O grupo de cientistas trabalhou em conjunto com a companhia de biotecnologia Idunn Technologies para realizar os experimentos. Foram mais de 10 mil testes em diferentes extratos de plantas até a descoberta final dos seis grupos moleculares. As experiências, porém, não foram realizadas em seres humanos, e sim em leveduras - fungos que possuem, em nível celular, um processo de envelhecimento parecido com o nosso.
Das substâncias encontradas, a mais poderosa vem do Salgueiro Branco. O estudo mostrou que ela pode aumentar o tempo de vida médio da levedura em 475%, e o tempo de vida máximo em 369%. É um potencial jamais visto em toda a literatura científica, mesmo quando comparado às drogas antienvelhecimento que já conhecemos.
A ginkgo biloba, conhecida como Nogueira do Japão, foi outra planta usada no processo. Árvore de origem chinesa, ela existe há mais de 150 milhões de anos, tendo convivido até com os dinossauros. Ela também chegou a brotar no Japão mesmo em meio à radiação das bombas atômicas lançadas em Hiroshima, em 1945, e por isso ficou conhecida como a árvore da paz. As outras três plantas que deram origem às substâncias descobertas são um pouco mais comuns: a Valeriana, usada como tranquilizante, a Flor da Paixão, usada para induzir o sono, e - pasme - o Salsão, usado para completar a sua salada e para fazer o carpás, uma bebida tradicional judaica.
Mas o que faz os extratos funcionarem como uma fonte da juventude? Bom, os estudos mostraram que cada um deles tem um efeito diferente nas leveduras, mas que todos têm algumas coisas em comum. Por exemplo: eles diminuem a oxidação que as células sofrem, que é uma das maiores causas de envelhecimento, e também ajudam a reforçar a membrana protetora da célula, o que reduz bastante os danos sofridos ao longo da vida celular.
Se estas descobertas puderem ser transportadas das leveduras para os seres humanos, será um dos maiores achados científicos de todos os tempos. Além de deixar o envelhecimento mais lento, as substâncias poderão retardar doenças degenerativas e relacionadas com a idade, como o câncer. O próximo passo é continuar explorando os grupos moleculares, que serão estudados por seis grupos de cientistas - cada grupo estudará uma substância. Além disso, os pesquisadores também criarão dois modelos de câncer para comprovar os efeitos das substâncias sobre o desenvolvimento da doença. (com Super Interessante)