Este ano, os eleitores brasileiros voltarão às urnas para eleger o presidente da República, deputados federais, estaduais e distritais, senadores e governadores. Para concorrer aos cargos eletivos, todos os cidadãos podem participar da disputa, mas devem se enquadrar nas regras estabelecidas pela Constituição e pela legislação eleitoral.
Para registrar as candidaturas na Justiça Eleitoral, os candidatos devem ter nacionalidade brasileira, estar em pleno exercício dos direitos políticos e devem ter domicílio eleitoral no local da eleição um ano antes do pleito, estando filiados a um partido político pelos menos seis meses antes das eleições.
A idade mínima para candidatura também deve ser respeitada. Os candidatos para os cargos de presidente da República, vice-presidente e senador devem ter 35 anos na data da posse. Para os cargos de governador e vice a idade mínima é de 30 anos, e de 21 anos para quem vai concorrer aos cargos de deputado federal, estadual ou distrital.
Ficha limpa
A Lei da Ficha Limpa também deve ser observada para quem pretende concorrer ao pleito. A norma entrou em vigor em 2010 para barrar a candidatura de condenados por órgãos colegiados por oito anos.
O primeiro turno das eleições será realizado no dia 2 de outubro de 2022. O eventual segundo turno para votação aos cargos de presidente e governador será no dia 30 do mesmo mês. A diplomação dos eleitos ocorrerá até 19 de dezembro do ano que vem.
Por - Agência Brasil
Para muita gente que cozinha ou que quer cozinhar, a panela de pressão é um dos utensílios mais temidos.
O receio não é pra menos. Se manuseada de forma inadequada, ela pode explodir e provocar acidentes graves, em algumas situações, até fatais. Foi o que aconteceu no último Dia das Mães (8), em Ceilândia, cidade a cerca de 30 quilômetros (km) do centro de Brasília. A cozinheira de um restaurante, Jade do Carmo Paz Gabriel, de 32 anos, morreu após a explosão de panela de pressão no restaurante em que trabalhava.
A mulher chegou a ser socorrida por unidades avançadas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e equipes de socorro do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF), mas ferida gravemente, sofreu parada cardiorespiratória e não resistiu. Outros dois funcionários do estabelecimento também foram atingidos, mas sem gravidade.
Orientações
Procurado pela Agência Brasil, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), destacou que a primeira dica de segurança para panela de pressão é a presença do selo de conformidade do Inmetro. “A certificação para panela de pressão é compulsória. Não identificando o selo, não compre. Ele é a indicação de que o produto foi testado nos requisitos de segurança, como a quantidade de água”, afirmou a autarquia.
Outra dica do instituto é nunca adquirir o utensílio no comércio ambulante. Pedir sempre a nota fiscal de uma loja é a garantia de troca em casos de defeito. O próximo cuidado é saber qual a capacidade da panela de pressão, ou seja, quantos litros ela comporta. Essa informação está descrita no manual do fabricante.
Durante a utilização da panela um item que também deve ser observado é a válvula com pino. Uma panela de pressão cheia demais pode entupir esse dispositivo de segurança e até causar uma explosão. Segundo especialistas, a válvula foi feita para liberar vapor, logo, se durante o uso a panela parar de fazer aquele chiado característico, pode indicar que foi obstruída. Nesse caso, a orientação é desligar o fogo imediatamente. Em seguida, com o auxílio de um garfo ou colher, deve ser feito um movimento para cima com a válvula para que o vapor dentro da panela escape. Essa última manobra nunca deve ser adotada se a panela estiver funcionando normalmente e se o objetivo for apenas acelerar a saída da pressão.
Outro sinal de problema é a liberação de vapor pela área circular onde fica localizada a borracha. Isso significa que a vedação está prejudicada e a borracha precisa ser substituída. “Caso haja necessidade de reposição de alguma peça, sempre procure por peças originais junto aos representantes autorizados pelo fabricante”, alerta o Inmetro.
Ao utilizar panelas desse tipo, assim que ela começar a soltar vapor, o fogo deve ser diminuído, pois se a água no seu interior já está fervendo, a chama alta não vai alterar a temperatura do seu interior.
O Capitão Paulo Jorge, oficial de informações públicas do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, acrescenta que essas panelas nunca devem ser abertas sem que toda a pressão tenha saído. O militar observa que esta prática comum entre cozinheiros não deve ser feita.
