Jorge e Mateus anunciam pausa na carreira

Jorge e Mateus anunciaram uma pausa na carreira para 2026, depois da turnê que comemora 21 anos da dupla na estrada. De acordo com os cantores, o ano sabático deve servir para ficar mais tempo com a família, pensar nos próximos passos da carreira e compor novas músicas.

Os sertanejos participaram do programa Viver Sertanejo, apresentado pelo cantor Daniel. Durante a conversa, deram mais detalhes sobre a pausa.

"Esse próximo ano é um ano de Jorge e Mateus completar 21 anos, um ano sabático. Não vai chegar a ser um ano. Acho que a gente não consegue ficar tanto tempo, mas é um descanso, é uma hora de você pensar nas novas diretrizes, nos caminhos que devemos percorrer para os próximos 20", disse Jorge.

Para Jorge, essa pausa é uma oportunidade de 'oxigenar', parar para refletir, e ele lembra que a rotina de viagens, avião, carro, e a quantidade de shows podem, aos poucos, comprometer a entrega do trabalho.

"Colocar a cabeça no lugar, compor, produzir música, dar uma curtida na molecada, poder viajar com eles quando eles estão de férias. Quando você faz tudo o que vai fazer em excesso, a entrega é comprometida", completou.

Mateus destacou que é preciso ter um momento com os filhos, participando da rotina desde as pequenas coisas, como buscar na escola ou estar presente no dia a dia. Segundo ele, a pausa vai servir para trabalhar de uma forma mais tranquila nas próximas músicas.

"São nas pequenas coisas que a gente quer se apegar um pouco. Esse lance de 'mas você vai viajar de novo?'. Ficar mais potente novamente, porque a estrada te cansa bastante. As coisas vão ficando iguais e rotineiras", afirma.

 

 

 

 

 

Por G1

 

 

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Fungos podem substituir carne no futuro?

Produzir proteína a partir de fungos pode se tornar uma das soluções mais promissoras para alimentar a população mundial de forma mais sustentável. É o que aponta uma pesquisa conduzida por cientistas da Unicamp, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Universidade de Copenhague e da Embrapa Meio Ambiente (SP).

O estudo avaliou o uso de micoproteínas, obtidas a partir do micélio — estrutura responsável pelo crescimento dos fungos —, como fonte alternativa de proteína para consumo humano. Os resultados indicam que esses organismos apresentam alto valor nutricional, textura semelhante à carne e baixo consumo de água e terra durante a produção.

Segundo os pesquisadores, avanços recentes em fermentação de precisão e engenharia genética têm permitido desenvolver micoproteínas com sabor e aparência cada vez mais próximos aos da carne tradicional.

De acordo com a Embrapa Meio Ambiente, no entanto, ainda há desafios a superar. É necessário comprovar a segurança alimentar desses produtos, garantindo que estejam livres de toxinas e metais pesados, além de realizar estudos clínicos que confirmem a biodisponibilidade dos nutrientes. Também é preciso avançar na regulamentação e na aceitação do consumidor, para que alimentos à base de micoproteínas cheguem ao mercado em larga escala.

O engenheiro agrônomo Gabriel Mascarin, da Embrapa Meio Ambiente, explica que o processo ainda requer ajustes técnicos e validações antes de atingir o estágio comercial. Segundo ele, o desenvolvimento das micoproteínas envolve desde a engenharia genética das linhagens fúngicas até a otimização do bioprocesso e das etapas de purificação — conhecidas como downstream.

A padronização nutricional e o controle de qualidade também são fundamentais para garantir a segurança e a consistência na produção.

Além de causar menos impacto ambiental, as pesquisas mostram que as micoproteínas também são nutricionalmente ricas. Elas contêm aminoácidos essenciais — os mesmos encontrados nas proteínas animais — e minerais importantes, como zinco e selênio.

 

 

 

 

 

Por GR

 

 

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Roubo no Louvre: tudo o que se sabe sobre o ataque que levou joias inestimáveis

O roubo de joias e peças históricas do Museu do Louvre, em Paris neste domingo, 19, lembra o roteiro de um filme hollywoodiano.

Com direito ao uso de pequenas esmerilhadeiras, o apoio de um guindaste e a fuga em scooters, o crime durou apenas sete minutos e envolveu três ou quatro criminosos experientes, de acordo com informações preliminares divulgadas pela polícia francesa.

