Quinta, 13 Dezembro 2012 00:23

Pinhão - Acir se defende das acusações de sequestro e coação

A comunidade pinhãoense se alvoroçou com a notícia de que uma família teria sido sequestrada e mantida por oito meses em cárcere privado no município.

A notícia, foi publicada em jornais da região no último dia 30, e quem acompanhou o caso foi o delegado-chefe da 14ª SDP (Guarapuava) Ítalo Biancardi.

 

O Jornal Fatos do Iguaçu da cidade de Pinhão, tentou levantar mais informações junto à 14ª SDP, na terça dia 4, porém fomos informados que o delegado-chefe havia entrado em férias. Pedimos para sermos atendidos pelo escrivão e novamente recebemos uma resposta negativa da atendente que nos orientou a buscar as informações junto aos outros órgãos da imprensa. Segundo ela, o delegado adjunto, Alisson, não poderia nos atender, pois não estava por dentro do caso.

 

Na tentativa de procurar elucidar o fato, procuramos um dos acusados que teve o nome mencionado na reportagem, o pinhãoense Acir Antunes das Neves, conhecido como "Polaco". Acir se defende das acusações e afirma estar sendo vítima de um jogo de estratégia com o intuito de anular um negócio. "Toda essa história é mentirosa. Fiquei tão surpreendido como todos os pinhãoenses quando soube da notícia. Acredito que o delegado esteja colaborando com um latifundiário e o Sérgio Luiz Lustosa de Castilho para desfazer um negócio". Sérgio e a filha Patrícia Dambroski de Castilho, registraram o boletim de ocorrência do sequestro.

 

Acir afirma que todos os dados da reportagem são falsos. "Dos 170 alqueires, 101 são do latifundiário há muito tempo, eu, em 2005 comprei 20 alqueires do Sérgio e vendi em 2007 para uma outra pessoa. Foi aí que toda essa encrenca começou". Segundo ele, quando colocou os 20 alqueires à venda, o latifundiário procurou-o interessado na compra, mas o negócio acabou não dando certo e as terras foram vendidas para outro. "O latifundiário tinha o contrato de arrendamento até 2015, ele não se conformou e entrou na justiça alegando que tinha o privilégio da compra. Desde então vinha fazendo o pagamento do arrendamento com depósitos em juízos. O processo foi para todas as instâncias e o resultado saiu este ano desfavorável a ele. Como a única maneira de desfazer um negócio é alegar coação, é isso que eles fizeram, jogaram na mídia, e o caso repercutiu. Espero que nenhum juiz se deixe influenciar por isso", disse.

 

O pinhãoense mostrou documentos para comprovar suas explicações, como a matrícula das terras que estão localizadas no imóvel Fazenda Lontrão ou Águas Belas, no Distrito de Entre Rios. A família que teria sido vítima é a de Sérgio Luiz Lustosa de Castilho, a esposa Cleosni Dambroski de Castilho, as filhas Patrícia Dambroski de Castilho e a mais nova, que na época tinha dois anos. Acir também questiona o boletim de ocorrência, assinado em maio de 2010, onde se registra que o sequestro e cárcere privado teria ocorrido entre janeiro e abril de 2010. "Onde estão os 8 meses divulgados na imprensa, se no B.O está quatro meses?", questiona.

 

Outro fato questionado é o da família estar vivendo com dificuldades financeiras. Para comprovar essa informação, Acir apresentou o testemunho de Alexandre de Campos Ramos, pai da neta de Sérgio. Ele reside em Curitiba e procurou Acir assim que soube da notícia. "Eu estava em Curitiba e as pessoas me ligando o tempo todo. O Alexandre me ligou tão surpreso como eu e fez questão de dar o seu testemunho em cartório", comentou Acir.

 

No testemunho, Alexandre afirma que conheceu os amigos de seu sogro, Acir e Leandro em 2006, quando foi morar com Patrícia. Em 2007 ela e a mãe teriam ido para Fortaleza e Sérgio teria ficado morando em uma kitnet em Guarapuava. Alexandre e Patricia tiveram uma filha e por isso ele sempre manteve contato. Em 2009, com os pais separados, Patrícia foi morar com os tios na cidade de Reserva do Iguaçu e Alexandre ficou em Curitiba para concluir seus estudos.

