O Paraná tem o menor índice de mortalidade de meninas de até 5 anos do País, de acordo com os Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher. São 9,8 óbitos a cada mil nascimentos.
O índice é o mesmo que o registrado por Santa Catarina.
O índice faz parte de um conjunto de dados relativos à saúde, economia, direitos humanos e educação das mulheres divulgados a cada três anos pelo IBGE. Em relação ao índice de mortalidade de crianças, os dados divulgados são de 2021, compilados pela Secretaria Nacional de Vigilância em Saúde. Em todo o Brasil, o índice é de 12,5 óbitos a cada mil nascimentos.
Para chegar ao melhor índice nacional, o Paraná registrou uma melhora significativa nos últimos anos. Em 2019, por exemplo, o Estado registrava 11,2 óbitos de meninas até 5 anos, com a quarta posição na comparação nacional. O índice registrado pelo Paraná está dentro da meta estipulada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para 2030, que é de menos de 25 óbitos de crianças até 5 anos por mil nascidos vivos.
MÃES – O levantamento também apresentou os dados de mortalidade materna. Os indicadores, que são de 2022, apontam que o Paraná tem um índice de 46,9 mãe mortas a cada 100 mil crianças nascidas.
O índice do Estado é melhor que a média nacional, que é de 57,7 mortes a cada 100 mil nascimentos de crianças. Nesta comparação, o Paraná ocupa a oitava colocação, atrás de Santa Catarina (31,6), Rio Grande do Sul (38,9), Distrito Federal (44,5), São Paulo (44,9), Pernambuco (46) e Minas Gerais (46,8).
Os dados também apontam que 98,9% dos partos que acontecem no Paraná têm a assistência de profissionais de saúde qualificados, estando acima da média nacional, que é de 98,7%. Se enquadram nesta classificação profissionais capazes de fornecer cuidado obstétrico de salvar a vida da mãe e do bebê.
Esses dados se somam a bons indicadores próprios da Secretaria da Saúde. Nesta semana, a pasta divulgou o estágio das metas do Plano de Saúde 2020/2023 informando que a cobertura de teste do pezinho em nascidos vivos continua em 100% e a do teste do olhinho subiu para 97,36% em 2023.
SAÚDE DA MULHER – Os dados divulgados pelo IBGE apresentam um panorama de saúde das mulheres em geral. Um dos recortes mostra que a expectativa de vida das mulheres aos 60 anos no Paraná é de 25,3 anos. Este número representa o número médio de anos que se espera que a pessoa viva a partir daquela idade. O Estado tem a 6ª maior expectativa de vida para mulheres aos 60 anos, atrás de Santa Catarina (26,9 anos), Espírito Santo (26,8 anos), Distrito Federal (25,9 anos), Rio Grande do Sul (25,8 anos) e São Paulo (25,6 anos). No Brasil, a média é de 24,8 anos.
Os indicadores também apontam uma taxa de mortalidade de 12,2% das mulheres entre 30 e 69 anos por doenças cardiovasculares, câncer, diabetes ou doenças respiratórias crônicas. Em 2012, o índice no Estado era de 14,3%.
ECONOMIA – Nos índices socioeconômicos, o levantamento aponta que o Paraná tem o quarto maior índice de ocupação de mulheres. Os dados mostram que 70,6% das mulheres entre 25 e 54 anos do Estado estão ocupadas. Em todo o Brasil, o índice é de 63,3%.
A posição no ranking nacional se mantém quando o recorte leva em conta apenas mulheres da mesma faixa etária que convivem com uma criança de até 6 anos na mesma casa. Neste caso, o índice de ocupação no Paraná é de 64,4% e a média brasileira é de 56,6%.
Os dados do IBGE ainda mostram que o Paraná tem a sétima maior média brasileira de salários gerenciais para mulheres, de R$ 6.506, com 33% dos postos de chefia sendo ocupados por mulheres.
Por - AEN
O Paraná encerrou a colheita da batata de primeira safra, com 392,2 mil toneladas extraídas da terra.
