Onde o acampamento está instalado é praticamente divisa com as terras da Araupel S.A, pretendidas pelos acampados. Lideranças do MST, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terras, informaram que a intenção é ocupar 31 mil hectares da fazenda para o assentamento de pelo menos 3.000 famílias. Isso só em Rio Bonito do Iguaçu.
Outras áreas da Araupel também estão sendo observadas pelos movimentos sociais, que consideram área improdutiva e que por isso devem ser objeto da Reforma Agrária.
Até agora, tudo transcorre sem qualquer incidente e não se observa aquela radicalidade de há 18 anos, quando a fazendo foi invadida pela primeira vez.
O que se nota, inclusive por parte das lideranças do MST é a disposição de muito diálogo. A expectativa é de que o acampamento permaneça ali por pelo menos dois anos até que sejam divididos os lotes da área pretendida. No entanto, neste espaço de tempo, os sem terras pretendem ocupar a área para plantio coletivo.
O Prefeito Irio de Rosso foi até o acampamento para oferecer o apoio que for necessário, dentro das possibilidades, em razão das dificuldades que o município enfrenta.
A proposta foi muito bem aceita pelas lideranças do movimento e já nesta terça dia 13, às 9 horas da manhã, haverá reunião na Prefeitura, para definição de linhas do transporte escolar para se evitar que crianças que estão acompanhando os pais no acampamento, não percam aulas.
A conclusão a que chegam os lideres do MST é de que pelo menos 50% dos acampados venham de fora de Rio Bonito do Iguaçu e os outros 50% sejam do município, filhos de acampados. O acampamento deverá estar completo com a vinda de mais 2.000 famílias.
Por Aldoir Couto