Mudança radical de anitta acende debate: há limites para ‘comprar’ um novo rosto?

Para desespero dos fãs, Anitta ficou dois meses fora da internet. A cantora de 32 anos disse ter contraído uma infecção bacteriana e reapareceu, no último dia 29, em fotos ao lado de Sofia Vergara, Ricky Martin e Naomi Campbell, na Itália.
O semblante era outro. Sobrancelhas levantadas, nariz arrebitado, lábios mais volumosos e maxilar afinado. Afinal, o que Anitta fez? “A ponta nasal parece mais elevada e as narinas modificadas, indicando alterações estruturais que transformam o equilíbrio facial”, aposta o dermatologista Alessandro Alarcão. Para o cirurgião plástico Antonio Pitanguy, há sinais claros de intervenções na parte superior do rosto e um discreto “lip lift”, aumentando a eversão (curvatura) do lábio superior. “Além de uma blefaroplastia superior para remover excesso de pele das pálpebras”, deduz.
Em um vídeo postado no Instagram, a influenciadora Camila Coutinho diz que a exposição das celebridades é tão intensa que um rosto refeito se torna o “oficial”. “Ninguém mais lembra como era a Kylie Jenner. É como se fosse um avatar: eu escolho esse. É essa a imagem que assumo nas redes sociais.”
Embora a condição financeira seja, sem dúvida, um facilitador, algumas situações beiram a dismorfia. “Quando há mudanças bruscas na aparência, sem um preparo emocional, a mente não acompanha na mesma velocidade, criando um descompasso”, explica a psicóloga Marcela Fortunato. Assim, há dificuldades de se reconhecer ao olhar no espelho. “É como se o corpo falasse ‘sou outra’ e a mente respondesse ‘não sei quem sou’. Isso gera ansiedade e angústia. É preciso entender de onde vem esse desejo por mudanças.”
Com dinheiro, tempo e bons médicos à disposição, é possível fazer um “avatar” de si mesma, ao gosto do freguês. No entanto, há limites. Mesmo que sejam apenas financeiros. “Pacientes com orçamento fechado tendem a ser mais cuidadosos nas escolhas e na frequência do que é feito”, esclarece o dermatologista Alessandro Alarcão.
Afinal, ninguém é de brinquedo.
Por - O GLobo