Sexta, 26 Julho 2013 21:20

O que pensam os jovens que participam da JMJ 2013?

Para um católico poder fazer parte de um evento como a Jornada Mundial da Juventude 2013 é algo que não se esquece nunca.

 

Durante alguns dias barreiras culturais e sociais desaparecem e jovens das mais diferentes partes do mundo se unem para ouvir a mensagem de Deus trazida pelo Papa Francisco, o maior representante da igreja católica na terra.

 

Um dos jovens que não esconde a emoção de participar do evento é o historiador Anderson Ignácio, de 28 anos. Ele integra a comunidade Bom Pastor, do Rio de Janeiro, há 11 anos e foi um dos privilegiados que viu o Papa Francisco de perto, acenando para os fiéis a bordo do papamóvel pelas ruas cariocas na última segunda-feira (22).

 

"Foi surpreendente, uma emoção enorme. Eu estava a uns três metros do papamóvel. Tenho profunda admiração pelo Papa Francisco, pois ele difunde conceitos como humildade, serviço e cuidado com os outros. Ele vem lembrar que a Igreja é uma grande fraternidade", conta o rapaz. Anderson está trabalhando como repórter voluntário na Rádio Catedral, a emissora oficial da Arquidiocese do Rio de Janeiro e da JMJ 2013.

 

O historiador define a oportunidade de trabalhar na Jornada como um grande presente. Lembra que está abastecendo de informações muitos jovens que queriam estar lá e não puderam por diversas razões. "Estou a serviço de Deus, estou servindo ao próximo, que é a base do cristianismo. É uma delícia trabalhar contente, estar mais perto do Papa", comemora. E esta não é a primeira Jornada na vida de Anderson. Em 2005, ele foi como peregrino para a Alemanha.

 

De família católica, o jovem conta que seu avô paterno foi da Ordem Terceira Franciscana e que seu ingresso na igreja foi uma consequência do que já vivenciava dentro de casa. "Entrei na comunidade Bom Pastor por conta do trabalho consistente com a Bíblia que ela fazia. Dedico-se ao grupo e levo uma normal fora dela, trabalho e estudo. A comunidade é minha segunda família, mas tenho muitos amigos fora desse círculo também."

 

Outra jovem ansiosa para o encontro com o Papa Francisco é a estudante de Medicina Aline de Souza Oliveira, 24 anos. Ela fez parte da Comunidade de Jovens com Cristo da Santíssima Virgem, em São Bernardo do Campo, São Paulo, por sete anos, e há três ingressou na Pastoral Universitária junto com demais amigos da antiga comunidade e com outros frequentadores da Milícia da Imaculada, um movimento de evangelização católico, consagrado a Nossa Senhora, com o carisma de São Maximiliano Kolbe.

 

Ela assistiu à missa realizada no Santuário de Aparecida e de lá vai para o Rio de Janeiro, onde ficará até domingo junto com os demais integrantes da Pastoral. "Para o jovem católico é um momento muito marcante. Além de estar com outros jovens do mundo inteiro que partilham desse mesmo ideal, é um encontro com o Papa, que é uma figura importante para o católico, para igreja. Estaremos todos unidos em oração."

 

A família de Aline é engajada e sempre frequentou a igreja, fazendo com que a estudante também se encontrasse nesse caminho. Fez amigos que cresceram com ela e que agora também são universitários. "Essa relação com meus amigos e minha caminhada me motivaram a permanecer na igreja e buscar novos trabalhos dentro dela", conta.

 

 

Jovens e a igreja católica: assuntos polêmicos

 

Sobre os temas polêmicos que geram discussão dentro da religião, como aborto, uso de preservativos e homossexualidade, Anderson pontua que a Igreja tem seus valores e que deseja que eles sejam compreendidos como orientações e não imposições. Ressalta que nos pronunciamentos oficiais a igreja não se dedica a condenar as pessoas que usam preservativos, que já praticaram aborto ou que sejam homossexuais.

 

"A Igreja me ensinou a amar ao meu próximo, no que diz respeito a esses temas, eu busco olhar em primeiro lugar o ser humano e isso pra mim é o mais importante, se realiza alguma prática, fez ou faz algo que eu discordo não me cabe, nem de longe, julgar".

 

Anderson Ignácio acrescenta, ainda, que há outros temas com os quais a instituição católica se preocupa, e exemplifica: "Aqui no Rio de Janeiro, os jovens moradores da zona sul são mais privilegiados socialmente. Quanto mais afastados de lá, menor é a expectativa de vida deles. Assim, eu vejo que a Igreja, sem descuidar dos jovens que gozam de boas condições financeiras, percebe a urgência de cuidar dos que compõem grupos socialmente prejudicados", avalia.

 

No final de 2012, o historiador esteve no interior do Maranhão com a Pastoral Social fazendo um trabalho de prevenção ao trabalho escravo. "Era eu lá, mas representando a Igreja. Então ela enxerga o que é mais urgente para aquela realidade, ou seja, o social".

 

Para a Aline, a população sempre espera uma resposta da Igreja sobre esses temas. E acredita que a posição da igreja é importante apenas para quem a segue. Também concorda com Anderson quando diz que certas questões vão além dos ideais, dos dogmas.

 

"Certos temas dizem respeito à vida em si. Por exemplo, eu como futura médica penso que o início da vida se dá com a fecundação. E não só essa como outras opiniões sobre assuntos polêmicos acabam superando o que a igreja pensa, os valores pregados por ela", diz.

 

 

Qual será o legado da JMJ 2013?

 

A visita de um Papa mexe com o coração dos católicos, sejam eles atuantes ou não. Mas será que essa chama que será acesa com a Jornada vai se manter por muito tempo? Aline acha que o legado vai ficar de acordo com a experiência de cada um tiver. "O que cada um viveu vai ficar para a vida toda. Nós vamos conhecer outras pessoas, trocar vivências, fazer uma aventura pelo que acreditamos. Muitas pessoas serão tocadas, mas a experiência de vida é o que vai contar. Vai além da religião."

 

Anderson também se fez essa pergunta e acha que a resposta está no que Deus diz na Bíblia. "Estamos em milhões aqui no Rio de Janeiro. Então enquanto dois ou mais estiveram reunidos em nome de Deus, Ele se fará presente e as coisas não serão como antes. Continuaremos sendo seres humanos, vamos nos aborrecer por diversos motivos, mas vai ficar o espírito de fraternidade para quem é ou não cristão", diz.

 

E finaliza: "Estamos tendo um encontro consagrado. Ninguém vai voltar para a casa como era. O Papa Francisco prega dois conceitos muito importantes: humildade e amor fraterno. Então eu penso que as pessoas se sentirão mais amadas. E a gente sabe que o amor é capaz e mudar muitas coisas."

 

 

 

 

Por Juliana Falcão (MBPress)

 

 

 

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