O Governo do Paraná quer a participação da população na elaboração do seu plano de ação climática, documento que vai orientar as políticas públicas para enfrentar os desafios das mudanças do clima.
Para isso, segue aberta consulta pública online até 15 de setembro. O plano foi apresentado no evento de retomada Fórum Paranaense de Mudanças Climáticas Globais, realizado nesta segunda-feira (14) em Curitiba.
O Plano de Ação Climática do Paraná 2024-2050 será composto por dois volumes. O primeiro abrange o mapeamento das políticas ambientais relacionadas ao tema de mudanças climáticas realizadas pelo Estado; a atualização do inventário de emissões de gases de efeito estufa (GEE) em nível municipal, com o uso de uma metodologia padronizada e compatível com as diretrizes internacionais; a avaliação dos indicadores socioeconômicos dos municípios, com a finalidade de estimar a capacidade adaptativa para o impacto das mudanças climáticas, considerando aspectos como renda, educação, saúde, infraestrutura e vulnerabilidade social; e a determinação da vulnerabilidade dos municípios ao risco e aos impactos das mudanças climáticas.
Apenas o segundo está aberto à consulta pública, já que trata-se do plano de ação climática propriamente dito. As metas para contribuições referem-se à analise de 100% das inscrições no Cadastro Ambiental Rural (CAR); diminuir o desmatamento ilegal; ampliar a eletrificação de rodovias; aumentar a participação de biocombustíveis na matriz energética; apoiar a Nova Ferroeste como novo corredor de grãos e contêineres; promover ainda mais a geração distribuída realizada por consumidores independentes; fomentar a economia circular; consolidar o mercado regulado de carbono; zerar a destinação de materiais metálicos aos aterros e os lixões; e estimular a implementação de novas tecnologias para realizar a compostagem de lodo de esgoto. Para contribuir basta preencher o formulário no site.
O secretário do Desenvolvimento Sustentável, Valdemar Bernardo Jorge, explica que o plano é resultado de um trabalho conjunto, que levou em conta as experiências do programa ParanaClima e as melhores práticas nacionais e internacionais. “O plano é uma ferramenta estratégica para promover o desenvolvimento sustentável do Paraná, com baixa emissão de carbono e alta resiliência aos impactos climáticos. Queremos ouvir a sociedade civil, os setores produtivos, as instituições de ensino e pesquisa, e todos os interessados em contribuir para esse processo”, afirma.
CONSTRUÇÃO COLETIVA – O Plano de Ação Climática do Paraná 2024-2050 foi apresentado aos diversos setores da sociedade que estiveram presentes no Fórum Paranaense de Mudanças Climáticas Globais.
Nas conversas técnicas ocorridas no período da tarde, a primeira versão do documento foi detalhada aos participantes. “Pudemos reforçar a importância da contribuição dos paranaenses para a construção do plano e contamos com uma boa representatividade do setor produtivo, dos municípios, mas principalmente da academia e das organizações da sociedade civil ligadas à questão climática", disse o coordenador de Gestão Ambiental e Ação Climática da Sedest, Matheus Bueno Patrício.
Os documentos também serão submetidos ao Comitê Intersecretarial de Mudanças Climáticas e ao Conselho Estadual do Meio Ambiente, que faz parte do Sistema Nacional do Meio Ambiente. O objetivo é que o Plano de Ação Climática do Paraná seja lançado oficialmente no início de 2024.
Por - AEN
Com apoio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e dando continuidade à estratégia para ampliar a cobertura vacinal no Brasil e no Paraná, representantes do Ministério da Saúde (MS) iniciaram nesta terça-feira (15), em Curitiba, a primeira etapa da oficina de Microplanejamento para Vacinação de Alta Qualidade.
A qualificação ocorre com aplicação de metodologia para mapeamento de risco e identificação de territórios suscetíveis à reintrodução de doenças que podem ser prevenidas por meio da imunização.
O evento segue até quinta-feira (17) e reúne 120 participantes da Atenção e Vigilância em Saúde da região Sul (Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina), sendo 40 do Paraná.
A proposta do microplanejamento é estabelecer e ofertar ferramentas para que os municípios planejem e realizem ações efetivas para incrementar a cobertura vacinal estabelecida pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), que é de 95% para a maioria dos imunizantes do calendário vacinal do Sistema Único de Saúde.
