A nutricionista Aline de Andrade, graduada pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre e mestranda em Ciências da Saúde na UFSCPA, trouxe em seu site um artigo que explica alguns mitos e verdades que envolvem a tapioca.
“A tapioca é feita da goma de mandioca, é o polvilho umedecido, polvilho é amido, sendo assim é um carboidrato. É um alimento que contém poucas fibras, é pobre em nutrientes e sendo uma farinha altamente refinada possui alto índice glicêmico (IG). Sendo assim, possui liberação rápida, estimulando a liberação do hormônio insulina no sangue a fim de controlar os níveis glicêmicos, o que tende a favorecer o acúmulo de gordura”, escreveu Aline.
A tapioca é uma boa fonte de carboidrato simples, sem conservantes, corantes, de fácil digestão e preparo. Também pode auxiliar no ganho de peso e é uma alternativa para lanches pós-treino, diz a nutricionista.
Tapioca: Mitos e Verdades por trás da moda
Hoje vamos falar um pouco dos mitos e verdades por trás de mais uma moda da alimentação: a veneração da tapioca e a condenação do pão. Resolvi escrever esse post depois de tanto ouvir frases como “só como tapioca e não emagreço” e ler textos como “trocar o pão pela tapioca ajuda a emagrecer”, “tapioca: a grande aliada da dieta”. Pesquisem “tapioca” no google e verão.
Como outras modas da alimentação, quem não entende acaba apenas seguindo a onda, e quem entende parece esquecer até mesmo do básico. Então vamos lembrar o básico:
O que é tapioca?
A tapioca é feita da goma de mandioca, é o polvilho umedecido, polvilho é amido, sendo assim é um carboidrato. É um alimento que contém poucas fibras, é pobre em nutrientes e sendo uma farinha altamente refinada possui alto índice glicêmico (IG). Relembrando de forma rápida: diferente de alimentos de baixo índice glicêmico como a famosa batata doce, que possuem uma absorção mais lenta, fornecendo energia contínua e uma elevação mais estável e lenta do açúcar no sangue, um alimento de alto IG como a tapioca possui liberação rápida, estimulando a liberação do hormônio insulina no sangue afim de controlar os níveis glicêmicos, o que tende a favorecer o acúmulo de gordura.
Então tapioca não é um bom alimento, certo?
Errado! É uma boa fonte de carboidrato, sem conservantes, corantes, de fácil digestão e o mais importante: por não conter glúten é uma excelente alternativa para pessoas com intolerância ao glúten e celíacos (OBS: estima-se 1 em cada 200 brasileiros). Tapioca é fácil de preparar e pode ser uma boa opção para auxiliar no ganho de peso e para lanches pós-treino. Uma dica para controlar o índice glicêmico da tapioca é recheá-la com alimentos com proteínas, gorduras e fibras. Assim o esvaziamento gástrico ficará mais lento e o pico insulinêmico menor.
Tapioca X Pão
Se você não é intolerante ao glúten ou celíaco e o assunto é nutrientes ou não engordar, não podemos dizer que a tapioca é melhor que o pão. E mais, definitivamente ela não é melhor que um pão 100% integral. Um pão integral é muito mais nutritivo que a tapioca, seu índice glicêmico também é muito menor, possui fibras e proteínas e contém menos carboidratos por porção.
Exemplo pegando um pão integral (100g) “Trigo e Linho da Seven Boys” e a tapioca comum (100g):
Tapioca: 240 kcal, 3g de proteínas, 54 g de carboidratos, 0g de fibra, índice glicêmico ~115.
Pão: 218 kcal, 19g de proteína, 30g de carboidrato, 11g de fibra, índice glicêmico ~ 65.
Resumindo
Tapioca é uma delícia, uma excelente alternativa para celíacos, e uma boa opção quando o objetivo é ganho de peso e demanda elevada de carboidratos. No entanto, se o seu objetivo é redução de gordura corporal, é improvável que a tapioca seja uma opção recomendada ou uma aliada. O café da manhã da celebridade X ser tapioca, ela aparecer no programa Y ou todos estarem trocando o pão pela tapioca não fazem dela uma salvação, mas mais uma moda, assim como a condenação do pão é um terrorismo nutricional.
Se você gosta, não precisa deixar de comer sua tapioca com moderação. Porém, como de costume, dê preferência a alimentos mais nutritivos e menos refinados, e sempre que puder, busque orientação profissional.(Com Alinede Andrade)