O Kidney Atlas Global Health — publicado na revista científica JAMA — mostra diferenças significativas entre os países analisados e alertou que a DRC pode ser causada por diabetes, obesidade, tabagismo ou pressão arterial elevada, fatores de risco que prevalecem de forma desigual entre as populações do globo.
Bélgica e Arábia Saudita são os que têm valores mais elevados, com 24% cada, seguido pela Polónia (18%), Alemanha (17%) e Reino Unido (16%). A Noruega e os Países Baixos têm as estimativas mais baixas, em 5%. A prevalência estimada nos EUA é de 14%, enquanto o Canadá e a Austrália estão em 13%.
Globalmente
A prevalência estimada de DRC em todo o mundo varia de 7% no sul da Ásia, 8% na África, 11% na América do Norte e 12% na Europa, Oriente Médio e Ásia Oriental e América Latina.
Dados
Segundo números da Sociedade Brasileira de Nefrologia, havia 122 mil pessoas em diálise no Brasil, em 2014. Atualmente, existem 750 unidades que realizam a diálise cadastradas no país. Os dados mostram ainda que 70% dos pacientes que fazem diálise descobrem a doença tardiamente. A taxa de mortalidade para quem enfrenta o tratamento é de 15%.
Se não for tratada, a DRC é um importante fator de risco para insuficiência renal terminal e doenças cardiovasculares. Pacientes podem progredir para doença renal em estágio final — o que significa diálise ou transplante. Previsões alertam que a epidemia vai aumentar nos próximos anos devido a fatores que estão por trás da doença — como tabagismo, pouca hidratação e consumo exagerado de sódio.
Esta expansão preocupa especialistas: “A insuficiência renal pode ser o primeiro passo para o desenvolvimento de uma insuficiência renal grave (com a consequente necessidade de diálise ou transplante) e cardiovascular, além da deterioração geral da saúde, que pode levar à morte”, assinala a Maria Letícia Cascelli, nefrologista e diretora da Clínica de Doenças Renais de Brasília.
Prevenção é o melhor tratamento
Os testes para identificar a Doença Renal Crônica (DRC) medem a taxa de filtração do sangue nos rins (conhecida como Taxa de Filtração Glomerular) e também outros fatores como a quantidade de proteína na urina. Níveis elevados de proteína na urina indicam que os rins não estão funcionando bem.
“Por isso, recomendamos que qualquer pessoa com um dos fatores de risco deve solicitar um exame de saúde renal a seu médico. Teste de sangue, urina e controle de pressão arterial é tudo o que é necessário para a verificação”, aconselha a nefrologista Maria Letícia Cascelli, diretora da Clínica de Doenças Renais de Brasília.
Os médicos recomendam a triagem repetida a cada ano se os fatores de risco ainda estiverem presentes. É aconselhado um estilo de vida simples, incluindo uma dieta saudável com baixo teor de sal e alto teor de fibra, mais atividade física, interrupção do tabagismo, adequado controle da glicemia e da pressão arterial. Essas recomendações podem retardar a taxa de progressão da DRC em até 50% e, em alguns casos, reverter os danos.
Sintomas da doença renal crônica
Mal-estar geral e fadiga
Coceira generalizada (prurido) e pele seca
Dores de cabeça
Perda de peso não intencional
Perda de apetite
Náuseas
Outros sintomas podem aparecer, principalmente quando o funcionamento dos rins piora, incluem:
Pele anormalmente clara ou escura
Dor nos ossos
Sonolência e confusão
Dificuldade de concentração e raciocínio
Dormência nas mãos, pés e outras áreas do corpo
Espasmos musculares ou cãibras
Mau hálito
Fácil aparição de hematomas, hemorragia ou sangue nas fezes
Sede excessiva
Soluços frequentes
Baixo nível de interesse sexual e impotência
Interrupção do período menstrual (amenorreia)
Distúrbios do sono, como insônia, síndrome das pernas irrequietas e apneia noturna
Inchaço de mãos e pernas (edema)
Vômitos, normalmente pela manhã. (Com Bem Paraná)