“Além de promover a troca de experiências entre os participantes, esse encontro organiza o planejamento e as ações de vacinação em todo território brasileiro, com o principal objetivo de ampliar a vacinação, evitando desta forma que a população seja acometida por doenças evitáveis”, disse o secretário de estado da Saúde, Beto Preto.
De acordo com Ana Catarina de Melo, coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI) do MS, a oficina vem para sistematizar as ações de vacinação e o processo de trabalho das equipes de saúde, atendendo as necessidades de cada região.
“Precisamos identificar qual a análise da situação, quais as melhores estratégias e onde estão as populações mais vulneráveis para fazer o monitoramento e avaliação dessas ações. O principal objetivo é que com todo esse processo a vacinação possa ser mais efetiva e volte a alcançar os altos índices de imunização”, explicou.
A segunda etapa da oficina acontece na próxima semana, quando 80 representantes das Regionais de Saúde (RS) e dos municípios paranaenses participam do encontro. A terceira etapa envolve a multiplicação da metodologia do microplanejamento para as 22 RS e, por fim, ocorre a aplicação do método em todos municípios paranaenses.
“Esse é um processo de aprimoramento das ações já realizadas pelo Governo do Paraná. A saúde é um processo constante e esse trabalho, além de ampliar a cobertura, visa garantir a vacina a toda população de direito, especialmente as crianças”, explicou a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Sesa, Maria Goretti David Lopes.
A metodologia deve se utilizada na Campanha de Multivacinação que ocorrerá no Paraná no período de 14 a 28 de outubro de 2023 – o D será em 21 de outubro.
COBERTURA VACINAL – As coberturas vacinais que já estavam em queda há alguns anos, diminuíram ainda mais por conta da pandemia da Covid-19. Entre os fatores apontados pelo MS para esta baixa estão a percepção de inexistência de risco, medo de eventos adversos, fake news e teorias antivacinais, além de difícil acesso em algumas regiões do país.
No Paraná, dados preliminares do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI) revelam que a vacina da Hepatite B, aplicada logo após o nascimento, fechou 2021 com cobertura de 61,28% e 2022 com 77,96%.
Outra vacina aplicada logo ao nascer, contra a tuberculose, é a BCG, com cobertura de 82,16% em 2021. No ano passado, 87,54% das crianças foram imunizadas no Estado. A Tríplice Viral, responsável pela proteção contra o sarampo, caxumba e rubéola, é administrada aos 12 e 15 meses de idade – fechou 2021 com 86,54% e 2022 com 89,59% de cobertura.
A Pentavalente é aplicada aos dois, quatro e seis meses, e protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus. A cobertura foi de 81,75% em 2021 e atingiu 83,94% em 2022.
Dados parciais até março deste ano mostram as seguintes cobertura vacinais: vacina da Hepatite B com 93,44%; BCG com 95,01%; Tríplice Viral com 96,64% e Pentavalente com 92,19%.
AÇÕES - A Sesa vem promovendo diversas ações para ampliar a taxa de cobertura das vacinas preconizadas no SUS. Além de campanhas para incentivar a vacinação contra a influenza e Covid-19, foram realizados vários movimentos em prol da retomada às altas coberturas vacinais.
Em 2022 a Sesa fomentou a adesão da população à vacinação, com o desenvolvimento de ações ligadas ao programa “Vacina Mais”, que realiza o chamamento da população para a vacinação em finais de semana, além da vacinação com países da tríplice fronteiras e a Campanha Nacional contra o Sarampo e Poliomielite.
Já neste ano, com o objetivo de ampliar a vacinação em todo território paranaense e retomar índices seguros e homogêneos de cobertura vacinal, os municípios adotaram o dia 15 de abril de 2023 como dia “D” de mobilização social, para a vacina contra Influenza e demais vacinas de rotina.
Em abril, o Governo do Estado foi o primeiro estado brasileiro a aderir em massa ao Pacto Nacional pela Consciência Vacinal. A ideia é conscientizar os brasileiros sobre a importância, segurança e eficácia das vacinas e alertar sobre os riscos atuais do retorno de doenças transmissíveis já erradicadas no País, como a poliomielite.
PRESENÇAS - Estiveram presentes também representantes do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Paraná (Cosems) e da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) - Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Litoral Sul.