O volume foi 15% menor que a previsão inicial de 462,2 toneladas feita pelo Departamento de Economia Rural (Deral), devido às condições climáticas desfavoráveis. A segunda safra já está a campo e, se o clima continuar ajudando, pode garantir safra cheia.
No caso da batata primeira safra, o Estado cultivou 14,7 mil hectares, dos quais 50 hectares foram perdidos. As 392,9 toneladas colhidas já foram beneficiadas, classificadas e comercializadas. “O excesso de chuvas e as altas temperaturas durante o período influenciaram na qualidade, oferta e preços do tubérculo”, informa o engenheiro agrônomo Paulo Andrade, analista da cultura no Deral.
Os preços médios nominais mensais recebidos pelos produtores para a batata lisa praticamente dobraram entre novembro e o mês passado. A saca de 25 quilos passou de R$ 52,08 para R$ 100,64.
No atacado da Ceasa Curitiba, a batata comum especial lavada custava R$ 160,00 a saca de 25 quilos em 2 de janeiro, passou para R$ 190,00 em 29 do mesmo mês e no início desta semana estava em R$ 120,00. No varejo, a batata comum saía por R$ 3,18 o quilo em novembro. Em fevereiro foi comercializada a R$ 8,82.
Para a segunda safra, os bataticultores paranaenses já semearam 81% dos 10,9 mil hectares previstos. A colheita já atinge 2%. Segundo os técnicos que acompanham a cultura, 94% estão em boas condições e o restante, medianas.
Esse é um dos assuntos analisados no Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 01 a 08 de março. O documento é elaborado pelos técnicos do Deral, órgão da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Nesta edição também há referências sobre soja, milho, leite, frango e ovos.
MILHO E SOJA – A colheita da soja avançou no Estado na última semana, alcançando dois terços da área estimada de 5,8 milhões de hectares. É um dos patamares mais altos da história da oleaginosa no Estado. Do que permanece no campo, 66% estão em boas condições, 29% em condição mediana e 5%, ruim.
O milho de primeira safra chegou a 73% de colheita nos 296 mil hectares plantados. O plantio da segunda safra está em 82% da área prevista de 2,4 milhões de hectares, bastante superior à média de 50% das últimas safras para o período.
LEITE – No varejo do Estado, os principais derivados de leite seguiram a alta da indústria. O leite longa vida (+5,2%), o leite em pó (+6,4%) e o queijo muçarela (+6,7%), todos tiveram seus preços reajustados para cima nas gôndolas dos supermercados.
FRANGO E OVOS – O boletim também destaca que levantamento realizado pelo Deral mostrou que o preço nominal médio do frango vivo ao produtor no Paraná foi de R$ 4,55 o quilo em fevereiro. O valor representa queda de 0,9% se comparado com o mês anterior (R$ 4,59 o quilo), e redução de 8,6% em comparação com fevereiro de 2023 – R$ 4,98 o quilo.
Em relação aos ovos, o documento registra que o Paraná ficou em terceiro lugar entre os estados exportadores no ano passado. Foram enviadas 8.815 toneladas ao Exterior, com receita cambial de US$ 40,3 milhões. Em 2022 tinham sido exportadas 5.700 toneladas, ou 54,6% a menos, enquanto a receita cambial ficou em US$ 27,1 milhões, ou 48,9% a menos.
Por - AEN
O Paraná está propondo ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) a liberação para todo o País de R$ 568 bilhões para o Plano Safra 2024/25.
Esse montante abrange a agricultura empresarial e a familiar, com recursos destinados a custeio, comercialização e investimento. No período 2023/24, o ministério liberou R$ 435,9 bilhões.
O documento
foi enviado nesta sexta-feira (08) com a assinatura dos titulares da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), IDR-Paraná, Federação da Agricultura (Faep), Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná (Fetaep) e Sistema Ocepar.A contribuição paranaense, com propostas que envolvem, entre outros itens, investimentos, custeio e comercialização, ocorre todos os anos. “A agropecuária paranaense conquistou uma posição de respeito tanto no Brasil quanto no exterior, por isso temos o dever de apresentar as propostas que consideramos mais justas e adequadas para o momento, com base no conhecimento das coisas do campo e participação dos agricultores por meio de suas entidades representativas”, disse o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.
