As pessoas estão sem paciência e parecem não ter muito tempo para ver, ouvir e entender o outro.
Terminar um namoro, casamento, ou algo que poderia ter sido e não foi, está muito fácil, rápido e sem burocracia, mas essa facilidade acontece "até a página 20" para citar uma frase popular, que fique bem claro. Uma coisa é certa, se falta amor, sobra ansiedade. Todo mundo quer ser livre, mas todo mundo quer estar preso por vontade própria, quer ser tocado por algo que mude sua vida para sempre. Se você negar, está tudo bem, a gente entende, não está fácil para ninguém.
As decepções amorosas e a falta de perspectivas vão endurecendo as pessoas, elas não querem mais se sentir com medo de perder novamente. Não há garantias, mas os amantes são acometidos de uma cegueira temporária e grupos de cientistas estão pesquisando sobre isso, em vão.
Em outro extremo: o sexo separado do amor pisca feito um luminoso e vai atraindo mais, a cada nova conquista, mas, e depois? Depois importa? Sim, importa sim, você sabe que importa, em diferentes níveis. E apesar disso, o romantismo vai se evaporando numa fina bruma, e aos poucos, aqueles que ainda mandam flores, vão se tornando espécime em extinção.
Não há quem não queria receber sequer uma resposta no dia seguinte, não há quem não queria amar, há pessoas que não tiveram esta oportunidade, e se não são românticas, é porque se esqueceram o que é isso, ou nem souberam, afinal, ninguém ensinou. Seus pais também devem ter esquecido, mas deviam ter mostrado em livros, fotografias e em filmes antigos, para que pudesse saber que isso está em qualquer lugar. Basta buscar, mesmo que seja somente dentro de você mesma.
O romantismo é tão sem limites. O amor também é assim, e ele, somente ele, consegue a trancos e barrancos sobreviver mesmo sem romantismo. Porque esse tal de amor, esse que alguns tentam definir, faz a gente esquecer as distrações, porque ele nos distrai; ele nos alimenta, ele nos conforta, consola, define e fim. Isso soa patético para você? Infelizmente você foi infectada pelo vírus inexorável da epidemia do fim do romantismo. Fique tranquila, tem cura, sempre tem cura.
Por Giseli Miliozi (Vila Mulher)