Amar-se pode ser o primeiro passo para que você alcance os objetivos que tanto almeja.
A importância de cuidar de si mesmo
“A forma como é estruturado o aparelho psíquico interfere na maneira como agimos e conduzimos nossas vidas”. A afirmação é da psicanalista Fabiana Alves, que explica a relação entre o amor-próprio na vida adulta e o período inicial da vida das pessoas. O amor que uma criança recebe quando ainda é dependente da mãe atua na forma como ela enxergará a si mesma.
Segundo Fabiana, toda criança nasce na condição de desamparo e tem suas necessidades básicas atendidas pela mãe ou por quem cuida do bebê. O afeto que é emprestado por esse cuidador terá reflexos na forma como o futuro adulto será capaz de resolver os próprios problemas e como enxergará o mundo em que vive.
Ser capaz de enfrentar desafios tem forte relação com o amor-próprio. Essa autoestima é o que, conforme a psicanalista, dá a possibilidade de fazer as pazes consigo mesmo. Permitir-se errar, ter satisfação com a vida que se leva e admirar a escolha feita ajuda na conquista da liberdade para ser quem se é.
A especialista explica que a falta de amor-próprio pode desencadear transtornos de ansiedade e tornar uma pessoa insegura de si e das suas escolhas. “Provoca sentimentos de inadequação e desvalia, quando essa é uma visão equivocada, que impossibilita que o sujeito reconheça suas habilidades e aumenta os sentimentos de tristeza”, diz Fabiana.
Para ela, a principal perda de quem não ama a si mesmo é a da oportunidade de ser protagonista da própria vida. É como se a pessoa vivesse somente o que os outros querem que ela viva.
Desvalorizar as conquistas pessoais, abrir mãos dos sonhos e não impor a própria vontade são atitudes comuns de quem tem baixa autoestima. Esses sinais merecem atenção por parte das pessoas próximas, pois podem transformar-se em doenças psíquicas graves, como a depressão.
5 dicas para cultivar o amor-próprio
O excesso de autoestima também pode ser um problema. Chamado por Fabiana de “amor-impróprio” ele é configurado pelo valor exagerado que o sujeito dá a si mesmo, e também pode comprometer as relações. Para não errar, nem pelo exagero e nem pela falta, a psicanalista dá cinco dicas para cultivar o amor-próprio na medida certa.
1. Defeitos e limitações fazem parte das características de qualquer pessoa. Dificuldades são enfrentadas diariamente por todos que vivem à sua volta. Não as valorize como se fossem exclusividade sua. Dê ênfase às habilidades, às conquistas e às virtudes.
2. Seja menos crítico. Se você cobra de si mesmo resultados que fogem da realidade, provavelmente não conseguirá alcançá-los. Isso não é ser incapaz, por mais que seja assim que você se sinta. Seja mais realista.
3. Evite as comparações. As conquistas alheias são resultados da realidade dessas pessoas, que é diferente da sua. Valorize aquilo que você conquistou, analisando com base no que já viveu. Dê atenção ao resultado final da vitória, e não aos pequenos fracassos encontrados pelo caminho.
4. Avalie as críticas com calma. A opinião alheia pode até contar na construção da sua personalidade, mas ninguém lhe conhece mais que você mesmo. Preocupe-se menos com o que os outros vão pensar e tenha foco em manter os seus objetivos e princípios.
5. Respeite-se. Fique atento aos seus sentimentos, identifique o que você tem de melhor e conheça os seus pontos fracos. O autoconhecimento traz mais confiança para enfrentar desafios. Lembre-se: as pessoas e as situações só podem lhe fazer sentir inferior se você permitir que isso aconteça.