Os policiais cumpriram 17 mandados de busca – todos na cidade de Paranaguá. A suspeita é que galpões estejam sendo usados como depósito do material roubado e furtado para posterior comercialização. Até o final da manhã já haviam sido apreendidas 35 toneladas de produtos desviados, entre grãos e fertilizantes.
Sete pessoas foram presas em flagrante e deverão responder pelos crimes de posse de drogas, receptação, porte irregular de arma de fogo, crimes ambientais e extração irregular de palmito. Também foram apreendidas três armas e fogo, munição e 11 quilos de maconha durante o cumprimento dos mandados de busca.
“Todo o crime na região está ligado. Combatendo o furto e a receptação, que foram os alvos principais dessa operação, chegou-se também ao combate a crimes ambientais, porte ilegal de armas e tráfico de entorpecentes”, explicou o secretário da Segurança Pública e Administração Penitenciária, Wagner Mesquita.
PROCESSO INVESTIGATÓRIO – A investigação aconteceu ao longo dos últimos três meses, iniciada após informações preliminares recebidas pela direção da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). “Esse tipo de furto acontece nos portos brasileiros há muito tempo, mas, efetivamente, em Paranaguá estava muito intenso. Em nome dos exportadores, procuramos a Secretaria da Segurança Pública e imediatamente fomos atendidos”, declarou o diretor da Appa, Lourenço Fregonese.
Durante as investigações, os policiais constataram que as quadrilhas agem de diversas maneiras. As cargas de grãos geralmente são roubadas durante a noite, quando o motorista está dormindo, mas também quando os caminhões trafegam pela cidade em velocidade baixa.
“É um trabalho que causa um grande transtorno, além de um enorme prejuízo porque envolve operação de trânsito, bloqueio de rodovias, o caminhão fica parado por várias horas e atrapalha a operação portuária”, destacou o comandante do 9º Batalhão da PM, tenente-coronel Nivaldo Marcelos da Silva.
Com destreza, os suspeitos rompem alguns pontos de descarga (bicas), que ficam na parte traseira dos caminhões, derramando grande parte da carga pela rua, sem que o motorista perceba tal ação. Imediatamente, integrantes da quadrilha recolhem parte da carga e armazenam em depósitos clandestinos existentes nas imediações do Porto.
A operação contou com cerca de 150 policiais civis e militares do Departamento de Inteligência do Paraná (Diep), do 9º Batalhão de Polícia Militar, do Batalhão de Polícia Militar Ambiental, do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e da Delegacia de Polícia Civil de Paranaguá. De acordo com o delegado-titular de Paranaguá, Ítalo Sega, agora será verificada a conduta e a responsabilidade individual de cada um dos presos.
A operação foi batizada como Rastro por ser uma das formas que estas quadrilhas atuam para desviar cargas de grãos.