Jardim em casa: Saiba como escolher as melhores plantas e quais são seus benefícios

Plantas de interior certamente contribuem para fazer de uma casa um lar. Para criar espaços mais acolhedores, não só a sua estética é valorizada, mas também os múltiplos benefícios que os especialistas acreditam que podem proporcionar.

Algumas pessoas incorporam plantas em suas casas porque cuidar delas as conecta com relaxamento e bem-estar. Outros buscam, de alguma forma, ter uma conexão com a natureza. Em qualquer um desses casos, não há dúvidas de que as plantas podem proporcionar calor, frescor e beleza.

 

As quatro melhores plantas de interior

  • Lírio da Paz: Também conhecido como “Berço de Moisés”, é uma linda planta com flores brancas. Ela tem a capacidade de purificar o ar, mas precisa de rega regular e luz indireta. É a melhor opção para salas de estar, salas de estar ou quartos.

 

 
Lírio da paz — Foto: Pixabay
Lírio da paz — Foto: Pixabay

 

  • Monstera deliciosa: outro de seus nomes é “costela de Adão”. É uma planta com folhas grandes e perfuradas que lhe conferem um aspecto particular. Assim como o lírio da paz, ele também requer luz indireta, mas com rega moderada. Vale ressaltar que ele é muito bonito, mas é grande, então na hora de escolher é importante levar esse aspecto em consideração.

 

Costela-de-adão. Indicada para salas de estar — Foto: Divulgação
Costela-de-adão. Indicada para salas de estar — Foto: Divulgação

 

  • Pothos: também conhecida como jiboia-verde, é uma das opções mais populares como planta de interior. Sua peculiaridade é que é trepadeira e também é fácil de cuidar, pois se adapta a diferentes condições de umidade e luz. Pela sua aparência e versatilidade, é uma boa opção para pendurar em prateleiras, nichos ou até mesmo no banheiro.

 

 
Jiiboia verde — Foto: Freepik
Jiiboia verde — Foto: Freepik

 

  • Espada de São Jorge: é a melhor opção para quem é esquecido ou descuidado, pois é resistente e exige pouca luz e regas esporádicas. É excelente para casas com pouca ventilação devido à sua capacidade de purificar o ar.

 

Espada-de-são-jorge. Alude à proteção e ao sucesso — Foto: Divulgação
Espada-de-são-jorge. Alude à proteção e ao sucesso — Foto: Divulgação

 

Quais são os benefícios de ter plantas dentro de casa?

 

Embora geralmente escolhamos plantas para embelezar nossas casas, é importante saber que elas podem contribuir para melhorar a qualidade de vida. Os benefícios mais notáveis ​​são:

 

  • Elas ajudam a reduzir o estresse: quando há plantas em casa, especialistas apontam que isso ajuda a reduzir os níveis de ansiedade e estresse.
  • Purifique o ar: as plantas absorvem toxinas e liberam oxigênio, agindo como filtros naturais.
  • Melhore seu humor: cuidar de plantas cria uma sensação de satisfação e bem-estar.
  • Aumentar a produtividade: Pesquisas recentes mostraram que o uso de plantas no ambiente de trabalho pode melhorar a concentração e a produtividade.

 

 

 

 

 

 

Por - O Globo

Papa envia primeira mensagem de voz aos fiéis depois da internação

Pela primeira vez depois que foi internado, em 14 de fevereiro, o papa Francisco enviou nesta quinta-feira (6) uma mensagem de voz aos fiéis e membros da Cúria Romana reunidos na Praça São Pedro para a oração do terço. A informação foi divulgada pela Vatican News.

"“Agradeço de todo coração as orações pela minha saúde feitas na Praça. Os acompanho daqui. Que Deus os abençoe e que a Virgem os proteja. Obrigado”, diz Francisco no áudio.

 

 

Após a mensagem, os fiéis reunidos iniciaram oração pela saúde de Francisco, internado em Roma, no Hospital Gemelli, por uma forte infecção respiratória.

Nesta quinta-feira, o Vaticano informou que o papa conseguiu trabalhar enquanto se submetia ao tratamento e descansava.

