O Governo do Estado, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), comunica a todas prefeituras do Paraná sobre o início do processo de Coleta de Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).
Essa coleta se refere às informações sobre manejo de drenagem e das águas pluviais urbanas; manejo de resíduos sólidos urbanos; e abastecimento de água e esgotamento sanitário.
O prazo para envio das informações será iniciado nesta terça-feira (4) e encerrado em 30 de maio deste ano, e elas foram solicitadas pelo Ministério das Cidades, por meio do Departamento de Cooperação Técnica/Coordenação de Gestão da Informação.
O fornecimento de dados ao SNIS é condição para o acesso dos municípios aos recursos públicos federais para saneamento básico, sendo fundamental o preenchimento das informações pertinentes dentro do prazo.
O secretário do Desenvolvimento Sustentável, Valdemar Bernardo Jorge, reafirma a importância do cadastramento. “É uma ferramenta importante para orientar a aplicação de recursos públicos, portanto é fundamental que os dados sejam preenchidos corretamente, e estamos à disposição para esclarecer as prefeituras municipais”.
Criado em 1996, o SNIS é uma unidade vinculada à Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (SNSA) do Ministério das Cidades. Com abrangência nacional, seus objetivos são auxiliar o governo federal no planejamento e na execução de políticas públicas; orientar a aplicação de recursos públicos; gerar conhecimento e proporcionar a avaliação do setor de saneamento; avaliar o desempenho dos serviços; aperfeiçoar a gestão; orientar as atividades regulatórias e de fiscalização; e possibilitar o exercício do controle social.
Além disso, o SNIS serve como auxílio aos municípios e seus respectivos prestadores de serviço para o planejamento e avaliação das suas atividades.
Mais informações podem ser obtidas no site do governo federal.
Por - AEN
Como parte das ações voltadas ao Abril Azul, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) vai promover nas próximas semanas uma capacitação para os profissionais de saúde e gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) referente ao diagnóstico e estimulação precoce do autismo.
O objetivo é qualificar o atendimento de crianças com sinais e seus sintomas.
A iniciativa faz parte do programa de educação permanente da Sesa e será voltada à puericultura com o tema “Transtornos do Neurodesenvolvimento: Transtorno do espectro Autista (TEA) e puericultura".
O curso será virtual, transmitido pelo canal da Escola de Saúde Pública (ESPP), e dividido em três aulas: “Puericultura: Sinais e Sintomas de Transtornos do Neurodesenvolvimento: Transtorno do Espectro Autista”; “Avaliação e Diagnóstico do TEA”; “Estimulação Precoce na Atenção Primária”; “Análise do Comportamento Aplicada no SUS” e “Protocolo Sesa: Avaliação e atendimento à pessoa com TEA”.
“Sabemos do impacto que o autismo tem na vida das pessoas e seus familiares. Mantemos pontos de atenção especializados para atendimentos às pessoas com deficiência intelectual/TEA e pretendemos qualificar cada vez mais as equipes de saúde para esse procedimento”, disse o secretário de Estado da Saúde, César Neves.
A Sesa mantém 323 pontos de atenção especializados em atendimentos às pessoas com deficiência intelectual, incluindo TEA, que buscam sensibilizar a população com informações a respeito do tema.
TEA - Os sintomas mais comuns são dificuldades de comunicação e nas interações sociais, além de comportamentos repetitivos. O diagnóstico é feito com mais frequência por volta de três anos, com maior prevalência no sexo masculino. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o autismo afeta uma em cada 100 crianças.
“Os sinais de alerta podem ser observados nos primeiros anos de vida, por isso a importância da identificação dos sinais e sintomas nas consultas de puericultura”, explica a diretora de Atenção e Vigilância da Sesa, Maria Goretti David Lopes.
Por - AEN
Nos próximos 15 dias, todas as comunidades indígenas do Paraná receberão cestas básicas.
