Controle fiscal eficiente: Paraná sobe no perfil de crédito de agência internacional

A agência de classificação de risco Fitch Ratings elevou o Perfil de Crédito Individual (PCI) do Paraná de bbb- para bbb. Isso representa uma melhora na percepção do mercado na capacidade de solvência do Estado, seja em relação à sua liquidez como no próprio gerenciamento da dívida pública.

A revisão das notas foi divulgada pela agência na noite de quinta-feira (10) e manteve a classificação BB/Estável no panorama geral. Esse é o maior nível que um estado brasileiro pode alcançar, já que a metodologia da agência impede que as notas estaduais ultrapassem o nível nacional.

De acordo com o relatório publicado pela Fitch, a elevação do PCI para bbb sinaliza o bom momento de controle fiscal paranaense. O “rating” indica maior confiança na capacidade do governo de cumprir suas obrigações financeiras, sobretudo em relação à “adequada disponibilidade de caixa nos últimos três anos”, como afirma o texto.

O principal efeito dessa melhora na classificação é uma sinalização internacional da estabilidade da economia paranaense, o que pode atrair investidores e financiamentos em condições mais favoráveis, beneficiando o desenvolvimento de novos projetos. Em termos práticos, é um selo de qualidade e de confiança que o Paraná recebe da agência.

O secretário de Estado da Fazenda, Norberto Ortigara, celebrou a melhora da nota, destacando justamente o bom trabalho que vem sendo feito no gerenciamento desses passivos. “O Estado do Paraná tem uma dívida pequena e bem administrada comparativamente a outros estados superendividados”, afirma. “E a revisão da classificação mostra isso para o mundo, colocando o Estado como um forte e seguro para se investir”.

CONTROLE DA DÍVIDA – Em seu relatório, a Fitch ressalta principalmente a boa gestão fiscal do Paraná no que diz respeito ao controle de dívidas. “O Estado obteve economias ao renegociar algumas de suas obrigações com contrapartes privadas e com o governo federal, além da antecipação de pagamentos de amortização”, destaca o documento.

O texto faz referência principalmente à renegociação da dívida histórica que o Paraná tinha com o Banco Itaú relacionada ao Banestado e que se estendia por mais de 20 anos. Em 2023, o Governo Estadual conseguiu não só um desconto de 65% sobre esse valor como fez sua quitação antecipada, o que reduziu a dívida em cerca de R$ 4 bilhões e resultou em uma economia de R$ 2,8 bilhões com correção monetária.

Como a revisão das notas leva em conta os acontecimentos dos últimos 12  meses, a quitação ajudou a puxar os indicadores de solvência para cima. Além da Fitch Ratings, o Ranking de Competitividade dos Estados, do Centro de Liderança Pública (CLP), também já havia reconhecido essa melhora.

“A partir da Secretaria da Fazenda, o Estado adotou uma política de ação planejada e eficiente da dívida pública no sentido de estar sempre revisando e analisando esses débitos para fazer a boa gestão e diminuir o saldo devedor”, explica a diretora do Tesouro Estadual, Carin Deda. “Seguindo essa política, temos uma dívida bastante estabilizada e a previsão é que ela continue controlada desta maneira para os próximos exercícios”.

A quitação desse débito levou a dívida pública do Paraná ao seu menor patamar em mais de uma década. Em 2011, os passivos do Estado chegaram a R$ 14,7 bilhões — o que correspondia a 72,9% de toda sua receita na época. Em 2023, o estado encerrou o ano com dívida negativa de R$ 2,87 bilhões, a segunda melhor do País, atrás apenas do Mato Grosso.

Ter dívida líquida negativa significa que o Estado tem disponibilidade financeira superior à dívida de longo prazo. Na prática, isso representa sustentabilidade nas contas e garante que o Paraná tenha condições de executar programas de governo e realizar investimentos nas mais diversas áreas, como saúde, educação, infraestrutura e segurança, por exemplo, ao invés de gastar com o pagamento de juros — e é isso que a nota bbb da Fitch Ratings destaca.

O QUE É RATING – O chamado “rating” das agências de classificação de risco é uma avaliação de crédito atribuída a uma entidade, seja ela um governo, empresa ou instrumento financeiro. A avaliação serve para mensurar a capacidade de pagar pelas dívidas contratadas, de acordo com os termos estabelecidos. 

Os ratings são amplamente utilizados por investidores, instituições financeiras, governos e empresas para avaliar o risco de crédito antes de investir ou fazer negócios. Ratings mais altos indicam maior qualidade de crédito e menor risco, enquanto ratings mais baixos indicam maior risco de inadimplência.

A Fitch é uma das três maiores agências de classificação de risco globais, ao lado da Standard & Poor’s e da Moody’s.

