Abril teve chuvas irregulares e temperaturas máximas abaixo da média histórica

Três cidades tiveram as temperaturas médias mais baixas da série histórica, iniciada em 2018. Os valores baixaram devido a queda das temperaturas máximas em praticamente todas as regiões paranaenses.

Como já era esperado durante o outono, abril teve chuvas irregulares no Paraná. As temperaturas mínimas, geralmente registradas ao amanhecer, ficaram dentro do esperado para o mês. As máximas, entretanto, que ocorrem por volta das 14h ou 15h, tiveram declínio significativo em praticamente todas as regiões paranaenses, o que também impactou nas temperaturas médias.

Três cidades atingiram as temperaturas médias mais baixas da série histórica para abril: Altônia, Laranjeiras do Sul e Loanda. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (01), pelo Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).

Com relação às temperaturas mínimas, praticamente todo o estado abril seguiu a média histórica. Apenas o Norte dos Campos Gerais, próximo a Telêmaco Borba, ficou cerca de 1,6°C acima do que historicamente é registrado no mês. Foz do Iguaçu e Cascavel ficaram 1,5°C e 1,2°C abaixo da média histórica de temperaturas mínimas para o mês, respectivamente.

Ao contrário das mínimas, o Paraná registrou temperaturas máximas abaixo da média histórica em praticamente todas as regiões, com destaque para a região de Maringá, que teve um declínio de 3,3°C nas temperaturas máximas em abril de 2025 em comparação à média histórica. Todo o Noroeste do Paraná teve temperaturas máximas entre 2°C a 3°C abaixo da média para o mês, assim como as regiões de Guaraqueçaba e Guarapuava.

Já sobre as temperaturas médias, em quase todo o estado abril seguiu a média histórica. Apenas nas regiões próximas a Cascavel e Maringá a temperatura média ficou um grau acima do que historicamente é registrado no mês de abril. Três cidades tiveram a temperatura média mais baixa da série histórica iniciada em 2018: Altônia: 22,2°C, Laranjeiras do Sul: 18,6°C, e Loanda: 23°C.

“O declínio das temperaturas máximas em todo o estado, principalmente na região Noroeste do estado, impactou diretamente a temperatura média destas cidades”, explica Paulo Barbieri, meteorologista do Simepar.

CHUVA - Na metade Norte do Paraná as chuvas seguiram a média prevista para o mês de abril. Em Umuarama choveu 68 mm a mais do que o previsto, que era de 56 mm para o mês. Em Cianorte eram previstos 74,9 mm e choveu 124 mm.

Já na metade Sul do estado, as chuvas foram mais irregulares e algumas cidades tiveram pouca precipitação, como Cascavel, Foz do Iguaçu e Guaratuba, no Litoral. Para Cascavel, eram esperados 139 mm e choveu apenas 49,2 mm em abril de 2025. Para Foz do Iguaçu, eram esperados 151 mm e choveu apenas 48,6 mm em abril de 2025. Para Guaratuba, eram esperados 205 mm, mas choveu apenas 126 mm em abril de 2025.

Outras cidades da metade Sul, como Palmas, por exemplo, tiveram chuva ligeiramente acima da média: o esperado era de 152 mm e choveu 173,8 mm. A capital paranaense registrou chuva ligeiramente abaixo do esperado para o mês: a média de abril é de 84 mm e choveu em Curitiba 68,8 mm.

“Foram chuvas irregulares típicas da estação, os acumulados de chuva seguiram a média histórica”, ressalta Barbieri.

 

 

 

 

 

 

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 Capacitação reforça e integra atuação de 31 Procons municipais

A Secretaria da Justiça e Cidadania (Seju), por meio da Coordenação Estadual de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor (Procon-PR), promoveu, entre segunda (28) e quarta-feira (30), capacitação e atualização voltadas aos servidores de Procons municipais.

A iniciativa contou com a participação da Escola Nacional de Defesa do Consumidor (ENDC), órgão ligado à Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) do Ministério da Justiça e Segurança Pública, da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), e foi realizada na sede da Escola Superior da Polícia Civil do Paraná, em Curitiba.

“Este foi um encontro daqueles que trabalham na defesa dos nossos direitos como consumidores, fortalecendo não só quem está na ponta do sistema, tanto os servidores quanto os usuários dos 31 Procons municipais que compareceram, mas também promovendo a sinergia entre as esferas estadual, municipal e federal”, destacou o secretário da Seju, Santin Roveda.

