O Centro de Referência da Assistência Social (Cras), é uma unidade pública estatal descentralizada da política de assistência social. "Entendemos que a família é a base. E a sociedade é o reflexo da família. Ela tem que ser prioridade sempre. A assistência social é de quem dela necessitar", destaca.
A ideia do grupo de convivência surgiu da necessidade de um espaço para a figura masculina, que passou ou está passando por momentos difíceis em sua vida. Seja ele emocional, financeiro, físico, psicológico. Hoje, o grupo conta com nove pessoas com deficiência, entre elas, cinco cadeirantes, um com muleta e três deficientes visuais. "Alguns adquiriram a deficiência há pouco tempo e ainda estão aprendendo a superar seus limites. A interação e a convivência com os outros ajuda muito. Chegam e pensam que o seu problema é o maior do mundo, mas quando chegam aqui veem é que igual ao outro e pode ser superado", explica o psicólogo Ricardo Correia de Almeida.
As experiências de vida do colega faz a diferença para quem está chegando. A exemplo, dos dois deficientes visuais que fazem faculdade. "Eles apoiam o que recentemente perdeu a visão e que causou um abalo emocional muito grande. Formado, com sua profissão e a pleno vapor teve que parar de trabalhar".
Ao grupo de convivência foi dado o nome de "Tocando em Frente". A ideia surgiu na primeira atividade relacionada à música, cantaram junto a canção do Almir Sater e se identificaram. "Alguns casos podem ser revertidos como depressão, alcoolismo, mas alguns casos de deficiência física devem aceitar, se adaptar, e seguir a vida", frisam os coordenadores.
MUDANÇA
Hoje, contam com uma média de 12 participantes assíduos, mas o número chega a 20. O "Tocando em Frente" não é formado apenas por deficientes, conta com homens que passaram por problemas emocionais e entraram em depressão. Outros com vulnerabilidade devido ao desemprego ou ao alcoolismo. "Começam a perder a autonomia por falta de oportunidades, com relação ao próprio provimento da família. A cobrança sobre o homem é muito grande. Ele é sempre visto como uma pessoa independente e que não pode sequer, chorar", observa o assistente social.
A intenção é que todos tenham autonomia e possam, como seres humanos, ter uma vivência diferente. "Analisando o problema do outro, consegue resolver o seu. Dependendo do caso, se não tiver um acompanhamento adequado, entra em um buraco sem saída".
Com o passar do tempo, é visível a mudança, o comportamento de cada um. "Um dos senhores teve um problema com a filha e não conseguia superar. Ele não tinha com quem desabafar e encontrou esse espaço. E em todos as reuniões está aqui".
ATIVIDADES
As atividades são diversificadas e de acordo com a vontade dos participantes. "Como é um grupo para trocar experiências, seguimos conforme pedem e vemos a necessidade. Já tivemos uma tarde no bolão. Jogaram baralho, um passeio no horto, uma pescaria em um Pesque Pague. Por conta da acessibilidade, quando se pode imaginar que um deficiente visual possa pescar, devido ao perigo em um rio".
CONVITE
O espaço está aberto para quem quiser participar. Quem tiver um familiar que estiver necessitando desse tipo de ajuda pode procurar o Cras Pinhão e integrar o grupo de convivência para homens. "Estamos de portas abertas. Os participantes são bem receptivos".
SERVIÇO: mais informações no telefone 3677 3379.
Com informações, Jornal Fatos.