“Jamais coloque essas panelas sob a água da torneira para acelerar a retirada do vapor”, alerta. Paulo Jorge lembra que uma panela de pressão não pode ser preenchida totalmente: pelo menos 1/3 dela deve ficar vazia para acúmulo de pressão.
Por - Agência Brasil
Um eclipse lunar “triplamente especial” enfeitará o céu de todo o Brasil hoje, a partir das 23h27, avançando pelo início da madrugada. O fenômeno atingirá seu ápice, à 1h11, quando o satélite natural apresentará a tonalidade avermelhada que deu, a ele, o nome de “Lua de Sangue”.
O evento durará pouco mais de 3 horas, para se encerrar às 2h55, no horário de Brasília.
“A grande vantagem desse eclipse, que chamo de triplo total, é que, além de ser um eclipse total da lua, será totalmente visível em todo o Brasil, de Norte a Sul; de Leste a Oeste. O Brasil inteiro verá esse eclipse do início ao fim, em todas suas fases, na sequência penumbral, parcial, total, e depois retornando à parcial e à penumbral”, disse a astrônoma Josina Nascimento, do Observatório Nacional.
“Outra vantagem é que a Lua estará bem alta no céu, longe do horizonte, bem fácil de ser vista. Agora é torcer para que o tempo fique bom e não atrapalhe esse espetáculo”, acrescentou.
Segundo Josina, o próximo eclipse desse tipo e dessa maneira “triplo total” – eclipse total com todas suas etapas podendo ser totalmente apreciadas na totalidade das regiões de todo o país – só ocorrerá em junho de 2029, entre os dias 25 e 26. “Mas, até lá, teremos vários eclipses parciais”, tranquiliza a pesquisadora.
Além do Brasil, também terão o privilégio de testemunhar essa Lua de Sangue os demais países da América do Sul e toda a América Central. Também será visível em parte da América do Norte, Europa e África.
Os eclipses lunares ocorrem quando há um alinhamento entre o Sol, a Terra e a Lua. “Quando um corpo extenso, como o Sol, ilumina outro corpo extenso – no caso, a Terra –, ocorrem duas regiões de sombra: a penumbra e a umbra. Quando totalmente escura, sem nenhuma luminosidade, essa sombra é a umbra; quando recebe luz em alguns pontos, essa sombra, um pouco mais clara, é a penumbra.
“Quando a Lua entra nessa sombra da penumbra, começa o eclipse penumbral; quando está totalmente na penumbra, é o eclipse penumbral. Quando começa a entrar na umbra, é o eclipse parcial. Quando ela está totalmente mergulhada na umbra, é o eclipse total, e ela toma uma cor avermelhada belíssima. Por isso é chamada de Lua de Sangue”, detalha a astrônoma do Observatório Nacional.
Por - Agência Brasil
Saiba o que a Numerologia, o Tarot e a Astrologia dizem sobre a data mística
Estamos vivendo Mercúrio retrógrado, acabamos de passar pelo primeiro eclipse de 2022 e, pouco antes de mais um eclipse (na segunda, dia 16 de maio), vamos ter uma Sexta-feira 13! Você sente medo ou teme o azar? Se sim, chegou a hora de entender o significado do número 13 e da data e — o melhor — aprender a usar o dia a seu favor.
Como surgiu o mito do 'Dia do Azar'?
Há várias teorias que sugerem o motivo da sexta-feira 13 ser considerada uma data negativa. O numerólogo Yub Miranda e a astróloga Naiara Tomayno, do Personare, compartilham duas hipóteses para a origem do mito de Dia do Azar.
- Uma das mais fortes tem origem no século XIV, quando o rei da França, Filipe IV, considerou que a ordem dos Cavaleiros Templários era ilegal. No dia 13 de outubro de 1307, uma sexta-feira, o monarca decretou que os membros da ordem deveriam ser perseguidos, torturados e presos, culminando em muitas mortes. Essa seria uma das razões para que a data tenha uma conotação negativa para algumas pessoas.
- Outra hipótese sobre a superstição da Sexta-feira 13 vem da Escandinávia. Quando as tribos nórdicas e alemãs foram obrigadas a se converter ao cristianismo, Frigga, a deusa da fertilidade e do amor, foi transformada em bruxa. Para se vingar, passaram a dizer que ela se reunia nas sextas-feiras com outras 11 bruxas e o demônio (13 entidades), para rogar pragas sobre os humanos. Nasceu, então, a Sexta-feira 13 como “o dia de azar para a humanidade”. Na verdade, foi mais uma demonização da força do feminino.
Qual o significado do número 13?
Tanto para a Numerologia quanto para o Tarot e a Astrologia, não há nada de especial em uma Sexta-feira 13. No entanto, há questões que podem ser consideradas nesta data. De acordo com o numerólogo do Personare, algumas pessoas podem se sentir desafiadas na Sexta-feira 13.
Enquanto os números 1 e 3 (que formam o 13) simbolizam coragem, liberdade, otimismo e festividade, o 4 (resultante da soma 1+3) indica justamente o oposto — praticidade, perseverança, determinação e planejamento.
"Então, o conflito está deflagrado dentro do próprio número 13. Há luta entre o risco e a segurança. Mas vale lembrar que isso vale para qualquer dia 13, e não apenas para a sexta-feira 13", explica Yub Miranda.
No Tarot, o 13 é o número do arcano “A Morte”. E essa carta representa a necessidade de mudanças, de sair da zona de conforto. Quem não se sente à vontade para mudar hábitos e situações em sua vida, tende a não gostar desta simbologia.
A Astrologia também não considera a Sexta-feira 13 como um dia de azar — ou qualquer outro simbolismo especial.
"Na Astrologia, nos guiamos pela influência dos astros apenas. Dias como o portal de 22/02/22 (relembre aqui!) ou a Sexta-feira 13 não possuem um significado específico", afirma Naiara Tomayno.
A Astrologia é baseada nos mitos gregos e romanos, enquanto o mito da Sexta-feira 13 nasceu na mitologia nórdica, com a deusa Frigga e Odin. Ou seja, são conhecimentos de diferentes origens.
Mas existe uma semelhança: Frigga é a deusa da fertilidade, amor e união, assim como Vênus na mitologia romana (e Afrodite na grega). Sexta-feira é um dia regido por Vênus, portanto, trata dos mesmos assuntos de Frigga.
O que fazer na Sexta-feira 13
Deixando de lado as superstições sobre a data, podemos analisar o céu astrológico da Sexta-feira 13 de maio de 2022. Neste dia, Lua em Libra faz oposição à Quíron e trígono a Saturno em Aquário, por isso, é um bom momento para curar feridas sobre nós e aprender a arcar com as responsabilidades nos relacionamentos.
"Esta Sexta-feira 13, portanto, pode ser ótima para fazer rituais de aceitação, estabelecer compromissos nos relacionamentos e saber ouvir o outro, mas sem se anular", sugere Naiara.
Além disso, analisando a data pela Numerologia e pelo Tarot, fica evidente que, por trás dos medos, a mensagem é que é preciso saber arriscar com confiança e planejamento, rumo ao que precisa ser mudado e reestruturado em nossa vida. Tais mudanças pedem coragem e, ao mesmo tempo, pés no chão.
Por - Globo
O fim da escravidão legalizada no Brasil foi um processo construído por pessoas negras, um ponto que especialistas consideram fundamental ser lembrado no dia 13 de maio, data da abolição da escravidão.
“Ao longo das últimas décadas, têm aumentado as percepções sobre a ação política dos escravizados, inclusive o próprio 13 de maio”, enfatiza o psicólogo Márcio Farias, que coordena a coleção Clóvis Moura na Editora Dandara.
O 13 de maio é alvo de disputas por ser uma data oficial usada como uma espécie de “ação redentora de uma elite, dos setores dominantes, frente ao que foi o horror da escravidão”, diz Farias. Segundo o pesquisador, por isso, os movimentos negros precisaram contestar a celebração no sentido em que a abolição estava sendo apresentada como uma benesse concedida pela monarquia à população negra.
“Talvez seja uma data das mais emblemáticas naquilo que são as disputas de projetos de país colocados, de um lado, por setores das elites dominantes, classes possuidoras de riquezas e poder, e por outro lado também reflete como os setores da classe trabalhadora, ao longo do século 20, foram se posicionando frente a essa data, como uma plataforma de disputa de projeto de sociedade”, comenta.