Um dos principais objetivos da capacitação, foi a formação dos servidores municipais no uso do Proconsumidor, sistema adotado a partir de 2020 pela Senacon em substituição ao antigo Sindec (Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor). Nele é possível registrar reclamações e denúncias e acompanhar consultas relacionadas a processos em andamento de forma mais ágil e integrada.

“É muito importante que a gente converse na mesma língua. Então, quando a gente tem um sistema unificado, centralizado, gratuito e de fácil acesso de qualquer lugar do Brasil, quando eu falo das tratativas, de carta audiência, os Procons já entendem do que eu estou falando. Essa facilidade de linguagem fortalece o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor como um todo, e com o sistema fortalecido, o combate às lesões também fica fortalecido”, explicou Alexandre Shiozaki, coordenador-geral do Sindec e responsável pela capacitação.

INFORMAÇÕES - Por meio do novo sistema, a Seju também alimenta a plataforma Procon-PR em Números, para que consumidores, fornecedores, sociedade civil e imprensa possam consultar os dados de atendimento do órgão de maneira rápida, simples e fácil.

“A participação dos Procons Municipais é de suma importância, pois a utilização de um mesmo sistema de acolhimento de reclamações por todos os Procons permite a elaboração e execução de políticas públicas que, de fato, atendam os interesses dos consumidores. E para tanto, é preciso que haja dados e que os eles possam ser sistematizados”, afirmou Claudia Silvano, coordenadora do Procon-PR.

Telecomunicações - Outro destaque do curso, foi a atualização dos procedimentos previstos no novo Regulamento Geral de Direitos do Consumidor de Serviços de Telecomunicações (RGC), resolução da Anatel que normatiza a relação de consumo na área. O documento, aprovado em novembro de 2023, trouxe mudanças nas regras de atendimento, oferta, fidelização, telemarketing e chamadas massivas, reajustes, rescisão e cancelamento, dentre outras.

Em 2025, o Procon-PR já registrou 1.927 reclamações e denúncias de consumidores nas áreas de Telecomunicação e de Produtos de Telefonia e Informática, o que representa 14,8% de todas as ocorrências do ano.

“O evento oportunizou difundir o conhecimento sobre os direitos dos consumidores no setor de telecomunicações sobre habilidades digitais em uma sociedade cada vez mais dependente da tecnologia e sobre conectividade significativa”, declarou Irani Cardoso Da Silva, superintendente substituta de Relações com Consumidores da Anatel

“Este é um conceito adotado pela Anatel que pressupõe que além do acesso ao serviço de conexão a internet é necessário que todas as pessoas tenham condições de usufruir plenamente dos serviços e dispor dos dispositivos adequados com segurança, confiança e habilidades digitais necessárias para o seu uso”, completou.

MUNICÍPIOS - Participaram servidores e técnicos dos seguintes Procons municipais: Almirante Tamandaré, Arapongas, Araucárias, Astorga, Cambé, Campo Largo, Campo Mourão, Castro, Coronel Vivida, Dois Vizinhos, Faxinal, Francisco Beltrão, Guarapuava, Japira, Lapa, Laranjeiras do Sul, Mandaguari, Maringá, Matelândia, Palmas, Palmeira, Paranaguá, Paranavaí, Piên, Ponta Grossa, Rio Negro, São Jerônimo da Serra, São José dos Pinhais, Sarandi e Umuarama.

 

 

 

 

 

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 Universidades estaduais: pesquisadores estão entre os 10% mais influentes do mundo

Dados atualizados do Índice Científico Alper Doger (AD) 2025 destacam o Sistema Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná com 2.771 pesquisadores entre os mais prestigiados do mundo.

Desse total, 197 pesquisadores estão em um grupo com 10% dos melhores cientistas do globo, o que indica a excelência e o reconhecimento internacional da pesquisa científica desenvolvida no Paraná, e consolida o Estado como um dos principais polos de produção de conhecimento do Brasil.

Os professores Alessandro Dourado Loguercio e Alessandra Reis, ambos da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), estão entre as principais referências em nível nacional, classificados nas posições 73 e 74, respectivamente. Doutores em Materiais Dentários, os pesquisadores contam com mais de duas décadas de trajetória acadêmica dedicada ao avanço científico em Odontologia, com contribuições reconhecidas internacionalmente.

Na avaliação do desempenho acadêmico institucional, as sete universidades ligadas ao Governo do Paraná estão classificadas na edição atual do índice AD. No recorte do ensino superior público, as universidades estaduais de Maringá (UEM) e de Londrina (UEL) aparecem como a 16ª e a 20ª melhor do Brasil, nessa ordem. As duas estaduais também figuram no grupo das 30 melhores universidades da América Latina, ocupando as posições 20 e 25, o que demonstra o alto nível acadêmico e a relevância internacional das instituições paranaenses.