Por - AEN
Professores das sete universidades ligadas ao Governo do Estado podem se inscrever até 24 de agosto no 3º Encontro de Docência Universitária, evento promovido pelas universidades estaduais de Londrina (UEL), de Ponta Grossa (UEPG) e do Centro-Oeste (Unicentro).
Neste ano, o encontro será entre os dias 24 e 26 de agosto, no Câmpus Uvaranas da UEPG, em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais.
Com o objetivo de atualizar os conhecimentos de professores de diferentes áreas do conhecimento, em relação aos processos de ensino e aprendizagem, a iniciativa conta com o apoio da Secretaria estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). Na edição de 2023, os participantes irão discutir a criação de uma rede de formação para a docência no ensino superior.
As três instituições envolvidas na organização do evento desenvolvem ações específicas sobre práticas docentes e novas metodologias de ensino, como o Programa Docência no Ensino Superior (DES) da UEPG, o Programa Institucional de Formação Continuada de Professores (EntreDocentes), da Unicentro, e o Grupo de Estudos em Práticas de Ensino (Gepe) da UEL.
De acordo com a coordenadora do evento, professora Graciete Tozetto Goes, da Unicentro, as mudanças ocorridas na sociedade precisam ser pensadas e incorporadas no contexto acadêmico para a melhoria e aperfeiçoamento do processo de ensino e aprendizagem. “As questões relacionadas ao perfil e características atuais dos alunos e como podemos melhorar a ação docente são temas fundamentais para o desenvolvimento da prática pedagógica”, afirma.
Ela destaca a importância de melhorar a qualidade dos métodos pedagógicos de trabalho para reduzir a evasão universitária. “O papel do professor envolve didática no processo avaliativo e na devolutiva aos alunos sobre o que precisam melhorar, demandando um processo mais qualitativo de ensino para motivar os alunos a permanecerem na universidade e continuarem os estudos”, explica Graciete, ressaltando que uma decepção na condução de disciplinas e avaliações pode, muitas vezes, desencantar os alunos.
A palestra de abertura será ministrada pela professora Doris Pires Vargas Bolzan, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), sobre o desenvolvimento profissional docente e lugares formativos nas instituições de ensino superior. Outros assuntos da programação pretendem abordar a experiência da rede de formação para a docência no ensino superior de São Paulo, a pedagogia universitária como tema de pesquisa e a formação inicial e continuada de docentes no ensino superior.
Por - AEN
Parte do pacote de incentivos voltado ao setor agrícola anunciado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior nesta terça-feira (15), o Banco do Agricultor Paranaense receberá um aporte adicional de R$ 155 milhões para ampliação das linhas de financiamento e do público beneficiado.
Os recursos do Tesouro do Estado serão usados no custeio parcial ou integral das taxas de juros a produtores rurais que financiarem novos investimentos em suas propriedades.
O Estado retoma essa política para estimular financiamentos de investimentos em energia renováveis, no âmbito do programa Renova Paraná, que terão os juros subsidiados pela Fomento Paraná com recursos do Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE). Agora, o benefício também será estendido a todos os agricultores enquadrados no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
O governador Ratinho Junior destacou que o Banco do Agricultor foi criado em sua gestão para fomentar os investimentos na agricultura, a principal força econômica do Estado, com um olhar especial aos pequenos produtores.
“Oferecemos condições melhores de financiamento aos nossos agricultores, com muitas linhas a juro zero, para auxiliar em projetos de irrigação, energia renovável, para fomentar a agricultura familiar e o trabalho das mulheres agricultoras nesse setor. Tudo isso para que o Paraná continue produzindo alimentos em quantidade, qualidade e com sustentabilidade”, disse.
Outra novidade nas linhas de financiamento oferecidas pelo Banco do Agricultor Paranaense é o atendimento diferenciado às mulheres. O Estado assumirá 100% dos juros dos empréstimos contraídos pelas agricultoras cadastradas no Pronaf Mulher que investirem em melhorias de suas propriedades.
“O Banco do Agricultor Paranaense é para atender o pequeno produtor, mas também para facilitar o crédito a juro zero para atender as mulheres que estão trabalhando no campo. Temos muitas propriedades tocadas por agricultoras, temos elas liderando a produção de café, bicho da seda, cogumelo, horticultura, uma série de áreas em que a mulher acaba sendo a líder no processo”, salientou Ratinho Junior.
