Fassheber é antropólogo e compartilhou com os participantes da palestra sua experiência em trabalhos de extensão e pesquisa com indígenas. "Na palestra, falo um pouco da questão metodológica da experiência que a Antropologia tem com as populações indígenas há mais de um século nesse trabalho de campo; toda a questão da dificuldade instrumental de aplicação dessas pesquisas, desde as resistências indígenas até as resistências legais que existem, o que torna o trabalho não só mais difícil, mas também mais gratificante ao final", explica o palestrante.
Para Cristiano Augusto Durat, professor colaborador do projeto de extensão "Aquicultura na Terra Indígena Rio das Cobras", a palestra contribui para que os participantes do projeto tenham uma nova visão sobre as comunidades indígenas. "Essa palestra é uma das atividades do projeto de extensão, mas também serve para melhorar o nosso debate acerca dos problemas indígenas, para debatermos alguns conceitos e jogarmos para fora um pouco dos nossos problemas em relação à comunidade indígena, os preconceitos, muitas vezes discriminatórios. A fala do professor Fassheber nos ajuda bastante a entender o que é, de fato, um grupo étnico, um grupo culturalmente diferenciado da nossa sociedade, e vem no sentido de melhorar nossas relações, nosso entendimento do que é desenvolver um projeto de extensão na comunidade indígena", observa o professor Durat.
O estudante da 5ª fase de Engenharia de Aquicultura Lucas Vogeil aponta a contribuição da palestra para sua formação. "O tema da palestra complementa os processos de ensino-aprendizagem que a gente tem aqui na Universidade e permite envolver não só o público local, participante do projeto de extensão, como também o público externo", aponta o acadêmico, que é bolsista do projeto de extensão "Aquicultura na Terra Indígena Rio das Cobras".
Um dos objetivos desse projeto de extensão é contribuir para a inclusão de boas práticas de manejo em piscicultura nas comunidades indígenas e para a segurança alimentar da comunidade. Mas para a bolsista Priscila Nogueira, aluna da 3ª fase de Engenharia de Aquicultura, a importância da palestra do professor Fassheber vai além da aquicultura. "A importância da palestra é em todas as áreas sociais. Como agora na Universidade a gente tem bastante colegas que são indígenas, acho que também melhora a valorização e o diálogo com eles, para a gente trocar cultura, trocar conhecimento", opina a acadêmica.
Palestrante
José Ronaldo Fassheber é mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina e doutor em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas. Tem maior experiência, produção e atuação em antropologia social, com ênfase em antropologia do corpo e da saúde, atuando principalmente em temas como corpo e sociedade, Kaingang, etnohistória e etnologia indígena e também nas relações de gênero. É autor do livro "Etno-desporto Indígena, a Antropologia Social e o Corpo entre os Kaingang".
Por assessoria