"O primeiro trata da diminuição ou ausência de fantasias sexuais e do desejo de ter atividade sexual," explica. "Já a aversão, é a esquiva ativa do contato sexual genital com o parceiro, onde a tentativa deste contato causa ansiedade, sofrimento, medo e até mesmo nojo, considerada uma situação de perigo", complementa. A razão, segundo a médica, pode estar em traumas na infância ou na iniciação sexual, educação religiosa muito rígida e repulsa pelas secreções genitais, variando a cada caso.
Nas mulheres
Segundo o livro "Descobrimento Sexual do Brasil – Para Curiosos e Estudiosos", da autora Carmita Helena Najjar Abdo, cerca de 27% das mulheres enfrentam a falta de desejo sexual permanente. "No entanto, é de extrema importância um diagnóstico preciso para que se institua o melhor tratamento", comenta Fabíola.
A médica explica ainda que uma das principais causas da diminuição do apetite sexual entre o público feminino é a multiplicidade de funções assumidas pelas mulheres, não sendo o sexo uma prioridade na sua vida. "As mulheres conseguem realizar diversas tarefas durante um dia: participar de reuniões, levar os filhos a escola, fazer compras, ir a academia e, por se sentirem cansadas depois de todas essas atividades, o sexo é deixado de lado. Outro ponto destacado, é que o sexo não pode ter um caráter de favor ou ser usado para manter um relacionamento. "O sexo precisa dar satisfação para ambos os parceiros. Portanto, cuidar da saúde, conversar abertamente com o parceiro e procurar auxílio profissional, para tratamento medicamentoso ou psicológico como uma terapia, por exemplo, podem ajudar na solução do problema", relata.
Nos homens
O cansaço e o estresse lideram a lista dos motivos que geram uma diminuição da libido nos homens, segundo um estudo apresentado em Lisboa, no início deste ano. A pesquisa foi feita por meio de entrevistas na internet, com mais de cinco mil homens heterossexuais de diversos países. Considerando a faixa etária, entre 30 e 39 anos são os que mais admitiram essa queda. "Isso pode ter uma relação com a fase da vida, pois nesta época é que comumente os homens se casam, conseguem um reconhecimento na carreira ou tem filhos", explica Eduardo Gomes, médico urologista que também atua na Clínica Plena.
Outros fatores de risco para o público masculino são: obesidade, hipertensão arterial, Diabetes, insuficiência renal e alterações genéticas hereditárias. Para o urologista, o desequilíbrio hormonal nos homens pode provocar a perda parcial ou total da libido, junto à disfunção erétil. "Enfrentar dificuldades para conseguir ter uma ereção não quer dizer, necessariamente, que ele tem uma baixa impulsão sexual. Porém, essa dificuldade pode desencadear uma depressão e consequentemente a perda do desejo", complementa Gomes.
De olho na saúde
No entanto, também é preciso ficar de olho na saúde: hipotireoidismo, anemia e uso excessivo de álcool e drogas podem ser fatores determinantes para o desejo sexual, informa Gomes. "O uso de determinados medicamentos, como os antidepressivos, também podem resultar na queda da libido", finaliza.(Com Bonde)