É isso o que prova um estudo conduzido na Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos.
O estudo foi realizado pela professora de sociologia Christin L. Munsch. Segundo ela, quanto mais dependentes do ponto de vista econômico, mais as pessoas (mulheres e homens) tendem a trair o(a) companheiro(a).
“Os resultados indicam que as pessoas gostam de se sentir relativamente iguais nos relacionamentos. Elas não gostam de depender do outro”, afirma.
Outro fato curioso é que a probabilidade de traição entre os homens que não são provedores de renda na casa é maior. Em um ano, aproximadamente 5% das mulheres dependentes dos maridos traem. Entre os homens na mesma situação, a taxa de traição chega a 15%.
Os números são explicados pela ameaça que a independência feminina significaria à masculinidade dos homens estudados.
“Sexo extraconjugal permite que os homens em situação de ameaça – por não serem o ‘ganha-pão’ da casa, como culturalmente é esperado – entrem em outro comportamento socialmente associado à masculinidade”, relata Christin.
Além disso, ela relata que os homens, especialmente os mais jovens, acreditam que a masculinidade está relacionada à virilidade sexual e à conquista.
“Assim, a infidelidade masculina pode ser uma forma de reestabelecer a masculinidade. Simultaneamente, a traição permite que os homens ameaçados se distanciem e punam suas esposas dominantes”, diz Munsch.
A relação entre dinheiro e traição
Também foi descoberto que quanto mais dinheiro as mulheres colocam dentro de casa, menos elas tendem a trair.
“Estudos anteriores mostram que mulheres que ganham mais sabem que elas se desviam da expectativa cultural de que homens são os provedores financeiros. Consequentemente, essas mulheres sofrem com ansiedade, insônia e com o que os sociólogos chamam de comportamento de neutralização” explica a pesquisadora.
Esse comportamento de neutralização seriam as tentativas (aumento do trabalho doméstico, por exemplo) de minimizar as conquistas que as diferem dos maridos.
Em contrapartida, quanto mais dinheiro o homem tem, mais ele traí. O estudo baseia-se em dados de 2001 a 2011 da Pesquisa Nacional Longitudinal da Juventude e considera mais de 2.750 pessoas casadas que variam em idades de 18 a 32 anos.
Por Thamirys Teixeira (Vila Mulher)