A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) confirmou nesta semana o terceiro surto hospitalar de Candida auris no país. Dessa vez, o fungo foi identificado em amostras de urina de dois pacientes que estavam internados num hospital do Recife – um homem de 67 anos e uma mulher de 70 anos.
A levedura – tipo de fungo que possui apenas uma célula – causa grande preocupação nas autoridades sanitárias por ser resistente à maioria dos fungicidas existentes. Em alguns casos, a todos. Isso levou a espécie a receber o apelido de superfungo.
Os organismos do reino Candida são velhos conhecidos da população. Eles causam infecções orais e vaginais bastante comuns nos seres humanos, as candidíases, que são combatidas com fungicidas vendidos em qualquer farmácia.
No caso da Candida auris, porém, as infecções têm se mostrado extremamente difíceis de curar. A espécie produz o que os cientistas chamam de biofilme, camada protetora que a torna resistente ao fluconazol, à anfotericina B e ao equinocandinao, três dos principais compostos antifúngicos.
A espécie é capaz também de infectar o sangue, levando a casos agressivos e muitas vezes letais. Além disso, acomete em geral pacientes graves, que permanecem por longos períodos em unidades intensivas de tratamento. Dos 18 casos identificados até agora no Brasil, dois resultaram em morte.
A Candida auris se demonstrou ainda ser extremamente difícil de controlar, sendo resistente também à maioria dos desinfetantes. “Quando ela chega num hospital, raramente é eliminada”, disse o infectologista Flávio Teles, coordenador do Comitê de Micologia da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Não bastasse sua resistência, o patógeno é difícil de identificar, podendo ser confundido, em laboratórios, com outras espécies de Candida. “Tem essa dificuldade para diagnosticar, porque há um desconhecimento sobre a nova espécie, então acaba podendo passar desapercebido”, frisou o médico infectologista Filipe Prohaska, um dos envolvidos na identificação do surto em Pernambuco.
No Brasil, dois laboratórios estão aptos a identificar a levedura por meio de procedimentos específicos: o Laboratório Especial de Micologia da Escola Paulista de Medicina (Lemi), vinculado à Universidade Federal de São Paulo (Unifespe); e o Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA).
Histórico
O superfungo foi primeiro identificado no Japão, em 2009, no ouvido de um paciente internado, o que levou ao nome auris – orelha, em latim. Desde então, casos foram reportados em ao menos 47 países, segundo dados compilados pelo Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês).
Ao todo, foram cerca de 5 mil pessoas infectadas até agora em todo mundo. Foi o suficiente para a Candida auris ser considerada uma das principais ameaças à saúde pública global.
O nível de alerta cresceu bastante durante a pandemia de covid-19, que aumentou em muito o número de internações longas em todo o mundo. “Paciente com covid-19 grave fica muito tempo na UTI, fica tomando corticóide, fica em ventilação mecânica, fatores que são riscos para pacientes adquirirem infecções fúngicas. Tudo isso é um alerta”, disse Teles.
Ainda não é possível saber a origem da Candida auris que apareceu no Brasil. A espécie foi identificada pela primeira vez no cateter de um paciente num hospital de Salvador, em dezembro de 2020. Nesse primeiro surto, 15 pessoas foram infectadas. Uma única outra infecção foi identificada também em Salvador, em dezembro de 2021.
Outra característica que torna a espécie preocupante é sua capacidade de sobreviver por meses em superfícies como macas, móveis e instrumentos. É possível, por exemplo, que indivíduos saudáveis transportem o fungo entre unidades hospitalares sem saber.
A transmissão, contudo, se dá somente pelo contato direto com objetos ou pessoas infectadas, uma das poucas características que favorecem sua contenção. Até hoje, por exemplo, nunca foi identificada nenhuma infecção por Candida auris fora do ambiente hospitalar.
Por - Agência Brasil
Uma terra onde a ciência e a paz reinam absolutas. Nos dias de hoje, parece difícil imaginar um lugar assim no planeta. Mas ele existe. E fica no ponto mais ao sul da Terra. A Antártica corresponde a um arranjo geopolítico único no mundo.
