No Brasil, ainda há um alto índice de Hanseníase porque muitas pessoas não conhecem os sintomas da doença. Além disso, não sabem que ela pode ser tratada e curada. A falta de informação sobre a doença gera muito preconceito, o que prejudica a sua identificação e facilita o contágio de mais pessoas.
No município de Pinhão, a hanseníase, é um dos principais problemas de saúde pública. De acordo com a enfermeira Ana Lurdes Charnoski, responsável pelo setor de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, o município é considerado endêmico, ou seja, significa que a hanseníase existe e ataca os munícipes constantemente. "Desde os anos de 2000 a 2013, um total de 117 pacientes foram diagnosticados e tratados, incluindo a avaliação de seus familiares, que mantém contato direto com o paciente doente. Essas pessoas também são avaliadas, pois dentro de um período de cinco anos podem vir a desenvolver a doença", explicou ela.
Os primeiros sinais da doença são manchas dormentes, ou seja, sem nenhuma sensibilidade ao calor, à dor ou ao tato. Os principais sinais e sintomas são manchas na pele que não doem, não incomodam, não coçam, podem ter queda de pelo e apresentar sensação de formigamento e dormência. "Queimar-se ou se cortar sem sentir nada pode ser sinal de hanseníase, porque o bacilo (micróbio) destrói as terminações nervosas próximas da pele e
as manchas podem ter cor branca, avermelhadas ou roxas", declarou.
Se a doença não for tratada no início, podem aparecer mais manchas e as manchas antigas podem se tornar maiores e mais dormentes. Devido à dormência, a pessoa pode ferir-se nas mãos e nos pés e,por não sentir, terá complicações. É necessária atenção especial para os problemas nos olhos. Surgem formigamentos nas mãos e pés e inchaços nas mãos, pés, rosto e orelhas.
A enfermeira aponta que a hanseníase tem cura. "A doença tem cura e o diagnóstico precoce é importantíssimo no tratamento, quando a pessoa perceber algum sintoma, deve procurar o Posto de Saúde mais próximo". O tratamento pode variar de 6 meses a 1 ano, dependendo da forma clínica da doença e é oferecido gratuitamente pela Secretaria Municipal de Saúde.
O contágio pela Hanseníase acontece somente de uma pessoa infectada que apresenta a forma contagiosa da doença e que ainda não começou o tratamento. Existem formas da doença que não são contagiosas. De qualquer jeito, a Hanseníase não contagia num aperto de mão, num abraço ou usando diversos utensílios como copos, talheres ou pratos, compartilhados pela família. "É necessário que toda a sociedade, de uma forma geral, esteja atenta quanto aos sinais da doença, para que seja diagnosticado e tratado em tempo oportuno, evitando as seqüelas físicas da doença, que fazem com que o paciente tenha incapacidades de realizar atividades diárias", orienta Ana Lurdes. No sábado, dia 25, foi o Dia Estadual de Conscientização sobre a Hanseníase. Pessoas que tenham suspeita da doença deverão procurar durante a semana a enfermeira Ana Lurdes no Posto Central de Saúde.
Fonte - Jornal Fatos