O ofício que os órgãos representativos dos produtores enviaram aos ministros Carlos Fávaro e Luiz Paulo Teixeira, acompanhando o documento com as propostas, destaca o impacto que as culturas da safra 2023/24 sofreram em razão do comportamento do clima.
“Com o avanço das colheitas é possível reavaliar as estimativas de produção, concluindo-se que as perspectivas de obtermos uma safra cheia não serão alcançadas. Esse fator, se configurado, trará consequências diretas sobre a capacidade de pagamento dos produtores e a realização de novos investimentos ao longo do ano em curso”, afirma o documento.
As entidades lembram que os insumos para a atual safra foram adquiridos em período de preços elevados, mas os valores do produto final, particularmente o milho e soja, sofreram redução significativa. “A soma desses fatores está pressionando fortemente as margens de renda, em especial no primeiro elo da cadeia produtiva”, constatam.
No entanto, elas acentuam que o setor continua a contribuir para minimizar os impactos negativos da inflação no país e assegurar a segurança alimentar, tanto a nível nacional quanto global. “A produção agropecuária não apenas impulsiona a economia, mas promove investimentos no setor, que resultam em aumento de produtividade e geração de empregos”, afirmam.
CRÉDITO RURAL – O documento preparado pelos representantes do agro paranaense salienta ser crucial que a formulação da política de crédito rural priorize atividades, produtores e empreendimentos que gerem benefícios sociais e ambientais. Nesse sentido, propõem a concessão de créditos para pequenos e médios produtores, e para investimentos em tecnologias e práticas agrícolas sustentáveis.
Eles lembram que desde o ciclo 2017/18 o Estado tem enfrentado sucessivas quebras de safra, sobretudo em razão das condições climáticas. De outra parte, os custos de produção aumentaram, com preços elevados de insumos e reduções significativas no momento da venda da produção. “É fundamental que o sistema de crédito rural apoie os produtores neste momento, oferecendo condições de repactuar suas dívidas e garantir o volume de recursos necessários”, salientam.
Dos R$ 568 bilhões sugeridos para o Plano Safra, o Paraná destaca que R$ 383 bilhões seriam para créditos de custeio e comercialização e R$ 185 bilhões para investimentos. Do destinado a custeio e comercialização, a proposta é que R$ 45 bilhões sejam direcionados para linhas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) com taxas de juros de 0,5% a 4,5% ao ano.
A proposta é que o limite seja elevado de R$ 250 mil para R$ 500 mil para custeio. Para esse público também é pedido aumento em recursos de investimento, passando de R$ 30 bilhões para R$ 45 bilhões. Os limites também devem ser elevados de R$ 210 mil para R$ 350 mil. No caso de algumas atividades, como suinocultura, avicultura, fruticultura e bovinocultura de leite, passaria de R$ 420 mil para R$ 1 milhão.
A ideia é que os produtores enquadrados no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) tenham R$ 71 bilhões para custeio e comercialização, com taxas de juros de 7%. Em investimentos do Pronamp, foram sugeridos R$ 14 bilhões. Aos demais produtores propõe-se sejam destinados R$ 267 bilhões como custeio, com juros de 8%, e R$ 126 bilhões para investimentos.
INVESTIMENTOS – Em relação aos investimentos, os líderes agropecuários paranaenses colocam como prioridade a construção e reforma de armazéns. Para essa linha propõem aumentar de R$ 6,6 bilhões para R$ 12 bilhões o montante de recursos, e de R$ 50 milhões para R$ 150 milhões o limite de crédito para armazéns até 6 mil toneladas.
Eles argumentam que o investimento precisa ter robustez em razão da demora para o retorno financeiro. “Além disso, é crucial destacar a importância desta linha de financiamento diante do déficit de armazéns no Paraná, onde a escassez de infraestrutura de armazenagem compromete o manejo adequado dos produtos agrícolas, prejudicando a segurança alimentar e a eficiência logística da região”, diz o documento.