O historiador Rafael Domingos Oliveira, que faz parte do Núcleo de Estudos e Pesquisas da Afro-América, destaca que a promulgação da Lei 3.353, em 13 de maio de 1888, acontece em um contexto histórico amplo, que envolve séculos de luta das pessoas escravizadas. “O percurso histórico até ela [Lei Áurea] foi muito mais longo e, se quisermos ser rigorosos, começou com a primeira pessoa a ser escravizada e que, certamente, tentou resistir de todas as formas à nova condição a que estava sendo submetida. Desde então, foram muitas as estratégias de resistência -- individual e coletiva – de que as populações escravizadas lançaram mão para conquistar sua liberdade.”
Primeiro movimento social
De acordo com o historiador, a pressão para o fim da escravidão veio de diversas formas, desde a resistência direta até os movimentos que lutavam a partir da imprensa, da política e do Judiciário. “A contribuição dos movimentos abolicionistas foi, sem dúvida, fundamental para isso. Outro fator foi a tensão constante causada pela violência da escravidão, tensão geralmente resumida no medo que a classe senhorial cultivava de que revoltas e rebeliões pudessem eclodir a qualquer momento”, lembra.
“Há uma pesquisa feita pela professora [da Universidade de São Paulo] Angela Alonso que mostra que o primeiro movimento social brasileiro foi o movimento abolicionista. Ela percorre, no livro dele, o período de 1868 a 1888 mostrando as diferentes estratégias e táticas do movimento social abolicionista para que se chegasse em 1888 com a abolição”, acrescenta o sociólogo e curador de conhecimento na Inesplorato, Túlio Custódio.
No entanto, em relação à luta contra a escravidão e pelos direitos da população negra, o sociólogo considera mais importante o 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, data da morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares. “Nós temos o 20 de novembro como uma data mais fundamental, porque é uma data que conecta com a grande luta, ou com uma perspectiva mais ampla da luta contra a escravidão, contra o racismo, contra a situação das pessoas negras em um contexto colonial e racista do Brasil”, enfatiza.
Porém, é preciso, segundo Custódio, lembrar que promulgação da lei que encerrou o período escravista no país não foi uma iniciativa da princesa Isabel, responsável pela assinatura do documento oficial, mas, sim uma luta de muitos anos de figuras negras importantes, como José do Patrocínio, Luiz Gama e André Rebouças.
Sem direitos
Apesar dos esforços dos abolicionistas, o processo de abolição, no entanto, acabou promovendo a desigualdade racial no Brasil pelas décadas seguintes até os dias atuais, diz Domingos Oliveira. “O projeto de redistribuição de terras, defendido por André Rebouças e Joaquim Nabuco, que poderia perfeitamente ser entendido hoje como reforma agrária, estaria associado à emancipação da população escravizada. O projeto, como sabemos, nunca foi para a frente e, até hoje, o Brasil é um dos únicos países de formação agroexportadora que nunca realizou a reforma agrária”, exemplifica Oliveira sobre as propostas que chegaram a ser discutidas à época.
A forma como a abolição foi feita não garantiu, segundo Farias, dignidade e direitos, muito menos reparação às pessoas que sofreram com a escravidão. “Esse projeto foi o vitorioso. Um projeto em que as cidadanias foram mutiladas para que uma nova forma de exploração do trabalho do ponto de vista formal se instaurasse, mas mantendo formas arcaicas de relações sociais”, ressalta.
“É só pensar na [Rua] 25 de Março”, exemplifica Farias, ao falar da região de comércio popular no centro da capital paulista. “Você tem lá toda uma tecnologia disponível para compra, consumo, mas as pessoas que vendem, em geral, estão em condições de trabalho bem precárias. Em uma ponta, o mais alto nível da produção, e em outra, as relações mais arcaicas de trabalho. Essa é uma imagem que retrata quais são os reflexos do 13 de maio ainda hoje. Um projeto que a relação de superexploração da força de trabalho está muito relacionada com o racismo”, ressalta.
Mesmo considerando o contexto adverso, o pesquisador destaca a capacidade de organização dos movimentos negros que mantiveram a luta por direitos no século 20 e continuam nestas primeiras décadas do 21. “A população negra, mesmo colocada em posição de informalidade, perene de superexploração enquanto classe trabalhadora pós-13 de maio, ela se organizou, se associou. Teve espaços de associação que permitiram a ela não só se reconstituir como grupo social, enquanto classe, mas, acima de tudo, reelaborar projetos”, acrescenta Farias.