Os caminhões com a primeira remessa partiram nesta segunda-feira (3) do Centro Logístico da Defesa Civil, em Curitiba, em direção às primeiras comunidades beneficiadas. Esta é uma ação emergencial devido à dificuldade pontual de atendimento dessa natureza pelo órgão federal responsável. Perto de 6 mil cestas básicas serão distribuídas.
O carregamento das primeiras cestas foi acompanhada pela secretária estadual da Mulher e Igualdade Racial, Leandre Dal Ponte, e pelo coordenador executivo da Defesa Civil, tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Adriano de Mello.
“O nosso governo assumiu o compromisso com os povos indígenas e comunidades tradicionais do Estado, através de ações emergenciais ou ações estruturantes. Neste momento, estamos atendendo todas as famílias indígenas com cestas básicas, uma demanda essencial”, afirmou a secretária.
“A atuação conjunta em prol da sociedade é fundamental. Por isso, estamos aqui apoiando essa ação com a Secretaria, Ministério Público e outras agências para garantir que esse alimento chegue com celeridade aos indígenas”, acrescentou o coordenador executivo da Defesa Civil.
Ainda de acordo com Leandre, com a criação do Ministério dos Povos Indígenas, no governo federal, com a Defesa Civil, e Ministério Público, o objetivo a longo prazo é avançar em um programa de segurança alimentar com as comunidades tradicionais, tirando as famílias, de forma gradativa, da situação de vulnerabilidade e colocando-as em uma condição de auto sustentabilidade.
Por - AEN
O governador Carlos Massa Ratinho Junior entregou nesta segunda-feira (03) mais 173 ônibus escolares do programa Caminho da Escola.
Os veículos foram adquiridos por aproximadamente R$ 58,5 milhões, com recursos do Governo do Estado e de emendas parlamentares através do Fundo Nacional de Desenvolvimento Educacional (FNDE).
A partir de agora, os ônibus serão utilizados para o transporte de estudantes matriculados na rede pública de ensino de 139 municípios paranaenses. A entrega faz parte de uma renovação da frota escolar, cujo objetivo é garantir mais conforto e segurança aos alunos e funcionários da educação envolvidos.
Desde dezembro de 2022, o Caminho da Escola recebeu um investimento de R$ 117 milhões para a aquisição de 340 veículos. Metade dos recursos é proveniente do tesouro estadual e outra metade de emendas da bancada federal do Paraná, beneficiando 204 cidades dos 32 Núcleos Regionais de Educação.
Os ônibus foram adquiridos por meio de um pregão eletrônico organizado pela Secretaria de Estado da Educação (Seed). Os veículos são do modelo Ônibus Rural Escolar (ORE), com capacidade para transportar até 29 alunos sentados, ao custo unitário de R$ 338 mil. Com a entrega, os estudantes poderão utilizá-los ainda no primeiro semestre letivo de 2023.
Segundo o governador, a conclusão da entrega dos novos veículos faz parte de uma ampla estratégia de fortalecimento da educação pública paranaense. Ele citou como exemplos as obras de reformas e melhorias das escolas, aquisição de novos materiais e equipamentos, reforço na merenda, inclusão de novas disciplinas no currículo escolar, adoção de novas ferramentas digitais de ensino e programas de intercâmbio para estudantes e professores.
“Estes ônibus garantem um transporte de qualidade e com segurança aos alunos, além de toda a acessibilidade necessária para aqueles que têm alguma dificuldade motora”, afirmou Ratinho Junior. “Eles fazem parte do projeto educacional do Paraná. Nosso Estado é considerado o que possui a melhor educação pública do Brasil, resultado dessa parceria que construímos com os deputados que formam a bancada federal”, acrescentou o governador.
PRIORIDADE - De acordo com o secretário estadual da Educação, Roni Miranda, a aquisição dos novos ônibus é prioridade da atual gestão estadual, cujos aportes dobraram o alcance da iniciativa.“É um programa feito em conjunto com os deputados federais e senadores, em que o Estado se comprometeu em investir o mesmo valor repassado através das emendas parlamentares”, explicou.