JURO ZERO – Na nova etapa da iniciativa, também foram incluídas nas linhas com juro zero projetos para investimentos em agroindústria, apicultura, cooperativas, irrigação, produção de pinhão, erva mate, captação e preservação de água e turismo rural, além de cadeias produtivas ligadas a seda, café, olericultura, produção orgânica e agroecológica, floricultura e fruticultura. A pecuária leiteira e a piscicultura também constam na lista, porém com redução parcial de juros.
“Com o Banco do Agricultor, estamos fazendo uma injeção direta de recursos para viabilizar investimentos de alto interesse naquilo que é o carro-chefe da economia do Paraná, que é a agricultura. Somos um grande produtor de alimentos e essa produção é feita fundamentalmente por pequenos agricultores, que têm acesso a esses subsídios para alavancar ainda mais o seu trabalho”, ressaltou o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.
“Além de financiamento a juro zero para a agricultura familiar, também estamos reduzindo os juros para os médios e grandes produtores”, complementou.
Os valores são utilizados em contratos dos produtores junto às instituições que trabalham com crédito rural no Estado, o que inclui o Banco do Brasil, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e cooperativas de crédito. Para aderirem ao programa, os produtores devem procurar a instituição financeira de sua escolha e a unidade do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) mais próxima de sua propriedade.
A nova etapa do programa deve ir até o fim de 2024, mas a gestão estadual já estuda estendê-lo até 2026, devido à grande demanda do setor agropecuário.
PÚBLICO-ALVO – Para que um agricultor seja enquadrado no Pronaf, ele precisa ter, entre outros critérios, ao menos 50% da renda familiar bruta proveniente da atividade rural, que deve ser limitada a R$ 360 mil nos últimos 12 meses. Os requisitos completos estão disponíveis no site do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES). Também estão incluídas no público-alvo as cooperativas da agricultura familiar.
O Governo do Estado também estendeu os incentivos financeiros aos médios e grandes produtores, que não fazem parte do Pronaf, e que terão uma redução de 5 pontos percentuais nos juros, cujas taxas variam entre 8,5% e 10,5% ao ano. Nestes casos, o benefício será concedido para projetos de investimento que ultrapassem os R$ 500 mil.
BALANÇO – Criado em 2021 para fomentar a economia rural, sobretudo os produtores familiares, o Banco do Agricultor Paranaense já liberou R$ 620 milhões para 3.988 projetos que foram aprovados pelo Estado. Deste montante, cerca de R$ 208 milhões já foram utilizados na amortização dos juros de financiamentos já concluídos ou em andamento.
Do montante total aplicado até o momento pelo programa, 77,31% foram para projetos de energia renovável, 16,05% para a pecuária de leite e 3,18% para irrigação. Com liberação de novas linhas e aumento do público-alvo, a expectativa é de uma diversificação maior nas atividades beneficiadas a partir de agora.
Uma das beneficiárias foi a agricultura Marlei Dias Borges, de 63 anos, que tem uma pequena propriedade na Colônia Marcelino, em São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba), onde produz leite, milho e cria porcos e galinhas. Com apoio do programa, ela instalou placas solares para a geração de energia, o que mudou a vida e a dinâmica de trabalho.
“Isso me deu estabilidade financeira, emocional e uma ajuda física, porque gerar energia na propriedade diminuiu meu trabalho físico”, contou Marlei. “Antes ficava preocupada com os gastos de energia, hoje continuo economizando, mas uso com mais tranquilidade. Posso moer silagem à vontade, posso deixar a luz acesa para os bezerrinhos à noite, fechar as vacas em um lugar seco e aquecer. Agradeço muito o Governo do Estado por pensar em nós e lançar esse programa”.