Por - Agência Brasil
Assaltos crescem nas regiões metropolitanas. Consumidores precisam ‘se virar’ para proteger aplicativos de bancos e redes sociais. Algumas pessoas têm ‘smartphone fixo’.
Só se fala disso: o aumento dos furtos de celular em regiões metropolitanas. Os cidadãos estão com medo de usar o smartphone no banco de trás do carro, pois uma mão misteriosa pode surgir a qualquer momento para “catar” o aparelho e imediatamente fazer transações financeiras. A situação chegou num ponto em que fica evidente o fracasso das autoridades e das empresas – sejam bancos, operadoras de telefonia ou fabricantes de smartphone.
Num dos casos mais recentes, um morador de São Paulo teve prejuízo de mais de R$ 140 mil. Os criminosos rapidamente movimentaram diversas contas em bancos tradicionais e até mesmo fintechs, que teoricamente deveriam estar mais bem preparadas para lidar com os desafios do universo digital. A situação só foi resolvida depois que o absurdo se tornou público, com milhares de likes e comentários nas redes sociais.
O consumidor se sente sozinho, ameaçado pela criminalidade e abandonado pelas organizações que deveriam protegê-lo. Ele precisa se precaver com a adoção de medidas que diminuem a conveniência de utilizar o smartphone. Tem gente que chegou ao cúmulo de adotar o “smartphone fixo”, que permanece em casa logado nos aplicativos que mexem com dinheiro.
Não deveria ser assim. O problema aqui é – acima de tudo – de segurança pública. As autoridades prometem medidas para coibir os assaltos, mas na realidade só temos notícias de aumento no número de casos. Basta abrir o Instagram ou o WhatsApp para ver amigos se queixando da violência e do prejuízo.
O poder público fracassou. Com isso, as pessoas recorrem às ferramentas digitais dos próprios celulares para tentar se resguardar. Um dos grandes mistérios tem a ver com a biometria: até agora ninguém conseguiu explicar exatamente como os bandidos conseguem burlar essa forma de autenticação para movimentar somas financeiras.
Alguns especialistas sugerem que os usuários não estão adotando todas as defesas digitais. No entanto, cabe ponderar que são muitas as nossas preocupações do cotidiano... fica inviável lembrar de todas as etapas para desbloquear e utilizar o aparelho que se tornou melhor amigo de muita gente.
Existe uma série de equívocos:
- Bancos: não agem rapidamente para travar as transações. Há diversos relatos de clientes que entraram em contato e pediram bloqueio dos cartões e das contas bancárias, mas que, mesmo depois deste aviso, viram os bandidos causarem prejuízos financeiros. Cadê o gerenciamento de risco e a inteligência artificial para ter certeza de que o próprio cliente tentando movimentar importâncias 20, às vezes 30 vezes maiores do que o habitual?
- Operadoras de telefonia: demoram para bloquear a linha telefônica. Algumas vítimas dizem que o procedimento leva de quatro a seis horas, quando deveria ocorrer em questão de minutos, segundos. Sabemos como é essencial tirar do criminoso a possibilidade de acessar a rede de telefonia. Desconectar a linha de celular impede o recebimento das mensagens SMS com códigos para verificação em duas etapas.
- Fabricantes de celular: parecem preocupadas com o desenvolvimento de novas ferramentas que algumas pessoas classificariam como “perfumaria” enquanto não encaram a busca de soluções mais adequadas ao cenário brasileiro. Eu mesmo já conversei com os maiorais desta indústria. Perguntei o que estava sendo feito para impedir, por exemplo, que o ladrão consiga trocar a senha daquela conta de email que fica vinculada ao sistema do smartphone. Até hoje não tive uma resposta contundente.
Diante deste cenário caótico e pouco animador, o usuário precisa correr para instalar um app com senha extra para aplicativos que lidam com grana. Também tem que dominar a ferramenta de Tempo de Uso para impedir que os criminosos consigam ver os emails mais recentes. E ainda deve memorizar o novo PIN do chip de telefonia, já que a combinação padrão da operadora virou velha conhecida dos ladrões.
Passou da hora de ver o poder público e as empresas deste circuito digital se unirem para pensar soluções em conjunto. É necessário um movimento robusto de combate à criminalidade em todas as pontas: desde o assalto físico até as ações nos sistemas digitais.
Por - TechTudo