Somando 1.559 pesquisadores no ranking, a UEM e a UEL contam com 159 cientistas no grupo dos 10% mais bem avaliados do globo. Esse resultado equivale a 80,7% do total de pesquisadores da rede estadual de ensino superior nessa categoria. Entre os mais influentes do país está o professor Ângelo Antônio Agostinho, da UEM, na posição 94 da lista nacional. Ele atua na área das Ciências Biológicas, com pesquisas em ecologia e conservação de ecossistemas aquáticos, reforçando o impacto da ciência paranaense em desafios globais.

Ainda de acordo com a avaliação de desempenho acadêmico das universidades públicas, a UEPG ocupa o 40º lugar do ranking nacional e 64º do continente latino-americano. Na sequência, as universidades estaduais do Oeste do Paraná (Unioeste) e do Centro-Oeste (Unicentro) figuram nas posições 58 e 66 entre as brasileiras e nas posições 102 e 129 no grupo das instituições de ensino superior públicas da América Latina. Juntas, as três estaduais somam 930 pesquisadores entre os mais influentes no meio acadêmico.

Já as universidades estaduais do Norte do Paraná (UENP) e do Paraná (Unespar) estão classificadas nas colocações 107 e 151 da lista nacional. No recorte da América Latina, as duas instituições aparecem nas posições 258 e 399, respectivamente. Com 282 pesquisadores classificados na lista dos mais bem avaliados, as duas estaduais também aparecem na lista de instituições jovens com até 30 anos.

Para o secretário estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), Aldo Nelson Bona, a produção científica paranaense tem alcançado resultados expressivos que refletem a qualidade e inovação das pesquisas. "Nossas universidades e institutos têm demonstrado excelência acadêmica, com pesquisas inovadoras que colocam o Sistema Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná em posição de destaque nacional, especialmente na Região Sul, onde somos referência em produção científica e formação profissional", afirma.

Além das instituições ligadas ao sistema estadual, o ranking também classificou a Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), a Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), a Universidade Paranaense (Unipar), a Universidade Norte do Paraná (Unopar), o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e centros universitários paranaenses.

METODOLOGIA – O Índice Científico AD é um sistema independente de classificação internacional que avalia pesquisadores e instituições com base em nove parâmetros, principalmente a quantidade de artigos publicados e de citações (totais e dos últimos seis anos). O ranking utiliza dados da plataforma Google Acadêmico, uma ferramenta de pesquisa especializada em conteúdo científico e acadêmico desenvolvida pela empresa multinacional de tecnologia norte-americana, a Google.

A pesquisa abrange 2,6 milhões de cientistas e 24.569 instituições de 221 países de diferentes continentes, com atualizações frequentes para assegurar a precisão dos dados. As informações relativas ao Brasil consideram um conjunto de 95.460 cientistas e 643 instituições de pesquisa avaliadas pelo índice, sendo 535 universidades, das quais 253 são públicas e 282 são privadas. No recorte da América Latina o ranking classifica 2.215 instituições e 232.541 pesquisadores.

A metodologia inclui análises em 13 áreas do conhecimento: agricultura e silvicultura; arte e humanidades; arquitetura e design; ciências sociais e humanas; ciências médicas e da saúde; ciências naturais; ciências sociais; direito; economia e econometria; educação; engenharia e tecnologia; história, filosofia e teologia; e negócios e gestão.

Confira o desempenho das universidades estaduais do Paraná no Índice Científico Alper Doger 2025:SETISETISETISETISETISETISETI

 

 

 

 

 

 

 

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 Exportações de mel disparam e Paraná assume vice-liderança no Brasil

Nos primeiros três meses do ano, o Paraná subiu de terceiro para segundo lugar no ranking nacional de exportação de mel, segundo dados do Agrostat Brasil.

Esse é um dos assuntos detalhados no Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 24 a 30 de abril preparado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria estadual da Agricultura e do Abastecimento.

Isso se deve a um aumento de 114% no volume e de 181,4% de receita no primeiro trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2024.

Foram movimentadas 1.641 toneladas de mel e US$ 5.251 milhões, com um preço médio de US$ 3,20 por quilo.

O primeiro lugar do ranking é ocupado por Minas Gerais, que movimentou US$ 7,292 milhões em receita e 2.333 toneladas do produto. E em terceiro lugar se encontra o Piauí com US$ 4,006 milhões em receita e 1.359 toneladas de mel.