O Programa de Financiamento à Agricultura Irrigada e ao Cultivo Protegido (Proirriga) também está entre as prioridades. A proposta é ter montante de recursos na ordem de R$ 3 bilhões. Na mesma linha de preferência se coloca o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro), com sugestão de liberação de R$ 4,5 bilhões.
Como quarta prioridade para investimentos é apresentado o Programa de Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis (RenovAgro). Nesse item, os representantes de agropecuaristas paranaenses propõem que os recursos passem de R$ 6,9 bilhões para R$ 9 bilhões, com limite de crédito em R$ 6,5 milhões. Eles acentuam que, nos programas prioritários, as taxas de juros sejam menores e os prazos de reembolso superiores aos demais.
A Proposta para o Plano Safra 2024 – 2025 também acentua a necessidade de ampliação dos recursos de crédito para as cooperativas agropecuárias e também no Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop), passando de R$ 1,9 bilhão para R$ 5 bilhões.
SEGURO – A proposta das entidades que representam os agricultores paranaenses é que o Plano Safra 2024/25 tenha R$ 2,5 bilhões no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural, com cronograma de liberação oportuna dos recursos, de acordo com o calendário agrícola. Nesse item, o pedido é também para que seja regulamentada a lei que instituiu o Fundo de Catástrofe.
No caso do Proagro, que o limite seja ampliado de R$ 335 mil para R$ 500 mil por produtor e por safra. Além disso, propõem que a cobertura seja dada a partir da data de plantio até o término da colheita.
Por - AEN
O Dia Internacional da Mulher é um marco para celebrar a representatividade feminina na Cohapar, que responde pelas políticas habitacionais no Estado.
Entre sede e escritórios regionais, são 211 funcionárias concursadas, comissionadas e terceirizadas, número que representa cerca de 50% do corpo funcional da empresa pública.
E essa representatividade interna está ajudando a consolidar políticas para a sociedade. O Paraná tem uma lei estadual (20.394/2020) que guia o Programa Casa Fácil e prevê prioridade de atendimento às famílias chefiadas por mulheres e cota para aquelas protegidas pela Lei Maria da Penha. A medida vale para todas as modalidades disponíveis, o que garante a preferência em projetos de imóveis financiados pela Cohapar com condições facilitadas, casas doadas para pessoas em vulnerabilidade social e também em condomínios exclusivos para idosos.
Os índices de atendimento a esse público estão se tornando cada vez mais expressivos nas diversas modalidades do Casa Fácil: 54% dos subsídios aprovados na modalidade Valor de Entrada são para mulheres e nas modalidades de financiamento junto à Companhia o índice de titularidade feminina alcança a marca dos 78,5%. No âmbito da Escrituração e Regularização Fundiária, 42% da documentação emitida tem uma mulher como requerente principal.
A lei também é importante diante do contexto social do programa. Conforme o perfil de cadastro de pretendentes no órgão estadual de habitação, 67% das inscrições são de famílias chefiadas por mulheres. Para se habilitarem a participar da seleção e comercialização de casas dos projetos estaduais, as interessadas devem se inscrever no site www.cohapar.pr.gov.br/cadastro. Nele, é necessário preencher informações sobre renda, composição familiar e outros dados, como eventual enquadramento na Lei Maria da Penha.
Durante o processo de classificação dos pretendentes de cada empreendimento, os técnicos da Cohapar fazem uma análise criteriosa dos dados informados e, posteriormente, aquelas pessoas com prioridade de atendimento deverão comprovar as informações preenchidas na ficha de cadastro.
“É uma alegria imensa poder contar com o profissionalismo e excelência de tantas mulheres na execução dos programas habitacionais, levando oportunidades a milhares de mulheres”, enfatizou o presidente da Cohapar, Jorge Lange. Para ele, esse compromisso reflete os princípios de equidade e igualdade entre homens e mulheres.