No dia 1º de dezembro de 1959, 12 países assinaram o Tratado Antártico. O documento pôs fim às disputas que existiam por porções de terra deste imenso continente. Com isso, abriu caminho para a liberdade de exploração científica da região, em um regime pacífico de cooperação internacional.
O Brasil só viria a assinar o tratado em 1975 e em 1983 passou a integrar a chamada Parte Consultiva, com direito a voz e voto sobre as decisões relacionadas ao presente e o futuro do continente e de seus incalculáveis recursos naturais. Para ser membro consultivo, o pré-requisito exigido pelo tratado é justamente que o país promova algum tipo de pesquisa na região.
Atualmente, portanto, o Brasil compõe um seleto grupo de 29 países que têm estações científicas na Antártica e que poderão decidir os rumos de tudo o que esteja relacionado à exploração da região. E essa história começou justamente em janeiro de 1982, há exatos 40 anos, quando o governo brasileiro lançou o Programa Antártico (Proantar) e levou os primeiros cientistas para o continente, a bordo, na época, do navio oceanográfico W. Besnard.
"Esse projeto começa ainda no governo Geisel, em 1975, com adesão do Brasil ao Tratado Antártico, seguindo pelos anos 1980, com inauguração da estação científica, depois passando por todos os governos do período democrático até o momento atual. Certamente é umas das políticas de Estado mais bem-sucedidas do país, diferente das descontinuidades de projetos nacionais que estamos acostumados", disse Paulo Câmara, professor do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília (UnB) e o primeiro coordenador científico designado para a Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), a casa do Brasil no continente de gelo.
Câmara esteve na estação de outubro a dezembro do ano passado, na primeira leva de cientistas brasileiros que pisaram na Antártica após quase dois anos de paralisação por conta da pandemia da covid-19. Esse hiato nas pesquisas, que afetou praticamente todos os países que atuam no continente, acabou impedindo que o Brasil estreasse os modernos laboratórios científicos construídos para a nova Estação Comandante Ferraz.
Fundada em 1984, a estação sofreu um incêndio de grandes proporções em 2012. Na tragédia, dois militares morreram e 70% das instalações foram perdidas. O governo federal investiu cerca de US $100 milhões na obra de reconstrução, e a unidade recebeu os equipamentos mais avançados do mundo.
A entrega da base pronta ocorreu justamente no início de 2020, mas não deu tempo de retomar os projetos científicos porque cerca de dois meses depois foi decretada a emergência de saúde global provocada pelo novo coronavírus.
A volta dos pesquisadores para o continente de gelo não teve a mesma logística de antes. Por causa das restrições da pandemia, o tempo de permanência, que era de cerca de um mês, foi estendido para aproximadamente três meses, e agora ocorre em duas etapas ao longo do ano, e não seis, como antes. Além disso, os cientistas tiveram que ficar 10 dias embarcados a bordo do navio de apoio oceanográfico da Marinha, o Ary Rongel, fazendo quarentena e sendo submetidos a exames de covid-19. Pessoas com comorbidades não puderam viajar. O tempo de viagem também aumentou. O percurso anterior era feito via Punta Arenas, no extremo sul do Chile. Até ali, os pesquisadores chegavam por via aérea. Em seguida, embarcaram num navio para atravessar o tempestuoso Estreito de Drake até a Península Antártica, ou faziam um novo voo direto até o continente austral. Com o Chile fechado, a viagem foi feita de navio a partir do Rio de Janeiro direto para a Antártica, um percurso que durou cerca de 20 dias em alto mar.
Estrutura de ponta
Em uma área de 4,5 mil metros quadrados, a nova estação tem capacidade para hospedar 64 pessoas. O novo centro brasileiro de pesquisas na Antártica conta com 17 laboratórios de última geração. Os quartos da base, com duas camas e banheiro privativo, abrigam pesquisadores e militares com muito mais conforto do que antes. A estação também conta com acesso à internet 4G, sala de vídeo, locais para reuniões, academia de ginástica, cozinha e um ambulatório para emergências.
