Quarta, 07 Junho 2017 11:45

Paranaenses chegam a ficar até 50 horas sem luz por ano

Interrupções no fornecimento de energia elétrica podem ocorrer ao longo de um ano, seja por causa de tempestades, obras ou acidentes.

 

No ano passado, por exemplo, 4.432.475 consumidores do Paraná foram afetados em algum período, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

 

Para quem mora em regiões urbanas, porém, o problema é menor. Nesses locais as unidades ficam em média 10 horas por ano sem energia, enquanto nas áreas rurais o período chega a ser cinco vezes maior, passando de 50 horas.

 

Para reverter esse quadro, a Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel) lançou no final de 2015 o Mais Clic Rural, considerado o maior programa de eletrificação rural já desenvolvido no Paraná. Com o intuito de expandir e modernizar a rede elétrica nesses locais, com foco em atividades agropecuárias de importantes processos produtivos, a previsão é de que sejam investidos R$ 500 milhões até 2018, sendo que até aqui já foi gasto um montante de R$ 200 milhões.

 

Com o investimento, a Copel vai implementar a tecnologia de redes inteligentes no interior do Paraná. Serão construídos 3 mil km de novas redes, cerca de 30 subestações, e instalados 3,5 mil religadores automatizados.

 

As obras atuam em duas frentes: melhoria da infraestrutura para aumentar a qualidade do fornecimento de energia e tecnologias de automação para restabelecer o sistema com muito mais rapidez em caso de queda de luz.

 

De acordo com Júlio Omori, superintendente de projetos especiais da Copel e coordenador do Mais Clic Rural, o tempo de duração de uma interrupção no fornecimento de energia é um dos principais indicadores de qualidade do serviço. Ano a ano, a companhia tem reduzido esses índices de interrupção e agora tenta expandir essas melhorias também para as zonas rurais.

 

Entre 2015 e 2016, houve 13% menos desligamentos, e o tempo médio sem energia caiu 21%. Em Curitiba, o tempo total dos desligamentos caiu 30% no período.

 

“Hoje, temos cinco vezes mais duração na interrupção na área rural. Com o programa, vamos beneficiar diretamente em torno de 75 mil produtores rurais. Mas quando faz uma melhoria no sistema elétrica, indiretamente tem um benefício bastante significativo que vai permear mais de 2,4 milhões de pessoas”, aponta o especialista. “Já tivemos uma quantidade muito maior do que temos hoje. A Copel vem reduzindo entre 5 e 7% por ano os indicadore sque medem a interrupção”, complementa.

 

Segundo o Omori, o grande problema é que a maior parte da rede elétrica é aérea. Com isso, aumenta-se o risco de contato com árvores e animais, além de intempéries, como reversões climáticas e descargas atmosférias, atingirem mais facilmente o sistema.

 

“Os pontos mais críticos são as descargas e reversões climáticas, seguido pelas árvores, que muitas vezes há plantações próximo da rede elétrica e, quando há o toque, leva ao desligamento.”

 

Redes inteligentes no campo

 

Com o Mais Clic Rural, a Copel também irá levar ao campo a tecnologia das redes inteligentes (ou smart grid), que contribuem para reduzir o número e o tempo dos desligamentos na rede elétrica. Os equipamentos de automação instalados na rede se comunicam com o centro de operações da Copel, o que permite monitoramento constante.

 

Em caso de desligamento, o próprio sistema trabalha para restabelecer a energia o mais rápido possível, em alguns casos sem a necessidade de intervenção humana.

 

“Temos estudado desde 2010 com bastante atenção as redes inteligentes, que fazem parte de um movimento que está acontecendo no mundo inteiro. Instalamos sensores, controladores, então é a entrada da área rural do ponto de vista da modernização da rede. Com isso descobrirmos mais facilmente onde acontecem as falhas e também prevemos os problemas para evitar que alguma falha aconteça”, explica Júlio Omori.

 

Por lei, a Copel deve investir 1% de seu faturamento em projetos de pesquisa e desenvolvimento. E o foco principal da distribuidora tem sido justamente as soluções para redes inteligentes.

 

 

Tecnologia ajuda a reduzir incidência

 

Um terço das redes elétricas urbanas no Paraná já são compactas, uma tecnologia de cabos protegidos e mais resistentes que contribuem para reduzir o número de interrupções no fornecimento de energia e melhoram a convivência dos cabos com a arborização. 

 

Nos últimos cinco anos, a Copel vem construindo em média mil quilômetros de redes compactas a cada ano. Elas atualmente somam mais de 8 mil quilômetros nas áreas urbanas dos municípios paranaenses. 

 

“A ampliação das redes compactas confere maior segurança e qualidade ao fornecimento de energia, reduzindo o índice de desligamentos”, ressalta o presidente da Copel, Antonio Guetter. “Ela também contribui para uma convivência harmônica entre a rede elétrica e a arborização urbana, evitando podas drásticas por ocupar uma área menor”.

 

Formada por um conjunto de cabos de aço, condutores cobertos e espaçadores, a rede compacta apresenta melhor desempenho que a rede convencional graças à sua maior proteção. Por isso, pode contribuir para reduzir o número de desligamentos causados pelo contato de galhos, pipas e outros objetos com a rede de distribuição de alta tensão. (Com Bem Paraná)

 

 

 

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