Embora muitas pessoas acreditem que incluí-los na dieta ajuda a controlar o peso, a medicina ainda não possui uma opinião conclusiva a respeito desse tipo de produto.
A nutricionista e pós-graduanda em nutrição funcional e gastronomia Cláudia Sena esclarece algumas dúvidas comuns à maioria das pessoas sobre os adoçantes, seus benefícios, os riscos do consumo e os mitos e verdades que cercam o assunto.
O que são os adoçantes?
Cláudia explica que o adoçante “é um produto que geralmente vem do petróleo ou de alguma reação química”. De acordo com ela, “esses produtos são constituídos a partir de edulcorantes que têm a capacidade de “adoçar” mais do que o açúcar normal”.
Tipos de adoçantes
Divididos entre os tipos naturais e os artificiais, os adoçantes podem, sim, trazer benefícios à saúde, quando consumidos da maneira correta. “Eles são classificados em adoçantes sintéticos: acessulfame-K, aspartame, ciclamato e sacarina e os naturais: stévia, xilitol, sucralose e frutose”, explica a nutricionista.
Cláudia afirma que, a princípio, os adoçantes foram desenvolvidos para substituir o açúcar na alimentação de diabéticos. “A dica é intercalar os tipos de adoçantes. Tente fazer um rodízio, ingerir açúcar, frutose, stévia, açúcar mascavo, mel. O consumo saudável de adoçantes é possível quando o alimento é ingerido apenas quando necessário e em pequenas quantidades”, diz”
De acordo com ela, ”o ideal dentro da dieta é sempre optar por tudo mais natural, se possível não adoçar com nada, quem tem a ganhar é você. Em relação à quantidade, a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos Dietéticos e Para Fins Especiais (ABIAD) preparou um cálculo com base no peso de cada pessoa, para saber quanto você pode consumir por dia de aspartame, acessulfame, sacarina, ciclamato, sucralose e stévia”.
Mitos e verdades
Gestantes podem ingerir adoçantes?
Segundo as evidências atualmente disponíveis, o aspartame, a sucralose, o acessulfame e a stévia podem ser utilizados com segurança durante a gestação.
“Ainda não existem dados conclusivos sobre a relação entre o consumo de adoçantes pelas grávidas e má formações fetais”, afirma Cláudia, e completa dizendo que “é importante destacar que esse período deve estabelecer uma alimentação equilibrada, com todos os alimentos na sua forma mais natural”.
Crianças podem ingerir adoçantes?
A nutricionista defende que “não há nenhum estudo conclusivo sobre o uso de adoçantes por crianças, mas é bom lembrar que a melhor opção são os produtos mais naturais, sem adição química. Sobretudo as crianças diabéticas podem fazer uso dos adoçantes, sempre com orientação nutricional e médica adequadas”.
Adoçantes causam câncer?
”Várias pesquisas, mesmo que ainda não conclusivas, apontam que o uso contínuo e indiscriminado de adoçantes, principalmente aqueles que estão presentes na indústria alimentícia, pode causar câncer”, afirma Cláudia. Ela explica que “os adoçantes considerados mais prejudiciais são o aspartame, acessulfame, sacarina e ciclamato, e os mais indicados são o sucralose e o stévia. Os menos indicados são a sacarina e o ciclamato sódico, pois apresentam níveis elevados de sódio”, o que, de acordo com ela, deve ser levado em conta principalmente quando se trata de pacientes hipertensos.
Somente diabéticos devem consumir adoçantes?
A nutricionista esclarece que “qualquer pessoa pode fazer o uso de adoçantes na dieta”, embora as quantidades devam ser reguladas com parcimônia. “As pessoas com diabetes podem utilizar qualquer adoçante. No entanto, é sempre bom lembrar que, assim como os alimentos, o seu uso deve ser moderado e apenas quando necessário”.
Adoçante engorda?
”Atualmente, não há nenhuma forte evidência clínica de causalidade a respeito do uso de adoçantes artificiais e os efeitos na saúde metabólica, mas é importante observarmos que existem possíveis contribuições desses adoçantes artificiais para o aumento global da obesidade e, inclusive, do diabetes”, afirma a especialista. Por esse motivo, é fundamental o acompanhamento nutricional.
Adoçantes naturais x adoçantes artificiais
De acordo com o co-fundador e presidente da Nutrition Science Initiative (NuSI), de San Diego, na Califórnia, Peter Attia, “desde a sua invenção – ou descoberta – em 1965, não há um único caso bem documentado de danos crônicos devido à ingestão de aspartame.(…) Uma possível exceção pode estar em uma das raras pessoas com fenilcetonúria (PKU). Tais pessoas não têm uma enzima necessária para metabolizar um produto da decomposição do aspartame”.
Quanto à stevia e outros adoçantes naturais, Attia diz que “a mesma lógica se mantém, exceto que não temos dados tão extensos sobre eles, porque a maioria deles não está em nossas mesas há tanto tempo quanto o aspartame. No entanto, até a data, não existem dados que liguem essas substâncias a doenças”. Portanto, desde que consumidos dentro das quantidades diárias recomendadas pela OMS, a tendência é que tanto os adoçantes naturais quanto os artificiais sejam naturalmente absorvidos pelo organismo, não causando efeitos colaterais.
Por - Carolina Werneck (Dicas de Mulher)