Secretaria de Estado da Fazenda comunica que será necessária a realização de credenciamento dessas empresas junto ao Senff. A medida beneficiará todos os consumidores cadastrados no Nota Paraná e ainda fomentará a atividade econômica (atacado, varejo) de empresas de postos de combustíveis e comércios varejistas de gás liquefeito de petróleo (GLP), mais conhecido gás de cozinha, bem como o turismo regional dentro do Estado, incentivando o consumo em milhares de estabelecimentos paranaenses.
Com a carteira digital do Paraná Pay/Banco Senff, a partir de fevereiro todos os cidadãos cadastrados no Nota Paraná poderão utilizar os créditos para pagar as compras nos estabelecimentos credenciados, via QR Code.
“Precisamos cada vez mais incentivar os consumidores e fomentar a economia paranaense. Então a partir de agora se o cidadão for sorteado no Paraná Pay com R$ 100, ele poderá, além do setor turístico, gastar com abastecimento e compra de gás de cozinha”, esclareceu o secretário da Fazenda, Renê Garcia Junior.
Já são mais de 1,7 milhão de consumidores cadastrados concorrendo todos os meses a 8 mil prêmios de R$ 100, totalizando R$ 800 mil. O contribuinte continua concorrendo normalmente nos sorteios do Nota Paraná, e pode até mesmo ser premiado em ambos os sorteios.
Segundo a coordenadora do Nota Paraná, Marta Gambini, a gasolina e o gás de cozinha são produtos de primeira necessidade para muitas famílias e tiveram aumentos expressivos nos últimos meses. "Nada mais justo que usar os créditos do Paraná Pay para que pesem menos no orçamento doméstico", disse.
CADASTRO DAS EMPRESAS – O Banco Senff é a instituição credenciada para operar com a carteira digital do Paraná Pay e os estabelecimentos e devem fazer o cadastro no site da instituição para poder receber pagamentos oriundos do programa.
COMO CONCORRER – Para participar do sorteio o consumidor deve estar cadastrado no Nota Paraná e ter manifestado concordância com os termos de uso dos créditos e prêmios do Paraná Pay. Para aderir, basta acessar o perfil de usuário no site ou no aplicativo e concordar com a participação nos sorteios.
Em seguida, basta abrir sua Carteira Digital Paraná Pay/Senff e transferir seus créditos para poder utilizar.
Por - AEN
O Governo do Estado já entregou aos 399 municípios as 90 mil unidades do Cartão Comida Boa, programa de transferência de renda que destina R$ 80,00 mensais para a compra de itens de necessidade básica a famílias paranaenses em situação de vulnerabilidade social.
Agora, a Secretaria de Estado da Justiça, Família e Trabalho orienta os beneficiários que, por algum motivo, ainda não utilizaram o seu cartão.
Levantamento da pasta mostra que cerca de 28 mil cartões ainda não foram desbloqueados. Como o desbloqueio é feito automaticamente após a entrega, isso significa que eles não foram retirados nos Centros de Referência em Assistência Social (Cras) dos municípios por mudança de domicílio das famílias, falta de conhecimento sobre o programa ou porque o beneficiário pode estar acamado ou institucionalizado, além de outras questões.
Os cartões começaram a ser entregues em 15 dezembro, com R$ 80,00 já disponíveis para as compras. Uma nova recarga do benefício deve ser feita na próxima terça-feira (25).
“Como é o primeiro mês de pagamento, essa demora para a retirada era esperada. Estamos orientando os usuários e os municípios sobre a importância de manter atualizado o Cadastro Único, que é utilizado como base para o benefício”, explica Bruna Samek, assessora técnica do Departamento de Assistência Social da secretaria.
“Um número expressivo de usuários do Cadastro Único mudou de município e não atualizou seu domicílio. Eles entraram em contato conosco e já solicitamos uma segunda via que está sendo enviada para a cidade correta”, ressalta. “Muitas famílias vão receber agora a segunda via com as duas parcelas, outras pessoas foram atrás de procuração ou atualizaram o nome do beneficiário para que alguém da família possa receber”.
DÚVIDAS – Se alguém tem dúvida se tem ou não direito ao Cartão Comida Boa, pode acessar o site www.justica.pr.gov.br/comidaboa e inserir seu CPF para consultar se está habilitado para receber o benefício. Caso esteja, é só retirar o cartão no Cras mais próximo de sua casa. Esses locais também podem orientar pessoalmente os beneficiários. Em alguns municípios, também está sendo a busca ativa das famílias.
Pelo site, é possível ainda desbloquear o cartão, caso o usuário ainda não tenha feito isso. Basta clicar no link disponível na página e preencher os campos com o número do CPF e do cartão que recebeu.
O benefício é voltado a famílias em situação de pobreza (renda familiar mensal, per capita, entre R$ 100 e R$ 200) ou extrema pobreza (renda familiar mensal, per capita, de até R$ 100), que não são atendidas pelo Auxílio Brasil, do governo federal. “O Cartão Comida Boa é um programa criado pelo Governo do Paraná durante a pandemia da Covid-19 e tornado permanente, através de lei estadual, com objetivo de garantir socorro alimentar às pessoas em situação de extrema vulnerabilidade social”, afirma o secretário Ney Leprevost, de Justiça, Família e Trabalho.
Além disso, também é importante se inscrever ou atualizar os dados no Cadastro Único para Programas Sociais, do governo federal (confira AQUI). Além do Comida Boa, ele dá acesso a vários programas sociais dos governos federal, estadual e municipais.
No Paraná, por exemplo, é possível participar dos programas Energia Solidária e Água Solidária, que dá descontos nas tarifas de luz e água, respectivamente.
COMPRAS – As famílias que já estão com seu cartão em mãos estão ajudando a movimentar os comércio locais. Até o momento, foram gastos cerca de R$ 4,5 milhões em compras de alimentos, produtos de higiene e limpeza e outros itens de necessidade básica. As compras podem ser feitas em qualquer estabelecimento comercial cadastrado no programa.
Podem participar estabelecimentos de qualquer porte, como pequenos comércios locais, mercearias e mercados. Os próprios usuários podem indicar os estabelecimentos próximos à sua casa, através do site da empresa Greencard, que administra o cartão do programa; pelo WhatsApp (51) 99796-5759; pelo telefone (51) 3226-8999 ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Por - AEN
A estiagem e alagamentos exigiram atenção redobrada da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil neste início de ano.
As primeiras semanas foram marcadas por intensa atividade em apoio aos municípios para atendimento a emergências e também de busca de recursos para ações. Além disso, a entidade atuou também em capacitações de coordenadores municipais, reforçando as ações do Verão Paraná - Viva a Vida 2021/2022.
O período de estiagem prolongada e a falta de água em algumas regiões levaram alguns municípios a registrar ocorrências e laudos relatando os efeitos sobre a população. Foi necessária uma ação combinada entre governo estadual e municípios para auxiliar o processo de atendimento aos paranaenses.
O Governo do Estado decretou situação de emergência em virtude da situação. O Decreto 10.002/2021 inclui 69 municípios castigados pela seca e outros 48 municípios também estão em processo para a decretação de situação de emergência.
Levantamento feito pela Defesa Civil, com base nas informações enviadas pelos municípios, aponta que 229 mil pessoas estão sendo afetadas pela situação em todo o Estado, com prejuízos bilionários na agricultura, pecuária e no abastecimento de água potável. Com o Decreto de Situação de Emergência, será possível agilizar a transferência de recursos.
Segundo informações do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, a perda prevista decorrente da prolongada situação de estiagem chega a R$ 25 bilhões.
INCÊNDIO FLORESTAL – Um exemplo de dano colateral da estiagem prolongada aconteceu em Quedas do Iguaçu, onde uma grande área de proteção ambiental foi afetada por um incêndio florestal de grandes proporções.
O incêndio que se propagava desde o final de dezembro foi combatido pelo Corpo de Bombeiros e pela Brigada Comunitária de Quedas do Iguaçu, e teve o acompanhamento da Defesa Civil Estadual, que apoiou na articulação das ações de resposta, assim como na parte documental do incidente.
O coordenador Estadual da Defesa Civil, coronel Fernando Raimundo Schunig, e o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Manoel Vasco de Figueiredo Junior, estiveram na região para acompanhar as ações de resposta.
Ao todo, o incêndio chegou a atingir 3.160 hectares de mata, 52 hectares de área de reflorestamento e 20 hectares de plantações. Várias espécies animais e vegetais foram afetadas. Quatro residências também foram queimadas.
ALAGAMENTOS – No outro extremo, no dia 6 de janeiro fortes chuvas atingiram o Litoral, somando mais de 100 milímetros em alguns pontos. Elas ocasionaram diversos alagamentos em Matinhos. Imóveis e veículos foram danificados por causa do acúmulo de água.
As equipes da Defesa Civil Estadual mobilizadas no Litoral auxiliaram nas ações de resposta e gestão do incidente, orientando a defesa civil municipal sobre as ações e procedimentos a serem realizados. Ao menos oito pessoas ficaram desabrigadas ou desalojadas por causa dos alagamentos.
Nesta quarta-feira (19), a Defesa Civil Estadual fez a entrega de materiais de ajuda humanitária que auxiliaram as pessoas afetadas a se recomporem dos efeitos das chuvas em Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba.
Na tarde de segunda, o município foi afetado por chuvas torrenciais que causaram enxurradas em diversos bairros. A contabilização da Defesa Civil aponta 500 pessoas impactadas e 200 residências danificadas. Nove pessoas ficaram desabrigadas e outras 100 desalojadas.
Os problemas no município foram acompanhados desde a noite de segunda, quando os relatos sobre os problemas foram repassados à Defesa Civil Estadual. Uma equipe foi enviada para acompanhar os procedimentos de atendimento e as documentações relativas à emergência, de maneira a dar celeridade ao processo de ajuda pelo Estado.
PREVENÇÃO E CAPACITAÇÃO – Além das ações de reposta aos desastres no período, há equipes de técnicos da Defesa Civil Estadual que estão mobilizadas em ações do Verão Paraná para promover ações de capacitação, atualização e orientação às defesas civis municipais e população durante o período, especialmente em localidades que recebem turistas nesta época.
Ações como atualização do Plano de Contingência, capacitação de gestão de desastres, verificação de áreas de risco e orientações para a realização de planejamento e projetos foram feitos com as defesas civis dos municípios do Litoral e serão também realizadas, também, na Costa Oeste e região Noroeste do Estado.
Ainda foram desenvolvidas algumas atividades voltadas diretamente à população, como a apresentação da estrutura da Defesa Civil disponível para auxiliar na gestão de emergências. Uma delas é o Posto de Comando Móvel, que pode ser deslocado para os locais afetados e servir como ponto base para o monitoramento e gerenciamento da ocorrência diretamente na localidade.
Por - AEN
O Paraná se manteve como o principal produtor nacional de mel, com 7.844 toneladas produzidas pela espécie Apis mellifera em 2020, o que representa 15,2% de toda produção nacional.
A atividade é importante na geração de emprego e renda, na diversificação da propriedade rural e nos benefícios sociais, econômicos e ecológicos que proporciona.
Esse é um dos assuntos do Boletim Semanal de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 14 a 20 de janeiro O documento é preparado pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.
A apicultura caracteriza-se pela exploração econômica e racional da abelha do gênero Apis e espécie Apis mellifera, que possui ferrão. A atividade é realizada em todo o território brasileiro. De acordo com a Pesquisa Pecuária Municipal (PPM), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2020 elas produziram 51.508 toneladas de mel, volume 12,5% maior que no ano anterior, resultando em R$ 621,447 milhões em Valor Bruto de Produção (VBP).
A pesquisa aponta que o Paraná teve aumento de 8,9% sobre a safra de 2019, fechando 2020 com 7.844 toneladas e deixando novamente em segundo lugar o Rio Grande do Sul, que tradicionalmente liderava o setor. Em 2020, o Estado gaúcho atingiu 7.467 toneladas, com Valor Bruto de Produção de R$ 97,043 milhões. No Paraná, o VBP foi de R$ 98,619 milhões, aumento de 15,9% em relação a 2019.
O município de Arapoti é o principal produtor estadual e nacional, com 810 toneladas produzidas em 2020, o que rendeu VBP de R$ 8,6 milhões. No Paraná, é seguido por Ortigueira, com 720 toneladas; e Prudentópolis, com 440 toneladas.
CEASA E MANDIOCA – O boletim do Deral registra dados preliminares da Ceasa/PR mostrando que, em 2021, nas cinco unidades do Estado, foram comercializadas 1,3 milhão de toneladas de 200 itens diversos, com participação de 99,1% de produtos nacionais. O montante financeiro alcançou R$ 3,7 bilhões, com preço médio de R$ 2,82 por quilo.
