Embora benigna, a SII é considerada um problema crônico de saúde, uma das patologias intestinais mais prevalentes no mundo, que afeta até 25% da população brasileira, com maior incidência entre as mulheres.
A Síndrome é caracterizada em subtipos, como diarreica, constipada ou mista, de acordo com os problemas abdominais recorrentes que o paciente sente por, pelo menos, três dias no mês, em um período de três meses, aproximadamente. Seja qual for o subtipo, o gastroenterologista ressalta: "Independentemente da complexidade do caso, é importante que os pacientes entendam, claramente, que é necessário seguir uma terapia e manter a continuidade do tratamento".
Embora a causa seja desconhecida, estudos mostram que estresse, ansiedade e nervosismo podem ser fatores agravantes que desencadeiam a Síndrome. De acordo o gastroenterologista do HCor, as sensações de cansaço físico e mental, preocupação e nervosismo estimulam as contrações intestinais, que possui uma vasta rede de terminações nervosas que sofrem interferências nestas situações. Estas terminações nervosas coordenam o ritmo normal das contrações dos músculos intestinais.
"Estas terminações nervosas se tornam mais ativas em momentos de estresse e podem fazer com que o intestino seja contraído, gerando cólicas abdominais, crises alternadas de prisão de ventre e diarreia, náusea, má digestão e flatulência excessiva. Em cerca de 70% a 80% dos casos, os portadores da Síndrome têm diarreia e evacuam várias vezes ao dia, além de apresentarem intolerância alimentar", explica.
Diagnóstico
O diagnóstico leva em consideração os sintomas que o paciente sente, a frequência e também a intensidade. "É muito importante diferenciar os sintomas da SII de outras doenças intestinais inflamatórias. Febre, sangramento, perda de peso, diarreia em grande volume e frequência não são características da SII. Uma análise mais precisa só é possível com um exame de colonoscopia", recomenda o gastroenterologista do HCor, Dr. André Siqueira Matheus.
Além disso, o diagnóstico de intestino irritável é feito a partir da exclusão de patologias mais graves e as manifestações individuais de cada paciente. Histórico de vida, situação psicossocial e condições socioeconômicas são informações relevantes que ajudam no diagnóstico médico. "Caso o indivíduo se identifique com os sintomas descritos ou conheça alguém que os sintam, deve procurar um profissional que seja capaz de fazer um diagnóstico preciso", orienta o gastroenterologista.
Dieta restritiva
Certos alimentos são mal tolerados pelos pacientes com a Síndrome do Intestino Irritável (SII). O tratamento, orientado por um médico, é feito por meio de dietas especiais e restritivas, onde são retirados do cardápio alimentos que podem agravar o quadro. Alguns alimentos como feijão, repolho, couve-flor, cebola crua, uva, ameixa, leite e derivados, produtos com excesso de conservantes e açúcar são causadores de dor ou distensão abdominal em certos pacientes.
De acordo com o gastroenterologista do HCor, Dr. André Siqueira Matheus, comidas gordurosas, álcool, alimentos ricos em cafeína, entre outros, são alguns exemplos que devem ser suspensos ou restritos da alimentação de quem possui SII. "O consumo excessivo dessas substâncias aumenta ainda mais a "irritação" das alças intestinais, com uma deita restritiva é possível evitar fatores que pioram ou desencadeiam os sintomas da Síndrome do Intestino Irritável", finaliza.(Com Bonde)