A decisão é do dia 31 de março, ou seja, anterior ao confronto dos sem-terra com a polícia que deixaram dois mortos e mais de cinco feridos.
As duas áreas – fazendas Dona Hilda e Três Elos – possuem juntas 3,7 mil hectares e a ação movida contra os proprietários é semelhante a outra contra a empresa Araupel, que também foi favorável à União. O Incra pretende usar a área para fins de reforma agrária e espera assentar no local aproximadamente 350 famílias sem-terra.
No despacho, o magistrado determinou a imissão na posse dos imóveis para o Incra. “Contudo, ressalto que esta decisão não tem o condão de autorizar a negociação da propriedade ou a transmissão da posse do imóvel rural em apreço pela parte autora, de maneira que esta ficará responsável pela manutenção da posse do local, preservando a legislação ambiental vigente e, caso queira, promovendo implementação imediata dos projetos de assentamento para a manutenção das famílias no local”, diz a sentença.
A Fazenda Dona Hilda foi invadida por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no dia 9 do mês passado. De acordo com Edson Luiz Bianchi, filho do proprietário da área, há um recurso tramitando no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF 4) contra a decisão de primeira instância. A expectativa é de que o recurso seja julgado até sexta-feira (15).
Por Luiz Carlos da Cruz (Gazeta do Povo)