Episódios respiratórios da segunda-feira (3) exigiram que Francisco usasse ventilação mecânica não-invasiva. Trata-se de uma máscara sobre o rosto, que ajuda a jogar ar nos pulmões.

Agora, o papa está recebendo essa ventilação apenas à noite, segundo o Vaticano. Durante o dia, ele recebe oxigênio por uma pequena mangueira sob o nariz.

Francisco não é visto em público desde a sua internação. É a maior ausência do pontífice desde o início do seu papado, há 12 anos.

 

 

 

 

Por - Agência Brasil

Biscoito de polvilho engorda? Descubra se o alimento é vilão da dieta

Quem nunca se rendeu a um biscoito de polvilho crocante e saboroso, não é mesmo? Aquele petisco leve e irresistível que acompanha o café, a tarde com amigos ou até mesmo no momento da preguiça. Mas, será que ele é o vilão da sua dieta ou dá para saborear sem culpa? De acordo com a nutricionista Larissa Olmo, DEPENDE!

Alguns contextos precisam ser avaliados, como o seu modo de preparo (caseiro ou industrializado), ingredientes usados e o contexto da dieta geral do indivíduo.

 "O biscoito de polvilho industrializado costuma ter baixo teor de nutrientes essenciais e alto teor de sódio, o que pode prejudicar a saúde se consumido em excesso", disse a nutricionista.

 

 
Biscoito de polvilho na air fryer: aprenda a preparar este salgadinho sem fritura — Foto: Receitas / Reprodução

Biscoito de polvilho na air fryer: aprenda a preparar este salgadinho sem fritura — Foto: Receitas / Reprodução

É possível encaixar o biscoito de polvilho no processo de emagrecimento?

A resposta é SIM, mas com moderação. O biscoito de polvilho pode ser uma opção prática para lanches ocasionais em uma dieta, sendo mais proveitoso quando combinado com alimentos ricos em fibras, como frutas, ou fontes de proteínas, como leite e derivados.

É importante considerar as necessidades e objetivos individuais de cada pessoa, já que o biscoito de polvilho pode ser substituído por opções mais nutricionalmente completas. O ideal é consultar um nutricionista para orientações personalizadas nesse processo.

Biscoito de polvilho doce na air fryer da Paula Fernandes — Foto: Receitas

Biscoito de polvilho doce na air fryer da Paula Fernandes — Foto: Receitas

 

Mas existe uma diferença entre o biscoito de polvilho caseiro e o industrializado. O biscoito de polvilho industrializado costuma ter um teor de sódio bem mais alto do que o caseiro, já que, ao prepará-lo em casa, você tem maior controle sobre os ingredientes. Além disso, muitos biscoitos industrializados contêm aditivos, um perfil calórico mais elevado devido à adição de açúcares e gorduras, e um teor de fibras inferior.

Existe uma forma saudável de consumir biscoito de polvilho?

Uma recomendação importante é sempre conferir o rótulo do biscoito de polvilho escolhido. Prefira os assados e com uma lista de ingredientes mais curta. Mesmo sendo industrializado, ele pode ser uma opção viável quando consumido com moderação e combinado com outros alimentos. No entanto, o formato caseiro é mais saudável e vantajoso, pois oferece maior controle sobre os ingredientes, menos aditivos e a possibilidade de enriquecer a receita nutricionalmente.

 

 

 

 

 

 

Por - Receitas

 Sete planetas estarão alinhados no céu nesta sexta-feira

Um desfile de planetas. É assim que o Observatório Nacional descreve o que se tem configurado no céu nos últimos dias. Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e, nesta sexta-feira (28), também Mercúrio, estão “alinhados”.

Três planetas podem ser vistos a olho nu: Marte, Vênus e Júpiter. Os demais são mais difíceis de serem observados. Apesar de não ser raro, o fenômeno não deixa de ser um convite para olhar para cima e admirar.

