A boa notícia boa é que existem coisas simples que você pode fazer para não enfrentar esse problema em casa.
Entenda primeiro
A alimentação começa já na barriga da mãe. Bianca explica que os chamados botões gustativos do feto, que permitem que ele sinta sabores (o líquido amniótico muda de gosto, dependendo da alimentação materna), desenvolvem-se por volta da 21ª semana de gestação.
“As grávidas devem dar preferência à riqueza de nutrientes das frutas, dos vegetais, dos cereais, das carnes magras, dos frutos secos, dos peixes e dos ovos. Por outro lado, doces, bebidas açucaradas e receitas gordurosas precisam ser evitados”, diz.
Após o nascimento, o ideal é que o leite materno seja a única fonte de nutrição (ou a base) até o sexto mês, quando alimentos sólidos começam a ser servidos gradualmente. Inicie pelos legumes, e não pelas frutas. “Elas são mais doces, o que pode diminuir a vontade por outras opções”, afirma a nutricionista.
Dá para perceber que os pais também devem refletir sobre seus próprios hábitos. Em uma casa em que as saladas raramente aparecem sobre a mesa, os filhos tendem a gostar menos de sabores naturais. “Pais que colocam no prato somente macarrão, carne e batata frita, criam filhos que provavelmente comerão mais este tipo de alimentação. Quanto mais saudáveis os adultos forem, maior será o exemplo”, pondera a especialista.
Regrinhas para o dia a dia
Crianças devem se alimentar de três em três horas, completando assim de cinco a seis refeições pequenas ao dia. O ideal é investir em algumas estratégias:
- Deixe os pequenos terem contato com frutas, verduras e legumes. Leve-os para a cozinha e estimule-os a participar da preparação de suas receitas.
- Desligue a TV sem pensar duas vezes. Faça disso uma rotina.
- Mantenha o ambiente calmo e tranquilo para que aproveitem o momento.
- Sirva pratos bem coloridos para dar um toque de diversão à comida e despertar ainda mais o apetite.
- Prefira sucos naturais aos artificiais ou refrigerantes.
E quando só gostam de uma coisa?
Uns só querem arroz e feijão, outros fazem bico se não tem macarrão. São vários os relatos de mães que se desgastam para diversificar o cardápio. Em casos graves, os médicos até chegam dizer que a insistência se transformou em neofobia (relutância a novos sabores).
A melhor solução é fazê-los experimentar. Estudos indicam que são necessários, pelo menos, dez contatos para que outros alimentos comecem a ser aceitos. “Não desanime. Proporcione momentos interessantes, incentivando-os provar novas descobertas”, afirma Bianca.
E como sei se estão comendo bem?
A curva de crescimento e o ganho de peso gradual devem ser seus guias. “Se o desenvolvimento está dentro do esperado para a idade, significa que você não tem com que se preocupar”, tranquiliza Bianca.
As necessidades variam, mas tente combinar todos os grupos alimentares:
- Carboidratos (de preferência, os integrais): como pão, arroz, batata, macarrão.
- Proteínas: carnes, leite e ovos.
- Lipídeos: azeite extra virgem, castanhas, nozes e óleo de coco).
E não se esqueça de cuidar do consumo de água durante o dia. “É importante evitar chips, doces, refrigerantes e guloseimas com calorias vazias e sem nutrientes que fazem com o que eles sintam fome mais rápido”, conclui a nutricionista. (Com Portal Vital)