No final de semana passada, cerca de 2500 pessoas participaram da primeira assembleia que reuniu todo o acampamento. De acordo com a publicação do MST, a juventude Sem Terra, filhos e filhas de assentados, são os maiores protagonistas desse processo.
Há 18 anos, esses mesmos jovens acompanharam a luta de suas famílias na maior ocupação de terra da América Latina, hoje assentamento Celso Furtado.
Segue a nota do MST destacando que as terras conquistadas naquela época já não dão conta de garantir o sustento de todos com a expansão do núcleo familiar.
Agora, junto de seus pais, a juventude coloca novamente em pauta a necessidade de continuar a realização Reforma Agrária no estado, conclui a nota.
Uma carta de apresentação e de intenções foi entregue e uma audiência pública com o governador Beto Richa foi solicitada há semana pela liderança do MST.
As famílias ocuparam uma terra que já é da reforma agrária, pertencente ao assentamento Ireno Alves legalizado há 18 anos, o maior da América Latina e que antes era de propriedade da empresa Araupel, indústria de madeiras. Já são mais de 2,5 mil famílias, quase 6 mil pessoas.
Uma estrutura provisória montada em um lote, os acampados conseguiram fazer ruas, improvisar água e matricular as crianças nas escolas do assentamento Ireno Alves e de outros dois localizados no município. Os líderes esperam ainda mais gente, barracos vazios estão a espera, a expectativa é de que o número chegue a 3 mil famílias nos próximos dias para engrossar a luta por um objetivo que está bem perto.
Mais de 51 mil hectares já foram ocupados nas últimas décadas. Segundo a Araupel, a indústria já cumpriu com a sua cota de participação nas reformas sociais e informou que a única área disponível para a empresa funcionar é de reflorestamento, reserva legal e setor administrativo.
Se a área de 31 mil hectares for invadida, a Araupel que tem sede em Quedas do Iguaçu ameaça deixar o Paraná.
O ouvidor do Incra, que esteve no acampamento há semana passada, se surpreendeu com a dimensão do acampamento. Em todo Paraná, 4 mil famílias aguardam assentamento e o 1º de Maio aumenta em quase 50% essa demanda.
Os acampados aguardam um posicionamento, uma resposta, mas eles exigem pressa, e não descartam uma invasão se houver demora.
Por Carlos Lins