“Como é um fenômeno que está distribuído em uma área muito grande do céu, não é um fenômeno para você olhar com o telescópio, é um fenômeno para você olhar com os olhos. Deitar em um lugar seguro, com a visão livre do Oeste, do poente, e apreciar essa grande essa beleza. Você vai ter, realmente, vários planetas visíveis no céu”, diz o astrofísico do Observatório Nacional Ricardo Ogando.

Ogando explica que Marte, Vênus e Júpiter estarão mais visíveis e serão mais fáceis de serem observados. A dica é olhar para o ponto onde o Sol se põe. Mercúrio aparecerá ali por um momento, mas será muito difícil vê-lo.

Já Urano e Netuno são planetas muito distantes da Terra e, por isso, a luz que eles refletem é muito fraca, o que impossibilita a observação a olho nu. De acordo com o astrofísico, Mercúrio e Saturno tipicamente são visíveis a olho nu, mas estarão muito perto do Sol no céu e serão ofuscados por ele. 

“O céu começa a ficar mais escuro, você consegue ver bem Vênus. E aí, um pouco mais acima, Júpiter e, depois, Marte. Além disso, a Lua vai estar no céu nesse momento. Não é um planeta, é o nosso satélite, mas estará lá. É como se tivesse essa grande parada, um desfile de planetas”, descreve o astrofísico.

Para localizar os planetas, a dica de Ogando é usar um aplicativo para celular. É possível baixar gratuitamente aplicativos que mapeiam o céu.

O astrônomo e diretor do Observatório do Valongo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Thiago Gonçalves, explica que planetas, ao contrário de estrelas, não cintilam, ou não piscam.  

“À primeira vista, o planeta vai quase sempre parecer uma estrela muito brilhante”, orienta o astrônomo. “A particularidade dos planetas é que eles não cintilam. Eles estão mais próximos da gente. A cintilação acontece por conta de um efeito atmosférico. É a luz atravessando a atmosfera que faz com que pareça que as estrelas piscam um pouquinho. Mas, como os planetas estão mais próximos da gente, eles não cintilam”.

Entenda o alinhamento

De acordo como Observatório Nacional, embora o termo alinhamento planetário seja o mais usado, ele não descreve exatamente o fenômeno observado. Quando os planetas estão aparentemente próximos no céu, o correto é dizer que estão em “conjunção”. 

Há vários tipos de conjunção, sendo a mais comum a conjunção em ascensão reta, explica o Observatório. Assim, em vez de “alinhamento”, o mais adequado seria falar sobre a visibilidade simultânea dos planetas no céu. Além disso, os planetas não formam exatamente uma linha, mas sim um arco no céu quando observados da Terra. 

“O que acontece na prática é que, como todos eles estão mais ou menos na mesma direção, a gente consegue ver todos eles no céu ao mesmo tempo, supostamente. Isso quer dizer que em um dado momento da noite, você poderia, teoricamente, olhar para o céu e ver todos os planetas”, ressalta Gonçalves.

Ele explica que usa o termo teoricamente porque na prática, isso não ocorre. É preciso que haja condições muito ideias para que todos possam ser avistados, mesmo com equipamentos astronômicos. 

O fenômeno não é raro. O Observatório divulgou que ainda este ano, de 12 a 20 de agosto, antes do Sol nascer teremos Mercúrio, Vênus, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno ao mesmo tempo visíveis no céu.

Conjunção entre Vênus e Júpter

O destaque será para o dia 12 de agosto, quando haverá uma conjunção entre os dois planetas mais brilhantes do céu: Vênus e Júpiter.

Para Gonçalves, ainda assim, é uma boa oportunidade para olhar para o céu. “Eu gosto de dizer que é uma boa oportunidade para que a gente aumente digamos a divulgação sobre a importância da ciência e de olhar para o céu”, diz. “A gente tem cientistas trabalhando bastante e esse momento é bom para estabelecer um contato, estabelecer a comunicação, aparecer nas redes sociais para que as pessoas consigam se conectar um pouco com o céu e com os astrônomos brasileiros”.

Informações falsas

Segundo Ogando, esse fenômeno ganhou projeção e há informação falsas sendo divulgadas sobre ele. Uma delas é justamente que se trata de um fenômeno raro.

