A desinformação faz com que as mulheres convivam com a falta de um ou dois seios por muito tempo e esse cenário impacta diretamente em sua autoestima e recuperação, de acordo com o Marcelo Sampaio, autoridade de renome na área, que está em Curitiba neste dia 17, a convite da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (Regional Paraná).
A vinda de Marcelo Sampaio coincide com o lançamento, pelos cirurgiões plásticos, de mobilização nacional com o objetivo de difundir a importância da cirurgia plástica reconstrutiva de mama entre portadoras do câncer. A campanha culminará com mutirão nacional gratuito de cirurgias de mama, promovido pela SBCP com suas regionais, em parceria com a Fundação Instituto de Ensino e Ação Humanitária-Fundação IDEAH.
Para a mulher, de um lado, há o alívio da cura, e por outro, há a consciência da perda da feminilidade. A reconstrução da mama ajuda a diminuir a sensação de impotência e mutilação. Segundo estudo, cerca de 60% das mulheres que sobreviveram ao câncer de mama e passaram por mastectomia se sentem incomodadas com sua aparência. Outra pesquisa mostra que as pacientes submetidas a uma mastectomia radical com reconstrução imediata apresentaram melhores índices quanto à questão da sexualidade.
Garantido por lei
“As mulheres que são submetidas à mastectomia radical ou total podem optar pela reconstrução mamária, que é um direito garantido por uma lei federal de 1999, por considerar que esta é uma importante etapa do tratamento que ajuda a minimizar os traumas psicológicos e físicos causados pela doença”, afirma o Dr. Marcelo Sampaio, coordenador da Cirurgia Oncoplástica do Núcleo de Mastologia do Hospital Sírio-Libanês.
De acordo com o Dr. Sampaio, as pacientes que fazem a cirurgia de reconstrução mamária geralmente são submetidas a algumas etapas. “Primeiro é colocada uma prótese expansora, que permite que a pele estique até o tamanho desejado – vale lembrar que com a cirurgia a paciente perdeu grande quantidade de pele e tecidos. Depois de alguns meses, essa prótese é substituída por uma de silicone, que proporciona uma textura similar à da mama original”, explica.
Números
O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais comum no mundo e o mais comum entre as mulheres. Uma pesquisa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) aponta que, a cada ano, 22% dos novos casos de câncer em mulheres são de mama. Deste total, a Federação Brasileira de Câncer de Mama (Femama) estima que apenas 10% dos casos são descobertos em uma fase em que as chances de cura são totalmente garantidas.