 

 

 

 

 

Por - AEN

 Prótese mamária criada por startup apoiada pelo Estado muda vida de mulheres

A Regenera 3D, em um projeto conjunto com a Rede Feminina de Combate ao Câncer de Curitiba, desenvolveu uma prótese mamária que transforma a vida de mulheres que passaram pela doença. A startup contou com apoio do Governo do Estado, por meio de um programa da Fundação Araucária, de estímulo ao empreendedorismo inovador.

Entre as beneficiadas está a comerciante Mirian Zancanaro Wergutz. Aos 46 anos, ela foi diagnosticada com câncer de mama. Passou por cirurgia para a retirada de um nódulo mas, depois de cinco meses, o câncer voltou mais agressivo e foi necessário fazer uma mastectomia com a retirada total da mama. Além da dor física, ficaram os sentimentos de medo, angústia, insegurança e a queda da autoestima.

Mirian procurou várias formas de se adaptar à nova realidade. “Tentei com espuma e até saco de alpiste, mas nada substituía o peso e o formato da mama adequadamente. Não encontrei nenhum sutiã adaptado que se ajustasse a minha situação”, relata.

Ela conta que sempre foi muito vaidosa, gostava de ir à praia, usava roupas com decote e mais justas, mas que deixou tudo isso de lado. “Sentia que tinha que aceitar que a minha situação não me permitia mais essas vontades”, comenta. Várias vezes pensou em fazer a cirurgia de reconstrução mas teve medo de seu corpo rejeitar e passar novamente pela retirada.

“Foi então que eu conheci esta prótese de silicone, confesso que foi uma alegria imensa. O tamanho, formato e peso são perfeitamente proporcionais e deixa tudo muito natural. Consegui voltar a usar as roupas que eu gostava, ir à praia e recuperei minha autoestima”, conta Mirian.

DIFERENCIAL - A prótese que foi tão importante para Mirian recuperar sua autoestima e se sentir uma mulher completa novamente, foi desenvolvida pelos pesquisadores da startup Regenera 3D. O projeto conjunto com a Rede Feminina de Combate ao Câncer de Curitiba, que conta com a doação de próteses mamárias a pacientes vítimas de câncer de mama.

O engenheiro e sócio da startup, Antônio Verguetz, explica que a grande diferença deste produto em relação aos demais é a ergonomia. “São adaptados ao corpo da mulher, não são apenas um volume. Testamos em trezentas mulheres, para chegar em uma relação peso/volume que fosse semelhante a uma mama.”

“Assim, conseguimos fazer um sistema de alívio de peso que mantivesse a geometria e permitisse a prótese ser colocada no lugar do bojo de um sutiã, ficando imperceptível”, destaca o engenheiro.

APOIO PRIMORDIAL - A ideia da produção das próteses mamárias surgiu da demanda apontada pela Rede Feminina de Combate ao Câncer. Os recursos para a aquisição dos equipamentos utilizados pela startup para a produção das próteses foram adquiridos durante a participação da Regenera no Programa Centelha.

O programa, realizado com recursos da Fundação Araucária e da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), visa estimular a criação de empreendimentos inovadores e disseminar a cultura empreendedora. “Todo o apoio que recebemos participando do Centelha foi primordial para a existência da Regenera”, enfatiza o engenheiro Antônio Verguetz.

A vice-presidente estadual da Rede Feminina de Combate ao Câncer do Hospital Erasto Gaertner, Angela Hilgemberg Zanlorenzi, destaca que a parceria com a startup foi fundamental para a execução do projeto. “A Regenera realizou, incansavelmente, todos os testes necessários. Desenvolveu a parte técnica da prótese e foi uma grande aliada no sucesso desse projeto”, ressalta.

Outro fator importante, segundo a vice-presidente, é o custo benefício da prótese desenvolvida. “Através da parceria com a Regenera nós conseguimos adquirir um produto com valor muito menor que as próteses vendidas no mercado, o que possibilita um maior número de doações. Mesmo as pacientes com condições de comprar na lojinha da Rede compram por um valor muito menor”, observa Angela.

Antônio Verguetz  explica que a prótese é produzida com um material que pode ser higienizado e usado na praia e na piscina. “Muitas destas mulheres usavam saquinhos de alpiste para preencher o espaço da mama retirada, antes de ter acesso à prótese. Com a prótese podem ter uma vida normal, inclusive ir à praia.”

DOAÇÃO - As próteses são doadas às pacientes encaminhadas pela equipe médica do Hospital Erasto Gaertner que executa a cirurgia de mastectomia. Além das próteses que são doadas, a Rede Feminina de Combate ao Câncer tem uma lojinha, sem fins lucrativos, dentro do Hospital Erasto Gaertner onde também há próteses e sutiãs adaptados à venda com preço acessível.