“Esse ‘alinhamento’, curiosamente, ganhou uma visibilidade. E, junto com ela, umas uns penduricalhos errados, falando que é super raro, que só acontece em um trilhão de anos. Eles nem têm ideia do que é um trilhão de anos. O universo tem 13,7 bilhões de anos. É muito engraçado ver como o pessoal realmente criou um monte de fantasia em torno disso e aí isso, isso cria uma expectativa no público, que se decepciona depois”, diz.

Outra informação enganosa é que o alinhamento pode gerar fenômenos e desastres naturais na Terra por conta da gravidade dos planetas. De acordo com Ogando, isso é impossível.

“É uma força ínfima. Os planetas estão muito distantes. Por mais que Júpiter, por exemplo, seja um planeta com uma massa muito grande, muito maior do que a da Terra, ele está a uma distância muito grande. Então, a influência gravitacional é ínfima”, explica.

O Sistema Solar

A Terra faz parte do chamado Sistema Solar. Ao redor do Sol orbitam os planetas Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, nesta ordem. Mercúrio, Vênus, Terra e Marte são os planetas mais próximos do Sol e são formados principalmente por rochas.

Júpiter, Saturno, Urano e Netuno são planetas gasosos, mais distantes do Sol e formados por gases diversos. Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar. Enquanto a Terra demora 365 dias, ou um ano, para dar volta a redor do Sol, Netuno, o planeta mais distante demora o equivalente a 165 anos para completar essa volta.

 

 

 

 

Por - Agência Brasil

 Proibição de celular na escola é bem-vinda, mas não é suficiente

A vida escolar de cerca de 47 milhões de estudantes do ensino fundamental e do ensino médio mudou radicalmente no ano letivo que acabou de iniciar. Conforme a Lei nº 15.100/2025, eles estão proibidos de usar “aparelhos eletrônicos portáteis pessoais durante a aula, o recreio ou intervalos entre as aulas, para todas as etapas da educação básica”.

Para Danilo Cabral, 16 anos, estudante do 2º ano do ensino médio do Colégio Galois em Brasília, a medida exige mudança de comportamento. Vai alterar, por exemplo, a comunicação com a mãe ou com o pai. “Às vezes, no meio da manhã, eu decido que vou almoçar na escola, e fica um pouco mais difícil avisar aos meus pais.”

Apesar do empecilho, Danilo acha que “é só uma questão de adaptação mesmo” e que vai ser “muito benéfico”, porque “para prestar atenção nas aulas, a gente não pode mexer no celular”, admite cerca de dez dias depois da volta às aulas.

Brasília (DF) 14/02/2025 - Proibição do uso de celulares nas escolas. A aluna do colégio Galois, Joana Chiaretto. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
Brasília (DF) 14/02/2025 - Proibição do uso de celulares nas escolas. A aluna do colégio Galois, Joana Chiaretto. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil - Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agênci

Joana Chiaretto, da mesma turma que Danilo e também com 16 anos, percebe “mudanças muito positivas” no pátio da escola. “Antes, a gente via todo mundo no próprio celular. Sem conversar, nem nada, os grupinhos separados. Agora a gente vê um grupão de meninas jogando carta. A gente vê as pessoas conversando mais. Aqui na escola todo mundo está trazendo jogos”, conta com entusiasmo.

Para ela, “as pessoas são muito viciadas no celular.” E, entre os mais jovens, “é muito difícil. Chega a dar aquela angústia, de querer pegar o celular, de ligar pra alguém ou mandar uma mensagem.”

Sem fotos do quadro 

A visão crítica dos dois adolescentes sobre o uso de celular no colégio e os benefícios da proibição são compartilhados por seus professores. “Melhorou muito no quesito entrosamento dos alunos. Eles têm que conviver juntos de novo”, ressalta Victor Maciel, professor de biologia do ensino médio.