Duas peças já foram encontradas e a investigação segue.

O passo a passo

  • Por volta das 9h30 (04h30 no horário de Brasília), um grupo de criminosos chega ao entorno do Museu do Louvre com um caminhão guindaste;
  • Os ladrões se aproximam por uma área do prédio que está em obras na extremidade voltada para o rio Sena;
  • Com o caminhão, equipado com um elevador de carga, o grupo consegue acessar o interior do museu pela parte em obras;
  • Com o uso de esmerilhadeiras angulares (ferramentas elétricas de corte) para abrir as janelas, eles entraram no edifício. O destino era a Galeria de Apolo, uma ala do primeiro andar do museu que abriga uma coleção que inclui as joias da coroa francesa;
  • Duas vitrines foram arrombadas e os itens retirados. O Ministério ainda não confirmou exatamente quais peças foram levadas;
  • Após os roubos, os criminosos fugiram em scooters (pequenas motocicletas), deixando o local rapidamente;
  • Toda a ação durou sete minutos.

Segundo o ministro do Interior francês, Laurent Nuñez, o grupo estava armado. Porém, não há relatos de feridos até o momento.

O ministro não confirmou quais joias foram levadas, mas afirma que além do valor comercial, o ministério diz que os itens têm um valor histórico e cultural incalculável.

Informações preliminares sugerem que a gangue já é conhecida por outros crimes. A ministra da Cultura, Rachida Dati, disse à TV francesa que, na pressa de fugir, um item roubado foi encontrado embaixo do Louvre. Segundo o jornal Le Parisien, as primeiras informações indicam que se trata da coroa da imperatriz Eugênia, esposa de Napoleão III.

 

Repercussão do caso

O Louvre emitiu um comunicado avisando que o museu permanecerá fechado durante o domingo como uma medida de segurança para preservar vestígios e pistas para a investigação. O prédio também foi evacuado.

O Ministério Público de Paris já abriu uma investigação sobre o roubo das joias e disse que a extensão das perdas está sendo avaliada.

Nuñez também admitiu que há uma “grande vulnerabilidade nos museus franceses” e afirmou que as autoridades estão analisando vídeos, comparando o caso com outros roubos semelhantes e tentando fechar brechas de segurança.

“Tudo está sendo feito para que possamos encontrar os autores o mais rápido possível e estou otimista”, declarou.

 

Outros roubos

O Louvre recebe até 30 mil pessoas todos os dias e abriga mais de 33 mil obras de arte. A mais famosa é a Monalisa, de Leonardo da Vinci. A peça também já foi vítima de um roubo que ocorreu em 1911, quando um funcionário italiano, Vincenzo Peruggia, que manteve a obra escondida por dois anos antes de ser preso em Florença.

Décadas depois, o museu enfrentou outros episódios marcantes, como o furto, em 1983, de duas peças de armadura renascentista que só seriam recuperadas quase 40 anos depois, e o roubo de uma espada cravejada de diamantes do rei Carlos X, em 1976.

Outro roubo de grande repercussão ocorreu em 1976, quando três ladrões invadiram o Louvre ao amanhecer e roubaram uma espada cravejada de diamantes do século XIX, pertencente ao Rei Carlos X da França.

Em 1990, uma pintura de Pierre Auguste Renoir, “Retrato de uma Mulher Sentada”, foi cortada de sua moldura e roubada de uma galeria no terceiro andar.

 

 

 

 

 

Por InfoMoney

 

 

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 Uma em cada seis crianças de até 6 anos foi vítima de racismo no país

Uma em cada seis crianças de até 6 anos de idade foi vítima de racismo no Brasil. As creches e pré-escolas são os locais onde ocorreu a maior parte desses crimes.

Os dados são do Panorama da Primeira Infância: o impacto do racismo, pesquisa nacional encomendada ao Datafolha pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal - organização da sociedade civil que trabalha pela causa da primeira infância -, divulgada nesta segunda-feira (6).

A pesquisa ouviu 2.206 pessoas, sendo 822 responsáveis pelo cuidado de bebês e crianças de 0 a 6 anos. Os dados foram coletados em abril deste ano, por meio de entrevistas presenciais realizadas em pontos de grande fluxo populacional.

