“Outubro inicia com um desvio positivo de chuvas ao longo da Bacia do Rio Iguaçu com 50 a 70 milímetros acima da média”, informa o meteorologista do Simepar, Cezar Duquia.
Nas demais regiões as chuvas ficam dentro da média climatológica histórica, com variações mensais. Para novembro estão previstas chuvas dentro da média e em dezembro devem ficar abaixo em todas as regiões paranaenses. Quanto às temperaturas, a previsão é de comportamento na média no primeiro mês. Em novembro e dezembro, devem variar entre a média e acima dela.
LA NIÑA – Há probabilidade de 55% a 60% de que o fenômeno climático La Niña comece a se formar nesta primavera e se estenda durante o verão 2017-2018, conforme sugerem simulações feitas pela maioria dos modelos climatológicos norte-americanos. É o que indica o diagnóstico emitido no último dia 14 pelo Centro de Previsões Climáticas da Administração Nacional Oceânica Atmosférica (NOAA).
Oposta a El Niño, La Niña resfria a temperatura das águas do Oceano Pacífico tropical, central e oriental, provocando mudanças nos padrões de chuvas e temperaturas em todo o planeta.
Duquia explica que como os eventos meteorológicos característicos da primavera variam muito no tempo e no espaço, os valores podem afastar-se da média pontualmente ou em algumas microrregiões. “As alternâncias nas condições atmosféricas tendem a ser mais constantes – períodos sem chuvas podem dar lugar a outros com chuvas rápidas de consideráveis volumes. “Nessa estação, as massas de ar frio que se deslocam pelo Sul do continente são menos intensas do que as do trimestre anterior e tendem a ser menos persistentes quando chegam ao Paraná. As frentes frias que as antecedem podem causar tempestades localizadas de pequena e média escala”, observa o meteorologista.
AGROPECUÁRIA – A estiagem e as altas temperaturas durante o inverno impactaram a agropecuária. A semeadura do milho atrasou e a do feijão das águas foi comprometida na maioria dos municípios devido à falta de umidade do solo. Na primeira florada da cultura do café é esperado um elevado índice de aborto. As pastagens foram prejudicadas, diminuindo a fonte de alimentos para animais de criação. Além disso, aumentou a quantidade de queimadas em função do grande volume de material vegetal seco com alto poder combustível.
De acordo com a pesquisadora do Simepar e do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Ângela Costa, o ar seco e as temperaturas elevadas aumentam a necessidade de água das hortaliças. “Nesse cenário é preciso irrigar mais para manter a qualidade e a produtividade das lavouras”, observa. Por outro lado, a baixa umidade do ar desfavorece a proliferação de doenças, reduzindo a necessidade de aplicação de agrotóxicos. (Com AEN)