"As instalações são formidáveis. Conforto que antes não se tinha aqui, nos permite processar os dados que coletamos aqui e ter um bem-estar garantido. E com tudo ainda novo, é um prazer imenso compor o primeiro grupo de pesquisadores que faz uso de tudo isso que é feito para o nosso trabalho. Ter esses subsídios e todo o propósito de estar aqui e fazer ciência faz tudo parecer um sonho de pesquisador", disse Dafne Anjos, estudante do décimo semestre do curso de Ciências Biológicas da UnB, que está na Estação Comandante Ferraz desde novembro de 2021, no primeiro grupo que retomou as pesquisas. Envolvida com pesquisas sobre musgos antárticos, Dafne Anjos deve ficar pelo menos até fevereiro na base, coletando amostras e analisando suas composições.
Entre as unidades reativadas recentemente, está a estação meteorológica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apelidada de "meteoro", que faz medições automáticas diretamente da base brasileira na Antártica. Outra instalação de pesquisa que retomou suas atividades foi o módulo VLF (Very Low Frequency), que realiza estudos sobre a propagação eletromagnética na ionosfera (parte alta da atmosfera terrestre). Foi dali que cientistas puderam acompanhar, em dezembro do ano passado, o eclipse total do Sol. Esse fenômeno, que ocorre quando o Sol, Terra e Lua estão totalmente alinhados, só pôde ser visto completamente da Antártica.
Em todas as unidades da estação foram instaladas portas corta-fogo e colocados sensores de fumaça e alarmes de incêndio. Nas salas onde ficam máquinas e geradores, as paredes são feitas de material ultrarresistente. No caso de um incêndio, elas conseguem suportar o fogo durante duas horas e não permitem que ele se espalhe por outros locais antes da chegada do esquadrão anti-incêndio. A estação tem ainda uma usina eólica que aproveita os fortes ventos antárticos. Placas para captar energia solar também foram instaladas na base e vão gerar energia, principalmente no verão, quando o sol na Antártica brilha mais de 20 horas por dia.
"Aprendemos lições ao longo desse processo, a ponto de hoje termos essa estação extremamente tecnológica e segura, com uma série de recursos que permitem a gente realizar pesquisa científica de ponta na Antártica", destaca o capitão de mar e guerra Marcelo Gomes, da Marinha, que é subsecretário do Proantar.
Do ponto de vista estrutural e tecnológico, a estação científica brasileira está entre as mais modernas da Antártica, só perdendo em importância para a Estação McMurdo, a enorme base científica dos Estados Unidos, praticamente uma pequena cidade que pode abrigar mais de 2 mil pessoas, e a Estação Polo Sul Amundsen-Scott, localizada no Polo Sul geográfico da Terra, também controlada pelos norte-americanos.
A chave para o futuro
A Antártica é considerada o principal regulador térmico do planeta, pois controla as circulações atmosféricas e oceânicas, influenciando o clima e as condições de vida na Terra. Além disso, é detentora das maiores reservas de gelo (90%) e água doce (70%) do mundo, além de possuir incontáveis recursos minerais e energéticos. Sua dimensão também impressiona: são mais de 14 milhões de quilômetros quadrados, quase duas vezes o tamanho do território brasileiro (8,5 milhões de quilômetros quadrados).
Para o Brasil, que é considerado o sétimo país mais próximo da Antártica, estudar e compreender os seus fenômenos naturais é literalmente uma questão de sobrevivência no futuro.
