O objetivo central do programa é promover a piscicultura como atividade viável para o pequeno produtor. Ao ser desenvolvida adotando-se as boas práticas de manejo e demais cuidados técnicos, esta atividade pode contribuir para o aumento da qualidade nutricional e sustentabilidade econômica das famílias rurais da região. “Além de estimular o consumo de peixe pelos próprios produtores, o programa visa também apoiá-los na comercialização, fazendo com que a piscicultura se torne uma fonte de renda”, afirma a coordenadora do programa de extensão, professora Maude Regina de Borba.
Para a seleção dos produtores, foram consideradas as características da propriedade (tipicamente familiar e com a existência de pelo menos um viveiro para cultivo de peixes) e o interesse dos proprietários em participar das atividades. Os produtores estão envolvidos em todas as ações realizadas durante a execução dos projetos articulados. Dentre elas, estão a preparação dos viveiros para a estocagem e cultivo dos peixes, alimentação, monitoramento da qualidade da água e participação em cursos e palestras.
O peixe escolhido para o cultivo foi o jundiá Rhamdia quelen, pois é uma espécie nativa do Rio Iguaçu, tem um rápido crescimento e boa resistência a baixas temperaturas, além de tolerar também altas temperaturas, entre outras características. “Após a estocagem, realizada em dezembro de 2012, a equipe do programa vem realizando visitas quinzenais às propriedades para acompanhamento da qualidade de água e da alimentação dos peixes. Realizamos também biometrias periódicas para visualizar a condição dos peixes e, consequentemente, fazer os ajustes de ração, que é fornecida aos agricultores pelo programa. A previsão é que a despesca seja realizada em dezembro deste ano”, ressalta Maude. São realizadas, ainda, ações acerca das possibilidades de comercialização e beneficiamento e das políticas públicas existem na área da piscicultura.
O produtor Paulo Bukowski aprova o apoio do programa da UFFS no desenvolvimento da piscicultura em sua propriedade. “A cada dia que passa, aprendemos mais com a equipe do projeto e com as palestras que participamos. Estamos realizando coisas que nunca tínhamos feito aqui, como o controle da qualidade da água e a biometria dos peixes, por exemplo”, destaca.
Equipe
Nos cinco projetos articulados, o programa trabalha de forma interdisciplinar envolvendo os cursos de Engenharia de Aquicultura, Engenharia de Alimentos e Ciências Econômicas do Campus Laranjeiras do Sul. Além da professora Maude, estão envolvidos nas atividades os professores Marcos Weingartner, Betina Muelbert, Jorge Garcia Parra, Silvia Romão, Alexandre Monkolski, Tiago da Costa, Antonio Carpes e Larissa Bertan, o técnico-administrativo Frank Belettini e 15 acadêmicos, sendo 9 bolsistas.
O aluno da quinta fase do curso de Engenharia de Aquicultura, Richilheu Casagrande, participa do programa desde o início, em janeiro de 2012. “O que aprendemos em sala de aula, estamos aplicando na prática, através desse contato direto com a aquicultura familiar. Acredito que, através da universidade, essa região vai ser uma grande produtora de peixe, futuramente”, ressalta o estudante.
Para a realização das atividades, o programa de extensão conta com o apoio da Companhia Paranaense de Energia (Copel), que forneceu os peixes, das prefeituras de Laranjeiras do Sul e Porto Barreiro, do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER), do Centro de Desenvolvimento Sustentável e Capacitação em Agroecologia (CEAGRO) e do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), que doou um veículo para ser utilizado em ações do programa e do curso de Engenharia de Aquicultura.
Por Adolfo Vaz