CONFIRA AS LINHAS E OS BENEFÍCIOS DO BANCO DO AGRICULTOR PARANAENSE
Pronaf Mulher: juro zero
Cooperativas da agricultura familiar: juro zero
Agroindústria familiar: juro zero
Produção, captação e armazenamento de água: juro zero
Erva-mate, pinhão, seda, café, orgânicos, apicultura e horticultura: juro zero
Turismo rural: juro zero
Pecuária de corte e leite: juros de 1% a 4%
Piscicultura: juros de 1% a 4%
Projetos de energia renovável: juro zero para projetos de até R$ 500 mil. Acima desse valor, juros variam de 2% a 5,5%
Biogás: juro zero para projetos de até R$ 2 milhões para pessoas físicas e de até R$ 20 milhões para CNPJs. Acima desses valores, juros de 5%
Projetos de irrigação: juro zero para projetos de até R$ 1 milhão para pessoa física e de até R$ 4,5 milhões para pessoa jurídica. Acima desses valores, os juros variam de 3% a 5,5%
Demais linhas do Pronaf: redução de cinco pontos percentuais nos financiamentos, cujas taxas variam de 8,5% e 10,5%, devendo ficar entre 3,5% e 5,5%
Por - AEN
O governador Carlos Massa Ratinho Junior apresentou nesta terça-feira (15) o cardápio do Plano Safra 2023/2024 para agricultores, empresários e entidades do setor no Paraná.
São R$ 54,3 bilhões captados de diversas fontes, entre elas o Banco do Brasil, cooperativas de crédito e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Esse pacote é destinado a custeio e investimentos dos agricultores familiares e dos médios e grandes agropecuários. A iniciativa, a maior da história do Estado, visa tanto apoiar financeiramente os produtores quanto estimular atividades cada vez mais sustentáveis.
Esses créditos serão aplicados em três finalidades. A maior fatia se destina a custeio e comercialização: R$ 46,3 bilhões. Novos investimentos no setor consumirão R$ 9,6 bilhões desses recursos. Outro R$ 1,1 bilhão será aplicado em ações com finalidades diversas. O grande objetivo é tornar a atividade no campo mais rentável, competitiva e verde, melhorando a estrutura de produção, armazenagem e comercialização e amparando os empreendimentos contra eventos causadores de perdas. Tudo sem perder de vista a relação com a preservação do meio ambiente
Segundo o governador, esse anúncio marca o início do ano agrícola, que começa no segundo semestre, e serve de incentivo aos agricultores para acessarem recursos e ampliarem a produção. A safra de 2022/2023 de soja, por exemplo, foi a maior da história do Estado, com 22 milhões de toneladas.
Ratinho Junior explicou que o Governo do Estado aproveitou o Plano Safra nacional, lançado em junho pelo governo federal, e aportou novos recursos para melhorar as condições de crédito para os agricultores paranaenses. “Quisemos potencializar ainda mais esse crédito para atender os agricultores do Paraná, principalmente os pequenos produtores. Queremos continuar com aquilo que fazemos de melhor, que é produzir alimentos para o mundo com sustentabilidade”, afirmou Ratinho Junior.
Uma das instituições financeiras que apoia a iniciativa é o BRDE, com expectativa de financiar R$ 800 milhões nesta safra. “Este ano teremos um número recorde destinado para financiar investimentos no agronegócio paranaense. Nós captamos esse recurso e fizemos a equalização junto ao Ministério da Agricultura, que, junto com os limites do BNDES, faz com que possamos dar esse apoio às cooperativas, aos agricultores e também promover o Banco do Agricultor Paranaense”, explicou o diretor do BRDE no Paraná, Wilson Bley Lipski.
Na safra anterior, o BRDE registrou um total de R$ 1,6 bilhão em operações e o Paraná foi responsável por 35% deste total, o equivalente a R$ 560 milhões. Além disso, o BRDE financiou a atividade rural em mais R$ 135 milhões, com recursos livres, totalizando R$ 695 milhões nesse período.
BANCO DO AGRICULTOR – Outro grande anúncio faz parte desse movimento de levar crédito subsidiado aos agricultores, com novas linhas dentro do Banco do Agricultor Paranaense. A principal novidade é o atendimento diferenciado a mulheres incluídas no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) interessadas em investir em suas propriedades. O Estado vai assumir 100% dos juros dos empréstimos contraídos para esse fim.
Pensando em sustentabilidade, o Governo do Paraná também voltará a equalizar o total de juros para investimentos em energia renovável, seja solar ou de biomassa, e irrigação para todos os participantes do Pronaf. Para médios e grandes produtores, que não se enquadram no Pronaf, o Estado vai custear até 5 pontos percentuais da taxa de juros. Além disso, foram ampliados os limites de financiamento a serem equalizados.
