Uma integrante do movimento identificada por Monica (porta-voz do MST) declarou que: “as terras pertencem a união e que estão lutando por elas”. O líder do Movimento enviou uma proposta a empresa, na qual sugere que a ARAUPEL retire a madeira de deixe as terras para fins de reforma agrária e ainda afirmou que não há interesse em se retirar do local. Comentários extra-oficiais dão conta que lideranças regionais estariam negociando diplomaticamente a saída do grupo do MST, que tomaria destino para um local já pertencente ao INCRA no norte do Estado onde pode ser formado um assentamento. A maioria dos integrantes acampados são filhos de agricultores dos assentamentos Marcos Freire, Ireno Alves e Celso Furtado, pessoas que certamente irão resistir a transferência para o norte.
O prefeito Irio de Rosso de Rio Bonito do Iguaçu, é favorável à criação de um novo assentamento com as terras da Araupel.
A justiça baseada em documentação apresentada pela empresa, havia concedido o interdito proibitório antes mesmo da ocupação e no final da semana que passou determinou a desocupação imediata, através da expedição de um documento denominado reintegração de posse, na qual ainda sugere que organismos policiais realizem a desocupação e a ordem deve partir do governador do estado que é legalmente o comandante das forças policiais.
Os proprietários da madeireira já avisaram que não vão ceder a nenhum acordo com o movimento, somente farão acordos judiciais e entendem que já cederam mais de 60% das terras para o setor social na formação de outros três assentamentos citados. A empresa trabalha com exportação e fornece o cavaco, o qual é queimado em caldeiras, para grandes empresas do ramo alimentício (Sadia entre outras) que também serão diretamente afetadas em suas linhas de produção.
A empresa acusou o senador Roberto Requião de incentivar integrantes do MST a ocupar suas terras durante entrevista na rádio Municipal FM na quarta dia 16.
O governador Beto Richa também entrevistado na Rádio Municipal de Quedas, afirmou que não pretende usar de força policial para retirar os sem terras da área e que tudo será resolvido na base do diálogo via secretaria estadual de desenvolvimento agrário.
No sábado, 19 a empresa retirou todas a máquinas que se encontravam no campo e as estacionou no pátio da empresa, evidenciando a possibilidade de paralisação das atividades da madeireira que já não possui mais matéria prima estocada.
A população da cidade está bastante apreensiva com o desfecho do caso, pois a madeireira gera mais de 2000 empregos diretos e indiretos na cidade e promete se mobilizar novamente para forçar autoridades a intervir na questão. São mais de 2000 famílias de trabalhadores que dependem da empresa e de outro lado também mais de 2000 famílias que lutam pelas terras. Somente um dos lado saíra vencedor nesta luta.
Por Tatiane Troian