O projeto mundial de licença menstrual defendido pelo médico britânico Gedis Grudzinkas, no entanto, tem gerado polêmica ao propor que durante a menstruação elas fiquem fora do ambiente de trabalho.
Sintomas da TPM
A oscilação nos níveis dos hormônios femininos (estrógeno e progesterona) durante o ciclo menstrual pode causar, além de alterações emocionais, sintomas físicos bastante incômodos, como dores de cabeça, dores nas articulações, inchaço e cólicas.
Para algumas mulheres, essas sensações são intensas e, por isso, manter a rotina muitas vezes pode ser um problema. É baseado nesses casos que o ginecologista propõe, mundialmente, um tipo de “licença menstrual”. É importante ressaltar, no entanto, que nem todas as mulheres sofrem com sintomas tão fortes a ponto de tirá-las de suas rotinas habituais. Quando a TPM é tão intensa que não permite à mulher seguir sua vida normal, no entanto, é importante um tratamento médico para minimizar esses impactos.
De acordo com publicação do tabloide britânico Daily Mail, Grudzinkas defende que quando sente dores e desconfortos, as mulheres não rendem como nos outros e, por isso deveriam ficar em casa. Além de funcionários produtivos, as empresas teriam empregadores sensíveis e conscientes, diz.
Tratamento para a TPM
Mulheres que têm a capacidade de prosseguir a rotina alterada pela oscilação hormonal devem, sim, ser levadas. A TPM, como já dito, não é frescura. Existem, no entanto, alternativas para reduzir o problema sem impactar tanto na vida da mulher. Atualmente, a depender do estágio das alterações, além da prática de atividades físicas, especialistas podem indicar anticoncepcionais, remédios naturais e até antidepressivos que minimizam os sintomas da TPM. Com a medicina avançada, já é possível reduzir os incômodos e garantir uma qualidade de vida melhor para essas mulheres, o que não justificaria afastá-las todos os meses por um período do mercado de trabalho.
Desigualdade no mercado de trabalho
Embora a ideia do médico britânico possa parecer amigável, se fosse colocada em prática, reforçaria esteriótipos já existentes, como a mulher como o “sexo frágil”, merecedora de salários abaixo que os dos homens e chances de crescimento na empresa ainda menores. No Brasil, de acordo com relatório emitido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), as mulheres, ocupando os mesmos cargos e assumindo as mesmas responsabilidades, ainda ganham 30% a menos que os homens.
Além da gravidez, a menstruação e consequentemente a TPM são elementos já utilizados para desqualificar ou inferiorizar o trabalho exercido pelas mulheres. A ideia da licença aprofundaria essas desigualdades e tornaria a TPM um mito como se não pudesse ser tratada e ter seus sintomas amenizados, não só pelo bem da mulher no mercado de trabalho, mas sim para todas as esferas de sua vida.(Com Bolsa Mulher)