Para Miranda, o transporte escolar é fundamental para garantir o acesso das crianças e adolescentes à escola, reduzindo a evasão escolar e aumentando os índices de ensino da rede pública. “Além de adaptações para pessoas com deficiência, os ônibus também têm ótima performance nas estradas rurais, podendo transportar aqueles alunos que residem nas áreas mais distantes do município, o que ajuda a explicar porque o Paraná entrega atualmente os melhores resultados educacionais do Brasil”, concluiu o secretário.
VALORIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS – Na avaliação do prefeito Marcelo Roque, de Paranaguá, município que recebeu sete veículos desde o início do Caminho da Escola, a iniciativa garante mais tranquilidade aos estudantes e familiares. “Essa entrega demonstra o empenho do Governo do Estado com os municípios para dar mais qualidade ao transporte escolar, que é uma necessidade especialmente grande em municípios como os do Litoral, com grandes áreas rurais, dando segurança para que o pai e a mãe deixem os seus filhos irem para a escola”, afirmou.
Outro a destacar a medida foi o prefeito de Mallet, na região Centro-Sul, Moacir Szinvelski. Segundo ele, a renovação da frota escolar municipal conta com a aprovação de toda a comunidade escolar. “Isso significa economia para o município, mais tranquilidade e conforto para os estudantes, atendendo desde crianças que estão começando a vida escolar até os que estão terminando o ensino médio. Com o ônibus passando na porta de casa não tem motivo para eles não estudarem”, declarou.
A prefeita de Sertanópolis, Ana Ruth, contou que seu município, na região Norte, possui mais de 560 quilômetros de estradas rurais, tornando o transporte escolar um fator determinante na política municipal de educação. “É mais um investimento que Sertanópolis recebe para a educação, que é o que nossas crianças precisam. Os investimentos feitos nos últimos anos valorizam as nossas escolas”, frisou.
PRESENÇAS – Também participaram da entrega o vice-governador Darci Piana; o senador Oriovisto Guimarães; o secretário chefe da Casa Civil, João Carlos Ortega; os secretários estaduais da Indústria, Comércio e Serviços, Ricardo Barros; do Desenvolvimento Social e Família, Rogério Carboni; da Segurança Pública, Hudson Teixeira; e da Mulher e Igualdade Racial, Leandre Dal Ponte; os deputados federais Toninho Wandscheer, Marco Brasil, Paulo Litro, Sandro Alex, Geraldo Mendes, Diego Garcia, Aliel Machado, Vermelho e Estacho, além de deputados estaduais e 120 prefeitos e vice-prefeitos de todas as regiões do Paraná.
Por - AEN
Logo nos primeiros anos de vida, o contato visual e a comunicação se mostraram grandes desafios para Gabriel da Mota Souza, hoje com 15 anos.
Nos primeiros anos após o nascimento do menino, seus pais se esforçavam para entender o que acontecia. Foi somente em 2011, quando Gabriel completou quatro anos, que o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) foi confirmado. A notícia tirou um grande peso das costas de Daniele Aparecida, mãe de Gabriel, que a partir de então, com o diagnóstico, começou uma verdadeira maratona terapêutica para tratar do filho.
Neste domingo, 2 de Abril, foi celebrado o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, data que se inclui no “Abril Azul”, mês dedicado ao tema. Estabelecida em 2007, pela ONU, a iniciativa tem por objetivo difundir informações sobre o transtorno do espectro autista (TEA) e assim reduzir a discriminação e o preconceito que cercam as pessoas afetadas pelo transtorno.
Na rede estadual de educação do Paraná, há cerca de 5.696 estudantes com o TEA. Aqueles que necessitam de apoio para a escolarização são acompanhados pelos 2.282 professores capacitados que atuam na rede. Além disso, outros recursos são disponibilizados para esses alunos, como as salas de recursos multifuncionais — são 2.501 salas para atendimento a estudantes com deficiência intelectual e transtornos funcionais específicos, incluindo o autismo. Cerca de 2,8 mil professores especializados trabalham nas salas de recursos na rede de educação do Estado.