No âmbito nacional, as exportações do produto no primeiro trimestre de 2025 alcançaram 9.120 toneladas, um aumento de 19,7% em relação ao ano anterior. Por outro lado, foram movimentados US$ 28,412 milhões em receita, uma queda de 54,3% em comparação com 2024.

O principal destino do mel brasileiro continua sendo os Estados Unidos (EUA), que adquiriu 85,7% do volume total exportado no período, seguido de Canadá e Alemanha.

SUÍNOS – O boletim também aborda os possíveis impactos positivos da autorização por parte do Chile para importação de carne suína paranaense.

A decisão reflete o status concedido ao Estado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) em 27 de maio de 2021 de zona livre de febre aftosa sem vacinação que abre portas para o acesso a novos mercados.

FRANGO - Em março de 2025, o custo de produção do frango no Paraná aumentou 13,9% em relação ao ano anterior, impulsionado principalmente pela alta no custo da alimentação. Apesar da leve queda mensal de 0,21%, os gastos com nutrição, genética e sanidade continuam em alta. O preço pago ao produtor subiu 3,1% em comparação com março de 2024.

BOVINOS – No primeiro trimestre do ano as exportações de carne bovina superaram as de 2024 e foram destaque no cenário nacional. Em 2025, a exportação da carne gerou US$ 45,2 milhões recebidos por 10,3 mil toneladas, um aumento de 75% em volume e 66% em valor em relação a 2024, que foram exportadas 6,2 mil toneladas que geraram US$ 25,8 milhões.

MILHO – As lavouras de milho de segunda safra permanecem em condições estáveis em relação à semana anterior. Dos 2,7 milhões de hectares plantados nesta safra, 63% apresentam boas condições, 23% em condições medianas, que deve ou não atingir a produção esperada e 14% em condições ruins, que deve refletir em perdas na produção. As chuvas registradas pelo Estado nos últimos 10 dias ajudaram a estabilizar a situação do campo e evitar uma piora das lavouras.

TRIGO – As chuvas recentes também favoreceram o plantio do trigo, que avançou 14% na última semana e que se concentram na região Norte do Estado, mas que devem se expandir para as demais regiões em breve.

São esperados 886 mil hectares da cultura, área inferior aos 910 mil esperados em março e 22% inferior aos 1,13 milhões dedicados a cultura em 2024.

TOMATE – A segunda safra do tomate apresentou uma evolução de 8% nos plantios, alcançando os 90% ou 1,4 mil hectares e 50% na colheita ou 715 hectares. A produtividade encontra-se em 38,7 t/ha, média abaixo da projeção de 64,8 t/ha, cenário possivelmente causado pelos três bolsões de calor do início do ano associado a nova praga constatada nos tomateiros, mas que ainda apresenta 97% em boas condições com expectativa de recuperação dos 3% que se encontram em condições medianas.

 

 

 

 

 

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 Operação da Adapar visa baixar incidência e reforçar prevenção e controle de doença dos citros

Como atividade de conscientização, fiscalização e reforço nas medidas de prevenção e controle do HLB (Huanglongbing), também conhecido como greening, uma das principais pragas que afetam os citros no mundo, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) iniciará uma operação integrada nas regiões de Cornélio Procópio e Londrina, no Norte do Paraná.

A força-tarefa, que visa Baixar a Incidência do Greening (Operação BIG Citros), será concentrada entre os dias 12 e 16 de maio, mas terá continuidade posteriormente com novas ações. A Adapar já tem um mapa identificando alguns focos da doença nessa região e fará trabalho de conscientização. As plantas hospedeiras que apresentem sintomas do HLB e que tenham idade de até 8 anos terão que ser obrigatoriamente cortadas. 

Para as demais plantas em um raio de 4 quilômetros do local do foco, a erradicação é facultativa, mas o produtor terá que fazer o manejo efetivo do vetor. O trabalho será realizado tanto em pomares comerciais quanto em propriedades rurais e urbanas com frutas para consumo familiar.

“O Norte do Paraná mostrou há muito tempo vocação também para a atividade de fruticultura, e a produção de citros está crescendo e tem espaço para se desenvolver ainda mais. O governo do Estado participa desse desejo e está aqui para ajudar na união de forças no combate ao greening”, disse o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Marcio Nunes. “Temos de fazer isso da forma correta porque senão todos perderemos”.

Segundo a coordenadora do programa de Citricultura da Adapar, Caroline Garbuio, o greening é uma doença com potencial para inviabilizar a citricultura do Paraná e do Brasil, com forte impacto nas economias regionais.

