Fique por Dentro

Fungos podem substituir carne no futuro?

Fungos podem substituir carne no futuro?

Produzir proteína a partir de fungos pode se tornar uma das soluções mais promissoras para alimentar a população mundial de forma mais sustentável. É o que aponta uma pesquisa conduzida por cientistas da Unicamp, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Universidade de Copenhague e da Embrapa Meio Ambiente (SP).

O estudo avaliou o uso de micoproteínas, obtidas a partir do micélio — estrutura responsável pelo crescimento dos fungos —, como fonte alternativa de proteína para consumo humano. Os resultados indicam que esses organismos apresentam alto valor nutricional, textura semelhante à carne e baixo consumo de água e terra durante a produção.

Segundo os pesquisadores, avanços recentes em fermentação de precisão e engenharia genética têm permitido desenvolver micoproteínas com sabor e aparência cada vez mais próximos aos da carne tradicional.

De acordo com a Embrapa Meio Ambiente, no entanto, ainda há desafios a superar. É necessário comprovar a segurança alimentar desses produtos, garantindo que estejam livres de toxinas e metais pesados, além de realizar estudos clínicos que confirmem a biodisponibilidade dos nutrientes. Também é preciso avançar na regulamentação e na aceitação do consumidor, para que alimentos à base de micoproteínas cheguem ao mercado em larga escala.

O engenheiro agrônomo Gabriel Mascarin, da Embrapa Meio Ambiente, explica que o processo ainda requer ajustes técnicos e validações antes de atingir o estágio comercial. Segundo ele, o desenvolvimento das micoproteínas envolve desde a engenharia genética das linhagens fúngicas até a otimização do bioprocesso e das etapas de purificação — conhecidas como downstream.

A padronização nutricional e o controle de qualidade também são fundamentais para garantir a segurança e a consistência na produção.

Além de causar menos impacto ambiental, as pesquisas mostram que as micoproteínas também são nutricionalmente ricas. Elas contêm aminoácidos essenciais — os mesmos encontrados nas proteínas animais — e minerais importantes, como zinco e selênio.

 

 

 

 

 

Por GR

 

 

Hashtag: