Usando 400 ml de água, 20 ml de xampu próprio para a função, dois panos biodegradáveis e um borrifador, o carro fica tão limpo quanto se lavado do jeito convencional (que utiliza cerca de 200 litros de água).
“Basta misturar o xampu e a água e colocar o líquido dentro de um borrifador. Ao mesmo tempo vá espirrando e espalhando o produto com um pano umedecido com o mesmo líquido. Use o outro para secar. Com esse líquido dá para lavar até as rodas”, garante Rogério.
Nada de mangueira
Para quem faz questão de usar mais água nesse processo, Samanta Souza, gerente de Relações com Clientes da Sabesp, recomenda o uso de, no máximo, dois baldes de água. “Um para ensaboar, outro para enxaguar. O que não pode é usar a mangueira”, diz a especialista.
A mesma regra serve para a lavagem do quintal e da calçada. “Recomendamos que varrer seja a primeira opção, antes mesmo da utilização da água. Para quem tem cachorro e precisa lavar o local de fato, o uso de água reutilizada da máquina de lavar roupa ou da chuva é uma boa opção. Mangueiras comuns e a jato de alta pressão devem ser evitadas”, diz Samanta.
Dentro de casa
Nos cômodos da casa, a economia também deve ser rígida. “Os banhos não podem passar de cinco minutos”, diz a gerente da Sabesp. Regina Ferreira Aguiar adotou essa regra em sua casa para o tormento de sua filha Laís, de 16 anos, que adora ligar o som e curtir longos banhos quentes, prática que foi banida na casa da família.
Para Laís, cabe ainda outra dica de Samanta. “Enquanto ela espera a água esquentar, ela pode colocar um balde embaixo do chuveiro para reaproveitar essa água para dar descargas depois”, diz a especialista.
Escovar os dentes no banho enquanto está se enxaguando também ajuda a economizar água. Se preferir na pia, a torneira deve ser ligada somente para molhar a escova e depois lavá-la e também para o enxágue bucal. “Durante o processo de escovação ela deve permanecer totalmente fechada”, diz Samanta.
A regra da torneira também serve para a lavagem da louça. “Ensaboe tudo de uma vez e só depois tire o sabão dos utensílios”, diz a especialista. E, ao contrário do que muitos pensam, as máquinas de lavar são a melhor escolha para esses casos.
“Uma lavagem de louça manual em média consome 100 litros de água enquanto uma máquina de lavar gasta de 8 a 24 litros, dependendo do modelo. Fora que ela obriga as pessoas a acumularem louça”, diz Samanta. Para a cozinha, outra dica bacana é usar a água da lavagem de alguns alimentos como legumes e frutas para regar as plantas.
Produtos certos
No caso da lavagem de roupa, até a escolha dos produtos pode ajudar no controle do uso de água. Além de economizar cerca de 40% de água na sua formulação, o novo sabão em pó Omo Progress promete a mesma eficiência na limpeza das roupas com apenas um enxágue.
Onde está a economia? A metade dos usuários de máquinas de lavar tem o hábito de realizar dois ou mais enxágues para lavar suas roupas (sendo que se gastam cerca de 60 litros de água em cada enxágue adicional). Se as pessoas optarem por apenas um, o potencial de economia de água em um ano pode chegar a 229 bilhões de litros.
Caixa acoplada nos banheiros
No banheiro, Samanta é bem incisiva. “A grande economia nos banheiros é a utilização da caixa acoplada para as descargas, que gastam de 3 a 6 litros de água a cada aperto. As válvulas hídricas gastam 20 litros toda vez que a usamos”, diz a especialista. Não jogar lixo na privada também ajuda nessa economia.
Restaurante
Embora muito se fale sobre os benefícios da troca de utensílios de louça pelos descartáveis, Samanta diz que esta é uma questão polêmica. “Esses produtos também demandam muitos recursos para serem produzidos, principalmente de água”, diz a especialista.
Um simples copo feito de poliestireno ou polipropileno consome cerca de 500 mililitros de água. Parece pouco, mas depois ainda é preciso resfriar o produto e a máquina que o moldou e isso também utiliza uma quantidade de água considerável, o que torna essa solução um tanto quanto controvérsia.