O encontro, ocorrido no gabinete de Rossetto, também contou com as presenças da senadora Gleisi Hoffmann – que intermediou a reunião junto ao ministério – e da vice-presidente nacional do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Érika Galvani Borges.
A reunião foi motivada pela possibilidade de invasão de terra em Quedas do Iguaçu. A empresa Araupel S.A., instalada na cidade, já sofreu três grandes desapropriações desde a década de 90, destinando mais de 51 mil hectares para reforma agrária. Segundo relatos da comunidade local, existe o temor de uma nova investida do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra).
“Essa área não pode ser invadida. Essas ameaças constantes, além de gerarem intranquilidade, afugentam o investimento de novas empresas na cidade. Nossa luta é pela preservação dos empregos, que geram qualidade de vida para a comunidade”, ressaltou o presidente da Associação Comercial e Industrial de Quedas da Iguaçu, Reni Felipe.
Em relação à audiência, Felipe acredita que a reunião foi bastante produtiva, pois houve o entendimento por parte do Governo Federal da importância da empresa para o desenvolvimento da região. Também expressou que não há espaço jurídico para desapropriações na área do empreendimento.
O grupo externou ao ministro que investimentos foram cancelados em Quedas do Iguaçu devido ao ambiente hostil, o que prejudicou a geração de empregos para os trabalhadores do município. Na segunda-feira (30), a Araupel anunciou aplicação de R$ 120 milhões na construção de uma nova fábrica em Guarapuava, também no Paraná. A iniciativa irá gerar em torno de 400 empregos diretos.
Segundo membros da comitiva, o ministro Miguel Rossetto demonstrou preocupação com os fatos relatados e se comprometeu a encontrar, junto com os órgãos responsáveis, uma solução para o problema.
Presente em Quedas do Iguaçu desde 1972, a Araupel é um das maiores empresas do país nos setores de reflorestamento e de beneficiamento de produtos de alto padrão em madeira. Está entre as principais exportadoras brasileiras de molduras, painéis e componentes para móveis e construção civil. Hoje, emprega diretamente 1.050 pessoas e é responsável pela manutenção de mil postos de trabalho indiretos. Ao todo, o sustento de mais de três mil famílias depende das atividades da companhia.
Também participaram da reunião os prefeitos de Quedas do Iguaçu, Edson Prado “Jacaré”, e de Espigão Alto do Iguaçu, Zé Zgoda; diretor da FIEP e representante do Sindimadeira-Oeste (Sindicato das Indústrias da Madeira e do Mobiliário do Oeste do Estado do Paraná), João Alberto Soares de Andrade; o diretor da FIEP e representante do Sinduscon/Oeste (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Oeste do Paraná), Edson José Vasconcelos; o presidente da Cooperativa de Transporte de Quedas do Iguaçu, OlairSimioni; empresário do setor madeireiro, Rogério Pandolfi; e diretores e gerentes da Araupel S.A, liderados pelo executivo Tarso Giacomet.
Por Carlos Lins