O professor observa que, sem o celular, “os alunos não tiram mais fotos do quadro” e, mais atentos, perguntam mais, tiram dúvidas e aprendem mais. “Eles têm que estar mais focados agora. A aula fica mais interessante para eles. Porque sabem que não vão ter tanta facilidade depois para conseguir aquele conteúdo.”

Patrícia Belezia, coordenadora do ensino médio no Galois, também apoia a decisão. Ela se recorda de que, em ano anterior, a escola flagrou alunos jogando no celular inclusive em plataforma de apostas, “muitos viciados no jogo do tigrinho e em pôquer eletrônico. Eles faziam apostas entre eles.” Como o exemplo é uma forma de educar, a coordenadora destaca que a restrição aos celulares na escola é para todos. Se estende aos funcionários e aos professores.

Brasília (DF) 14/02/2025 - Proibição do uso de celulares nas escolas. A diretora do colégio Galois, Dulcinéia Marques. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
 A diretora do colégio Galois, Dulcinéia Marques. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Dulcineia Marques, sócia fundadora do colégio, acha que “ganhou um presentão” com a lei aprovada no Congresso Nacional e sancionada pelo presidente da República. Para ela, o aparelho celular pode ser um marcador de desigualdades sociais em função do modelo e do pacote de dados.

Ao seu ver, essas distinções distorcem o espírito das escolas que exigem o uso de uniforme igual para todos, que tem um propósito. “É o jeito de educar esses meninos. É assim para igualar as crianças e adolescentes. Para não trazer para dentro da escola o poder aquisitivo que os diferenciam pelos tênis e marcas de roupa.”

Projeto pedagógico 

A escola de Dulcineia Marques, no Plano Piloto, atende a 1.198 meninos e meninas das quatro séries finais do ensino fundamental e dos três anos do ensino médio. A 32 quilômetros dali, em Ceilândia, no Centro Educacional n° 11, o diretor Francisco Gadelha atende a 1.512 estudantes dessas séries e também homens e mulheres de 18 a 60 anos do ensino de jovens e adultos (EJA). O diretor também faz elogios à proibição dos celulares.

“No começo, eu era contrário à lei, por entender que o celular é uma ferramenta tecnológica. Mas agora estou observando em poucos dias como está sendo benéfico inclusive no comportamento. A gente está tendo menos brigas, menos situações de bullying.”

Gadelha está aproveitando a entrada em vigor da Lei nº 15.100/2025 para provocar a reflexão dos alunos e dos professores. Na preparação do ano letivo, a escola adotou o livro “A geração ansiosa: como a infância hiperconectada está causando uma epidemia de transtornos mentais”, do psicólogo social Jonathan Haidt, como referência para a criação de um projeto pedagógico em andamento.

Segundo ele, os três primeiros dias de aula no período diurno foram “cansativos” porque teve de guardar na escola 15 celulares que os alunos trouxeram de casa. Os aparelhos foram devolvidos aos responsáveis pelos estudantes. Apesar da escola retirar o telefone dos alunos, apenas um pai reclamou. “Em regra, os pais estão gostando muito”, avalia o diretor.

Além da direção da escola durante o dia, Francisco Gadelha ainda leciona para adultos no período noturno. De acordo com ele, a proibição do celular “é mais difícil no EJA, porque os adultos estão mais viciados do que as crianças.” Com eles, a escola propõe um termo colaborativo para manter os aparelhos longe das salas de aula.”

Uso consciente 

Para Luiz Fernando Dimarzio, analista pedagógico da Ctrl+Play, uma escola de tecnologia para crianças e adolescentes em cidades do Estado de São Paulo, a lei que proíbe celulares é “polêmica”, pois “a questão do permitir ou proibir é acabar indo muito nos extremos.”

Dimarzio opina que é preciso buscar “como que a gente pode utilizar isso de forma saudável, e ensinar o uso consciente da coisa. Eu fico pensando, será que, de repente, definir momentos específicos para uso? Para uma pesquisa, tem inúmeros aplicativos educacionais, né? Será que, de repente, definir momentos específicos para o uso não seria mais interessante?”,

Em suas indagações, o analista pedagógico lembra que a lei faculta o uso de aparelhos eletrônicos em sala de aula “para fins estritamente pedagógicos ou didáticos, conforme orientação dos profissionais de educação”.

