O documento informa que 2.157 pessoas procuraram as unidades mantidas pela prefeitura no mês passado, ou 35% do número de habitantes que segundo o censo mais recente do IBGE é de 6,3 mil moradores. “O índice é extremamente elevado e preocupante”, de acordo com o prefeito, que passa a realizar ações com foco na saúde e não na doença.
Para enfrentar excessos, comprovados inclusive por especialistas em saúde, Adelar Arrosi pretende investir na prevenção e em orientação, fazendo com que aos poucos mais pessoas se conscientizem de que o serviço público deve priorizar aqueles que realmente precisam. “O atendimento é para todos, mas com racionalidade é possível sobrar recursos e melhorar ainda mais atenções voltadas à coletividade em outros setores que também são importantes”, afirma o prefeito, que foi eleito em 2 de outubro pelo PSDB.
O índice de 35% é considerado extremamente elevado. É como se em Cascavel, que tem 315 mil habitantes, suas unidades de saúde recebessem mais de 110 mil pessoas todo mês. “Se isso ocorrer, então haverá um caos completo no setor”, observa o prefeito, considerando que mudanças precisam ser feitas para evitar colapsos em segmentos públicos fundamentais às comunidades.
Adelar Arrosi foi atrás de médicos e especialistas para saber as razões de índices tão elevados. E a resposta que obteve é igualmente preocupante: “Trata-se de um vício pela gratuidade dos serviços”. Isso ajuda a explicar porque em países desenvolvidos, como os Estados Unidos, não há serviço de saúde gratuito.
Os especialistas também informaram, de acordo com o prefeito, que o índice de problemas de saúde e de possíveis anormalidades costuma acometer 2% de uma população e não 35%. Dos 2.157 que procuraram as unidades de saúde de Ibema em janeiro, 107 teriam de fato algum problema que justificaria a visita ao médico.
Cultural
O prefeito Adelar Arrosi sabe que essa realidade, comum em praticamente todos os municípios brasileiros, tem forte aspecto cultural. Por isso, a mudança dependerá de posturas sérias e coerentes ao longo de anos. Saúde é e deve ser prioridade, conforme o gestor, mas com a racionalização de custos, que depende muito mais das pessoas do que do poder público, os governos teriam mais dinheiro para investir em conjuntos habitacionais, em programas de infra-estrutura, na melhoria da qualidade do ensino e em ações que pudessem criar novas oportunidades de emprego e renda.
Desperdício
Uma dos profissionais, servidor publico em saúde em Ibema relatou ao Prefeito assim: “Se você pegar uma caminhão e sair pelas residências coletar os medicamentos em estoque nas casas em desuso, garante, recolhe cinco vezes mais ao que tem disponível nas farmácias publicas do município”. Um verdadeiro contra senso, o mesmo cidadão que cobra serviços publico, afunda a estrutura.
Por assessoria