"A Antártica está esquentando e isso vai criando distúrbios na sua atmosfera. Essas correntes marinhas que sobem da Antártica para o Brasil garantem, por exemplo, a qualidade da água que permite o desenvolvimento de peixes pescados na nossa costa. Tem também a influência no regime de chuvas, já que a massa de ar frio e seco da Antártica sobre para a América do Sul, onde se encontra com a massa de ar quente e úmido vinda da Amazônia. O equilíbrio desse fluxo, onde uma predomina sobre a outra, é que garante períodos alternados de seca e chuva que são essenciais para o funcionamento da agricultura", explica Paulo Câmara.
O coordenador científico da estação brasileira na Antártica enumera ainda outras pesquisas relevantes desenvolvidas no continente gelado. Uma delas investiga espécies de fungo endêmicos da região que poderiam ser usados no desenvolvimento de fungicidas para combater a ferrugem asiática, uma doença causada por outro tipo de fungo que afeta mundialmente a agricultura, gerando perdas bilionárias em lavouras como a da soja.
Com o avanço acelerado das mudanças climáticas e o exaurimento dos recursos do planeta, os olhos de todos devem se voltar para a Antártica dentro de algumas décadas. "A Antártica é o último reduto de recursos naturais da Terra, é uma reserva para a humanidade", enfatiza Câmara.
Por - Agência Brasil
A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) alerta para o aumento de casos de pedras nos rins em até 30% durante o verão, já que há o aumento da transpiração e, em alguns casos, sem a hidratação adequada para supri-la. Além disso, a entidade aponta maior risco de cistite, uma infecção na bexiga, também nessa época.
Para prevenir a incidência das pedras nos rins, a SBU afirma que é preciso adotar alguns hábitos, como aumentar o consumo de água, diminuir o sal da comida, fazer atividade física e comer menos carne vermelha. Aumentar a ingestão de sucos cítricos também é uma forma de proteger o corpo da formação de cálculos renais, apontou a SBU.
“Estima-se que 1 em cada 10 pessoas, no Brasil, sofra de cálculo renal e, geralmente, acomete jovens entre os 20 a 35 anos, sendo mais frequente em homens. Cerca da metade destas pessoas terão um novo episódio de cálculo ao longo dos 10 anos”, informou a entidade.
Outro alerta da sociedade médica é relacionado à negligência ou tratamento inadequado, o que pode evoluir para deterioração dos rins, redução em sua função e até casos de nefrectomias - retirada do órgão - decorrentes de obstrução devido à presença da pedra ou a infecções renais associadas aos cálculos.
Já em relação à cistite, que também é favorecida pelo calor e a umidade típicos do verão, costuma causar sensação de bexiga cheia, urgência para urinar e ardência no canal uretral.
Hábitos que podem ajudar a prevenir tal condição incluem evitar ficar longos períodos sem urinar; tomar líquidos em quantidades apropriadas; combater a constipação intestinal; fazer a adequada higiene íntima; praticar exercícios físicos; e evitar ficar com roupa de banho molhada por longos períodos.
Por - Agência Brasil
Na próxima terça-feira (18) o Paraná completa um ano da campanha de imunização contra a Covid-19, na esteira do início da vacinação em crianças de 5 a 11 anos.
Desde então, com o aperfeiçoamento da ciência em nível global, houve mudanças no intervalo de aplicação das doses. Para esclarecer quais são os prazos recomendados pelo Ministério da Saúde, a Secretaria de Estado da Saúde montou um guia para orientar a população.
Atualmente, o Paraná está vacinando com a primeira dose toda a população acima de 12 anos e, a partir deste sábado (15), deve dar início à aplicação dos primeiros imunizantes em crianças de 5 a 11 anos, seguindo diretrizes semelhantes às dos adultos, a começar pela imunização das crianças indígenas, seguidas pelo grupo com comorbidades e deficiência permanente, quilombolas, as que vivem em lares com pessoas com alto risco para evolução grave de Covid-19 e, então, em ordem decrescente de idade: iniciando pelos 11 anos até chegar aos 5 anos.
O Estado também está realizando a aplicação da segunda dose e da dose de reforço para aqueles que já cumpriram o intervalo determinado: 4 meses para quem recebeu doses da CoronaVac, Pfizer e AstraZeneca, e de 2 meses para quem tomou a vacina da Janssen. Para o público com faixa etária entre 12 a 17 anos ainda não há recomendação para tomar a dose de reforço.