CASA FÁCIL – Por meio do programa Casa Fácil Paraná, a Cohapar financia diretamente a construção ou aquisição de casas para famílias com renda de um a seis salários mínimos. Ele envolve as modalidades Valor de Entrada, Viver Mais Paraná, Vida Nova, Escritura na Mão e Escrituração Direta. Apenas na primeira modalidade já foram investidos R$ 480 milhões em subsídios, entre 2021 e 2023, para 32 mil famílias paranaenses. Para conhecer todos os detalhes, acesse o site oficial AQUI.
Por - AEN
Um levantamento do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) mostra que, em 93 municípios do Paraná, o salário médio das mulheres é mais alto que o dos homens, o que corresponde a 23% das cidades paranaenses.
Com dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do ano de 2021, o Ipardes aponta que esse percentual supera os números observados em Santa Catarina, com 13% dos municípios nessa condição, e o Rio Grande do Sul, que registra 19%.
Em Tunas do Paraná, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), a remuneração média das mulheres com emprego formal chega a superar em 66% o salário médio dos homens, atingindo R$ 3.256,50 por mês. As mulheres da cidade chegam a ganhar quase um salário mínimo a mais que os homens, já que o salário médio deles é de R$ 1.957,89.
Com uma população de 6.219 habitantes, segundo o Censo 2022, e com 1.309 pessoas empregadas com carteira assinada, de acordo com a RAIS, Tunas do Paraná é a quinta cidade paranaense com a melhor remuneração média para as mulheres. Ela fica atrás apenas dos salários médios femininos de Curitiba (R$ 3.874,94), Saudade do Iguaçu (R$ 3.659,17), Porto Barreiro (R$ 3.316,02) e Centenário do Sul (R$ 3.269,26).
Segundo o diretor-presidente do Ipardes, Jorge Callado, a remuneração mais elevada das mulheres observada em muitos municípios do Paraná reflete, entre outros fatores, a alta participação no mercado laboral de trabalhadoras de atividades específicas, como a educação. “A área de ensino exige profissionais de alta qualificação e escolaridade, que, por isso, recebem salários mais elevados que a média”, afirma
De fato, de acordo com os dados da RAIS, as profissionais de ensino somam 157,6 mil no Paraná, representando 10,7% do total de 1,5 milhão de empregos formais femininos do Estado. Já no emprego masculino, a participação dos profissionais de ensino não ultrapassa 2,7%.
Atuando há 37 anos na área da educação em Tunas do Paraná, a professora Irineia do Rocio Santos Frazão confirma essa afirmação. Ela conta que a economia do município é baseada na extração de madeira e calcário, atividades predominantemente masculinas, e por isso as mulheres acabaram trabalhando em áreas do serviço público, como na saúde e educação.
“Até os anos 1990, Tunas pertencia a Bocaiúva do Sul, mas quando houve o desmembramento muitas escolas, creches e até um hospital foram instalados na cidade. As mulheres acabaram indo trabalhar nesses locais, que exigem mais formação e onde o salário e as condições de trabalho são melhores”, diz.
Ela já foi secretária municipal da Educação e destaca que a grande maioria dos profissionais da área é mulher. “Quando fui secretária, eram quase seis vezes mais mulheres que homens atuando na educação. E mesmo no colégio onde dou aula hoje, são uns quatro cinco homens e mais de 30 mulheres”, conta. “Como professora, vejo que as alunas acabam se dedicando por mais tempo aos estudos. Temos um ônibus que leva nossos estudantes para fazer faculdade em Curitiba, e geralmente as mulheres são maioria”.
MENOR DIFERENÇA – Apesar de ainda haver uma diferença na renda entre homens e mulheres, o Paraná tem também a maior paridade salarial na região Sul. Em 2021, as trabalhadoras paranaenses receberam, em média, 87,8% da renda média dos homens, superando os índices do Rio Grande do Sul (85%) e Santa Catarina (83,7%). Os dados também foram extraídos pelo Ipardes da RAIS e mostram que a média salarial feminina no Paraná é de R$ 2.915, contra R$ 2.799 de Santa Catarina e R$ 2.991 do Rio Grande do Sul.