Para os produtores de mandioca, as condições climáticas dos últimos dias, com chuvas mais constantes, favoreceram sobretudo a colheita nas regiões de Paranavaí, Umuarama e Toledo, que respondem por 70% da produção estadual. As indústrias de fécula e de farinha também estão retomando o trabalho após o recesso de final de ano.
SOJA, MILHO E TRIGO – A soja avançou dois pontos percentuais na colheita em relação à semana passada, totalizando 4% dos 5,6 milhões de hectares estimados. No campo, 67% da área a colher estão em condições medianas ou ruins, enquanto 33% são consideradas boas e podem atingir o potencial produtivo esperado.
No caso do milho, a colheita da primeira safra segue bastante lenta no Paraná, com previsão de acelerar a partir da primeira semana de fevereiro. A segunda safra está sendo plantada e atingiu nesta semana 2% da área estimada de 2,56 milhões de hectares.
O documento informa, ainda, que a inflação oficial, medida pelo IPCA, ficou em 10,1% em 2021. Já os produtos à base de trigo pesquisados tiveram 8,4% de variação no preço, percentual muito próximo do registrado pelo item alimentação no domicílio, que ficou em 8,2%.
AVICULTURA CORTE E POSTURA – Na avicultura de corte, o registro é para as exportações de carne de frango, que cresceram 9% em 2021, com o embarque de 4,23 milhões de toneladas. Em receita, a alta foi de 25,7%, chegando a US$ 7,66 bilhões.
A produção nacional de ovos estabilizou-se em 2,971 bilhões de dúzias nos nove primeiros meses de 2021, praticamente o mesmo do ano anterior. O Paraná foi o segundo maior produtor nesse período, com 268,223 milhões de dúzias. A liderança é de São Paulo, com 825,423 milhões de dúzias.
Por - AEN
Em 2020, em meio ao isolamento social, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registrou 1.350 casos de feminicídio – mulheres que foram assassinadas por sua condição de gênero, ou seja, morreram por serem mulheres.
Esse crime, que tem o ódio como a motivação, representa 35,5% dos homicídios dolosos de mulheres no país, no período. Os números mostram a inegável necessidade de ações efetivas de combate e prevenção à violência contra a mulher.
Na Unicentro, esse trabalho é realizado, desde 2018, pelos Núcleos Maria da Penha, que oferecem atendimento jurídico e psicológico gratuito a mulheres vítimas de violência doméstica. Desde sua implantação, o projeto foi responsável, somente na unidade de Guarapuava, pelo ajuizamento de 231 ações, 432 atendimentos psicológicos e mais de 4.800 atendimentos telefônicos.
Em Irati, desde o início do programa, já foram realizados 1.836 atendimentos com o acompanhamento de 235 mulheres. Em 2021, até o início de novembro, o programa auxiliou, jurídica e psicologicamente, 73 mulheres.
“O Numape atende gratuitamente mulheres e seus filhos que estejam em situação de violência doméstica, oferecendo apoio jurídico através de seus advogados, ajuizando ações de reconhecimento e dissolução de união estável, divórcio, guarda, alimentícia, partilha de bens, entre outras. E também o atendimento psicológico, com um espaço de fala e escuta, no qual é possível acolher e orientar essas mulheres para que elas consigam sair do ciclo de violência”, detalha a professora Marion Stremel, uma das coordenadoras do Numape Unicentro Guarapuava.
O trabalho integra a Rede de Enfrentamento a Violência contra a Mulher e tem como parceiros, por exemplo, o Centro de Referência no Atendimento à Mulher (Cram) e a Secretaria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres. São eles que encaminham parte das vítimas ao Numape.
Uma dessas mulheres, que tem a identidade preservada, conta que viveu um relacionamento abusivo por 11 anos. Para ela, o apoio psicológico encontrado no Numape foi fundamental no processo de rompimento do ciclo da violência.
“Durante todo esse tempo, houve muitas traições, que eu achava que eram coisas da minha cabeça. Ele me chamava de maluca. Diante de tudo, eu achava que ia melhorar, que ia passar e ficar tudo bem. Mas não ficou”, conta.