“Nosso foco está em conscientização, fiscalização e reforço do trabalho no campo, visto que a atuação precisa ser coletiva, pois o inseto pode transitar por várias propriedades”, disse Caroline. Ela reforçou que não há cura depois que essa doença é detectada em uma árvore. Por isso o controle precisa ser preventivo, iniciando com a compra de mudas de fornecedores autorizados e nunca de vendedores ambulantes, que atuam de forma ilegal.

“Os citricultores precisam se conscientizar da necessidade da eliminação das plantas cítricas com HLB, do controle efetivo do inseto vetor e da eliminação sistemática de plantas doentes”, afirmou. “Isso é fundamental para reverter a atual tendência de aumento da incidência da praga”.

REDUÇÃO - O HLB ou greening dos citros é uma praga importante devido à severidade, rápida disseminação e dificuldades de controle. No Brasil, a bactéria Candidatus Liberibacter spp é o agente causal do HLB. A doença afeta plantas de praticamente todas as espécies cítricas (além de outras, como a murta (Murraya paniculata), Fortunella spp. e Poncirus spp)  e é transmitida pelo psilídeo asiático dos citros Diaphorina citri Kuwayama.

As plantas afetadas apresentam queda prematura dos frutos, que resulta em redução da produção. Além disso, os frutos ficam menores, deformados, podendo apresentar sementes abortadas, açúcares reduzidos e acidez elevada, o que deprecia o seu sabor, diminui a qualidade e o valor comercial, tanto para consumo in natura como para processamento industrial.

A doença causa a senescência de todas as partes da planta cítrica, podendo levar à morte precoce, reduzindo a vida útil dos pomares. Praticamente todas as espécies e cultivares comerciais de citros são sensíveis ao greening, independentemente do porta-enxerto utilizado.

As plantas infectadas apresentam inicialmente folhas com manchas amarelas (ou amareladas inteiramente, se forem novas) em apenas um ou poucos ramos, quadro que pode evoluir para toda a copa da planta.

Como auxílio no controle, o Paraná está sob decreto de situação de emergência fitossanitária para a doença desde dezembro de 2023. O decreto que tem sido renovado a cada 180 dias possibilita maior mobilidade e ação mais rápida e efetiva.

BIOLÓGICO - Uma alternativa biológica de controle do greening tem sido utilizada diante de alguns casos de resistência a inseticidas ou mesmo áreas de pomares abandonadas: a Tamarixia radiata, uma vespinha inimiga natural do psilídeo. Ela foi desenvolvida, entre outros laboratórios, pelo pertencente ao Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná)

No campo, as Tamarixia buscam os ninhos do psilídeo para se reproduzir. Depositam seus ovos embaixo das ninfas (forma jovem), que servirão de alimento para as larvas. Cada vespinha pode eliminar até 500 psilídeos. Com isso promovem a redução no número dos vetores e da incidência da doença.

BIG CITROS – A Adapar em parceria com produtores, industriais e prefeituras, já realizou ações semelhantes em Paranavaí, Maringá e Umuarama, na região Noroeste do Paraná, onde se concentra a maior produção de laranjas do Estado.

O trabalho nessas regiões foi retomado com mais força em 2021, quando o governo federal estabeleceu o Programa Nacional de Prevenção e Controle ao HLB. Estima-se que a ação conjunta resultou na erradicação de aproximadamente 1,5 milhão de plantas hospedeiras do Diaphorina cini.

VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO - - A citricultura é o ramo mais representativo na fruticultura paranaense. Dados do Valor Bruto de Produção (VBP) de 2023, levantados pelo Deral, apontam que os principais citros – laranjas, tangerinas e limões – foram cultivados em 29,3 mil hectares no Estado.

A laranja é o destaque, com 20,8 mil hectares, seguida da tangerina (7,1 mil hectares) e limão (1,3 mil hectares). Os citros tiveram produção de 860,9 mil toneladas – 731,6 mil de laranjas, 94,4 mil de tangerinas e 34,7 mil toneladas de limões. Em rendimento monetário, a laranja foi responsável por R$ 751,9 milhões, as tangerinas tiveram VBP de R$ 177,4 milhões, enquanto os limões foram valorados em R$ 55,9 milhões.

No Núcleo de Cornélio Procópio foram colhidas 76.620 toneladas de citros em 2550 hectares, que renderam R$ 81,8 milhões em VBP. No Núcleo de Londrina foram colhidas 14.240 toneladas de citros em 423 hectares, que renderam R$ 15 milhões em VBP.

 

 

 

 

 

Por - Agência Brasil

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