“O Paraná é um dos poucos estados que têm esse atendimento diferenciado com professor especializado no turno da escolarização do estudante com TEA. É um apoio tanto para o professor regente em sala de aula quanto para o aluno que necessita desse profissional para orientar como fazer melhor uma atividade, acompanhar o rendimento dele e trabalhar junto com os demais professores e atender às necessidades dos alunos”, afirma Roni Miranda, secretário de Estado da Educação.
Importantes para o desenvolvimento intelectual e social dos alunos, esses recursos têm contribuído para uma educação cada vez mais consciente e inclusiva. Assim, para marcar a data na rede estadual, a Secretaria de Estado da Educação (Seed-PR) foi em busca de histórias inspiradoras, como a de Gabriel, que mostram a importância da educação inclusiva para toda a comunidade escolar.
PONTO MÁXIMO - Gabriel estuda desde 2011 no Colégio Estadual Pedro de Macedo, em Curitiba. “A escola é o ponto máximo do dia dele. Acho que só perde para a hora que passa o ônibus”, brinca Daniele, a mãe do aluno. Segundo ela, o adolescente é fã dos ônibus de Curitiba e tem verdadeiro fascínio por ficar de frente à canaleta observando o ir e vir dos veículos. “Quem vê pode até imaginar que ele é disperso, mas coloca o Gabriel numa quadra de esportes pra você ver”, provoca.
Torcedor do Athletico Paranaense e do time americano de basquete Los Angeles Lakers, Gabriel afirma que a Educação Física é sua matéria favorita. Matriculado no 1° ano do ensino médio, ele acompanha as aulas numa das salas de recursos da escola, sendo orientado por uma das três professoras do atendimento educacional especializado (PAEE) presentes na escola.
“Hoje a escola conta com pelo menos um aluno autista por turma”, revela Marcia Godoy Lepca, diretora auxiliar do colégio, que atende um total de 3.880 alunos do ensino fundamental, ensino médio, técnico e subsequente. “Incluir alunos autistas no sistema de ensino melhora não somente a socialização com os colegas, mas também em casa. O aluno passa a tomar iniciativas e é acolhido pelos colegas de classe”, afirma.
No caso de Gabriel, a evolução é evidente. “Antes, quando queria alguma coisa e não podia alcançar, ele não pedia. Me pegava pela mão e levava até o objeto. Agora ele se comunica. Pede, fala com mais clareza. Continuaremos contando com o apoio dos professores o máximo de tempo possível. Este trabalho tem sido muito importante no desenvolvimento dele e na qualidade de vida na nossa casa”, afirma Daniele.
ARTHUR - Arthur Eckel, de 16 anos, também tem autismo. Matriculado no 2° ano do ensino médio – também no Colégio Estadual Pedro de Macedo – o jovem está ansioso para o vestibular cada vez mais próximo. “Tenho dúvida entre os cursos de programação e de robótica. Mas sei que pretendo trabalhar com tecnologia”, afirma. O gosto pela área surgiu a partir das aulas de robótica ministradas na escola e também pela paixão por games online.
Consciente da importância dos estudos e da escola no seu dia a dia, com o apoio do monitor da turma, o jovem se percebe cada vez mais confortável socialmente quando compara sua infância com a adolescência. “Eu tinha dificuldade para socializar. Particularmente eu preferia ficar sozinho. Com a atenção dos professores, aos poucos, fui me aproximando dos colegas. Ainda é um pouco difícil, mas me sinto entusiasmado por encontrar meus amigos”, afirma.
Segundo a diretora Marcia Godoy, casos como o de Arthur mostram a importância da escola se adequar e buscar capacitação de seus profissionais para que o processo de inclusão agregue tanto para o aluno quanto para os colegas e professores. “Incluir é muito mais que facilitar o direito de ir e vir ao aluno, mas fazer com que ele se adapte e seja acolhido por todos, livre de discriminação”, ressalta.