Os paranaenses acima de 12 anos que ainda não tomaram a primeira dose ou perderam o prazo de aplicação da segunda devem procurar a unidade de saúde mais próxima de sua casa, no seu município. Para quem ainda não tomou a segunda dose – cujo prazo varia de acordo com a aplicação da primeira –, mas está dentro do intervalo recomendado em relação à primeira dose, deve procurar os postos de vacinação apenas após a conclusão do prazo.
Confira o intervalo recomendado para o recebimento da segunda dose e o reforço:
Paranaenses com idade entre 12 e 17 anos
Devem se vacinar com a segunda dose 21 dias após a aplicação da primeira. O reforço até o momento não é indicado. O imunizante para esta faixa etária é da Pfizer.
Acima de 18 anos - gestantes
Para quem recebeu a 1ª dose da CoronaVac: a segunda dose deve ser tomada 25 dias após a primeira.
Para quem recebeu a 1ª dose da Pfizer: o prazo para receber a segunda dose é de 21 dias após a primeira aplicação.
Reforço: o paciente deve receber um imunizante da Pfizer cinco meses após aplicação da segunda dose, independente do fabricante das vacinas recebidas anteriormente.
Acima de 18 anos - imunossuprimidos e não gestantes
Para quem recebeu a 1ª dose da CoronaVac: a segunda dose deve ser tomada 25 dias após a aplicação da primeira. A dose adicional deve ser tomada 28 dias após a aplicação da segunda dose, preferencialmente com um imunizante da Pfizer, mas caso não esteja disponível, as vacinas AstraZeneca ou Janssen estão liberadas.
Para quem recebeu a 1ª dose da AstraZeneca: a segunda dose deve ser tomada 56 dias após a aplicação da primeira. A dose adicional deve ser tomada 28 dias após a aplicação da segunda dose, preferencialmente com imunizante da Pfizer, mas caso não esteja disponível, as vacinas AstraZeneca ou Janssen estão liberadas.
Para quem recebeu a 1ª dose da Pfizer: a segunda dose deve ser tomada 21 dias após a aplicação da primeira. A dose adicional deve ser tomada 28 dias após a aplicação da segunda dose, preferencialmente com imunizante da Pfizer, mas caso não esteja disponível, as vacinas AstraZeneca ou Janssen estão liberadas.
Aplicação com dose única da Janssen: a dose adicional deve ser tomada 28 dias após a aplicação da dose única, com imunizante do mesmo fabricante.
Reforço: deve ser aplicado quatro meses após a dose adicional, preferencialmente com um imunizante da Pfizer, mas, caso não esteja disponível, as vacinas AstraZeneca ou Janssen estão liberadas.
Acima de 18 anos
Para quem recebeu a 1ª dose da CoronaVac: a segunda dose deve ser tomada 25 dias após a aplicação da primeira.
Para quem recebeu a 1ª dose da AstraZeneca: a segunda dose deve ser tomada 56 dias após a aplicação da primeira.
Para quem recebeu a 1ª dose da Pfizer: a segunda dose deve ser tomada 21 dias após a aplicação da primeira.
Aplicação com dose única da Janssen: a dose de reforço deve ser aplicada dois meses após a aplicação da dose única, com um imunizante do mesmo fabricante.
Reforço: deve ser aplicado quatro meses após a dose adicional, preferencialmente um imunizante da Pfizer, mas, caso não esteja disponível, as vacinas AstraZeneca ou Janssen estão liberadas.
Por - AEN
Os pacientes com caso leve ou moderado de covid-19 seguirão agora novos protocolos de isolamento, adotados esta semana pelo Ministério da Saúde.
Manter a pessoa infectada fora do convívio da sociedade é uma medida adotada desde o início da pandemia que segue pesquisas sobre o tempo que o paciente pode transmitir a doença.