“A importância de iniciativas como esta é a recuperação da autoestima e confiança da mulher para continuar a sua vida social e suas relações, isso apoia a mulher emocionalmente evitando crises de depressão e ansiedade”, destaca a vice-presidente da Rede Feminina.

Todos os meses são doadas cerca de 20 próteses. A receita oriunda das próteses vendidas na lojinha da Rede Feminina é usda para financiar as próteses doadas. “A ideia é que após patentear o produto seja possível distribuir as próteses para todas as Redes Femininas do Brasil”, lembra Angela.

Mais informações podem ser obtidas nas redes sociais da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Curitiba, no Instagram @rfcc_curitiba e no Facebbok Rede Feminina de Combate ao Câncer de Curitiba.

Durante o mês de outubro a startup Regenera 3D também está com uma campanha de doação de 50 próteses mamárias. Mulheres mastectomizadas podem entrar em contato pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. .

CENTELHA - O Programa Centelha oferece capacitações, recursos financeiros e suporte para transformar ideias em negócios de sucesso. A iniciativa contou com o investimento da Fundação Araucária e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) de R$ 4,6 milhões em suas duas edições. O número de empresas apoiadas deve passar de 70, com o valor de até R$ 60 mil por projeto.

A FINEP anunciou um investimento de R$ 124 milhões na terceira edição do Centelha que deve ser lançada em breve. O valor é quase o dobro da edição anterior.

 

 

 

 

Por - AEN

 Serviços têm alta 5,7% no Paraná, maior crescimento do país no acumulado de 12 meses

Com um crescimento de 5,7% entre setembro de 2023 e agosto de 2024, o Paraná é o estado que registrou o maior crescimento no setor de serviços em todo o Brasil no acumulado em 12 meses, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta sexta-feira (11).

O aumento paranaense no período ficou empatado com a alta registrada pelo Tocantins e foi quase o triplo do crescimento médio do Brasil no período, que foi de 1,9%. Santa Catarina (5%), Espírito Santo (5%), Piauí (4,6%), Sergipe (4,3%), Minas Gerais (3,5%) e São Paulo (1,6%) também tiveram variações menores do que a do Paraná.

Com este crescimento, a receita nominal dos serviços no Paraná aumentou 10,1% no período, o que representa a terceira maior alta do País, atrás apenas de Tocantins (13,1%) e Espírito Santo (10,4%). Na média nacional, a receita dos serviços em 12 meses aumentou 6,7%.

A atividade de serviços do Paraná ainda teve um desempenho melhor que a nacional no crescimento acumulado entre janeiro e agosto deste ano, quando o Estado registrou alta de 3,7% frente ao aumento nacional de 2,7%.

SEGMENTOS – Todos os segmentos de serviços registraram um forte crescimento no período acumulado em 12 meses no Paraná. A maior alta foi registrada pelo segmento classificado pelo IBGE como outros serviços, que aumentou 8,2% entre setembro de 2023 e agosto de 2024. Esta segmentação engloba os serviços imobiliários, as atividades auxiliares aos serviços financeiros, as atividades de gestão de resíduos, esgoto, descontaminação, entre outros.

Na sequência, os maiores crescimentos ficaram por conta dos serviços profissionais, administrativos e complementares (7,1%), serviços de informação e comunicação (6,3%), transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (4,7%) e serviços prestados às famílias (3,9%).

TURISMO – O IBGE também divulgou os dados referentes à atividade turística, que mostram que o turismo do Paraná teve o quinto maior aumento do Brasil em 12 meses, com alta de 6,3% no período entre setembro de 2023 e agosto de 2024.

Com esta variação, o Paraná só ficou atrás de Minas Gerais (10,2%), Bahia (7,8%), Santa Catarina (7,6%) e Rio de Janeiro (7,5%). O índice paranaense foi superior aos registrados por Pará (6,3%), Pernambuco (2,6%), São Paulo (1,8%) e Goiás (-1,9%), por exemplo. O turismo paranaense cresceu mais do que o dobro da variação nacional no período, que foi de 2,5%.

Se considerado apenas o crescimento neste ano, no acumulado entre janeiro e agosto de 2024, o aumento do turismo paranaense foi de 5,4%, mais do que o triplo da variação de 1,5% registrada pela média brasileira.

Em relação à receita dos estabelecimentos que prestam serviços turísticos, a pesquisa mostra que o Paraná teve alta de 11,8% no acumulado em 12 meses, com o sexto maior crescimento do Brasil.

 

 

 

 

 

Por - AEN

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