O apoio financeiro aos agricultores do Pronaf segue com a garantia de juro zero para aqueles que decidirem investir em agroindústrias; produção, captação e reservação de água; produção de pinhão e erva-mate; cadeias produtivas de seda, café, hortaliças, flores, frutas e produção orgânica/agroecológica; turismo rural; apicultura; e cooperativas da agricultura familiar.
Para viabilizar essas iniciativas do Banco do Agricultor Paranaense estão previstos R$ 155 milhões por meio do Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE), operacionalizado pela Fomento Paraná.
“Estamos focados em transformar o Paraná no supermercado do mundo, para gerar empregos no Estado e riquezas no campo. Para isso, precisamos valorizar o trabalhador do campo”, ressaltou o governador. “Vamos atender com condições melhores, inclusive com financiamentos a juro zero, o agricultor que precisa comprar equipamento, modernizar sua propriedade, colocar energia solar para reduzir custos e ter energia limpa”.
O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, explicou que apesar de o Plano Safra do governo federal trazer um grande volume de recursos, o quadro econômico nacional, com a Selic em alta, fez com que as linhas de financiamento tivessem juros mais altos, que dificultam os investimentos. “Por isso, dentro desse movimento, o Governo do Estado está destinando recursos para baratear ainda mais as linhas de financiamento. Aquelas voltadas para a produção familiar, geração de energia e irrigação, por exemplo, terão juro zero”, disse.
PROGRAMAS DO ESTADO – No anúncio desta terça-feira, também foram confirmados aportes financeiros para outros programas já bem-sucedidos no Estado. É o caso do Programa de Apoio ao Cooperativismo da Agricultura Familiar do Paraná (Coopera Paraná). A iniciativa, criada em 2019, já atendeu 101 cooperativas e 66 associações, formalizando 217 projetos. Ela receberá mais R$ 31,5 milhões para investimento e custeio.
Para o Compra Direta Paraná, por meio do qual o Estado adquire alimentos de cooperativas e associações da agricultura familiar para distribuí-los por meio da rede assistencial, serão destinados mais R$ 60 milhões. Como forma de comparação, entre 2020 e 2022, o programa havia captado R$ 85,1 milhões.
Serão injetados também mais de R$ 193 milhões em outra iniciativa que alia aspectos econômicos e sociais, o Programa Leite das Crianças. Ele assegura renda para mais de 3.600 pequenos pecuaristas, cujo leite pasteurizado é comprado pelo Governo do Estado. O produto, então, é distribuído para 118 mil crianças de famílias carentes, assegurando renda para os produtores e alimento para os pequenos paranaenses.
Serão destinados, ainda, R$ 12,8 milhões do Tesouro do Estado para auxiliar na contratação de seguros para cobertura das lavouras por meio da Subvenção Estadual ao Prêmio de Seguro Rural (PSR). O objetivo é ampliar a cobertura de áreas seguradas.
ÁGUA – Durante o evento, no Palácio Iguaçu, também foi anunciado um programa de conservação de solos e água, que tem como desafio proteger 30 mil nascentes de água no Paraná até 2025. A previsão é de que seja lançado oficialmente em 21 de setembro. Também foi apresentado um balanço social do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar – Emater), que trabalha diariamente para melhorar a produção dos paranaenses.
INCLUSÃO – O evento também contou com o lançamento do primeiro trator do mundo com acessibilidade. O equipamento é produzido na fábrica da New Holland que fica em Curitiba. O modelo TL5 Acessível é destinado a pessoas com deficiência motora nos membros inferiores, permitindo que elas possam exercer suas atividades no campo.
PRESENÇAS – Participaram da solenidade o chefe da Casa Civil, João Carlos Ortega; os secretários estaduais da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona; do Turismo, Marcio Nunes; do Desenvolvimento Sustentável, Valdemar Bernardo Jorge; da Justiça e Cidadania, Santin Roveda; e da Comunicação, Cleber Mata; os presidentes da Fomento Paraná, Heraldo Neves; da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia; do Instituto Água e Terra (IAT), Everton Souza; da Ceasa-PR, Éder Bublitz; da Adapar, Otamir Cesar; do IDR-Paraná, Natalino Avance; do Tecpar, Celso Kloss; do Ipardes, Jorge Callado; da Ocepar, José Roberto Ricken; da Fetaep, Marcos Brambilla; o superintendente do Sebrae-PR, Vítor Tioqueta; os deputados estaduais Marcel Micheletto, Cloara Pinheiro, Anibelli Neto, Do Carmo, Artagão Júnior, Alisson Wandscheer, Tiago Amaral, Evandro Araújo, Wilmar Reichembach e Luís Corti; e o ex-governador Orlando Pessuti.