LAURA - A história de Laura Verdi Figueiredo, de 15 anos, é parecida com a de Arthur. Livre de medicamentos, a jovem tem apoio multiterapêutico cognitivo e fonoaudiológico que, somados ao suporte da escola, têm surtido efeitos positivos desde que ela foi matriculada na rede estadual, há quatro anos.
Segundo o pai de Laura, Luiz Frederico da Mota Figueiredo, 43, a insegurança comum a todos os pais de autistas, principalmente, em relação ao bullying – logo foi superada depois que a própria Laura apresentou melhoras comportamentais significativas. “É normal que os pais queiram proteger os filhos autistas por medo, principalmente da incompreensão e do preconceito. Mas o ambiente escolar, com aulas, atividades físicas e convívio, faz parte fundamental no processo terapêutico”, revela.
“O conhecimento e a ampliação das informações sobre a inclusão desses alunos e o reconhecimento da importância do investimento em cursos de aperfeiçoamento e capacitação dos professores e de toda a comunidade escolar, e não somente na infraestrutura em si, são pautas prioritárias na educação do Paraná”, afirma a diretora do colégio Pedro de Macedo.
ATENDIMENTO - Os profissionais de apoio educacional especializado do Paraná possuem formação em educação especial e estão presentes em 877 escolas estaduais localizadas em 247 municípios. O trabalho desenvolvido por eles consiste em atuar como mediadores no atendimento da educação especial, ajudando nas relações interpessoais, comunicação, na atenção para o desenvolvimento das atividades e acolhida do estudante.
A Secretaria da Educação, por meio dos Núcleos Regionais de Educação (NREs), realiza formação continuada em exercício para atualizar os profissionais sobre as novidades relacionadas ao Transtorno do Espectro Autista, avaliações, propostas curriculares e acompanhamento especializado, tendo em vista a necessidade de alinhar o Atendimento Educacional Especializado consoante com as necessidades específicas dos estudantes.
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (AEE) – O AEE está organizado para ocorrer, prioritariamente, no contraturno por meio de Salas de Recursos Multifuncionais. Para as escolas em tempo integral é ofertado o Atendimento Educacional Especializado Integral. Além disso, caso seja identificada a necessidade, é disponibilizado no turno da escolarização o professor de apoio educacional especializado.
O professor de apoio possui formação que o habilita para a docência e especialização em Educação Especial. O trabalho desenvolvido por ele consiste em atuar como mediadores, desenvolvendo um trabalho colaborativo com os professores de diferentes disciplinas, propondo estratégias didáticas adequadas ao perfil de aprendizagem de cada estudante.
SOBRE O TEA - O transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades.
Sinais de alerta no neurodesenvolvimento da criança podem ser percebidos nos primeiros meses de vida, sendo o diagnóstico estabelecido por volta dos 2 a 3 anos de idade. A prevalência é maior no sexo masculino. A identificação de atrasos no desenvolvimento, o diagnóstico oportuno de TEA e encaminhamento para intervenções comportamentais e apoio educacional na idade mais precoce possível, podem levar a melhores resultados a longo prazo, considerando a neuroplasticidade cerebral.
Por - AEN
O RenovaPR (Programa Paraná Energia Rural Renovável), iniciativa do Governo do Estado para estimular a transformação energética do campo, impulsionou muito a geração própria de energia em propriedades rurais.
Aliado ao Banco do Agricultor Paranaense, programa estadual que permite que o produtor paranaense invista em energias renováveis com juro reduzido, houve um casamento perfeito entre procura dos produtores e apoio da administração pública.
De acordo com dados da Copel, após o lançamento do programa pelo IDR-Paraná, em agosto de 2021, o número de propriedades rurais com geração própria de energia limpa deu um salto: passou de 5.558 conexões à rede para 22.790 em fevereiro de 2023 – quatro vezes maior, ou 17.232 conexões novas. Nessa conta estão os projetos executados via RenovaPR (cerca de 5 mil) e aqueles da iniciativa privada, fruto dessa onda verde implementada no Interior.
