Operação Vida provoca queda de homicídios e feminicídios no Paraná; ações serão expandidas

Após a apresentação da diminuição recorde nos indicadores de homicídios em 2024, a Secretaria da Segurança Pública do Paraná apresentou nesta terça-feira (25) um panorama da Operação Vida, realizada em municípios com altos índices criminais no Paraná.

O principal resultado foi a redução de homicídios dolosos e feminicídios no ano passado. O programa une as operações Cidade Segura e Mulher Segura.

Em 2024, os 45 municípios atendidos pela vertente Cidade Segura registraram queda de 7,3% nos homicídios dolosos. Foram 1.130 casos no período, ante 1.219 em 2023. O número acompanhou a tendência de queda da criminalidade de maneira geral, com 1.663 homicídios dolosos entre janeiro e dezembro de 2024, o menor número da série histórica, e queda de 9,4% em relação a 2023, quando foram registrados 1.837 assassinatos.

A ação é feita a partir de um planejamento de inteligência para atuação ostensiva e investigativa em cidades com indicadores mais altos do que a média estadual. Algumas das cidades foram Curitiba, Paranaguá e Foz do Iguaçu, por exemplo. Para ampliar o escopo da iniciativa, a Secretaria da Segurança Pública confirmrou a expansão para 87 municípios em 2025, abrangendo ações estratégicas, fiscalização em acessos das cidades e combate ao crime organizado.

Essa ampliação da operação contará com recursos extraordinários do Governo do Estado para o pagamento de diárias extrajornada aos policiais, garantindo o reforço do efetivo.

“Tivemos uma redução expressiva no número de homicídios onde organizamos a Operação Vida. Neste ano, identificamos a necessidade de ampliar a ação de 45 para 87 municípios com mais homicídios, onde atuaremos de forma integrada para reduzir esse número e continuar o trabalho de controle sobre os indicadores de segurança público”, afirmou o secretário da Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira.

Em relação à Mulher Segura, que promove, além de combate ao feminicídio e violência doméstica, o empoderamento feminino e palestras de conscientização sobre direitos da mulher para homens e mulheres, houve uma redução de 18% nos feminicídios nas 20 cidades que receberam o programa no ano passado (foram 45 casos em 2024 e 37 em 2023). De maneira geral esse ainda é um problema a ser enfrentado pelas forças de segurança e toda a sociedade: foram 109 casos de feminicídio no último ano.

O secretário da Segurança Pública anunciou que a operação Mulher Segura será ampliada para os 399 municípios em 2025. O Governo do Estado também destinará novos recursos para a realização de palestras ministradas por policiais, ampliando o alcance das ações preventivas. Desde sua implantação, já foram realizadas 421 palestras para mais de 51 mil pessoas.

 

 

 

 

Por - AEN

 Projeto apoiado pelo Estado estuda produção alternativa de colágeno de jumento

Um projeto apoiado pela Fundação Araucária procura testar uma metodologia de produção de colágeno de jumento nunca antes estudada neste animal para evitar o abate.

Atender a crescente demanda pelo componente na indústria cosmética é um dos objetivos, além de garantir ganhos socioambientais significativos e biossegurança absoluta do processo.

O projeto Colágeno de Jumento por Fermentação de Precisão, coordenado pela professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e articuladora do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (Napi) Proteínas Alternativas, Carla Forte Maiolino Molento, é realizado em uma parceria que envolve o Laboratório de Zootecnia Celular da UFPR e o Departamento de Engenharia de Bioprocessos da Universidade de Wageningen, nos Países Baixos (Holanda).

A fermentação de precisão é um tipo de fermentação que usa microrganismos geneticamente modificados (OGMs) para produzir proteínas, enzimas e outros compostos específicos. É uma forma de biologia sintética explorada na indústria alimentícia. 

A técnica é importante para alcançar a produção de ejiao. Esse é um produto de consumo crescente (principalmente na China), percebido como um agente anti-envelhecimento e também muito apreciado pelas suas características sensoriais, como sabor e textura. As peles dos jumentos são fervidas para extrair a gelatina, que é transformada em pó, pílulas ou líquido, ou é adicionada aos alimentos.

“Nesta primeira fase nossa meta é ajustar as técnicas existentes para produção de proteínas animais via fermentação de precisão para o colágeno de jumentos. Ainda não há publicação científica sobre produção de colágeno de jumento por fermentação de precisão, isto dá à nossa proposta um grande diferencial em termos de inovação e originalidade”, explica a pesquisadora.

Ela ressalta que, embora haja urgência pela situação em que se encontram os jumentos, é uma pesquisa que demanda alguns anos até que a tecnologia esteja pronta para industrialização. A população de jumentos no Brasil está em declínio acentuado, sendo estimada em menos da metade da população de uma década atrás, com risco de eliminação da espécie. O projeto conta com um investimento de R$ 250 mil da Fundação Araucária.

“Infelizmente, a forma atual de suprimento desta demanda é o abate de jumentos, exportação de sua pele para a China com a posterior extração do colágeno. A pesquisa sobre colágeno de jumento por fermentação de precisão, apoiada pelo Ministério do Meio Ambiente e pela Fundação Araucária, representa uma iniciativa importante e ao mesmo tempo um marco, pois se trata de estratégia inédita para este contexto”, complementa Carla Forte.

As próximas fases do projeto envolvem estudos de escalonamento e de otimização de custo de produção. Por se tratar de produto para consumo humano, uma vez definidos os procedimentos ideais de produção, é necessário solicitar aprovação regulatória de agências nacionais e, como é para exportação, também do país consumidor.

 

 

 

 

 

 

Por - AEN

feed-image
SICREDI 02