Os dados coletados mostram que 16% dos responsáveis por crianças de até 6 anos afirmam que elas já sofreram discriminação racial. A discriminação é maior quando os responsáveis são também pessoas de pele preta ou parda. Entre elas, esse índice chega a 19%, enquanto entre crianças com responsáveis de pele branca a porcentagem é 10%.

Separados por idade, 10% dos cuidadores de crianças de até 3 anos de idade afirmam que os bebês e crianças sofreram racismo e 21% daqueles com crianças de idade entre 4 e 6 anos relatam que elas foram vítimas desse crime.

Onde ocorreram os casos 

A pesquisa revela ainda que creches e pré-escolas foram os ambientes mais citados como locais onde crianças já sofreram discriminação racial - 54% dos cuidadores afirmam que as crianças vivenciaram situações desse tipo em unidades de educação infantil, sendo 61% na pré-escola e 38% nas creches.

Pouco menos da metade dos entrevistados, 42%, afirmam que o crime ocorreu em espaços públicos, como na rua, praça ou parquinho; cerca de 20% dizem que ocorreu no bairro, na comunidade, no condomínio ou vizinhança; e 16% contam que ocorreu na família. Espaços privados, como shopping, comércio e clube, aparecem entre os locais citados por 14% dos entrevistados, seguidos por serviços de saúde ou assistenciais (6%) e por igrejas, templos e espaços de culto (3%).

Segundo a CEO da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Mariana Luz, a escola é o primeiro espaço de socialização da criança, é onde ela passa grande parte do tempo é que deveria ser de proteção.

“É um espaço social que, pelas nossas peças legislativas, deveria ser um dever nosso, da sociedade, que a escola seja um espaço de proteção e de desenvolvimento. É muito crítico a gente combater o racismo desde o berço, desde uma mulher grávida, na verdade, para que ela não sofra racismo na gravidez. Agora, com o bebê, com uma criança pequena, é ainda mais contundente a necessidade de combate ao racismo estrutural, para que ele não aconteça nunca, mas sobretudo nessa fase da vida que é onde o maior pico de desenvolvimento está acontecendo”, diz.

Quando perguntados sobre como percebem o racismo praticado contra bebês e crianças, a maior parte dos responsáveis entrevistados (63%) acredita que pessoas pretas e pardas são tratadas de forma diferente por causa da cor da pele, do tipo de cabelo e de outras características físicas. Outros 22% acreditam que, embora exista racismo, é raro que crianças na primeira infância, ou seja, com idade até 6 anos, sejam vítimas desse crime. Na outra ponta, 10% acreditam que a sociedade brasileira praticamente não é racista e 5% desconhecem o assunto.

“O primeiro passo em qualquer grande desafio é a gente reconhecer que é uma sociedade racista e combater isso com veemência”, diz Mariana Luz. Segundo ela, as escolas devem ter protocolos para lidar com essas situações, que incluam a formalização das denúncias e a formação de todos os profissionais que atuam na instituição. 

“Para todo mundo saber o que fazer, cada escola, primeiro, tem que qualificar o corpo dos professores, dos diretores, dos supervisores, dos auxiliares, de toda essa rede que lida no dia a dia com as crianças. Também a gestão, desde a secretaria municipal de Educação, à estadual, até o Ministério da Educação. Precisa ser um conjunto grande de todo mundo atuando nessa mesma direção”, acrescenta.

Impactos do racismo

O estudo mostra que o racismo sofrido por bebês e crianças tem impacto no desenvolvimento delas. “O racismo é um dos fatores que compõem as chamadas experiências adversas na infância, vivências que expõem a criança ao estresse tóxico, que interferem em sua saúde física e socioemocional e no seu desenvolvimento integral”, afirma o texto.

Segundo a pesquisa, creches e pré-escolas são os espaços de maior oportunidade de prevenção e proteção contra a discriminação. Para isso, é fundamental que a educação infantil conte com profissionais preparados e materiais adequados para a educação das relações étnico-raciais. 

“É dever de toda a sociedade reconhecer e combater o racismo e promover uma educação antirracista desde cedo, como determina a Lei nº 10.639/2003, garantindo proteção às crianças na primeira infância contra qualquer forma de discriminação e violência”, diz o estudo.

A Lei 10.639/2003 estabelece que os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira sejam ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, ou seja, em todas as etapas de ensino, da educação infantil ao ensino médio. A lei, no entanto, não é cumprida. Uma pesquisa divulgada em 2023 mostra que sete em cada dez secretarias municipais de Educação não realizaram nenhuma ação ou poucas ações para implementação do ensino da história e da cultura afro-brasileira nas escolas.