Quando o filho completou um ano, ela pediu a separação e conta que foi muito difícil. “Ele não queria sair de casa, mas eu fiz com que ele saísse, porque a gente morava com os meus pais e, a partir daí, eu fui tentando me recuperar", completa.
Hoje, ela ressalta o alívio em perceber que não está sozinha no processo de recuperação e incentiva outras mulheres a buscarem ajuda. “Eu acho que todas as mulheres que passam por qualquer tipo de violência, seja física ou psicológica, não podem ter medo e nem vergonha de procurar um atendimento, porque a vida da gente vale muito mais. Demora, não é um processo fácil, é um processo muito lento, muito demorado, mas vale muito a pena porque a gente passa a ter uma vida muito melhor depois disso”, afirma.
DIREITOS NEGADOS – Coordenadora da área de psicologia do Numape Unicentro Guarapuava, a professora Carla Blum Vestena explica que casos como esse se dão pela perda de liberdade da mulher, que tem seus direitos negados pelo companheiro.
“Muitas vezes, elas perdem a liberdade de ir e vir, ficam em situação de ameaça pelos cônjuges, têm suas vidas ameaçada. Outras se colocam em uma situação de proteção dos filhos, pois alguns cônjuges se mostram violentos contra as crianças. Então, em relação a toda essa perda de liberdade que a mulher tem até em casa, muitas vezes ela tem que abandonar sua casa e ir para outro lugar para se sentir mais segura. O Núcleo Maria da Penha pode auxiliar essa pessoa que está passando por esse sofrimento dando o apoio jurídico e psicológico”, afirma.
IRATI – As mesmas premissas de acolhimento e apoio à mulher vítima de violência doméstica são seguidas pelo Núcleo Maria da Penha Unicentro Irati. “O projeto atua em parceria com toda a Rede de Proteção à Mulher aqui de Irati. Na cidade não contamos com uma delegacia especializada, com um centro de referência para mulheres e nem com uma secretaria da mulher”, explica a coordenadora do Numape Unicentro Irati, professora Katia dos Santos.
Segundo ela, o Numape se articula com o serviços de assistência social, como o Creas (Centro de Referência Especializado em Assistência Social) e o Cras (Centro de Referência em Assistência Social), que são órgãos que atendem às mulheres e fazem encaminhamentos. “Também temos uma parceria bem interessante com a Patrulha Maria da Penha, que foi recentemente implantada em Irati e que começou a funcionar, efetivamente, no final de 2019”, destaca
Outro aspecto relacionado à atuação do Núcleo Maria da Penha salientado pela docente é a formação dos profissionais, a partir da participação, como bolsistas, de estudantes e recém-formados. “O Numape é o único órgão especializado que temos em Irati. Mas, principalmente, a gente pode falar da importância do projeto na formação das bolsistas. Elas têm uma experiência muito importante, saem bastante preparadas. A gente trabalha com supervisões semanais, discussões de casos, grupos de estudo. Então, elas têm o início da atuação profissional bastante assistido pelas orientadoras das duas áreas – psicologia e direito”, complementa a professora.
Uma dessas bolsistas é a Mônica Karpinski. Ela participou do projeto ainda como graduanda e, agora, como recém-formada, segue integrando a equipe do Numape Unicentro Irati.
“Além dos atendimentos psicológicos supervisionados, essa experiência me proporcionou participar de reuniões de equipe multidisciplinar, dentro do próprio projeto, mas também reuniões com a rede intersetorial de dentro e até fora do município, ações em escolas”, conta. “Além disso, há a produção científica dentro do projeto de extensão, com produção e divulgação de pesquisas que a gente produz a partir da nossa prática cotidiana. Isso é muito interessante também, essa oportunidade de fazer uma pesquisa vinculada diretamente a um projeto de extensão”.
Fabíola Bahls também é bolsista do Numape, mas na área do Direito. Cursando o oitavo período do curso, ela avalia que a participação nas ações do projeto evidencia o quanto uma formação profissional que valoriza o olhar humanizado é importante. “Participar do Numape é muito importante, por conta do aspecto social que ele tem. Afinal, mais do que o acompanhamento dessa mulher que foi violentada, ele possibilita que o ciclo da violência se quebre, se rompa”, afirma.
Por - AEN








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