A remuneração varia conforme o grau de escolaridade. As mulheres com ensino superior complete recebem, em média, R$ 5.055, enquanto o salário médio das com superior incompleto é de R$ 2.445. Para as trabalhadoras com ensino médio completo, a média salarial é de R$ 1.999, e com fundamental completo, de R$ 1.598.
ESCOLARIDADE – O Paraná é o estado do Sul com o melhor indicador de mulheres com curso superior completo empregadas formalmente, com 31,6% das trabalhadoras paranaenses com esse nível de ensino. No Rio Grande do Sul são 29,4% e, em Santa Catarina, 26,1%. Além disso, 46,6% das mulheres empregadas no Paraná têm ensino médio completo.
Segundo a RAIS de 2021, as mulheres representam 45% do mercado de trabalho formal no Paraná, com 1.473.668 trabalhadoras com carteira assinada, dentro de um universo de 3.257.533 pessoas que compõem o estoque de emprego no Estado.
Ainda assim, há diferenças acentuadas em relação aos homens. De acordo com os dados extraídos pelo Ipardes, a remuneração média de um homem com 5º ano do ensino fundamental completo (R$ 2.222) é bem próxima de uma mulher cursando o ensino superior (R$ 2.445). No caso do ensino superior completo, a diferença é de mais de R$ 2 mil: R$ 7.614 de média entre os homens e R$ 5.055 entre mulheres.
"Estamos tentando equilibrar cada vez mais esse cenário. Nesta semana fizemos um mutirão exclusivo para mulheres, com 362 trabalhadoras contratadas, e temos diversos cursos de capacitação e qualificação gratuitos voltados para aperfeiçoamento para o mercado de trabalho. A Rede Sine já se destaca nacionalmente em relação à oferta de empregos para as mulheres, com 62 mil empregos em 2023, e nos próximos anos queremos ampliar o apoio aos municípios para melhorar os dados cada vez mais", afirma o secretário de Trabalho, Qualificação e Renda, Mauro Moraes.
Confira os dados do Ipardes
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O governador Carlos Massa Ratinho Junior recebeu nesta quinta-feira (7) no Fórum Estadual de Gestores Públicos em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, um certificado do Centro de Liderança Pública (CLP) pelo primeiro lugar em todo o País no Índice de Liquidez do último Ranking de Competitividade dos Estados, divulgado em 2023.
O indicador avalia a capacidade do Estado de cumprir obrigações financeiras com base em seus recursos disponíveis.
Depois do Paraná aparecem Bahia (2º), Espírito Santo (3°), Paraíba (4º), Mato Grosso (5º) e Goiás (6º). Os demais estados do Sul estão em 7º (Santa Catarina) e 26º (Rio Grande do Sul), o último da classificação.
O Paraná subiu cinco posições em relação a 2022 em Liquidez, que está dentro do pilar Solidez Fiscal. Nesse quesito o Paraná demonstrou avanços importantes, com progresso em seis dos nove indicadores. Os outros destaques foram em Solvência Fiscal (4ª para a 8ª colocação), Dependência Fiscal (do 9º para o 7º lugar), Gasto com Pessoal (do 17º para o 11º lugar), Poupança Corrente (do 7º para o 4º lugar) e Resultado Primário (do 15º ao 6º lugar).
No pilar da Solidez Fiscal como um todo, o Paraná obteve nota 69, em uma escala que vai de 0 a 100. Com o resultado, o Estado galgou uma posição neste âmbito em relação ao relatório de 2022.
O Paraná figurou novamente no pódio dos estados mais competitivos do Brasil, ao lado de Santa Catarina e São Paulo, no relatório divulgado em agosto do ano passado. Os principais destaques do Estado, além da Solidez Fiscal, são em sustentabilidade ambiental, com nota máxima, de 100, no qual o Paraná figura em primeiro do País, e eficiência da máquina pública, com 95,2, indicador em que o Paraná é segundo do ranking nacional.
Por - AEN