Mariana Luz complementa que os dados revelam a importância de uma educação antirracista desde a primeira infância, tanto para proteger as crianças negras e indígenas, quanto para educar as crianças brancas desde pequenas.

“O fato de a primeira infância ser a maior fase de desenvolvimento, também precisa ser um momento inicial de combate ao racismo e de proteção dessas crianças, mas também de educação de crianças brancas e do corpo docente, de todo o corpo de professores, para que a gente consiga combater o racismo estrutural”. 

Racismo é crime

De acordo com a Lei nº 7.716/1989, racismo é crime no Brasil. A lei regulamenta trecho da Constituição Federal que tornou o racismo inafiançável e imprescritível.

A Lei nº 14.532, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em janeiro de 2023, aumenta a pena para a injúria relacionada à raça, cor, etnia ou procedência nacional. Com a norma, quem proferir ofensas que desrespeitem alguém, seu decoro, sua honra, seus bens ou sua vida poderá ser punido com reclusão de 2 a 5 anos. A pena poderá ser dobrada se o crime for cometido por duas ou mais pessoas.

As vítimas de racismo devem registrar boletim de ocorrência na Polícia Civil. É importante tomar nota da situação, citar testemunhas que também possam identificar o agressor. Em caso de agressão física, a vítima precisa fazer exame de corpo de delito logo após a denúncia e não deve limpar os machucados, nem trocar de roupa – essas evidências podem servir como provas da agressão.

 

 

 

 

 

 

Por- Agência Brasil

 Entenda as novas regras de hospedagem que entram em vigor em dezembro

Na semana passada, o Ministério do Turismo regulamentou a chamada Nova Lei Geral do Turismo, que estabelece as principais regras do setor.

Segundo a pasta, a regulamentação das normas de entrada (check-in) e saída (check-out); de limpeza das acomodações e de registro de hóspedes busca padronizar e agilizar a prestação de serviços em todo o país.

Confira a seguir, os principais pontos da iniciativa.

  • Vigência

Publicadas no Diário Oficial da União do último dia 16, as novas regras para hospedagens no Brasil só entrarão em vigor no dia 16 de dezembro, 90 dias após a publicação.

  • Plataformas

Segundo o Ministério do Turismo, as novas regras de hospedagem não se aplicam aos imóveis mobiliados residenciais alugados para curta estadia por meio de plataformas e aplicativos digitais (Airbnb, Booking etc).

  • Hospedagens

As regras estabelecidas na Portaria MTur nº 28/2025 deverão ser cumpridas pelos estabelecimentos registrados na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (Cnae) como meios de hospedagem: hotéis, pousadas, resorts, flats, apart-hoteis, albergues, hostels e alojamentos de floresta.

  • Diárias

O valor cobrado por diária deve cobrir o período de 24 horas, das quais até três horas estão destinadas à limpeza e arrumação do quarto ou apartamento. Com isso, na prática, o estabelecimento precisa garantir ao hóspede, no mínimo, 21 horas de hospedagem.

  • Entrada 

Cada hospedagem estabelecerá seu horário regular de check-in e de check-out e deverá passar essa informação com clareza ao hóspede.

Ao fixar os horários de entrada e saída, o estabelecimento deve considerar o período o máximo de três horas para garantir a limpeza do quarto.

  • Limpeza

A partir do horário estabelecido para a saída, o responsável pela hospedagem deve providenciar a higienização e a arrumação dos aposentos em até três horas. Por exemplo, se a diária de uma pousada termina ao meio-dia (12h), a acomodação deve estar pronta para o próximo hóspede até as 15h.

Os estabelecimentos também devem cumprir as normas sanitárias e regulamentações federais, estaduais e municipais que determinam parâmetros mínimos de higiene, limpeza e segurança. 

  • Antecipação 

Havendo disponibilidade, o responsável pela hospedagem pode autorizar tanto a entrada antecipada quanto a permanência dos hóspedes para além do horário regular de saída.

Nos dois casos, o estabelecimento também pode, com a anuência do hóspede, cobrar tarifa diferenciada adicional. A condição é que a taxa e as regras sejam comunicadas previamente ao hóspede e de forma clara.