Pelas novas recomendações do ministério, foram previstos três intervalos diferentes para o isolamento dos infectados. Os tempos passam a contar do início dos sintomas, e não da obtenção do resultado do exame positivo.
Isolamento de 5 dias
A pessoa só poderá sair do isolamento nesse prazo se no fim do quinto dia:
- Não estiver com sintomas respiratórios nem febre há pelo menos 24 horas;
- Não tiver utilizado antitérmicos há pelo menos 24 horas;
- Testar negativo com exames de PCR ou antígeno;
Mesmo se a pessoa testar negativo, é indicado continuar adotando medidas adicionais, como trabalhar de casa se puder, usar máscara em locais com pessoas. Se o indivíduo testar positivo, é necessário manter o isolamento até o décimo dia.
Isolamento de 7 dias
Ao fim de 7 dias, é possível sair do isolamento sem teste se o paciente:
- Não estiver com sintomas respiratórios nem febre por pelo menos 24 horas;
- Não tiver tomado antitérmico há pelo menos 24 horas;
Se os sintomas respiratórios ou febre persistirem no sétimo dia, o indivíduo deve seguir outras orientações. Caso a pessoa teste negativo no sétimo dia, pode sair do isolamento, desde que o exame seja de PCR ou antígeno e desde que aguarde 24 horas sem sintomas respiratórios ou febre e sem uso de antitérmico.
Isolamento de 10 dias
Se o teste der positivo no sétimo dia, a pessoa deve manter o isolamento até o décimo dia. Para sair da quarentena no décimo dia é necessário:
- Estar sem sintomas respiratórios e sem febre por pelo menos 24 horas;
- Não ter utilizado antitérmico por pelo menos 24 horas.
Por - Agência Brasil
Um comportamento desconhecido, observado nos últimos anos por pesquisadores que estudam a vida dos botos cor-de-rosa, espécie tradicional da Amazônia, foi publicado na revista científica Behaviour, no ano passado, e deverá continuar sendo objeto de acompanhamento este ano, tão logo se resolva a questão de financiamento para o projeto. O comportamento agressivo é o ataque de machos a filhotes, inclusive a recém-nascidos.
A equipe de pesquisadores do Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia e do Projeto Boto é liderada pela cientista brasileira Vera Maria da Silva, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN), da Fundação Grupo Boticário, que há 26 anos monitora os botos em campo, quase diariamente, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. Nesse período, a população de botos marcados pelos biólogos alcançou 758 animais de todas as faixas etárias.
“Há fêmeas que acompanhamos há cinco gerações: bisavó, avó, mãe, filha, neta. São vários animais bem conhecidos”, disse Vera à Agência Brasil. Todo ano são feitas expedições para capturar e marcar os animais, antes de devolvê-los aos rios.
Em 2013, foi observado o primeiro comportamento incomum na espécie Inia geoffrensis, que são os botos cor-de-rosa do Rio Amazonas. O último registro data de 2018. “Para nós, foi uma surpresa”, disse a bióloga. O comportamento observado destoa também de outras espécies de golfinhos. Os pesquisadores não tinham registrado isso antes desse primeiro evento. Os outros casos foram percebidos em 2014, 2016 e 2017.
Embaixo d’água
Vera Maria explicou que, mesmo monitorando diariamente os botos, a chance de registrar esse tipo de comportamento é reduzida, inclusive porque a maior parte ocorre embaixo d'água, o que não é acompanhado pelas equipes. Ela destacou também que o fato de não registrar, não significa que os ataques não ocorram. “Nós é que não tivemos a oportunidade de registrá-los antes”.
Outra questão é que, com tantas horas de observação desses animais, por que tão poucos registros foram feitos e por que só recentemente? comentou a pesquisadora. São perguntas para as quais os pesquisadores buscam respostas.
