Mesmo que aos olhos dos outros a pessoa seja considerada bela, ela não se sente feliz com sua autoimagem.
A cirurgia plástica é um método que promete mudanças em um tempo relativamente reduzido e sem grande esforço da pessoa, em contraste, por exemplo, com os exercícios físicos. "Pode haver uma fantasia de que a pessoa entrará numa sala e, após algumas horas, sairá transformada. Essa "mágica" pode ser um grande atrativo, mas quem já passou pelo processo uma vez, sabe que não é algo instantâneo, nem tampouco indolor ou sem sacrifícios", explica Teresa Cristina Martins Leite Imada, coordenadora do curso de Psicologia da Universidade de Franca - Unifran.
No comportamento de submeter-se a diversas cirurgias plásticas é possível identificar profundas insatisfações com a autoimagem, tentativas sucessivas de reparar as imperfeições naturais, um desacordo entre quem se deseja ser e quem se é e, em muitos casos, uma visão distorcida de si mesmo.
A professora ainda explica que existe um quadro clínico denominado Transtorno Dismórfico Corporal que se caracteriza por uma visão deturpada da aparência, a partir da qual pequenas imperfeições ou imperfeições ilusórias geram excessiva preocupação. Indivíduos com esse transtorno podem se submeter a sucessivas cirurgias plásticas na tentativa de eliminarem aquilo que elas veem como inadequado em sua aparência.
É importante estar atento, pois preocupar-se excessivamente com a aparência e submeter-se a vários procedimentos corretivos, mesmo quando todos à volta afirmam que a pessoa está ótima, são sinais de que não é só uma questão de vaidade e autocuidado. "Nesses casos é importante o trabalho psicológico para que a pessoa compreenda melhor o que se passa com ela", complementa Teresa.
Tradicionalmente, as mulheres se submetem mais a cirurgias plásticas do que os homens. Mas, à medida que as exigências estéticas e de consumo atingem também os homens, vai crescendo o número deles que encontram nas cirurgias meios de atingirem os padrões de beleza da atualidade.(Com Bonde)