A cobrança deste adicional deve, contudo, respeitar os princípios do Código de Defesa do Consumidor e garantir que o arranjo não prejudique o cumprimento das normas de arrumação e limpeza da unidade.

  • Irregularidades 

Em caso de descumprimento da legislação, o hóspede pode acionar os órgãos de defesa do consumidor (Procon; Delegacia do Consumidor, Polícia Civil; promotoria de justiça especializadas do Ministério Público; associações civis de proteção e a plataforma digital Consumidor.gov.br.

Caso se comprove a irregularidade denunciada, o estabelecimento sofrerá as penalidades previstas em lei.

  • Registro do hóspede

A partir de 16 de dezembro, os estabelecimentos deverão usar o novo modelo digital da Ficha Nacional de Registro de Hóspedes para repassar as informações de identificação de seus clientes. O novo modelo substituirá o atual (feito em papel) exigindo as mesmas informações pessoais.

Segundo o Ministério do Turismo, os dados pessoais não serão divulgados ao público em geral, ficando acessíveis apenas para fins oficiais, como a produção de estatísticas e a formulação de políticas para o setor de turismo.

A proposta é que, futuramente, os próprios hóspedes possam realizar o pré-preenchimento desta ficha de forma remota (online) com a finalidade de reduzir filas nas recepções.

 

 

 

 

Por - Agência Brasil

Governo amplia medidas contra manipulação e apostas ilegais

O Governo Federal vem reforçando sua atuação para preservar a integridade do esporte e reduzir o espaço de atuação de plataformas de apostas não autorizadas. O executivo instituiu um Grupo de Trabalho interministerial, envolvendo os ministérios da Fazenda, do Esporte e da Justiça e Segurança Pública, com o objetivo de propor uma Política Nacional de Combate à Manipulação de Resultados Esportivos.

A criação do grupo responde ao aumento de denúncias sobre manipulação de competições e tem como foco estabelecer um fluxo integrado de recebimento e tratamento de casos, alinhado às melhores práticas internacionais. Também busca fortalecer a cooperação entre órgãos públicos, federações esportivas e autoridades policiais.

Esse movimento se soma à adesão do Brasil à Convenção de Macolin, tratado internacional do Conselho da Europa que promove a cooperação global contra a manipulação de resultados esportivos. O Ministério do Esporte classificou a adesão como estratégica, destacando que o crime tem caráter transnacional e exige colaboração internacional.

No campo regulatório, a Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), vinculada ao Ministério da Fazenda, ampliou frentes de fiscalização. Entre as medidas estão a derrubada de sites ilegais, mais de 18 mil desde 2024, o monitoramento de publicidade em parceria com grandes empresas de tecnologia e a interrupção do fluxo financeiro de operadores irregulares.

Para isso, a SPA tem mapeado bancos e fintechs utilizados por essas plataformas, chamadas de “contas-bolsão”, a fim de bloquear transações suspeitas e comunicar irregularidades ao Banco Central e à Polícia Federal.

Ainda assim, o mercado paralelo segue expressivo. Pesquisa do Instituto Locomotiva apontou que seis em cada dez apostadores utilizaram sites ilegais em 2025, muitas vezes sem perceber a irregularidade. O levantamento também estimou perdas fiscais que podem chegar a R$ 10,8 bilhões ao ano.

No cenário legal, 78 operadoras já estão autorizadas a atuar no país, movimentando cerca de R$ 17,4 bilhões apenas no primeiro semestre deste ano. O governo também tem implementado mecanismos de proteção, como a criação de um sistema de autoexclusão centralizada para apostadores e testes de propensão à ludopatia, além de parcerias com a Fiocruz para atendimento especializado no Sistema Único de Saúde.

Entre os sites regulamentados, dados recentes mostram as preferências dos apostadores brasileiros. Em agosto, por exemplo, o futebol respondeu por 88,17% das bets na casa de apostas KTO, seguido de tênis (7,02%) e basquete (3,37%). Modalidades como vôlei, beisebol e UFC/MMA têm participação menor, todas abaixo de 1%.

As iniciativas revelam a tentativa de equilibrar dois eixos: fortalecer o ambiente regulado, com maior segurança para apostadores, e reduzir o espaço de operação de plataformas clandestinas, que seguem oferecendo riscos financeiros e esportivos. O próximo desafio será consolidar a Política Nacional contra a Manipulação de Resultados e alinhar a legislação brasileira aos padrões internacionais de integridade esportiva.