Esse processo pode desencadear inflamações por todo o organismo, causando os mais variados sintomas. A evolução da doença costuma ser crônica, com períodos de melhora (remissão) e de piora (exacerbação).
Possíveis causas
Como todas as doenças autoimunes, o lúpus não é contagioso. Sua causa ainda é pouco conhecida, mas sabe-se que fatores hormonais, ambientais (luz solar, infecções, alguns medicamentos), genéticos e imunológicos contribuem para o seu desenvolvimento. Porém, o peso de cada um desses fatores no aparecimento do problema varia de pessoa para pessoa.
O lúpus possui períodos de atividade e de remissão dos sintomas. A irradiação ultravioleta solar e, em menor intensidade, a das luzes brancas artificiais pode deflagrar a doença, causando fotossensibilidade e lesões cutâneas. Saiba mais em Cuidados Gerais.
Consequências
Como a doença pode acometer diversos órgãos, principalmente se não for tratada corretamente, suas consequências são variadas, podendo desencadear diversos tipos de comprometimentos, como por exemplo: cutâneo (lesões de pele); articular (artrite intermitente); hematológico (anemia); cardíaco (pericardite e aterosclerose); pulmonar (inflamação da pleura e hipertensão); insuficiência renal (mal funcionamento dos rins); neuropsiquiátrico (desordens de humor, de movimento e de ansiedade, cefaleia, convulsões e psicose, dentre outros). Leia em Sinais e Sintomas mais informações a respeito.
Algumas pessoas apresentam quadros mais leves do lúpus, envolvendo apenas a pele.
A doença no mundo e no Brasil
O lúpus acomete pessoas de todas as raças, sendo 9 a 10 vezes mais frequente nas mulheres em idade fértil. No mundo, sua incidência é de 1 a 22 casos para cada 100 mil pessoas, anualmente, com prevalência de 7 a 160 casos/100 mil pessoas em um ano.
No Brasil foi realizado um estudo epidemiológico, na região Nordeste, que estimou a prevalência anual da doença em 8,7 pessoas para cada 100 mil pessoas no nosso país.
Lúpus e gravidez
Como a incidência maior ocorre entre as mulheres em idade fértil, é normal a preocupação de uma gravidez nas pacientes com lúpus. Engravidar não é contraindicado nestes casos, mas exige um planejamento adequado junto ao seu médico, sendo desaconselhada quando o lúpus acomete os rins.
A gestação é considerada de alto risco e deve ser monitorada de perto por uma equipe multidisciplinar, devido à possibilidade de exacerbações.
A gravidez não planejada deve ser evitada por meio de anticoncepcionais orais com baixa dosagem de estrogênio, para evitar o risco de trombose (formação de coágulo sanguíneo), seguindo orientações médicas.
Uma doença tratável
Hoje, o lúpus ainda não tem cura, mas tem tratamento. Os medicamentos utilizados diferem de paciente para paciente, dependendo dos órgãos e sistemas atingidos e da sua gravidade1.
A eficácia do tratamento também depende de mudanças no dia a dia dos pacientes para manter controle sobre a doença, com acompanhamento e suporte médico na criação de estratégias que ajudem a enfrentar as dificuldades do lúpus, preservando a vida social e minimizando os prejuízos à saúde.(Com Viver Mais)