 

Em fevereiro de 2010, Alexandre garante que Patrícia entrou em contato com ele reclamando que o convívio com os tios não estava bom e se ele poderia arrumar uma casa para ela morar. Ele teria ligado para Acir pedindo ajuda. "Eu tinha essa casa no Parque Industrial não vi problemas dela morar lá com a menina", disse Acir. Dias depois a mãe, Cleosni, veio de Fortaleza para ficar com a filha. Diz ainda que Cleosni trabalhou na Apae de Pinhão e que tanto ela como Sérgio frequentavam cultos religiosos neste tempo que ficaram na cidade. Alexandre afirma que atualmente busca a filha para eventuais visitas em um edifício de alto padrão em um bairro de Curitiba, onde Patrícia mora com o pai e que a filha estuda em escola particular, sendo que ela não tem trabalho fixo. Sobre a acusação de seqüestro, afirmou ter ficado surpreso, pois em 2010 sempre teve contato com Patrícia e a filha e nunca notou algo estranho.

 

Diante dos fatos Acir afirmou que defenderá o nome de sua família e já recorreu ao governador do Paraná e ao Secretário de Segurança para que tomem providências quanto à atitude do delegado. "Em nenhum momento foi tomado o meu depoimento, e se é algo tão sério assim, por que não fui preso? Por que só o meu nome foi divulgado? Quem são os outros sequestradores? questiona ele. Acir apontou ainda que já pesa sobre Sérgio uma prisão por falso testemunho.

 

 

POLÍCIA CIVIL - De acordo com o site da Polícia Civil do Paraná (www.dpi.policiacivil.pr.gov.br), dois suspeitos de sequestrar a família de um fazendeiro da região de Guarapuava foram indiciados pela 14ª Subdivisão Policial (SDP). Segundo a polícia, Leandro de Freitas Oliveira e Antônio Assis das Neves, o "Polaco" (em outros órgãos da imprensa, não aparece o nome de Leandro e sim o de Acir Antunes das Neves. Antônio é pai de Acir), seriam os principais responsáveis pelos momentos de terror pelos quais passaram esposa, filha e neta da vítima, no ano de 2010. Os suspeitos teriam agido visando a escritura de uma propriedade de cerca de 170 alqueires, avaliada em mais de R$ 2 milhões. (Em reportagens de outros órgãos da imprensa o valor publicado foi de 32 milhões).

 

O indiciamento dos suspeitos, que deverão responder por sequestro, cárcere privado e formação de quadrilha, foi feito depois da realização da recognição visuográfica no local utilizado como cativeiro no município de Pinhão, na última terça-feira (27). A recognição permitiu a reconstituição das principais cenas dos crimes, todas devidamente registradas em vídeo. Na ocasião foram colhidos novos relatos das vítimas, com riquezas de detalhes.

 

SEQUESTRO - O drama pelo qual passou a família do fazendeiro poderiam servir de roteiro para um autêntico filme de terror. Segundo a polícia, inicialmente o proprietário e sua família foram persuadidos pelos suspeitos que tentaram aplicar um golpe visando a propriedade das vítimas. Como a trama foi mal sucedida, as vítimas passaram a ser ameaçadas e coagidas sob a vigilância de capangas armados, de um "testa de ferro", do articulador ou mandante do esquema criminoso.

 

A esposa, a filha e a neta do fazendeiro, que na época tinha apenas 2 anos de idade, foram levadas para o cativeiro no Bairro Industrial de Pinhão, onde permaneceram por mais de dois meses. Neste período as vítimas não podiam circular livremente pela cidade ou sair sem a companhia de um dos capangas. Já o fazendeiro, que foi mantido refém em outra casa longe da família, era obrigado a assinar diversos documentos de transferência das terras, sob torturas psicológicas.

 

Numa das coações no cativeiro onde as vítimas mulheres se encontravam, a esposa sequestrada foi obrigada a escrever documentos manuscritos ditados por um dos sequestradores visando a transferência do restante de terras que ainda faltavam ser transferidas.

 

FUGA - O fim do drama das vítimas começou a se desenhar depois que uma delas viu quatro caixões sendo fabricados em uma serraria, em Pinhão. Na ocasião os sequestradores diziam que depois que tudo acabasse, fariam uma "queima de arquivo". As últimas ameaças foram a gota d'água para as vítimas que conseguiram contato com um familiar que foi até o cativeiro e resgatou as mulheres e a criança. Ainda durante a fuga os sequestradores fizeram uma perseguição até a cidade de Guarapuava, onde as vítimas se refugiaram na casa de parentes.

 

Depois de sofrerem ameaças, coações e torturas psicológicas, a família do fazendeiro teve todo o patrimônio transferido ilegalmente pelos sequestradores. Atualmente as vítimas encontram-se em situação de quase penúria, vivendo da ajuda de amigos e outros familiares.

 

 

 

 

 

Fonte: Jornal Fatos do Iguaçu / Polícia Civil do Paraná

 

 

 

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