Victor Freitas Vicente, coordenador de educação do Instituto Felipe Neto, avalia que havia um clamor no país pela adoção da lei contra os celulares nas escolas “e que a proibição pode ser um passo importante no contexto de ambientes digitais cada vez mais tóxicos.”

Ele, no entanto, pondera que “a escola não é um jardim murado. Ela é um polo conectado com os desafios da sociedade” e, nesse sentido, “precisa preparar as novas gerações para os desafios que as tecnologias digitais estão colocando, não só em relação ao comportamento, mas em relação a uma nova ordem econômica, a inteligência artificial.”

O coordenador também defende os resultados da proibição do celular sejam avaliados em pesquisas sobre aprendizagem, e que seja implantada a Política Nacional de Atenção Psicossocial nas comunidades escolares, que ainda não têm regulamentação definindo as regras práticas para adoção nos diferentes sistemas de educação brasileiros. Além disso, ele é a favor de que o Congresso Nacional retome a elaboração da lei sobre funcionamento das redes sociais.

Redes sociais 

Thessa Guimarães, presidenta do Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal (CRP-DF) considera “fundamental tirar da gaveta projetos de lei que contribuam para a regulação das redes sociais, compreendendo que hoje a nossa vida atravessa as redes sociais”. Ela ressalta que, por causa das redes sociais, “um dispositivo eletrônico é uma porta aberta a toda a produção humana que existe, inclusive a produção de discursos de ódio, a produção de difusão de métodos de auto-lesão e de suicídio.”

Raquel Guzzo, pesquisadora e professora titular de Psicologia na PUC de Campinas, considera que as redes sociais, acessadas principalmente por meio de celulares, “têm um impacto significativo na autoestima e na percepção de si mesmos entre adolescentes, que podem se sentir pressionados a corresponder a padrões irreais de comportamento e estética.”

Ela lembra que as redes sociais “são projetadas para maximizar o tempo que os usuários passam nelas, utilizando algoritmos que promovem o engajamento contínuo.” No entanto, “outros recursos do celular, como jogos e aplicativos, também podem contribuir para a dependência, especialmente quando usados excessivamente.”

 

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Linguagem comprometida 

A psicopedagoga Gabriela de Martin, especialista em saúde mental pela UFRJ, avalia que a linguagem utilizada pelos mais jovens e os recursos para a escrita nos celulares também são comprometedores da linguagem e podem gerar barreiras quando forem buscar trabalho.

Gabriela de Martin tem experiência com a colocação profissional de jovens aprendizes (14 a 18 anos) no mercado de trabalho, mas enfrenta, no entanto, “imensa dificuldade, porque os meninos nessa faixa etária estão analfabetos.”

“Temos uma linguagem usada nos aplicativos de mensagem que não têm palavras por inteiro, cheia de erros de pontuação. Muitas vezes é o próprio teclado que vai criando o texto. Eu já vi muita gente que chega com 16, 17 anos sem capacidade de formular uma resposta”, lamenta Gabriela.

Totalmente favorável à proibição dos celulares nas escolas, a presidenta do CRP-DF, Thessa Guimarães, alerta para os riscos de crise de abstinência pela ausência do celular, com efeitos físicos e psíquicos, que pode acontecer “na ausência de qualquer droga, lícita ou ilícita, na ausência de um companheiro amado a partir de uma separação, ou na ausência de um dispositivo que se tornou a centralidade da vida daquela criança e daquele adolescente.”

Em caso de síndrome, Thessa Guimarães recomenda apoio familiar e busca de profissional qualificado para atendimento psicológico e “naturalmente, a substituição progressiva da centralidade daquele dispositivo por mais comunhão familiar e participação em atividades paradidáticas, extracurriculares.”

“É preciso povoar a vida dessa criança e desse adolescente de novos interesses e de novas aberturas, para que ela possa se recuperar do vício e explorar outras potencialidades.”

 

 

 

 

 

 

 

Por - Agência Brasil

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