As egressas, Ilda Cornélio e Suzana Kagmu Mineiro, são da etnia Kaingang. Ilda reside na Terra Indígena Rio das Cobras, em Nova Laranjeiras-PR e Suzana mora na área urbana do município. As alunas iniciaram o Mestrado no ano de 2015, estando entre as primeiras estudantes indígenas a ingressarem em programas de Pós-Graduação Stricto Sensu da UFFS.
As estudantes comentam que, dos indígenas que residem em Rio Das Cobras, elas são as primeiras a alcançar o título de mestre e relatam que era um sonho cursar o Mestrado, ainda mais sendo ofertado tão próximo da comunidade de origem. “Hoje o sonho já é uma realidade, a obtenção do título é uma realização, uma conquista que foi proporcionada pela UFFS” – relatam Suzana e Ilda.
Suzana acredita que, “para a Terra Indígena, as dissertações significam o começo de um novo olhar, pois até então os indígenas cursavam o Ensino Médio e a Graduação. O Mestrado parecia algo distante, mas agora a comunidade vai perceber que é possível”. Ilda complementa: “foi um período de muito aprendizado, acredito que outros indígenas vão se sentir estimulados a continuar estudando”.
Comprometidas com as suas origens, as duas dissertações abordam aspectos relacionados à Terra Indígena. O trabalho de Suzana intitula-se “O Papel do Ambiente Escolar na Cultura Alimentar Kaingang: O Caso da Terra Indígena Rio das Cobras-PR” (Em Kaingang: Vẽnhrán jãfã tá Kanhgág ag vẽjẽn: ẽmã tỹ Rio das Cobras – PR ki). A dissertação teve como objetivo verificar se ocorrem e como ocorrem as dinâmicas de valorização e revitalização da cultura alimentar indígena nas escolas da Terra Indígena Rio das Cobras em Nova Laranjeiras-PR.
Já a dissertação de Ilda, intitulada “Resíduos Sólidos Domésticos na Terra Indígena Rio das Cobras” (Em Kaingang: Ẽg tỹ nẽn vãvam ti֮ to kãmén kanhgág ag ga tỹ Rio das Cobras tá), teve como objetivo analisar a geração e o destino de resíduos domésticos pelas famílias indígenas na Terra Indígena Rio das Cobras.
A expectativa das estudantes é continuar os estudos e a implementação de seus trabalhos. “A comunidade abraçou a causa e percebeu a importância das temáticas, pretendo continuar com o trabalho, aprimorá-lo e talvez levá-lo para todas as Terras Indígenas do Estado” – relata Ilda.
A íntegra das dissertações será disponibilizada para acesso público na página do mestrado.
Por assessoria