A geração própria de energia limpa pelos agricultores traz economia, melhora a competitividade dos produtos paranaenses e possibilita uma produção mais sustentável. A divulgação do programa ao agricultor foi feita pelos escritórios regionais e pelos servidores que atendem os produtores no campo. Os técnicos do instituto também foram responsáveis pelo acompanhamento dos projetos, desde a execução até a liberação pela instituição financeira.
Até fevereiro de 2023, os investimentos em energia renovável via Banco do Agricultor somaram mais de R$ 300 milhões e o potencial atraído pelo RenovaPR já ultrapassa R$ 1 bilhão.
Segundo o IDR-Paraná, com base em relatos dos produtores, um investimento de R$ 40 mil ou R$ 50 mil no sistema pode reduzir a conta de luz de R$ 6 mil/R$ 5 mil para R$ 68, a taxa mínima necessária. Herlon Goelzer de Almeida, coordenador do programa, diz que considerando todo o trabalho de incentivo e conscientização por parte do IDR-Paraná junto aos agricultores, está comprovado que o RenovaPR contribui de forma significativa para os avanços no Estado na transformação energética.
“São 17 mil novas conexões nesse intervalo do programa, mais de 70% de tudo o que o Estado tem nesse momento de conexões rurais. Elas ocorreram após o lançamento do programa, o que demonstra a força da política pública que sensibilizou milhares de produtores para a geração própria, mesmo aqueles que não recorreram ao RenovaPR e fizeram com a iniciativa privada. O agricultor está consciente de que esse é o futuro e o investimento traz resultado a médio prazo”, afirma.
Para a produtora de queijos Marlei Dias Borges, de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, instalar placas solares através do RenovaPR diminuiu a conta de luz e permitiu novos investimentos na propriedade. “Eu pagava cerca de R$ 700 a R$ 800 por mês de luz e com a pandemia minha produção diminuiu muito, o que me deixou com dívidas. Hoje tenho o conforto de ter a energia com o preço mínimo e estou quitando o que devia com o apoio do Estado. Isso melhorou minha qualidade de vida e a qualidade do meu produto também, já que posso tirar o leite da vaca com a ordenhadeira, e não mais de forma manual. Ou seja, eu ganhei em todos os aspectos e ainda tenho um queijo melhor", completa.
ENERGIA SOLAR – Energia solar é o principal componente dessa transformação, com 22.733 das 22.790 conexões de geração distribuída na rede da Copel. Só em 2022 foram 11.865, o que representa 58% do total, além de 2.561 em janeiro e fevereiro deste ano, o que mostra que a onda continua.
Para a coordenadora regional da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Liciany Ribeiro, a energia solar se tornou uma importante ferramenta para redução dos custos ao agricultor. “A geração distribuída solar fotovoltaica contribui fortemente para o desenvolvimento econômico, social, ambiental, estratégico, energético e elétrico da classe rural. Os resultados do programa RenovaPR provam que o produtor rural está cada vez mais ciente desses benefícios”, reforça.
Atualmente, contando todas as instalações, o Paraná é o quarto maior gerador de energia solar do País, atrás apenas de Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul, segundo a Absolar. Em dez anos, o Paraná atraiu cerca de R$ 9 bilhões em investimentos com a geração própria de energia fotovoltaica nos segmentos rural e urbano.
Neste ano o Brasil também entrou, pela primeira vez, na lista dos dez países com maior potência instalada acumulada da fonte solar fotovoltaica. O país encerrou 2022 com 24 gigawatts (GW) de potência operacional solar. Com esse resultado, o Brasil assumiu a oitava colocação no ranking internacional. Segundo a Absolar, a energia solar já equivale a 11,6% da matriz elétrica do Brasil.
