O maior número registrado até então foi 45 doações, em agosto de 2016. Nos quatro primeiros meses deste ano, ocorreram 149 doações de órgãos no Paraná.
“O número de doações de órgãos no Estado vêm aumentando ano após ano. Hoje o Paraná é o segundo estado com maior número de doações efetivas no país”, afirma o secretário de Estado da saúde, Michele Caputo Neto. “Estamos constantemente buscando maneiras de estimular o ato para diminuir ao máximo o tempo de espera por um transplante”, diz ele.
TECIDOS E PELE - As doações não se restringem apenas a órgãos. Tecidos como a córnea, ossos e pele também podem ser doados. Pacientes que faleceram devido à morte encefálica podem doar praticamente todos os seus órgãos. Já aqueles que sofreram parada cardiorrespiratória somente podem doar tecidos.
Todas as doações são feitas por intermédio da CET, que é a responsável tanto por conversar com as famílias de possíveis doadores como por gerenciar e coordenar a fila de quem espera por um transplante.
“O que vemos hoje é resultado de um trabalho exaustivo do Sistema Estadual de Transplantes do Paraná e dos profissionais que trabalham dia e noite para salvar vidas”, declarou a diretora da Central Estadual de Transplantes, Arlene Badoch.
CORAÇÃO – Um dos beneficiados do trabalho realizado pela Central é Joel Benedito Caetano, de 56 anos. Com problemas cardíacos desde 2008, em novembro do ano passado Joel entrou na fila para receber um transplante.
“Quando descobri que precisava de um transplante fiquei muito apreensivo, perdi o chão. No hospital onde eu estava internado ficamos sabendo que uma pessoa havia falecido. Minha filha, para tentar ajudar, foi pedir para que eles doassem os órgãos pra mim. No momento de desespero fazemos coisas que nem imaginamos”, disse Caetano.
A Central de Transplantes orienta que atitudes como a da filha de Caetano não sejam replicadas. Os órgãos que efetivamente vão para a doação passam por um rigoroso processo de teste de compatibilidade com os receptores antes que o transplante seja realizado.
CONVERSAR EM VIDA – A doação de órgãos e tecidos é algo que só pode ser feito se autorizado pela família do paciente. Conversar com ele, ainda em vida, é uma das melhores formas de saber sua intenção em doar. Doações entre parentes vivos podem ser feitas por qualquer pessoa que esteja disposta e, mediante exames médicos, mostre-se apta. Já doações entre não parentes depende de autorização judicial.
Foi o que aconteceu com Sirena Castellano. O filho André teve de receber o rim de uma tia. Mas dois anos após o transplante ele voltou a apresentar problemas. No hospital, acompanhando o filho, Sirena viu um panfleto sobre doação de órgãos. Falou com o filho, que aceitou ser doador de tecido. “Dois dias depois ele faleceu”, contou Sirena. Ela autorizou a doação da pele e das córneas do filho.
“Sempre fui a favor da doação de órgãos e vivi na pele como um transplante pode melhorar a vida de alguém. Quem vive uma situação como a que vivi não pode negar uma doação. Quanto mais pessoas doarem, mais vidas a gente salva”, ressaltou.
FALE SOBRE ISSO – Desde 2014 o Governo do Estado mantém a campanha Doação de Órgãos, Fale Sobre Isso, com o objetivo de estimular que a população fale aborde o assunto e declare a seus familiares sua intenção. Dados da Secretaria de Estado da Saúde mostram que a negativa familiar é o principal motivo da não doação.
A campanha conta ainda com o apoio de empresas que divulgam a esta mensagem, como Frimesa, Rede Condor, Rotary Club, Federação das Indústrias do Paraná, Sesi-PR. Empresas e pessoas físicas que queiram mais informações devem entrar em contato com a CET através do e-mail sesatran@sesa.pr.br. (Com AEN)