As informações foram repassadas pelo Ministério Público.
Os trabalhadores, responsáveis pelo serviço de roçada e limpeza de pasto na fazenda, encontravam-se "em situação extremamente degradante num alojamento improvisado, feito com pedaços de madeira coberta com lona plástica", de acordo com a denúncia.
As camas em que eles dormiram eram feitas com galhos de árvores e colchonetes sujos e rasgados, afirma o MPF. Os trabalhadores também não tinham condição de sair do alojamento em que viviam, porque não é possível deixar o local a pé.
Entre os trabalhadores, havia um adolescente. Nenhum deles tinha contrato empregadício ou acesso a instalações sanitárias mínimas - eles precisavam usar um matagal como banheiro.
O dono da fazenda e o responsável pelo agenciamento de mão-de-obra foram presos em flagrante pelos crimes de redução de pessoa à condição análoga à de escravo e omissão de anotação de vínculo empregatício em carteira de trabalho.
"A revelação de fatos como este demonstra que o trabalho escravo ainda está presente entre nós e alerta que o Estado brasileiro e a sociedade civil devem continuar empreendendo esforços para erradicar de uma vez por todas essa prática cruel e degradante, que aniquila a personalidade e a dignidade das vítimas dessa nova forma de escravidão", ressaltou o procurador da República em Cascavel, Felipe D´Elia Camargo.
A ação conjunta foi desencadeada pelo Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho e Ministério do Trabalho Emprego. Um inquérito policial foi instaurado e as investigações sobre o caso ficam a cargo do MPF em Cascavel e da Polícia Federal (PF). (Com PF, MP e G1)