Existem 12 tipos de HPV considerados de alto risco. O HPV-16 é apenas um deles.
A conclusão foi baseada na análise de 97 mil pessoas, acompanhadas por quatro anos. Por meio de amostras de células do interior da bochecha, os cientistas puderam avaliar quem continuava saudável e quem entrava em contato com o HPV. Entre estes últimos, foi observada uma incidência muito maior de desenvolvimento de câncer.
Além disso, os pesquisadores identificaram, pela primeira vez, que a presença de outros tipos de HPV conhecidos como orais, beta e gama geralmente detectados na pele, também foram associados ao desenvolvimento de câncer de cabeça e pescoço. Isso conferiu um papel mais amplo ao HPV do que o reconhecido até o momento.
Segundo o professor de Medicina Ilir Agalliu, que é um dos autores da pesquisa, a descoberta ajuda a avançar na prevenção desse tipo de doença.
— Este estudo mostra que o uso de células da bochecha, facilmente recolhidas, pode ajudar a prever o risco de as pessoas desenvolverem câncer de cabeça e pescoço disse ele ao "Mail Online".
Vírus afeta pele e membranas
Cerca de 500 mil pessoas por ano em todo o mundo são diagnosticadas com câncer obtido por via oral. Esse problema afetou, em junho de 2013, o ator Michael Douglas, que desenvolveu câncer de orofaringe. Médicos do astro de "Atração fatal" confirmaram que ele teria tido a doença por causa do HPV, que teria sido contraído, segundo o próprio ator, devido a sexo oral sem o uso de camisinha.
De acordo com os pesquisadores de Nova York, o HPV afeta a pele e as membranas úmidas que revestem o corpo, o que inclui não só a boca e garganta, mas também o ânus e o colo do útero. Mesmo que esse vírus não desencadeie diretamente o câncer, ele tende a provocar alterações nas células infectadas, e, com o tempo, elas podem se tornar cancerosas.
Cerca de 150 mil pacientes morrem a cada ano devido a esses tipos de câncer, e um número ainda maior, embora não estimado, sofre com as complicações do tratamento.
Vacina protege meninas
No Brasil, a vacina contra o HPV que protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 foi incluída no Calendário Nacional de Vacinação do SUS em março de 2014, tendo como população-alvo as meninas de 11 a 13 anos de idade. Em 2015, a oferta foi ampliada para as meninas entre 9 e 13 anos. Ainda não há previsão de essa vacina se estender aos meninos. (com O Globo)