Até então, Vera Maria afirmou que esse comportamento agressivo não era conhecido como uma característica dos botos da Amazônia. Ela informou que um evento de agressão foi registrado por equipe da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) com o boto-cinza, da Baía de Guanabara, que não confirmou, entretanto, a morte do filhote.
Há casos relatados com o golfinho do tipo nariz-de-garrafa, ou flipper, que tem um comportamento reprodutivo diferente, no qual os machos formam uma “aliança e controlam a fêmea por um período”, fato que não ocorre com o boto da Amazônia, segundo a líder da expedição. Ela Informou que para cerca de 70 espécies de golfinhos no mundo, há registro apenas de agressões desse tipo para quatro ou cinco delas. “É muito pouco”, disse.
A equipe pretende dar continuidade ao monitoramento, fazendo observação diária da população de botos marcados na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. “Se aparecerem novas informações, temos que registrar e ir reportando.”
Vera afirmou que existe a probabilidade de haver um período com maior frequência desse comportamento, que é o correspondente ao nascimento dos filhotes, entre setembro e outubro de cada ano. “Poderia ser que esse tipo de comportamento já fosse mais frequente.” A meta da equipe não é se dedicar especificamente a esse tipo de registro, mas continuar fazendo o monitoramento.
Felinos
Os botos diferem de outros animais, como os felinos. Os leões, por exemplo, têm comportamento agressivo mais conhecido. Quando eles chegam em um grupo de duas ou três leoas, matam os filhotes que encontram e que não são de sua linhagem, para garantir que apenas o seu DNA seja passado para as próximas gerações. Além disso, matar a prole faz com que a fêmea entre em ciclo estral, ou cio, mais rapidamente, ficando fértil para a reprodução.
“Ele cuida do seu harém e garante que aqueles filhotes são seus”. O boto não tem esse comportamento de ficar com a mesma fêmea ou grupo de fêmeas por um tempo prolongado, apresentando uma característica reprodutiva que os pesquisadores chamam de “promíscua”, porque vários machos copulam com várias fêmeas.
A cientista explicou que para os botos, não há vantagem em matar os filhotes para garantir seu próprio filho, como no caso dos leões, porque eles não permanecem com as fêmeas. “Como são promíscuos, podem estar matando o próprio filhote. Por isso, do ponto de vista evolutivo, e também dessas teorias de seleção sexual, a gente vê que o boto não se encaixa, e essa agressão pode ser muito mais uma coisa disfuncional não adaptativa. Os machos se agrupam e são muito agressivos entre eles, mas não formam esses grupos coesos e de longa duração, como entre outras espécies existentes”.
A gravidez da fêmea do boto da Amazônia dura um ano. O nascimento ocorre entre setembro e outubro, quando o nível da água está mais baixo e há alimento em abundância. Embora ela copule com vários machos, tem um filhote por gestação.
Com o advento da pandemia do novo coronavírus, o projeto foi suspenso temporariamente, mas a expectativa é que as atividades de monitoramento retornem este ano. Em dezembro de 2020, todos os membros da equipe de 18 pessoas pegaram a doença. Preocupa à pesquisadora haver pessoas em campo em áreas remotas que, em caso de necessidade, possam ser removidas rapidamente.
Preservação
Vera Maria destacou a importância do boto no mundo. A primeira espécie de golfinhos de água doce já foi extinta na China. Na Índia e no Paquistão, existem outras duas espécies de água doce, na bacia do Rio Ganges. Outras espécies são encontradas no rio Amazonas, no Brasil. “São espécies endêmicas, que vivem exclusivamente na Amazônia. E a pressão sobre a Amazônia e as águas da Amazônia é muito grande”, disse a cientista.
Segundo ela, os estudos que o projeto faz para conhecer melhor a biologia são uma forma de garantir informações suficientes sobre essa espécie para protegê-la, para ter uma conservação mais efetiva, e mostrar a importância desses animais para a Amazônia como um todo e o equilíbrio do ecossistema aquático. São espécies que estão bastante ameaçadas pela ação humana, principalmente, apontou a cientista.
Por - Agência Brasi