OUTRAS FONTES – De acordo com os dados da Copel, também houve 53 conexões com biomassa, sendo sete apenas em 2022, e três com alguma PCH ou CGH à rede da companhia, mostrando que há diversidade no atendimento. Nesse último caso, o potencial paranaense está sendo amplamente utilizado pela iniciativa privada, fora do RenovaPR – de 2019 a 2022, por exemplo, foram inauguradas 17 novas unidades, com potência de 178 MW, de acordo com a Associação Brasileira de PCHs e CGHs.
O Estado tem grandes exemplos de geração com biomassa, como Entre Rios do Oeste, onde os prédios públicos municipais são iluminados a partir da energia gerada nos dejetos dos porcos.
Outro exemplo vem de Toledo, também no Oeste. Emílio Rodolfo Angst utilizou o RenovaPR para geração de energia através da produção de biogás. Esse sistema gera economia na conta de luz e também preserva o meio ambiente, já que utiliza dejetos de animais para gerar energia. Com o investimento de R$ 2.600,00, o produtor conseguiu instalar a usina para produção de biogás e aumentar sua granja de suínos de 1.700 animais para 7.000.
“Eu já tinha investido em placa solar, que me gerou uma boa economia, mas quando instalei não existia o programa ainda. Agora consegui investir em biogás, com subsídio do Governo, que me proporcionou aumentar a produção e vou economizar ainda mais na conta de luz. Parece até um sonho ver minha granja crescer tanto de um dia pro outro. Foi uma bênção ter conhecido este programa. Além de obter mais animais e melhorar minha produtividade ainda estou contribuindo para preservação do meio ambiente”, acrescenta.
GERAÇÃO DISTRIBUÍDA – Outras fontes oficiais também apontam para um novo momento da geração distribuída no Paraná. De acordo com uma plataforma de Business Inteligence da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), são 159.701 conexões ativas no Estado (na rede da Copel e de outras distribuidoras), com destaque para o crescimento dos últimos quatro anos.
O salto foi de 1 conexão em 2012 para 68.573 em 2022. A evolução, ano a ano, foi de 1 em 2012, 2 em 2013, 18 em 2014, 110 em 2015, 543 em 2016, 918 em 2017, 2.835 em 2018, 11.603 em 2019, 21.502 em 2020, 38.229 em 2021 e 68.573 em 2022. O principal salto foi justamente de 2018 para 2019, crescimento de 309%.
A principal fonte do Paraná é a radiação solar, com 159.604 (99%), seguida de biogás (80). O meio rural representa 23.694 conexões desse universo, logo atrás do segmento residencial (109.261). O comércio (20.206) aparece em terceiro.
NOVA POLÍTICA – O Governo do Paraná já planeja o próximo passo dessa onda verde. Com foco no hidrogênio verde, a administração estadual também estuda uma nova política pública de aproveitamento de forma mais intensiva dos dejetos agropecuários com vistas à produção de biogás e biometano. Em novembro do ano passado foi criado um grupo de trabalho e, neste ano, será apresentada a metodologia de aproveitamento racional e eficiente das possibilidades dentro do RenovaPR.
Entre as estratégias está uma parceria com a Compagas, que abre uma boa oportunidade de introdução do biometano em sua matriz energética, possibilitando a injeção de biometano nos gasodutos. Isto, por si só, gerará grande demanda no setor, cuja maior fonte de geração está exatamente no aproveitamento por biodigestão dos dejetos das cadeias produtivas de proteína animal e nos resíduos das agroindústrias e frigoríficos.
A geração do hidrogênio, uma energia renovável, na rota que será estimulada no Paraná, se dará pelo uso da quebra da molécula do metano (CH4), isolando o carbono e tendo duas moléculas de hidrogênio (H2). O processo é diferente, por exemplo, da rota estimulada na região Nordeste do País por meio da pela eletrólise da água (H20) do mar, com o uso de energia eólica, que gera uma molécula de hidrogênio (H2) e libera oxigênio para a atmosfera ou para uso industrial.
Por - AEN