Esta mediação serviu para assinar um Termo de Ajustes de Conduta (TAC), e negociar uma solução pacífica sobre o pedido de interdito proibitório e de reintegração de posse da Araupel, assinado na noite do dia 17 pelo poder judiciário da comarca de Laranjeiras do Sul, é o objetivo que o MST deseja alcançar.
O texto ainda lembra o histórico do confronto entre Araupel x MST que começou em 1996 quando 3.340 famílias ocuparam a Fazenda Pinha Ralo, pertencente à empresa. O MST também acusa a empresa Araupel de “propagandear” em desfavor ao MST jogando a população contra os invasores.
"Essas terras são uma das melhores do Brasil, e a Araupel apenas produz madeira para exportação. Queremos produzir alimentos nessas terras, e por causa das ilegalidades, elas devem sim ser destinadas à Reforma Agrária, para que possamos trabalhar e produzir alimento de qualidade ao povo brasileiro", explica Antônio Miranda, da Direção Nacional do MST.
Em entrevista à imprensa o diretor da Araupel, Tarso Giacomet, fez um resumo da história da aquisição das terras pela empresa desde os tempos do Império de Dom Pedro II, e relatou segundo ele “equívocos” que causaram toda a polêmica envolvendo as terras da empresa. Giacomet garante que a empresa dispõe de documentação legal das terras.
Focados no objetivo de tomar 100% das terras da Araupel, o tom de fala dos acampados segue sempre a mesma linha convicta de que as terras não devem mais ficar em posse da empresa “Temos milhares de famílias acampadas na região que querem terra para trabalhar e produzir alimentos. Enquanto isso, a Araupel se sente no direito de grilar terras e produzir madeira para exportação”, argumenta Daniel Ferreira, da direção estadual do MST.
Entre reuniões e reuniões para se definir uma solução, a população quedense, em sua maioria, contra uma nova invasão, segue angustiada esperando uma definição do caso. Enquanto isso, em ritmo acelerado mais de 2.500 famílias seguem a construção dos barracos. (Com Jornal Expoente)