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A taxa de desemprego do Paraná chegou a 4,9% no segundo trimestre de 2023, a quarta menor do País, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta terça-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Apenas Rondônia (2,4%), Santa Catarina (3,5%) e Mato Grosso do Sul (4,1%) têm índices menores.
Esse é o menor índice desde o quarto trimestre de 2014 (há quase dez anos), com 3,8%, que foi também o menor ponto da série histórica, iniciada em 2012.
No Paraná, houve uma redução de 0,5 ponto percentual em relação ao primeiro trimestre (janeiro a março), que fechou com índice de 5,4%. Segundo o IBGE, o Estado também teve a melhor evolução da região Sul do País: Santa Catarina registrou variação de 3,8% para 3,5% entre os trimestres e o Rio Grande do Sul de 5,4% para 5,3%.
Esse também é o melhor resultado para um segundo trimestre desde 2014 (4,2%), com diminuição de 1,2 ponto percentual em relação ao mesmo período do ano passado. Os últimos segundos trimestres tiveram taxas de 6,1% (2022), 9% (2021), 9,6% (2020), 9,1% (2019 e 2018), 9% (2017), 8,2% (2016) e 6,2% (2015). Desde a pandemia, o desemprego cai continuamente no Paraná, após chegar a 10% no terceiro trimestre de 2020.
“O Paraná está no patamar que os economistas chamam de pleno emprego, quando praticamente todas as pessoas que buscam um trabalho estão empregadas, o que mostra a força da nossa agricultura, da nossa indústria e do nosso comércio”, afirmou o governador Carlos Massa Ratinho Junior. “Também nos destacamos como um dos melhores geradores de emprego para jovens e mulheres, mostrando que temos uma grande vocação para o trabalho".
"Também estamos conseguido atrair grandes investimentos. Nosso papel é manter esse bom ambiente de negócios, investir em infraestrutura, como as novas concessões, que estão com leilão muito perto, e buscar cada vez mais negócios para criar novas oportunidades para a nossa população”, complementou o governador.
OUTROS DADOS – No segundo trimestre de 2023, Paraná também registrou uma das menores taxas de subutilização da força de trabalho (percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação à força de trabalho ampliada) do País, de 10,8% – apenas Rondônia e Santa Catarina (6,3%), Mato Grosso (7,6%) e Mato Grosso do Sul (9,6%) têm índices melhores.
O Paraná também é o terceiro estado com maior percentual de trabalhadores com carteira assinada, com 81,3%, atrás apenas de Santa Catarina (88,1%) e Rio Grande do Sul (82,3%). O Maranhão tem a menor (49,3%). A média nacional é de 73,7%.
De acordo com a Pnad Contínua, o Estado tem 9,45 milhões de pessoas com idade para trabalhar, ou seja, com 14 anos ou mais. Destas, 6,2 milhões de pessoas compõem a força de trabalho, que são aquelas que estão trabalhando ou procurando emprego. Neste recorte, 5,9 milhões de pessoas estão inseridas no mercado de trabalho, o segundo ponto mais alto da série histórica no Estado.
Segundo o IBGE, a renda dos trabalhadores paranaenses também cresceu na comparação com o primeiro trimestre. O rendimento médio das pessoas ocupadas passou de R$ 3.119,00 para R$ 3.133,00. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado (abril a junho de 2022), com R$ 3.004,00, o aumento é ainda maior. O rendimento médio real mensal nacional foi de R$ 2.921 no segundo trimestre. O Paraná tem o maior salário mínimo regional do País, com valores que variam de R$ 1.749,02 a R$ 2.017,02.
NACIONAL – A taxa nacional de desocupação no segundo trimestre de 2023 foi de 8%, queda de 0,8 ponto percentual em relação ao primeiro trimestre. É o melhor desempenho do País desde o primeiro trimestre de 2015, também com 8%.
Confira todos os dados no site do IBGE.
Por - AEN