Desencadeados por algum sinal, evento ou situação, no entanto, estas práticas podem, sim, ser substituídas.
Recente pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Duke (EUA) sugere que os hábitos deixam uma marca perene em áreas específicas do cérebro. Desta forma, alimentam nossos desejos. Para o estudo, os investigadores treinaram ratos saudáveis a terem hábitos de ingestão de açúcar de rigor variado. Durante o processo, que implicava acionar uma alavanca para ganhar os doces, foi comprovado que os animais continuavam a pressionar o objeto mesmo após os doces terem sido removidos.
Osmar José de Moraes, neurologista do Hospital Santa Catarina (SP), que também trabalha com redes neurais artificiais na Universidade de São Paulo (USP), esclarece que seguir alguns conselhos pode auxiliar as pessoas a abandonarem vícios e hábitos antigos. "Embora exija persistência e muita dedicação, é possível ‘reprogramar’ o cérebro para abdicar de comportamentos que nos aborrecem", explica o especialista.
Para corrigir um hábito ruim é preciso, antes de tudo, reconhecê-lo. Pesquisadores do Departamento de Ciência do Cérebro e Cognitiva do MIT afirmam que o hábito é um ciclo composto de três etapas: o surgimento dos gatilhos que acionam determinado comportamento; uma rotina que se instaura; e, por fim, a recompensa que motivou a busca.
O especialista explica que qualquer hábito pode ser substituído, por mais difícil que pareça. "Ter ciência sobre os prejuízos que aquela determinada ação está trazendo ao seu dia a dia é o primeiro passo. Ao aceitar isso a reprogramação já esta iniciada. Seja o consumo excessivo de café, álcool ou doces, a ociosidade e o tédio causado pelo trabalho, ou, então, as desculpas para realizar atividades físicas. Tudo pode ser modificado desde que a pessoa escolha o alvo certo e, o mais importante, tenha persistência para modificar o próprio ‘drive mental’", finaliza